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  1. <?xml version='1.0' encoding='UTF-8'?><?xml-stylesheet href="http://www.blogger.com/styles/atom.css" type="text/css"?><feed xmlns='http://www.w3.org/2005/Atom' xmlns:openSearch='http://a9.com/-/spec/opensearchrss/1.0/' xmlns:blogger='http://schemas.google.com/blogger/2008' xmlns:georss='http://www.georss.org/georss' xmlns:gd="http://schemas.google.com/g/2005" xmlns:thr='http://purl.org/syndication/thread/1.0'><id>tag:blogger.com,1999:blog-3086938242210938301</id><updated>2024-11-06T00:02:31.949-03:00</updated><title type='text'>O Fantástico Literário na Web</title><subtitle type='html'>Blog destinado à fruição, à divulgação, ao estudo e à compreensão, mediante comentários analíticos, de contos do gênero fantástico, escritos por ficcionistas brasileiros e estrangeiros.</subtitle><link rel='http://schemas.google.com/g/2005#feed' type='application/atom+xml' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/feeds/posts/default'/><link rel='self' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default?max-results=4&amp;redirect=false'/><link rel='alternate' type='text/html' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/'/><link rel='hub' href='http://pubsubhubbub.appspot.com/'/><link rel='next' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default?start-index=5&amp;max-results=4&amp;redirect=false'/><author><name>Unknown</name><email>noreply@blogger.com</email><gd:image rel='http://schemas.google.com/g/2005#thumbnail' width='16' height='16' src='https://img1.blogblog.com/img/b16-rounded.gif'/></author><generator version='7.00' uri='http://www.blogger.com'>Blogger</generator><openSearch:totalResults>66</openSearch:totalResults><openSearch:startIndex>1</openSearch:startIndex><openSearch:itemsPerPage>4</openSearch:itemsPerPage><entry><id>tag:blogger.com,1999:blog-3086938242210938301.post-5553210268144072597</id><published>2016-04-15T08:25:00.000-03:00</published><updated>2016-04-15T08:28:41.924-03:00</updated><title type='text'>J.J. Veiga - A Máquina extraviada</title><content type='html'>&lt;div&gt;
  2. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  3. &lt;div&gt;
  4. &lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  5. &lt;a href=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1TYswmJ2-z-C8ODVA1kKZUzBVGbs5JalQfdccgNs-HLnLr8AkLmVw26avHiZC5UfdWtxgXeDNTe3xC7Xqt5VzoME61ivLzj1OUIq825yPNWOT29XS5w2CCZ6_nV9UNUL8jZJ5Bha3iKdJ/s1600/jjveiga.jpg&quot; imageanchor=&quot;1&quot; style=&quot;clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;&quot;&gt;&lt;img border=&quot;0&quot; src=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1TYswmJ2-z-C8ODVA1kKZUzBVGbs5JalQfdccgNs-HLnLr8AkLmVw26avHiZC5UfdWtxgXeDNTe3xC7Xqt5VzoME61ivLzj1OUIq825yPNWOT29XS5w2CCZ6_nV9UNUL8jZJ5Bha3iKdJ/s1600/jjveiga.jpg&quot; /&gt;&lt;/a&gt;&lt;/div&gt;
  6. &lt;div class=&quot;MsoTitle&quot; style=&quot;text-align: justify; text-indent: 0cm;&quot;&gt;
  7. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Você sempre pergunta pelas novidades daqui deste sertão, e finalmente posso lhe contar uma importante. Fique o compadre sabendo que agora temos aqui uma máquina imponente, que está entusiasmando todo o mundo. Desde que ela chegou - não me lembro quando, não sou muito bom em lembrar datas - quase não temos falado em outra coisa; e da maneira que o povo aqui se apaixona até pelos assuntos mais infantis, é de admirar que ninguém tenha brigado ainda por causa dela, a não ser os políticos.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  8. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;&lt;/span&gt;&lt;br /&gt;
  9. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  10. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;A máquina chegou uma tarde, quando as famílias estavam jantando ou acabando de jantar, e foi descarregada na frente da Prefeitura. Com os gritos dos choferes e seus ajudantes (a máquina veio em dois ou três caminhões) muita gente cancelou a sobremesa ou o café e foi ver que algazarra era aquela. Como geralmente acontece nessas ocasiões, os homens estavam mal-humorados e não quiseram dar explicações, esbarravam propositalmente nos curiosos, pisavam-lhes os pés e não pediam desculpa, jogavam pontas de cordas sujas de graxa por cima deles, quem não quisesse se sujar ou se machucar que saísse do caminho.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  11. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  12. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Descarregadas as várias partes da máquina, foram elas cobertas com encerados e os homens entraram num botequim do largo para comer e beber. Muita gente se amontoou na porta, mas ninguém teve coragem de se aproximar dos estranhos porque um deles, percebendo essa intenção nos curiosos, de vez em quando enchia a boca de cerveja e esguichava na direção da porta. Atribuímos essa esquiva ao cansaço e à fome deles e deixamos as tentativas de aproximação para o dia seguinte; mas quando os procuramos de manhã cedo na pensão, soubemos que eles tinham montado mais ou menos a máquina durante a noite e viajado de madrugada.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  13. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  14. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;A máquina ficou ao relento, sem que ninguém soubesse quem a encomendou nem para que servia. E claro que cada qual dava o seu palpite, e cada palpite era tão bom quanto outro.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  15. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  16. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;As crianças, que não são de respeitar mistério, como você sabe, trataram de aproveitar a novidade. Sem pedir licença a ninguém (e a quem iam pedir?), retiraram a lona e foram subindo em bando pela máquina acima - até hoje ainda sobem, brincam de esconder entre os cilindros e colunas, embaraçam-se nos dentes das engrenagens e fazem um berreiro dos diabos até que apareça alguém para soltá-las; não adiantam ralhos, castigos, pancadas; as crianças simplesmente se apaixonaram pela tal máquina.&lt;/span&gt;&lt;br /&gt;
