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<span lang="PT-BR"> <div align="justify">
RESUMO: Este relatório expõe uma reflexão sobre a prática docente do ensino de filosofia do profissional professor do ensino de filosofia como experiência filosófica para os alunos do ensino médio. <b>No primeiro momento </b>abordaremos a caracterização do espaço pedagógico, a organização geral do <b>estágio supervisionado I</b>, a identificação da unidade escolar e a caracterização da estrutura administrativa-pedagógica. Em seguida argumentar a elaboração e a execução da proposta do Projeto Político pedagógico [PPP] da escola e o histórico da escola. No entanto, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação para que o professor e todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão, porém, se o projeto da escola está engavetado, desatualizado e com muitas informações faltantes ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo, inová-lo e repensá-lo, sendo que não é preciso refazê-lo a missão todo ano. Geralmente o PPP dura de dois a cinco anos. Mas afinal o Projeto Político Pedagógico é uma relação regulatória ou emancipatória? Como a escola está estruturando e implementando o seu Projeto Político Pedagógico?<b> No segundo momento</b>, trataremos sobre o ensino de filosofia com adolescentes, e suas implicações no processo ensino-aprendizagem de filosofia no ensino médio na sala de aula. Ainda fica algumas indagações: Para que serve a Filosofia? Para que estudar Filosofia? Qual seria, então, a utilidade social e filosófica desta disciplina na formação de alunos e alunas? Percebemos que ambos nos colocamos desde o início algumas questões: Como se dá o encontro filosofia e escola? É possível pensar, por exemplo, a educação de uma forma filosófica, crítica, transformadora, dentro da própria escola? Qual pode ser o alcance da filosofia? Como pensar novas formas de presença da filosofia? O que há de específico na filosofia e em seu ensino? A disciplina de filosofia é inútil? Útil? Isso nos coloca outro problema: quais as possibilidades de dar lugar a uma prática filosófica nessa perspectiva, considerando que ela tem pouco em comum com o modelo de escola que temos e com o tipo de sujeito constituído nestas práticas escolares? Quais as possibilidades de dar lugar ao pensar como atividade e experiência do sujeito? Ao pensar que liga o sujeito ao mundo e a si mesmo? Portanto, este estudo trará ganhos de grandes contribuições e importância dos autores como, o professor argentino Alejando Cerletti, Gabrielle Cornelli e Roberto Goto no que se refere ao aperfeiçoamento dos educadores de filosofia, contribuindo para que o ensino de filosofia seja significativo e de qualidade para os alunos, fazendo com que estes obtenham resultados positivos na aquisição desse conhecimento. É interessante assinalar que as escolas públicas possuem uma estrutura muito precária, os alunos(as) possuem um comportamento antisocial, sendo que alguns não sabem ainda o que é respeito à cidadania, e inclusive há falta de respeito entre os(as) alunos(as) e professores(as). Mas, afinal, o que é respeito? O que é cidadania? O que é identidade? Muitas perguntas, muitas respostas. Neste sentido podemos perceber, filosoficamente, o cotidiano em que nós estamos vivendo, ou seja, a ação de cada alunos(as), aliás, como anda o comportamento dos alunos(as) no ensino médio? Como se vê, diante desses relatos percebe-se que não há qualquer tipo de teoria filosófica na escola pública, na qual os alunos(as) se interessam por ela, e nem sabem o que é filosofia. E atualmente, tem espaço para a filosofia? É possível ter autoridade em sala de aula sem ser autoritário? Qual a concepção de língua e de gíria dos professores(as) do ensino de Filosofia no ensino médio? Qual a sua atitude perante a gíria? Uso e aceitação? Não! Rejeição das gírias por professores do ensino de Filosofia no ensino médio? Sim!<b> </b>Qual a influência que esta concepção traz para suas práticas pedagógicas na sala de aula no ensino de Filosofia?<b> No terceiro momento</b> trata-se de uma análise historiográfica/filosófica como um exercício de fundamentação teórica metodológica nos dizeres das teorias culturais na Escola de Frankfurt proposta pelos filósofos, pensadores e pesquisadores alemães, sendo que os membros originais da Escola de Frankfurt foram </div>
</span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Max_Horkheimer"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Max Horkheimer</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Theodor_W._Adorno"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Theodor W. Adorno</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Herbert_Marcuse"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Herbert Marcuse</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Friedrich_Pollock"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Friedrich Pollock</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Erich_Fromm"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Erich Fromm</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Otto_Kirchheimer"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Otto Kirchheimer</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"> e </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Leo_L%C3%B6wenthal"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Leo Löwenthal</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">. Na "Segunda geração" de teóricos da Escola de Frankfurt incluía: </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/J%C3%BCrgen_Habermas"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Jürgen