  17. &lt;br /&gt;
  18. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;LEIA MAIS, clicando na frase abaixo&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  19. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  20. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;&lt;/span&gt;&lt;br /&gt;
  21. &lt;a name=&#39;more&#39;&gt;&lt;/a&gt;&lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;&lt;br /&gt;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  22. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  23. &lt;span style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Contrariando a opinião de certas pessoas que não quiseram se entusiasmar, e garantiram que em poucos dias a novidade passaria e a ferrugem tomaria conta do metal, o interesse do povo ainda não diminuiu. Ninguém passa pelo largo sem ainda parar diante da máquina, e de cada vez há um detalhe novo a notar. Até as velhinhas de igreja, que passam de madrugada e de noitinha, tossindo e rezando, viram o rosto para o lado da máquina e fazem uma curvatura discreta, só faltam se benzer. Homens abrutalhados, como aquele Clodoaldo seu conhecido, que se exibe derrubando boi pelos chifres no pátio do mercado, tratam a máquina com respeito; se um ou outro agarra uma alavanca e sacode com força, ou larga um pontapé numa das colunas, vê-se logo que são bravatas feitas por honra da firma, para manter fama de corajoso.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  24. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  25. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Ninguém sabe mesmo quem encomendou a máquina. O prefeito jura que não foi ele, e diz que consultou o arquivo e nele não encontrou nenhum documento autorizando a transação. Mesmo assim não quis lavar as mãos, e de certa forma encampou a compra quando designou um funcionário para zelar pela máquina.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  26. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  27. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Devemos reconhecer - aliás todos reconhecem - que esse funcionário tem dado boa conta do recado. A qualquer hora do dia, e às vezes também de noite, podemos vê-lo trepado lá por cima espanando cada vão, cada engrenagem, desaparecendo aqui para reaparecer ali, assoviando ou cantando, ativo e incansável. Duas vezes por semana ele aplica kaol nas partes de metal dourado, esfrega, sua, descansa, esfrega de novo - e a máquina fica faiscando como jóia.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  28. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  29. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Estamos tão habituados com a presença da máquina ali no largo, que se um dia ela desabasse, ou se alguém de outra cidade viesse buscá-la, provando com documentos que tinha direito, eu nem sei o que aconteceria, nem quero pensar. Ela é o nosso orgulho, e não pense que exagero. Ainda não sabemos para que ela serve, mas isso já não tem maior importância. Fique sabendo que temos recebido delegações de outras cidades, do estado e de fora, que vêm aqui para ver se conseguem comprá-la. Chegam como quem não quer nada, visitam o prefeito, elogiam a cidade, rodeiam, negaceiam, abrem o jogo: por quanto cederíamos a máquina. Felizmente o prefeito é de confiança e é esperto, não cai na conversa macia.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  30. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  31. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Em todas as datas cívicas a máquina é agora uma parte importante das festividades. Você se lembra que antigamente os feriados eram comemorados no coreto ou no campo de futebol, mas hoje tudo se passa ao pé da máquina. Em tempo de eleição todos os candidatos querem fazer seus comícios à sombra dela, e como isso não é possível, alguém tem de sobrar, nem todos se conformam e sempre surgem conflitos. Felizmente a máquina ainda não foi danificada nesses esparramos, e espero que não seja.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  32. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  33. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;A única pessoa que ainda não rendeu homenagem à máquina é o vigário, mas você sabe como ele é ranzinza, e hoje mais ainda, com a idade. Em todo caso, ainda não tentou nada contra ela, e ai dele. Enquanto ficar nas censuras veladas, vamos tolerando; é um direito que ele tem. Sei que ele andou falando em castigo, mas ninguém se impressionou.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  34. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  35. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Até agora o único acidente de certa gravidade que tivemos foi quando um caixeiro da loja do velho Adudes (aquele velhinho espigado que passa brilhantina no bigode, se lembra?) prendeu a perna numa engrenagem da máquina, isso por culpa dele mesmo. O rapaz andou bebendo em uma serenata, e em vez de ir para casa achou de dormir em cima da máquina. Não se sabe como, ele subiu à plataforma mais alta, de madrugada rolou de lá, caiu em cima de uma engrenagem e com o peso acionou as rodas. Os gritos acordaram a cidade, correu gente para verificar a causa, foi preciso arranjar uns barrotes e alavancas para desandar as rodas que estavam mordendo a perna do rapaz. Também dessa vez a máquina nada sofreu, felizmente. Sem a perna e sem o emprego, o imprudente rapaz ajuda na conservação da máquina, cuidando das partes mais baixas.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  36. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  37. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Já existe aqui um movimento para declarar a máquina monumento municipal - por enquanto. O vigário, como sempre, está contra; quer sabe a que seria dedicado o monumento. Você já viu que homem mais azedo?&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  38. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  39. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;Dizem que a máquina já tem feito até milagre, mas isso - aqui para nós - eu acho que é exagero de gente supersticiosa, e prefiro não ficar falando no assunto. Eu - e creio que também a grande maioria dos munícipes - não espero dela nada em particular; para mim basta que ela fique onde está, nos alegrando, nos inspirando, nos consolando.&amp;nbsp;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  40. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  41. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;O meu receio é que, quando menos esperarmos, desembarque aqui um moço de fora, desses despachados, que entendem de tudo, olhe a máquina por fora, por dentro, pense um pouco e comece a explicar a finalidade dela, e para mostrar que é habilidoso (eles são sempre muito habilidosos), peça na garagem um jogo de ferramentas, e sem ligar a nossos protestos se meta por baixo da máquina e desande a apertar, martelar, engatar, e a máquina comece a trabalhar. Se isso acontecer, estará quebrado o encanto e não existirá mais máquina.&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  42. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  43. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;&lt;br /&gt;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  44. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  45. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;&lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;J.J. Veiga. &quot;A máquina extraviada&quot;. In Os Cem Melhore&lt;/span&gt;&lt;i style=&quot;font-family: &#39;Times New Roman&#39;; text-indent: 48px;&quot;&gt;&lt;span style=&quot;color: #000066; font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot;; font-size: 13pt;&quot;&gt;s Contos Brasileiros do Século.&lt;/span&gt;&lt;/i&gt;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  46. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  47. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;&lt;span style=&quot;font-family: &amp;quot;times new roman&amp;quot;; text-indent: 48px;&quot;&gt;&lt;span style=&quot;color: #000066; font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot;; font-size: 13pt;&quot;&gt;Imagem na postagem: Retrato de J. J. Veiga&lt;/span&gt;&lt;/span&gt;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  48. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  49. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;&lt;span style=&quot;font-family: &amp;quot;times new roman&amp;quot;; text-indent: 48px;&quot;&gt;&lt;span style=&quot;color: #000066; font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot;; font-size: 13pt;&quot;&gt;Barrinhas gifs.&lt;/span&gt;&lt;/span&gt;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  50. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  51. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;&lt;span style=&quot;font-family: &amp;quot;times new roman&amp;quot;; text-indent: 48px;&quot;&gt;&lt;span style=&quot;color: #000066; font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot;; font-size: 13pt;&quot;&gt;&lt;br /&gt;&lt;/span&gt;&lt;/span&gt;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  52. &lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  53. &lt;/div&gt;
  54. &lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  55. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;font-family: &amp;quot;trebuchet ms&amp;quot; , sans-serif;&quot;&gt;&lt;a href=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiqQaBzdEanNnCcgC8t4GFaOYEO51WCW6vYGvN5tSCKBUv5lF-Ro47D3-Ry6m8ZTHB-ANqiLAZ_-MgOdYChB9BS8LQ621B_wlp4vpiQByTojahb2cLuZOJEDIiseCnJZTNDLPoT180bnci/s1600/barra015.gif&quot; imageanchor=&quot;1&quot; style=&quot;margin-left: 1em; margin-right: 1em;&quot;&gt;&lt;img border=&quot;0&quot; src=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiqQaBzdEanNnCcgC8t4GFaOYEO51WCW6vYGvN5tSCKBUv5lF-Ro47D3-Ry6m8ZTHB-ANqiLAZ_-MgOdYChB9BS8LQ621B_wlp4vpiQByTojahb2cLuZOJEDIiseCnJZTNDLPoT180bnci/s1600/barra015.gif&quot; /&gt;&lt;/a&gt;&lt;/span&gt;&lt;/div&gt;
  56. &lt;/div&gt;
  57. </content><link rel='replies' type='application/atom+xml' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/feeds/5553210268144072597/comments/default' title='Postar comentários'/><link rel='replies' type='text/html' href='http://www.blogger.com/comment.g?blogID=3086938242210938301&amp;postID=5553210268144072597&amp;isPopup=true' title='0 Comentários'/><link rel='edit' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default/5553210268144072597'/><link rel='self' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default/5553210268144072597'/><link rel='alternate' type='text/html' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/2016/04/voce-sempre-pergunta-pelas-novidades.html' title='J.J. Veiga - A Máquina extraviada'/><author><name>Unknown</name><email>noreply@blogger.com</email><gd:image rel='http://schemas.google.com/g/2005#thumbnail' width='16' height='16' src='https://img1.blogblog.com/img/b16-rounded.gif'/></author><media:thumbnail xmlns:media="http://search.yahoo.com/mrss/" url="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1TYswmJ2-z-C8ODVA1kKZUzBVGbs5JalQfdccgNs-HLnLr8AkLmVw26avHiZC5UfdWtxgXeDNTe3xC7Xqt5VzoME61ivLzj1OUIq825yPNWOT29XS5w2CCZ6_nV9UNUL8jZJ5Bha3iKdJ/s72-c/jjveiga.jpg" height="72" width="72"/><thr:total>0</thr:total></entry><entry><id>tag:blogger.com,1999:blog-3086938242210938301.post-5581162769256384518</id><published>2016-04-15T08:22:00.001-03:00</published><updated>2016-04-15T08:22:23.334-03:00</updated><title type='text'>Comentário  do conto A Máquina extraviada</title><content type='html'>&lt;div&gt;
  58. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  59. &lt;div&gt;