Habermas</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Franz_Neumann"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Franz Neumann</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Oskar_Negt"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Oskar Negt</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Alfred_Schmidt"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Alfred Schmidt</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Albrecht_Wellmer"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Albrecht Wellmer</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"> e </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Axel_Honneth"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Axel Honneth</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">. Pessoas que foram temporariamente associadas com o </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Instituto_para_Pesquisa_Social_de_Frankfurt"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"> e teóricos da Escola de Frankfurt incluem: </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Walter_Benjamin"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Walter Benjamin</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Siegfried_Kracauer&amp;action=edit&amp;redlink=1"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Siegfried Kracauer</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">, </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Karl_August_Wittfogel"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Karl August Wittfogel</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"> e </span><a href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Alfred_Sohn-Rethel&amp;action=edit&amp;redlink=1"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Alfred Sohn-Rethel</span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"> que analisaram as conseqüências sociais produzidas pela indústria cultural. Na cultura social de massa, consumidora dos bens culturais que supostamente trarão a sua identidade heterogênea e fragmentada em estado de redescobrimento. Mas, afinal, é possível perceber historiograficamente e fenomenologicamente o processo de identidade mental de cada aluno(a)? Como isso ocorre? <b>E por fim [quarto momento]</b>, percebemos, o diálogo com os alunos (as) sobre a prática do ensino de filosofia direcionada na articulação conceitual para análise do heavy metal na observação no Colégio Estadual Dr. Elpídio de Almeida – Prata em relação ao comportamento daqueles (as) alunos (as) que gostam de Heavy Metal, cuja categoria do gênero que é o Metal Alternativo Internacional.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2012/05/analise-historiografica-do-heavy-metal_619.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-3791655178239653168</guid><pubDate>Wed, 18 May 2011 16:27:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-05-18T09:27:19.199-07:00</atom:updated><title>A UTOPIA E A ÉTICA DE THOMAS MORUS: FANTASIA OU IMPUGNAÇÃO?</title><description><div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">RESUMO.</span></b><span style="font-size: 10pt;"> O que é Utopia na concepção de Thomas Morus<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></a>? Do ponto de vista de Thomas More a obra chamada Utopia, foi publicada em 1516 além de cunhar a expressão, foi mais adiante e se transformou num paradigma das formulações de projetos sociais, culturais, políticos chamados utópicos. Thomas More, nessa obra, retomou um tema bastante raro à filosofia política e à religiosidade ocidentais que é a idéia de uma sociedade organizada, perfeita e justa. É importante perceber que Thomas Mores retomou, a seu modo, essa questão, perguntando-se sobre as possibilidades de se construir uma sociedade justa através de suas bases. O artigo exposto privilegia a discussão sobre o tema da propriedade privada e como este conceito é entendido na obra em questão no contexto historiográfico. Vale ressaltar que a presente obra Utopia de Thomas Mores apresentou uma espécie de coletivismo, seguindo à moda de Platão em A República, de quem More recebeu decisivamente em sua inspiração ou influência. É neste sentido que o coletivismo da ilha de Utopia caracterizava-se pela crítica a até então nascente forma da propriedade capitalista e por essa razão transformou-se num clássico da filosofia política, mas pode-se perguntar, se seria possível tal coletivismo e em que ele consistiria. Como se vê, a obra, porém, não é isenta de problemas, indagações e o primeiro deles é a existência da própria escravidão. Em conseqüência, isso demonstrava com todo vigor que, mesmo sendo uma crítica à sociedade capitalista de seu tempo, a Utopia guarda ainda estreita relação com o modo de pensar do período em que foi escrita. Seria a Utopia somente um contra-exemplo de sociedade? Seria More apenas um reacionário? Qual a principal crítica que Thomas Morus faz ao escrever a "Utopia"? Em suma, Thomas Mores fez uma crítica ao poderio dos reis, da ganância gerada pela riqueza e pelo poder.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Palavras-chave:</span></b><span style="font-size: 10pt;"> Utopia - Thomas More - Propriedade Privada - Humanismo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">1. INTRODUÇÃO</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></b>O escritor e pensador inglês, Thomas More nasceu a 7 de fevereiro de 1478 em Milk Street, Londres, filho de John More, mordomo de Lincoln’s Inn e posteriormente cavalheiro e juiz. Fez os primeiros estudos na Saint Antony’s School e, menino ainda, tornou-se pajem do arcebispo de Canterbury, John Morton (1420-1500), do qual recebeu decisiva influência intelectual. Ingressou na universidade de Oxford, onde passou a estudar Direito, a pedido do pai. Ao mesmo tempo dedicava-se à teologia e às literaturas grega e latina, escrevendo versos tanto em inglês como em latim. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Nessa época traduziu quatro diálogos de Luciano (séc. II) e uma biografia de Pico della Mirandola, um de seus modelos renascentistas. O conhecimento das leis facilitou em muito sua vida política, onde em 1504 tornou-se membro do Parlamento, e desde então nunca mais abandonou a política. Casou-se duas vezes, primeiro com Jane Colt, em 1505, com quem teve quatro filhos, e que veio a falecer seis anos depois, e então com Alice Middleton. Toda a obra de Thomas More inseriu-se assim dentro dos quadros do pensamento renascentista, mais particularmente dentro das coordenadas do humanismo. A posição de More dentro desse panorama mostrou-se muito clara na principal obra que escreveu, A Utopia. A mais significativa característica dessa obra, do estrito ponto de vista da história da filosofia, reside na revalorização do epicurismo, onde todos devem procurar o prazer e em todos os sentidos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">2. A COMUNICAÇÃO DE RAFAEL RITLODEU, A MORE</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Thomas More era político, e tinha muita influência no reinado inglês como parlamentar. Certa vez ele foi enviado a Flandres para resolver questões diplomáticas, e foi ali onde conheceu um homem que viria a ser seu grande amigo, Pedro Gil. Certo dia, quando se encontrava em Notre-Dame, revê Pedro Gil que estava acompanhado de outra pessoa, e nesta data Thomas conhece Rafael Hitlodeu, um homem com potencial e inteligência muito elevados, que conhece muitos lugares e muitos povos, foi um grande descobridor de novas culturas, das quais relata costumes, instituições, formas de governo e diferenças morais e legislativas, além de inúmeras diferenças entre esses povos com relação à sociedade [A sociedade é dividida em castas - sifograntes, trabalhadores e escravos -, em que estão habituados a conviver. De suas várias viagens pelo mundo, Rafael leva enorme bagagem consigo, e tem a honra de expor seus conhecimentos aos interessados em ouvi-lo. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Rafael é um grande defensor da sociedade igualitária, e a expõe a todos com quem conversa, principalmente depois de ter conhecido a Ilha de Utopia, seu principal apoio para expor e defender seus argumentos. De suas viagens, Rafael relata grandes acontecimentos, como uma conversa que tivera certa vez com um douto legista na casa "do reverendíssimo padre João Morton, cardeal-arcebispo de Cantuária e chanceler da Inglaterra" (MORE, 1997, p. 26), onde se via honroso em criticar a forma de como os ladrões se multiplicavam na Inglaterra, mesmo tendo como punição a morte. Foi então onde Rafael expôs que a vida de um indivíduo não deveria ser-lhe tirada pelo simples fato deste ter cometido um furto, pois geralmente, quem comete o ato, o faz por estar na miséria, e sem nenhuma forma de obter sustento para si e conseqüentemente para a família, e então, a sociedade que assim o transforma, se vê no direito de julgar e tirar-lhe a vida pelo simples fato deste querer viver honestamente, mas muitas vezes, sem conseguir pelas barreiras sociais que são impostas. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Thomas questiona Rafael do porque que ele não serve a um reinado, pois seria muito útil e de grande valor a qualquer príncipe com seu vasto conhecimento e amplitude de pensamento, no que Rafael responde: "A filosofia não tem acesso na corte dos príncipes" (MORE, 1997, p.46), pois a grande maioria só pensa em lucros e vitórias nas guerras para conquistar mais povos e obter mais terras, deixando de lado as questões morais e éticas que deveriam ter, acumulando assim riqueza para o império, e principalmente para si próprio. Em seu discurso Rafael conta sobre uma incrível ilha, onde tudo é diferente, a forma de se governar é com poucas leis e dificilmente alguém as transgride, seus cidadãos são felizes com aquilo que possuem e que produzem, pois a riqueza do seu reino é enorme, mas não é comparável com a felicidade que eles podem obter, pois o prazer está acima de tudo, mas, afinal o que é exatamente Utopia?</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">3. ESSE LUGAR É A ILHA IMAGINÁRIA <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span></span>A ilha imaginária nunca existiu, "chamava-se antigamente Abraxa e se ligava ao continente; Utopus apoderou-se dela, e deu-lhe seu nome". (MORE, 1997, p. 57). A Ilha de Utopia é em formato de um semicírculo, e é constituída por cinqüenta e quatro cidades semelhantes, conforme a natureza permite. Será relatada a Cidade de Amaurota em particular, por ser a sede do governo e a que Rafael viveu durante cinco anos. Uma cadeia de altas e largas muralhas circunda a cidade e, existem pequenas distâncias, onde SE erguem torres e fortalezas. Ás muralhas dos três lados estão cercadas de fossos sempre secos, mas largos e profundos, atravancados de sebes e espinheiros.