  60. &lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  61. &lt;a href=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ-vO9Q2Nu0pI4ADD10Qla5Uy-DBG4ZHmulmskIt83ZT46WIY9_s8-35Y_hoBFkTAKK9VBtF5a4cgZh9e-DuX7iinuqHTGwstvbpeBXMRqFlubgS2WaoOKhSJP1OZR1KgD9I3eDMbhplVe/s1600/fotscliar.jpg&quot; imageanchor=&quot;1&quot; style=&quot;clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;&quot;&gt;&lt;img border=&quot;0&quot; height=&quot;200&quot; src=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ-vO9Q2Nu0pI4ADD10Qla5Uy-DBG4ZHmulmskIt83ZT46WIY9_s8-35Y_hoBFkTAKK9VBtF5a4cgZh9e-DuX7iinuqHTGwstvbpeBXMRqFlubgS2WaoOKhSJP1OZR1KgD9I3eDMbhplVe/s200/fotscliar.jpg&quot; width=&quot;137&quot; /&gt;&lt;/a&gt;&lt;/div&gt;
  62. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  63. Moacyr Scliar nasceu em Porto Alegre (RS), no Bom Fim, em 23 de março de 1937. Os seus contos assinalam seu talento e o vigor da sua ficção, na qual os jogos do poder e da paixão são mostrados sob perspectivas surpreendentes, em tom de humor e fantasia. Sua ficção é, quase sempre, pessimista e irônica quanto às desgraças humanas, com a crueldade da humanidade, que não receia desmascarar, quando escondidas sobre as supostas boas-intenções que costumam apresentar para serem mesquinhos e egoístas.&lt;br /&gt;
  64. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  65. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  66. Logo à primeira leitura do conto, dois elementos chamaram-me a atenção: os nomes dados às duas personagens e a sua relação com a caracterização de ambas, apontando para as diferenças contrastantes ente elas, como um dos caminhos possíveis para a compreensão do texto e da crítica social que nele está embutida.&lt;/div&gt;
  67. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  68. O nome “Bárbara” significa pessoa sem civilização, selvagem, inculta, desumana, rude. Por sua vez, “Angelina” provém da palavra anjo, significando pessoa bondosa, virtuosa, caritativa. Comparando os dois nomes, percebe-se uma polaridade entre eles, ensejada pela conotação negativa de um e positiva do outro. Este contraste entre as personagens tem continuidade na descrição dos traços individuais de cada uma delas.&lt;/div&gt;
  69. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  70. Ao devorar os próprios membros e abrir o ventre, sangrando apesar dos torniquetes, Angelina não morre no tempo esperado. Pelas leis naturais que regem o nosso mundo, não há explicação para tal fato. Mesmo assim, o conto não se enquadraria no Fantástico, mas sim de uma alegoria. Neste caso, podemos admitir que o narrador, lança mão da história de Bárbara e Angelina como uma estratégia crítica para apontar as mazelas que tipificam as relações entre duas classes sociais coexistentes em nossa sociedade: a classe alta, representada pela rica Bárbara e a classe média desprivilegiada, representada por Angelina.&lt;/div&gt;
  71. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  72. Esse conto nos revela duas faces do ser humano: uma está relacionada ao ato de antropofagia coletiva, em que uma classe social privilegiada esmaga e destrói a classe social desprivilegiada, considerada inferior, sem se preocupar com sentimentos e interesses que não sejam os seus ou com necessidades, que não sejam as suas. A outra face liga-se à autodestruição passiva do indivíduo ou da classe que crê nas palavras enganosas e na hipocrisia dos “antropófagos bolivianos” que circulam pela sociedade, nas mentiras proferidas por quem está no poder para manter sua situação de superioridade e de privilégios.&lt;/div&gt;
  73. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  74. ____________________________________________&lt;/div&gt;
  75. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  76. Imagem na postagem: Foto de Moacyr Scliar.&lt;/div&gt;
  77. &lt;/div&gt;
  78. </content><link rel='replies' type='application/atom+xml' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/feeds/5581162769256384518/comments/default' title='Postar comentários'/><link rel='replies' type='text/html' href='http://www.blogger.com/comment.g?blogID=3086938242210938301&amp;postID=5581162769256384518&amp;isPopup=true' title='0 Comentários'/><link rel='edit' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default/5581162769256384518'/><link rel='self' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default/5581162769256384518'/><link rel='alternate' type='text/html' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/2016/04/comentario-do-conto-maquina-extraviada.html' title='Comentário  do conto A Máquina extraviada'/><author><name>Unknown</name><email>noreply@blogger.com</email><gd:image rel='http://schemas.google.com/g/2005#thumbnail' width='16' height='16' src='https://img1.blogblog.com/img/b16-rounded.gif'/></author><media:thumbnail xmlns:media="http://search.yahoo.com/mrss/" url="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ-vO9Q2Nu0pI4ADD10Qla5Uy-DBG4ZHmulmskIt83ZT46WIY9_s8-35Y_hoBFkTAKK9VBtF5a4cgZh9e-DuX7iinuqHTGwstvbpeBXMRqFlubgS2WaoOKhSJP1OZR1KgD9I3eDMbhplVe/s72-c/fotscliar.jpg" height="72" width="72"/><thr:total>0</thr:total></entry><entry><id>tag:blogger.com,1999:blog-3086938242210938301.post-361971451638123</id><published>2014-12-30T00:02:00.002-03:00</published><updated>2016-04-19T17:47:04.337-03:00</updated><title type='text'>Murilo Rubião: O Pirotécnico Zacarias.</title><content type='html'>&lt;div class=&quot;MsoNormal&quot;&gt;
  79. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  80. &lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  81. &lt;a href=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPpEuooq3Js7InAYepvXPw6o-oGemzyOPXNJ8Avog9MrqxjHSM-AqlK7ktfcXspce5Y8nnfDWtIkulLRipWYuRArNa_jQlO-9D3WOKsVIKeXPbV0LzH6QdurPMcpRz_4YuNwZgaJcJ_A4/s1600/O+Pirot%C3%A9cnico+Zacarias.jpg&quot; imageanchor=&quot;1&quot; style=&quot;clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;&quot;&gt;&lt;img border=&quot;0&quot; src=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPpEuooq3Js7InAYepvXPw6o-oGemzyOPXNJ8Avog9MrqxjHSM-AqlK7ktfcXspce5Y8nnfDWtIkulLRipWYuRArNa_jQlO-9D3WOKsVIKeXPbV0LzH6QdurPMcpRz_4YuNwZgaJcJ_A4/s1600/O+Pirot%C3%A9cnico+Zacarias.jpg&quot; /&gt;&lt;/a&gt;&lt;/div&gt;
  82. &quot;E se levantará pela tarde sobre ti uma luz como a do meio-dia; e quando te julgares consumido, nascerás como a estrela-d&#39;alva.”..(Jó, XI, 17)&lt;/div&gt;
  83. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  84. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  85. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  86. Raras são as vezes que, nas conversas de amigos meus, ou de pessoas das minhas relações, não surja esta pergunta. Teria morrido o pirotécnico Zacarias?...A esse respeito as opiniões são divergentes. Uns acham que estou vivo - o morto tinha apenas alguma semelhança comigo. Outros, mais supersticiosos, acreditam que a minha morte pertence ao rol dos fatos consumados e o indivíduo a quem andam chamando Zacarias não passa de uma alma penada, envolvida por um pobre invólucro humano. Ainda há os que afirmam de maneira categórica o meu falecimento e não aceitam o cidadão existente como sendo Zacarias, o artista pirotécnico, mas alguém muito parecido com o finado.&lt;/div&gt;
  87. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  88. Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu corpo não foi enterrado. A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o assunto sou eu. Porém estou impedido de fazê-lo porque os meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam pela frente. Quando apanhados de surpresa, ficam estarrecidos e não conseguem articular uma palavra.&lt;/div&gt;
  89. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  90. Em verdade morri, o que vem de encontro à versão dos que crêem na minha morte. Por outro lado, também não estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer, com mais agrado do que anteriormente. A princípio foi azul, depois verde, amarelo e negro. Um negro espesso, cheio de listras vermelhas, de um vermelho compacto, semelhante a densas fitas de sangue. Sangue pastoso com pigmentos amarelados, de um amarelo esverdeado, tênue, quase sem cor.&lt;/div&gt;
  91. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  92. Quando tudo começava a ficar branco, veio um automóvel e me matou.&lt;/div&gt;
  93. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  94. - Simplício Santana de Alvarenga!....&lt;/div&gt;
  95. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  96. - Presente!....&lt;/div&gt;
  97. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  98. Senti rodar-me a cabeça, o corpo balançar, como se me faltasse o apoio do solo. Em seguida fui arrastado por uma força poderosa, irresistível. Tentei agarrar-me às árvores, cujas ramagens retorcidas, puxadas para cima, escapavam aos meus dedos. Alcancei mais adiante, com as mãos, uma roda de fogo, que se pôs a girar com grande velocidade por entre elas, sem queimá-las, todavia.&lt;/div&gt;
  99. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  100. - &quot;Meus senhores: na luta vence o mais forte e o momento é de decisões supremas. Os que desejarem sobreviver ao tempo tirem os seus chapéus!”.&lt;/div&gt;
  101. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  102. (Ao meu lado dançavam fogos de artifício, logo devorados pelo arco-íris.)....&lt;/div&gt;
  103. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  104. - Simplício Santana de Alvarenga!.&lt;/div&gt;
  105. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  106. - Não está?.&lt;/div&gt;
  107. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  108. - Tire a mão da boca, Zacarias!.&lt;/div&gt;
  109. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  110. - Quantos são os continentes?&lt;/div&gt;
  111. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  112. - E a Oceania?.&lt;/div&gt;
  113. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  114. Dos mares da China não mais virão as quinquilharias.&lt;/div&gt;
  115. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  116. A professora magra, esquelética, os olhos vidrados, empunhava na mão direita uma dúzia de foguetes. As varetas eram compridas, tão longas que obrigavam D. Josefina a ter os pés distanciados uns dois metros do assoalho e a cabeça, coberta por fios de barbante, quase encostada no teto.....&lt;/div&gt;
  117. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  118. - Simplício Santana de Alvarenga!....&lt;/div&gt;
  119. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  120. - Meninos, amai a verdade!....&lt;/div&gt;
  121. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  122. A noite estava escura. Melhor, negra. Os filamentos brancos não tardariam a cobrir o céu. Caminhava pela estrada. Estrada do Acaba Mundo: algumas curvas, silêncio, mais sombras que silêncio. O automóvel não buzinou de longe. E nem quando já se encontrava perto de mim, enxerguei os seus faróis. Simplesmente porque não seria naquela noite que o branco desceria até a terra.&lt;/div&gt;
  123. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  124. As moças que vinham no carro deram gritos histéricos e não se demoraram a desmaiar. Os rapazes falaram baixo, curaram-se instantaneamente da bebedeira e se puseram a discutir qual o melhor destino a ser dado ao cadáver.&lt;br /&gt;
  125. &lt;br /&gt;
  126. [LEIA MAIS, clicando na frase abaixo.]&lt;br /&gt;
  127. &lt;br /&gt;
  128. &lt;a name=&#39;more&#39;&gt;&lt;/a&gt;&lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  129. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  130. A princípio foi azul, depois verde, amarelo e negro. Um negro espesso, cheio de listras vermelhas, de um vermelho compacto, semelhante a densas fitas de sangue. Sangue pastoso com pigmentos amarelados, de um amarelo esverdeado, quase sem cor. Sem cor jamais quis viver. Viver, cansar bem os músculos, andando pelas ruas cheias de gente, ausentes de homens. Havia silêncio, mais sombras que silêncio, porque os rapazes não mais discutiam baixinho. Falavam com naturalidade, dosando a gíria. Também o ambiente repousava na mesma calma e o cadáver - o meu ensangüentado cadáver - não protestava contra o fim que os moços lhe desejavam dar.....&lt;/div&gt;