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O quarto lado tem por fossa o próprio rio". (MORE, 1997, p. 62). As casas e os edifícios são muito confortáveis, os edifícios são construídos acompanhando o longo das ruas todos com três andares, e são feitos de pedra ou tijolo, o teto é composto de uma matéria moída e incombustível. As janelas tanto das casas quanto dos prédios são envidraçadas para abrigá-los do vento. "Algumas vezes substitui-se o vidro por um tecido de uma finura extrema revestido de âmbar ou óleo transparente, o que oferece ainda a vantagem de deixar passar a luz e evitar o vento". (MORE, 1997, p. 63). "TRINTA FAMÍLIAS fazem todos os anos, a eleição de um magistrado, chamado sifogrante na antiga linguagem do país e filarca na moderna. Dez sifograntes e suas trezentas famílias obedecem a um protofilarca, antigamente denominado traníbora". (MORE, 1997, p. 65), Mil e duzentos sifograntes fazem a escolha de um príncipe entre quatro candidatos do povo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>As questões de alta importância são comunicadas pelos sifograntes ao povo através de comícios. O caso é examinado em assembléia popular, e então, os sifograntes levam ao senado o parecer do povo, algumas vezes toda a ilha é consultada. Quando uma proposta é feita, não é permitido que se faça a discussão no mesmo dia, ela é transferida à próxima sessão, assim, todos têm tempo para refletir sobre o que vão dizer, e para que não venha a afetar o bem estar de toda a população. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Os utopianos são livres para aprenderem tudo o que quiserem, apenas uma arte lhes é obrigatória, a da agricultura, a qual todo utopiano deve saber. Acreditava-se que todo jovem devia seguir a carreira do pai, mas às vezes havia tal desejo sobre outro ofício, que os pais encaminhavam seus filhos as famílias que faziam uso de tal ofício, para que o jovem se aprofunda-se em conhecimento e prática. Havia também aqueles que aprendiam mais de uma profissão. Os utopianos trabalhavam seis horas por dia, mas com prazer, e ficavam livres os restos do dia. À noite praticavam jogos, mas não os de azar, e sim uma espécie de xadrez, que também servia para desenvolver a mente. Quando sua produção era em excesso, eles diminuíam as horas trabalhadas, e promoviam a parte social. Quando fazem a colheita, celebram a união entre o campo e a cidade. Quando os utopianos se sentiam na necessidade, eles fundavam uma nova colônia no continente mais próximo, onde os índios têm mais terra do que precisam. Quando há um outro povo que quer se unir a eles, e aceita as leis utopianas, esses vão compartilhar e viver em paz e harmonia. Os utopianos depositam tudo o que produzem no mercado, onde o pai de família vai buscar os produtos necessários sem dar nada em troca. Os almoços e jantares são sempre acompanhados de leituras de livros de moral, e após as refeições há muita conversa entre eles.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Em questões diplomáticas, mantêm certa independência dos demais países, devido ao corrompimento dos mesmos. A liberdade de expressão é de certa forma justa, pois todos compartilham da mesma tranqüilidade. Todo o cidadão de Utopia, <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>pode viajar ou ver parentes em outras cidades, desde que lhes seja concedida uma autorização das autoridades vigentes em sua cidade. Quando saem, levam consigo uma carta, na qual está fixada a data de retorno. Ao viajar, o utopiano possui direito sobre uma carruagem com mais um escravo junto para conduzi-la. Cada utopiano que passa mais de um dia em outra cidade tem a obrigação de ali cumprir com suas obrigações que lhe eram atribuídas na sua cidade de onde partira. O cidadão que sair de sua cidade sem a autorização é punido e em caso de reincidência, ele perde a liberdade.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Na utopia não existe tabernas, prostíbulos, nem antros ocultos, não existe preguiça nem ociosidade. E a abundância de todas as coisas é fruto da vida ativa que levam. A mendicidade e a miséria para eles são desconhecidas. No senado, há reuniões para avaliar a situação econômica das cidades ver onde há de mais e onde há de menos, para então fazerem a compensação, sendo esta, gratuita. O que torna toda a república utopiana uma mesma família com igual situação. Possuem sempre uma reserva de alimentos útil, caso haja uma má colheita. O excedente eles exportam, e vendem por um preço moderado, e o pagamento é armazenado no tesouro público, o qual é utilizado para pagar tropas estrangeiras em caso de guerra, pois evitam utilizar os cidadão da ilha nas batalhas. Para os utopianos a riqueza que os outros povos pensam estar possuindo com ouro, diamante e outras coisas mais, lhes são desprezadas, fazendo com que isso enfeite os escravos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>As crianças gostam de brincar e usar essas pedras, mas na medida que vão crescendo, se desfazem delas naturalmente. Certa vez chegou em Utopia enviados de Anemólia para tratar de negócios, e foram todos pomposos, cheios de ouro e diamantes e muito elegantes se pareciam, pensavam eles que os utopianos não se vestiam bem, e que viviam envolvidos por trapos. Notaram então que todos os utopianos os olhavam e não entendiam o porque, percebiam que escravos estavam revestidos por ouro, e então começaram a notar a diferença que os utopianos faziam em relação ao ouro, ficaram todos envergonhados quando notaram que eles desprezavam a riqueza, pois essa não lhes trazia nenhum benefício que não fosse o de vestirem-se como pombos e palhaços. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>Para os utopianos existem dois tipos de prazer, os do corpo e os da alma. Os da alma consistem no desenvolvimento da inteligência. Os do corpo consistem na alimentação, pois ela é quem devolve as forças usadas no dia-a-dia. Eles entregam-se principalmente aos prazeres do espírito, pios para eles é o principal e essencial de todos os prazeres. Possuem conhecimento sobre diversas áreas profissionais, tinham uma rica literatura e uma esplendida arte, a qual tratavam desde cedo com as crianças que desejassem aprender.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Os escravos na ilha são muitos, e são os responsáveis pelos serviços mais pesados. Trabalham acorrentados e por muito mais tempo que os utopianos. Eles são considerados indivíduos que cometem crimes graves. Eles também aceitam pessoas condenadas a morte em outros países para serem escravos em Utopia, os utopianos até vão procura-los, e os trazem por um preço bem baixo, e muitas vezes até sem pagar nada. Os indivíduos que ficam doentes são tratados da melhor maneira possível, sendo que os utopianos não poupam nada para a saúde, quer seja com remédios, quer seja com alimentos. Eles sempre tentam salvar os enfermos, e quando vêem que estes só estão sofrendo, tentam convence-los que a melhor coisa é descansarem em paz, e pararem de agonizar. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Considerando o povo mais feliz, acreditam na imortalidade da alma, que a felicidade está unicamente nos prazeres bons e honestos. Quanto ao casamento, as moças devem se casar aos 18 anos, e os rapazes aos 22 anos. Antes da cerimônia matrimonial, são colocados frente a frente totalmente nus, para que ambos possam observar se existe alguma deformidade nos corpos, para que no futuro, não possam comprometer o casamento, já que o adultério é tratado com punição rígida, ou seja, com a escravidão, e a reincidência é punida com a morte. Possuem poucas leis, mas com duras punições, sendo que todos as respeitam, além de que, os utopianos criticam a justiça de outros países, pois possuem muitas leis e na grande maioria falham. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Abominam a guerra e sempre que podem a evitam, pra eles não há nada de tão vergonhoso como procurar a glória nos campos de batalha. Tanto homens quanto mulheres exercitam a disciplina militar, para que todos estejam preparados caso precisem combater. Só guerreiam por graves motivos, principalmente quando está em jogo o bem da humanidade ou para repelir invasões. Para eles não é o número de combatente que decidem uma batalha, e sim a inteligência que é usada por cada combatente. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É melhor vencer o inimigo pela habilidade e pelo engenho, ou seja, pela força da razão, do que pelo confronto, agindo assim poupam milhares de vidas. Como são muito ricos, negociam os inimigos, pagando recompensa com dinheiro. Quando iam para a guerra, sempre levavam os sacerdotes junto, sendo que os quais ficavam por todo o tempo ajoelhados com as mãos para os céus, e todos acreditavam que quem os tocasse estaria amaldiçoado com a morte, pois os sacerdotes representavam figuras divinas entre os utopianos. A liberdade religiosa é uma característica utópica para manter a paz. Para eles a religião é trabalhar pelo bem geral. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Há aqueles que adoram o sol ou a lua, mas a grande maioria acredita em um Deus supremo, único, inexplicável e que preenche o mundo todo. Mesmo assim, com fins comuns de adorar a natureza divina e trabalhar pelo bem geral. Essa diversidade tende a desaparecer, e converter-se em uma única religião. Os padres são eleitos pelo povo e de santidade perfeita, e em número reduzido, e em cada cidade há um pontífice acima dos padres. A crença na presença dos antepassados inspira confiança nas suas ações e impede muitos crimes ocultos, pois segundo eles, os mortos se misturam aos vivos e são testemunhas das ações e palavras. Essa ilha, como o nome sugere, "em lugar nenhum", "algo que ainda não é", é então, uma sociedade de iguais, comunista, mas imaginária, aspirada pelos humanistas da época, e que dificilmente poderá tornar-se realidade algum dia.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></i>Em contrapartida a utopia moreana, ainda que possa ser considerada um produto da razão que permite em paralelo o trabalho da faculdade da imaginação, constitui-se em um trabalho de crítica e contestação da realidade natural, humana, social, o qual não vai além daquilo que se acomoda na concretude de tudo o que pode ser percebido pelo ser humano. O pensamento utópico realiza esse trabalho de crítica contestadora por meio da criação de um outro de si dessa realidade vivida, agora na forma de não-lugar, de felicidade ainda não experimentada, de modo de vida ainda não concretizado pelo homem e pela mulher. Aí a fórmula oblíqua da filosofia utopista moreana, que não pretendeu ser uma teoria da reforma social.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>De outra maneira, e buscando a inspiração nas lições que aprendemos com a utopia de Morus, talvez possamos dizer que a utopia, em seu sentido lato, é o tipo de pensamento que rompe a desordem como ordem do real, hoje, amanhã e sempre, para propor o novo, razão pela qual a tese fundamental da mensagem utópica, que aponta para a possibilidade de recriação da vida e da realidade, possa ter em Morus uma relevante fonte inspiradora.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante notar que a Utopia é uma crítica do regime burguês, ou seja, perceber-se que é um espelho das injustiças e misérias do Feudalismo. Pode-se, vislumbrar, portanto, que Feudalismo é o sistema reacionário banqueiro do ouro com Reis, Nobres, Vassalos e Servos da Gleba, com os donos de tudo escravizando e matando os súditos a seu bel prazer, como estão programando hoje a Globalização. Enquanto que os Burgueses eram os fugidos dessa servidão para os Burgos, onde prosperavam livres como comerciantes, artífices, viajantes, profissões liberais, estudiosos, artesãos, ourives, etc.