  131. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  132. A idéia inicial, logo rejeitada, consistia em me transportar para a cidade, onde me deixariam no necrotério. Após breve discussão, todos os argumentos analisados com frieza, prevaleceu a opinião de que meu corpo poderia sujar o carro. E havia ainda o inconveniente das moças não se conformarem em viajar ao lado de um defunto. (Neste ponto eles estavam redonda- mente enganados, como explicarei mais tarde.).&lt;/div&gt;
  133. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  134. Um dos moços, rapazola forte e imberbe - o único que se impressionara com o acidente e permanecera calado e aflito no decorrer dos acontecimentos -, propôs que se deixassem as garotas na estrada e me levassem para o cemitério. Os companheiros não deram importância à proposta. Limitaram-se a condenar o mau gosto de Jorginho - assim lhe chamavam - e a sua insensatez em interessar-se mais pelo destino do cadáver do que pelas lindas pequenas que os acompanhavam.....&lt;/div&gt;
  135. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  136. O rapazola notou a bobagem que acabara de proferir e, sem encarar de frente os componentes da roda, pôs-se a assoviar, visivelmente encabulado. Não pude evitar a minha imediata simpatia por ele, em virtude da sua razoável sugestão, debilmente formulada aos que decidiam a minha sorte. Afinal, as longas caminhadas cansam indistintamente defuntos e vivos. (Este argumento não me ocorreu no momento.)....&lt;/div&gt;
  137. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  138. Discutiram em seguida outras soluções e, por fim, consideraram que me lançar ao precipício, um fundo precipício, que margeava a estrada, limpar o chão manchado de sangue, lavar cuidadosamente o carro, quando chegassem a casa, seria o alvitre mais adequado ao caso e o que melhor conviria a possíveis complicações com a polícia, sempre ávida de achar mistério onde nada existe de misterioso. Mas aquele seria um dos poucos desfechos que não me interessavam.....&lt;/div&gt;
  139. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  140. Ficar jogado em um buraco, no meio de pedras e ervas, tornava-se para mim uma idéia insuportável. E ainda: o meu corpo poderia, ao rolar pelo barranco abaixo, ficar escondido entre a vegetação, terra e pedregulhos. Se tal acontecesse, jamais seria descoberto no seu improvisado túmulo e o meu nome não ocuparia as manchetes dos Jornais..... Não, eles não podiam roubar-me nem que fosse um pequeno necrológio no principal matutino da cidade. Precisava agir rápido e decidido:....&lt;/div&gt;
  141. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  142. - Alto lá! Também quero ser ouvido!....&lt;/div&gt;
  143. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  144. Jorginho empalideceu, soltou um grito surdo, tombando desmaiado, enquanto os seus amigos, algo admirados por verem um cadáver falar, se dispunham a ouvir-me. Sempre tive confiança na minha faculdade de convencer os adversários, em meio às discussões. Não sei se pela força da lógica ou se por um dom natural, a verdade é que, em vida, eu vencia qualquer disputa dependente de argumentação segura e irretorquível. A morte não extinguira essa faculdade. E a ela os meus matadores fizeram justiça. Após curto debate, no qual expus com clareza os meus argumentos, os rapazes ficaram indecisos, sem encontrar uma saida que atendesse, a contento, às minhas razões e ao programa da noite, a exigir prosseguimento. Para tornar mais confusa a situação, sentiam a impossibilidade de dar rumo a um defunto que não perdera nenhum dos predicados geralmente atribuidos aos vivos.&lt;/div&gt;
  145. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  146. Se a um deles não ocorresse uma sugestão, imediatamente aprovada, teríamos permanecido no impasse. Propunha incluir-me no grupo e, juntos, terminarmos a farra, interrompida com o meu atropelamento. Entretanto, outro obstáculo nos conteve: as moças eram somente três, isto é, em número igual ao de rapazes. Faltava uma para mim e eu não aceitava fazer parte da turma desacompanhado. O mesmo rapaz que aconselhara a minha inclusão no grupo encontrou a fórmula conciliatória, sugerindo que abandonassem o colega desmaiado na estrada. Para melhorar o meu aspecto, concluiu, bastaria trocar as minhas roupas pelas de Jorginho, que me prontifiquei a fazer rapidamente.....&lt;/div&gt;
  147. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  148. Depois de certa relutância em abandonar o companheiro, concordaram todos (homens e mulheres, estas já restabelecidas do primitivo desmaio) que ele fora fraco e não soubera enfrentar com dignidade a situação. Portanto, era pouco razoável que se perdesse tempo fazendo considerações sentimentais em torno da sua pessoa.&lt;/div&gt;
  149. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  150. Do que aconteceu em seguida não guardo recordações muito nítidas. A bebida que antes da minha morte pouco me afetava, teve sobre o meu corpo defunto uma ação surpreendente. Pelos meus olhos entravam estrelas, luzes cujas cores ignorava, triângulos absurdos, cones e esferas de marfim, rosas negras, cravos em forma de lírios, lírios transformados em mãos. E a ruiva, que me fora destinada, enlaçando-me o pescoço com o corpo transmudado em longo braço metálico.....&lt;/div&gt;
  151. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  152. Ao clarear o dia saí da semiletargia em que me encontrava. Alguém me perguntava onde eu desejava ficar. Recordo-me que insisti em descer no cemitério, ao que me responderam ser impossível, pois àquela hora ele se encontrava fechado. Repeti diversas vezes a palavra cemitério. (Quem sabe nem chegasse a repeti-la, mas somente movesse os lábios, procurando ligar as palavras às sensações longínquas do meu delírio policrômico.)....&lt;/div&gt;
  153. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  154. Por muito tempo se prolongou em mim o desequilíbrio entre o mundo exterior e os meus olhos, que não se acomodavam ao colorido das paisagens estendidas na minha frente. Havia ainda o medo que sentia, desde aquela madrugada, quando constatei que a morte penetrara no meu corpo.....&lt;/div&gt;