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Ainda discorrendo sobre isto colocamos uma breve explanação do livro de Morus para expor que a tal Ilha do Governo Perfeito. No livro primeiro o autor explica que foi um viajante que viveu na ilha algum tempo e contou como era. Já no livro segundo faz uma descrição física do território e se concentra uma descrição de uma família agrícola com 40 indivíduos ou mais e pelo menos dois escravos, mas, esse trabalho considerado perfeito seria a base da fartura e do bem estar. Cabe ressaltar que as artes e ofícios é o capítulo em que fala de roupas todas iguais. As viagens dos utopianos é outra parte onde se quer exibir a boa vida de viajar para conhecer e ter todas suas despesas cobertas. Com isso fazem trocas vantajosas e ganham muito ouro e prata, ou seja, esse ouro é para pagar tropas estrangeiras para suas guerras, preferindo expor à morte os outros, enquanto que os escravos parece ser parte essencial do sistema perfeito. Assim, acredita-se que são escravos e os criminosos, chegando a ir comprar criminosos nos outros paises. Os vencidos nas guerras também são seus escravos. Logo, o ouro e prata serão usados para sobrecarregar de enfeites os escravos. É importante perceber que a guerra é a aberração total. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Além de contratar povos mais broncos prometendo grandes fortunas, expõem os contratados nos pontos mais perigosos para que morram e não haja que pagar. As religiões da utopia admitem pluralidade e que haveria um princípio superior para todas as crenças.Materialistas que houvesse não teriam direitos. O Artigo continua com a análise da época de Morus (1530), à qual se seguiram as Declarações dos Direitos Humanos e os conhecimentos sobre os Povos Indígenas das Américas e outras lendas como o Eldorado.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">CONSIDERAÇÕES FINAIS</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span></b>Concluímos a Utopia é considerada por muitos críticos como um clássico do pensamento humanista escrito por um homem que, por força de seu comportamento coerente, foi sentenciado a morte. Como sabemos, Thomas More (1478-1535), ou Morus (na versão latina de seu nome), foi condenado por ter-se recusado a assistir à missa que coroava Ana Bolena (1500-1536) como rainha da Inglaterra, sem, desta forma, prestar-lhe juramento. Em Utopia, More constrói um encontro entre ele e sua personagem principal: um navegador português que abandonara tudo o que possuíra para fazer parte das expedições comandadas por Américo Vespúcio nas três últimas das supostas quatro viagens realizadas pelo navegante [hoje sabe-se que a primeira das quatro, a de 1497, não ocorreu de verdade]. Durante a última delas, quando Vespúcio instalou uma feitoria na atual região fluminense de Cabo Frio, deixando vinte e quatro homens nela, Rafael Hitlodeu, teria sido um deles. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Ao descrever a sociedade que se formara em Utopia para o próprio More e para um amigo em comum de nome Pedro Gil, responsável, no texto, por apresentar criador e criatura, Hitlodeu divide sua narrativa em diversos aspectos sociais como, por exemplo, o trabalho realizado pelo povo, o trabalho desenvolvido pelos magistrados, a existência de escravos – a incoerência de uma sociedade justa portadora de escravos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em face a própria existência da escravidão em uma sociedade supostamente igualitária, chama-nos a atenção a maneira como o povo utopiano lidava com a riqueza, em especial, com o ouro, que à época era o fator determinante do sucesso econômico de uma nação. A guerra a outras nações também era feita, mas Hitlodeu explica em quais circunstâncias e que, ao ocorrer, desenvolvia-se à base de mercenários para evitar o derramamento de sangue utopiano desnecessariamente. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>O comércio exterior não visava à acumulação, mas, antes, colaborar com as nações vizinhas e amigas escoando seu excedente e disponibilizando o capital conseguido para o pagamento dos exércitos mercenários para se opor, pela força, a qualquer ofensa cometida por estrangeiros contra si própria ou contra seus aliados. É interessante observar a relação que os utopianos travavam com o ouro e com as pedras preciosas: o ouro, que tinha menos valor do que o ferro, uma vez que sua utilidade prática também era menor, era destinado ao fabrico de utensílios dos quais o povo poderia facilmente abrir mão em caso de necessidade de troca do metal, como no caso do pagamento de mercenários por conta de guerra. Assim sendo, além de pinicos, os utopianos confeccionavam correntes e outros objetos que seriam usados por escravos como forma de identificá-los em sua condição. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em conseqüência disto, a Utopia é uma ilha imaginária, com característica de uma nação, onde os costumes, o governo, as ações dos cidadãos é rica e minunciosamente descrita pelo personagem principal, Rafael Hitlodeu, numa gradação de fatos e narrativas que envolvem o leitor em um cenário que parece perscrutar o desejo de todos os homens de viverem em igualdade. Um lugar onde a vaidade é desprezível e o coletivo sobrepõe-se ao individual, de maneira que não há pobres ou mendigos. Contudo, o aspecto espiritual percebe o espaço na crença em Mitra, o ser supremo, criador e onipotente, na vida após a morte e nos princípios de uma educação mediada pelos sacerdotes que ministrariam os saberes e as bases da formação virtuosa na primeira infância de maneira que, uma vez aprendidas, produziria frutos bons por toda a vida. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">MORE, Thomas. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Utopia.</b> Trad. Luís de Andrade. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div style="text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> A </span><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;">Utopia é um termo inventado por <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_More"><span style="color: black; font-family: Arial;">Thomas More</span></a> que serviu de título a uma de suas obras escritas em latim por volta de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1516"><span style="color: black; font-family: Arial;">1516</span></a>. Segundo a versão de vários historiadores, More se fascinou pelas narrações extraordinárias de Américo Vespucio sobre a recém avistada ilha de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_de_Noronha"><span style="color: black; font-family: Arial;">Fernando de Noronha</span></a>, em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1503"><span style="color: black; font-family: Arial;">1503</span></a>. More decidiu então escrever sobre um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita. Isto significa dizer que o utopismo consiste na idéia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo absurdamente otimista de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem.<span style="color: black;"></span></span></div></div></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/05/utopia-e-etica-de-thomas-morus-fantasia.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-8922098035034952192</guid><pubDate>Fri, 11 Feb 2011 12:48:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-02-11T04:48:53.209-08:00</atom:updated><title>A NATUREZA DA LÓGICA DO JOGO DE XADREZ, DO CAFÉ E DO CUBO MÁGICO!</title><description><div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgeCFj2Q2hPBaPvV-NpnOxgtvfaOBK-_aS4YCLTqKKxKibVf_2p7lLH2LyobR7Hmt8ga72RyYOmVTVI5Xgzr6kZoOiTv0oMHMzoo4j70s2OqBHDD7_XKOQZEjcdkgFAQl1hvPVZfxbFfg/s1600/A+l%C3%B3gica+do+jogo+de+Xadrez%21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgeCFj2Q2hPBaPvV-NpnOxgtvfaOBK-_aS4YCLTqKKxKibVf_2p7lLH2LyobR7Hmt8ga72RyYOmVTVI5Xgzr6kZoOiTv0oMHMzoo4j70s2OqBHDD7_XKOQZEjcdkgFAQl1hvPVZfxbFfg/s1600/A+l%25C3%25B3gica+do+jogo+de+Xadrez%2521.jpg" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtbXIcilHRL8c5NuUCHWsk_IEkxG47Lzhg1M-Wi_kguy92ix3tI5oT6JMH9sjyHDAmGgVvei84RJQBIhlqw3S7i6gaDN_txmkNogq_Ogv8JXpbywSGZVNXsGp18eLtcfPdzikgBEyWyr0/s1600/Caf%C3%A9+%26+L%C3%B3gica.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtbXIcilHRL8c5NuUCHWsk_IEkxG47Lzhg1M-Wi_kguy92ix3tI5oT6JMH9sjyHDAmGgVvei84RJQBIhlqw3S7i6gaDN_txmkNogq_Ogv8JXpbywSGZVNXsGp18eLtcfPdzikgBEyWyr0/s320/Caf%25C3%25A9+%2526+L%25C3%25B3gica.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt1DcJY63veTmeEaFQshiWUZvekwVImwSPhKL0Ccp8EMlJAXhmILNp5pE9hs-E1U9C3vxNc5Hdllpa-mUHszb0gKXttyhAsx-zcjJi-2izMRr_skZspkno2JHI54CDT0CHGHHkSAF8pHU/s1600/A+l%C3%B3gica+do+Cubo+M%C3%A1gico%21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt1DcJY63veTmeEaFQshiWUZvekwVImwSPhKL0Ccp8EMlJAXhmILNp5pE9hs-E1U9C3vxNc5Hdllpa-mUHszb0gKXttyhAsx-zcjJi-2izMRr_skZspkno2JHI54CDT0CHGHHkSAF8pHU/s1600/A+l%25C3%25B3gica+do+Cubo+M%25C3%25A1gico%2521.jpg" /></a></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/02/natureza-da-logica-do-jogo-de-xadrez-do.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><media:thumbnail xmlns:media="http://search.yahoo.com/mrss/" url="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgeCFj2Q2hPBaPvV-NpnOxgtvfaOBK-_aS4YCLTqKKxKibVf_2p7lLH2LyobR7Hmt8ga72RyYOmVTVI5Xgzr6kZoOiTv0oMHMzoo4j70s2OqBHDD7_XKOQZEjcdkgFAQl1hvPVZfxbFfg/s72-c/A+l%25C3%25B3gica+do+jogo+de+Xadrez%2521.jpg" height="72" width="72"/><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-5780718822332363754</guid><pubDate>Sun, 30 Jan 2011 12:52:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-30T04:52:12.969-08:00</atom:updated><title>KANT, O JUÍZO DE GOSTO COMO FUNDAMENTO SUBJETIVO DA ESTÉTICA: POR QUE RAZÃO PENSA KANT QUE O JUÍZO DE GOSTO ESTÉTICO É SUBJETIVO?</title><description><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">KANT, O JUÍZO DE GOSTO COMO FUNDAMENTO</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">SUBJETIVO DA ESTÉTICA: POR QUE RAZÃO PENSA KANT QUE O JUÍZO DE GOSTO ESTÉTICO É SUBJETIVO?</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10pt;">lucianoagra@hotmail.com<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></b></span></span></span></a></span></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Resumo</span></b><span style="font-size: 10pt;">: O artigo analisa o que é a estética na filosofia em Kant? De que falamos quando falamos de Estética? Muitas perguntas, muitas respostas.... Primeiramente o artigo expõe questões da releitura de Lyotard das meditações em Kant, com grande destaque para a idéia de que sem o juízo estético reflexionante o sistema das três Críticas, a saber, são o início da Lógica Transcendental, o Juízo reflexionante e o Juízo de gosto, <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>perderia o enfoque em torno da sua criticidade. Percebe-se que a incompatibilidade da estética com a razão teórico-instrumental