  155. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  156. Não fosse o ceticismo dos homens, recusando-se aceitar-me vivo ou morto, eu poderia abrigar a ambição de construir uma nova existência. Tinha ainda que lutar contra o desatino que, às vezes, se tornava senhor dos meus atos e obrigava-me a buscar, ansioso, nos jornais, qualquer notícia que elucidasse o mistério que cercava o meu falecimento. Fiz várias tentativas para estabelecer contato com meus companheiros da noite fatal e o resultado foi desencorajador. E eles eram a esperança que me restava para provar quão real fora a minha morte. Amanhã o dia poderá nascer claro, o sol brilhando como nunca brilhou.....&lt;/div&gt;
  157. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  158. No passar dos meses, tornou-se menos intenso o meu sofrimento e menor a minha frustração ante a dificuldade de convencer os amigos que Zacarias que anda pelas ruas da cidade é o mesmo artista pirotécnico de outros tempos, com a diferença que aquele era vivo e este, um defunto. Só um pensamento me oprime: que acontecimentos o destino reservará a um morto se os vivos respiram uma vida agonizante? E a minha angústia cresce ao sentir, na sua plenitude, que a minha capacidade de amar, discernir as coisas, é bem superior à dos seres que por mim passam assustados...&lt;/div&gt;
  159. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  160. Nessa hora os homens compreenderão que, mesmo à margem da vida, ainda vivo, porque a minha existência se transmudou em cores e o branco já se aproxima da terra para exclusiva ternura dos meus olhos...&lt;/div&gt;
  161. &lt;/div&gt;
  162. &lt;div class=&quot;MsoNormal&quot; style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  163. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  164. &lt;div class=&quot;MsoNormal&quot;&gt;
  165. Autor: Murilo Rubião.&lt;/div&gt;
  166. &lt;div class=&quot;MsoNormal&quot;&gt;
  167. Imagem na postagem: A capa do livro O Pirotécnico Zacarias. S. Paulo: Editora Ática, 1978.&lt;/div&gt;
  168. &lt;div class=&quot;MsoNormal&quot;&gt;
  169. Barrinhas Gifs&lt;/div&gt;
  170. &lt;div class=&quot;MsoNormal&quot;&gt;
  171. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  172. &lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  173. &lt;/div&gt;
  174. &lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  175. &lt;a href=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic2Ky_yu_TLXIcRw8_jyG-rT5hKAhPZyg66uyPlwg2xWvy1jHtmzpjHpq-7SXuNMC_Y_Vzeq1faXqaqMF1Sl7t0LDurR-EcSDypBT7eIrGuZ0ywu8QT9OyoDoS5ih7srWWYf6JaEofWgo/s1600/13animation006ss5.gif&quot; imageanchor=&quot;1&quot; style=&quot;margin-left: 1em; margin-right: 1em;&quot;&gt;&lt;img border=&quot;0&quot; src=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic2Ky_yu_TLXIcRw8_jyG-rT5hKAhPZyg66uyPlwg2xWvy1jHtmzpjHpq-7SXuNMC_Y_Vzeq1faXqaqMF1Sl7t0LDurR-EcSDypBT7eIrGuZ0ywu8QT9OyoDoS5ih7srWWYf6JaEofWgo/s1600/13animation006ss5.gif&quot; /&gt;&lt;/a&gt;&lt;/div&gt;
  176. </content><link rel='replies' type='application/atom+xml' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/feeds/361971451638123/comments/default' title='Postar comentários'/><link rel='replies' type='text/html' href='http://www.blogger.com/comment.g?blogID=3086938242210938301&amp;postID=361971451638123&amp;isPopup=true' title='0 Comentários'/><link rel='edit' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default/361971451638123'/><link rel='self' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default/361971451638123'/><link rel='alternate' type='text/html' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/2014/12/murilo-rubiao-o-pirotecnico-zacarias.html' title='Murilo Rubião: O Pirotécnico Zacarias.'/><author><name>Unknown</name><email>noreply@blogger.com</email><gd:image rel='http://schemas.google.com/g/2005#thumbnail' width='16' height='16' src='https://img1.blogblog.com/img/b16-rounded.gif'/></author><media:thumbnail xmlns:media="http://search.yahoo.com/mrss/" url="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPpEuooq3Js7InAYepvXPw6o-oGemzyOPXNJ8Avog9MrqxjHSM-AqlK7ktfcXspce5Y8nnfDWtIkulLRipWYuRArNa_jQlO-9D3WOKsVIKeXPbV0LzH6QdurPMcpRz_4YuNwZgaJcJ_A4/s72-c/O+Pirot%C3%A9cnico+Zacarias.jpg" height="72" width="72"/><thr:total>0</thr:total></entry><entry><id>tag:blogger.com,1999:blog-3086938242210938301.post-4552723578389725578</id><published>2014-12-29T23:59:00.003-03:00</published><updated>2014-12-29T23:59:15.253-03:00</updated><title type='text'>Comentário do conto O Pirotécnico Zacarias.</title><content type='html'>&lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  177. &lt;a href=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIaZEv2T9HQf52oMqYTzcLG1IDorF0f-ok1_rvvCPzw_RHfMBXP8cc-wgxGRfexw0LyBo8Lbx2ObyoIXvgp5Zzv8sJb0oqYVI6e07FWELnRLj4Sb7rPTdUFmPvBOWV5SXDu5jULyJt2zU/s1600/Scrivere.jpg&quot; imageanchor=&quot;1&quot; style=&quot;clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;&quot;&gt;&lt;img border=&quot;0&quot; src=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIaZEv2T9HQf52oMqYTzcLG1IDorF0f-ok1_rvvCPzw_RHfMBXP8cc-wgxGRfexw0LyBo8Lbx2ObyoIXvgp5Zzv8sJb0oqYVI6e07FWELnRLj4Sb7rPTdUFmPvBOWV5SXDu5jULyJt2zU/s1600/Scrivere.jpg&quot; height=&quot;216&quot; width=&quot;320&quot; /&gt;&lt;/a&gt;&lt;/div&gt;
  178. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  179. O Pirotécnico Zacarias é um dos melhores contos de Murilo Rubião. Nele, temos um narrador autodiegético (um narrador que protagoniza a história que narra) e que, considerando se trata de um “morto vivo”, instaura o efeito fantástico na narrativa, na medida em que, paradoxalmente, narra a própria morte, movimentando-se em um plano no qual estão eliminados os limites entre VIDA e MORTE. Tal condição abre espaço para Zacarias transitar livremente de um estado para outro, além de permitir que ele viva simultaneamente esses dois estados antagônicos e inconciliáveis.&lt;/div&gt;
  180. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  181. Esta insólita situação rompe radicalmente com o princípios da lógica, resvalando para uma inconcebível contradição, na proporção em que contraria o princípio estabelecido segundo o qual duas proposições que mutuamente se contradizem não podem ser consideradas verdadeiras e, portanto, jamais será possível afirmar e negar concomitantemente a mesma coisa, sob pena de provocar uma negação do real. A transgressão de tal princípio significaria o advento de uma nova lógica que irromperia sob a égide do princípio da contradição, via absurdo.&lt;/div&gt;
  182. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  183. Esta lógica contraditória e insólita é a que rege a instauração do fantástico muriliano neste conto, na qual qualquer tipo de diferença é banida, permitindo que estados tão diferenciados, antinômicos e inconciliáveis sejam nivelados, confundindo-se no indizível do fantástico.&lt;/div&gt;
  184. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  185. No próprio conto são levantadas algumas respostas lógicas pelas personagens que tentam encontrar uma explicação para o inusitado fato que testemunham. Daí o surgimento de indagações: “Teria morrido o pirotécnico Zacarias?” As possíveis explicações lógicas e verossímeis são dadas na narrativa, à guisa de excluir ou dirimir o paradoxo instaurador do fantástico. Duas hipóteses de explicação, que reduziria o efeito fantástico a um mero fato natural, sem mistério, são discutidas:&lt;/div&gt;
  186. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  187. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  188. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  189. 1) O pirotécnico estaria vivo e o morto não passava de alguém parecido com ele.&lt;/div&gt;
  190. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  191. 2) O pirotécnico estaria morto e o vivo era alguém parecido com ele.&lt;/div&gt;
  192. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  193. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  194. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  195. Ora bem, a escolha, pelo leitor, de qualquer uma das sugestões dissolveria o paradoxo e, consequentemente, excluiria o elemento fantástico. Todavia, se, por um lado, ambas as escolhas são lógicas e coerentes, ambas neutralizariam o efeito fantástico, por outro lado elas são igualmente possíveis. Sendo assim, a ambigüidade típica do fantástico permaneceria: O pirotécnico poderá estar vivo ou poderá estar morto.&lt;/div&gt;
  196. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  197. O conto questiona a condição existencial do homem, a sua condição dramática, a sua tragédia individual: Zacarias só tem a sua existência reconhecida depois que morre. Quando era vivo, todos o ignoravam, nunca o perceberam como um ser humano. Ele passa a ter existência no âmbito do trágico.&lt;/div&gt;
  198. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  199. O texto convida a uma reflexão sobre a realidade humana. Afinal, o que é o homem antes e depois de sua morte? Em qual das duas condições ele existe mais? Esta resposta cabe aos leitores responderem.&lt;/div&gt;
  200. ______________________&lt;br /&gt;
  201. &lt;br /&gt;
  202. &lt;span class=&quot;Apple-style-span&quot; style=&quot;color: #010101; font-family: &#39;Trebuchet MS&#39;;&quot;&gt;Imagem na postagem: Foto de Murilo Rubião.&lt;/span&gt;&lt;br /&gt;
  203. &lt;div class=&quot;MsoNormal&quot; style=&quot;margin-left: -9pt;&quot;&gt;
  204. &lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  205. &lt;/div&gt;
  206. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  207. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  208. &lt;div class=&quot;separator&quot; style=&quot;clear: both; text-align: center;&quot;&gt;
  209. &lt;a href=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6QR9NvSMacpF0T76kZcSGLqE7dSKySTSswg-nzk8XJV3AEgxu9LP31Uq-hzMin-vV3zQzsWeZRAO1EF5Y7ntiPbKm_fZi_7H0xUdzX36JSEn_SM72OFQ-p1doC_3OsTdZ2yVUA4EPIUjC/s1600/28518646.gif&quot; imageanchor=&quot;1&quot; style=&quot;margin-left: 1em; margin-right: 1em;&quot;&gt;&lt;img border=&quot;0&quot; src=&quot;https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6QR9NvSMacpF0T76kZcSGLqE7dSKySTSswg-nzk8XJV3AEgxu9LP31Uq-hzMin-vV3zQzsWeZRAO1EF5Y7ntiPbKm_fZi_7H0xUdzX36JSEn_SM72OFQ-p1doC_3OsTdZ2yVUA4EPIUjC/s1600/28518646.gif&quot; /&gt;&lt;/a&gt;&lt;/div&gt;
  210. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  211. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  212. &lt;div style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;
  213. &lt;br /&gt;&lt;/div&gt;
  214. &lt;/div&gt;
  215. </content><link rel='replies' type='application/atom+xml' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/feeds/4552723578389725578/comments/default' title='Postar comentários'/><link rel='replies' type='text/html' href='http://www.blogger.com/comment.g?blogID=3086938242210938301&amp;postID=4552723578389725578&amp;isPopup=true' title='0 Comentários'/><link rel='edit' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default/4552723578389725578'/><link rel='self' type='application/atom+xml' href='http://www.blogger.com/feeds/3086938242210938301/posts/default/4552723578389725578'/><link rel='alternate' type='text/html' href='http://ofantasticoliterarionaweb.blogspot.com/2014/12/comentario-do-conto-o-pirotecnico.html' title='Comentário do conto O Pirotécnico Zacarias.'/><author><name>Unknown</name><email>noreply@blogger.com</email><gd:image rel='http://schemas.google.com/g/2005#thumbnail' width='16' height='16' src='https://img1.blogblog.com/img/b16-rounded.gif'/></author><media:thumbnail xmlns:media="http://search.yahoo.com/mrss/" url="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIaZEv2T9HQf52oMqYTzcLG1IDorF0f-ok1_rvvCPzw_RHfMBXP8cc-wgxGRfexw0LyBo8Lbx2ObyoIXvgp5Zzv8sJb0oqYVI6e07FWELnRLj4Sb7rPTdUFmPvBOWV5SXDu5jULyJt2zU/s72-c/Scrivere.jpg" height="72" width="72"/><thr:total>0</thr:total></entry></feed>

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