não é sinal de sua fraqueza ou menoridade, frente ao conceito, e sim o indício de sua profundidade na expressão do que este não consegue atingir. Este artigo expõe os seguintes objetivos, a saber, compreender o significado filosófico do termo estética; caracterizar e discutir a noção de experiência estética; compreender o problema da justificação do juízo estético e tomar posição sobre as respostas subjectivista e objectivista ao problema da justificação do juízo estético. Concluímos que a estética revela-se como crítica da crítica, sem a qual não há razão possível alcançar a sua reflexão. Até o presente momento, utiliza-se neste artigo a palavra estética com considerável freqüência. Mas, afinal, o que vem a ser estética? </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Palavras-Chave: </span></b><span style="font-size: 10pt;">Estética Moderna – Kant – Filosofia.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Abstract:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> The article analyzes the aesthetics in philosophy in Kant? We are talking about when we talk about Aesthetics? Many questions, many answers.... Firstly the article sets out issues of rereading of Lyotard of meditation on Kant, with great emphasis on the idea that without jus aesthetic reflexionante the system of three criticisms, namely, are the beginning of the logic Transcendental, Jus reflexionante and Judgment of taste], would lose the focus around its criticality. Perceives-that the incompatibility of aesthetics with the theoretical-instrumental reason is not a sign of its weakness or nonage, front of the concept, but rather the indication of its depth in the expression of that this cannot achieve. This article sets out the following objectives, namely, understand the meanings philosophical expiry aesthetics; characterize and to discuss the concept of experience aesthetics; understand the problem of the justification of judgment aesthetic and take a position on the answers subjectivista and objectivista the problem of the justification of judgment aesthetic. We concluded that the aesthetics shows-as criticism of criticism, without which there is no reason possible to achieve its reflection. Until this moment, uses-this Article the word aesthetics with considerable frequency. But, after all, that is to be aesthetics?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Key-words:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> Aesthetics Modern – Kant – Philosophy.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">Résumé:</span></b><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;"> L'article analyse les esthétique en philosophie en Kant? </span><span style="font-size: 10pt;">Nous parlons quand nous parlons de esthétique? Beaucoup de questions, de nombreuses réponses... Tout d'abord l'article énonce les questions de relecture de : de la méditation sur Kant, avec une grande importance à l'idée que, sans jus esthétique reflexionante le système de trois critiques, à savoir, sont le début de la logique transcendantale, Jus reflexionante et arrêt du goût], perdrait l'accent autour de son isc. Perçoit-que l'incompatibilité de l'esthétique avec le plan théorique-raison instrumentale n'est pas un signe de sa faiblesse ou nonage, devant le concept, mais plutôt l'indication de sa profondeur dans l'expression de que ce ne peut pas atteindre. </span><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">Cet article énonce les objectifs suivants, à savoir, comprendre la signification philosophique expiration esthétique; caractériser et à discuter du concept de l'expérience esthétique; comprendre le problème de la justification de jugement esthétique et de prendre position sur les réponses subjectivista et objectivista le problème de la justification de jugement esthétique. Nous avons conclu que l'esthétique montre-comme une critique de critiques, sans lesquels il y a aucune raison possible de réaliser sa réflexion. Jusqu'à ce moment-là, utilise-cet article le mot esthétique avec une grande fréquence. Mais, après tout, c'est d'être esthétique?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Mots-clés:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> esthétique moderne – Kant – philosophie.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span></span>O termo estética vem da origem grega[αισθητική ou aisthésis], que significa percepção, sensação, ou seja a estética é um ramo da filosofia que tem por objeto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. No que se segue, ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como as diferentes formas de arte e do trabalho artístico; a idéia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo. Como se pode perceber, a estética trabalha com a arte, em suas mais variadas formas, quais sejam, arquitetura, escultura, pintura, literatura [poesia e prosa], teatro, música [vocal e instrumental], dança, fotografia, cinema, em suas múltiplas possibilidades de expressão. Essas questões mencionadas acima que emergem para quem se aproxima da estética são abrangentes, polissêmicas, mas o que é arte? Em que consiste a arte? E qual é o seu propósito? O que é belo? O que caracteriza uma obra de arte como medíocre, boa ou genial? Como interpretar uma obra de arte de forma adequada? E quanto ao seu aspecto moral? </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Este estudo procura discutir a relevância da abordagem do sistema kantiano a partir da primeira e da segunda Críticas, quando Kant põe ênfase na razão legisladora no âmbito da natureza e da moral, momento em que o mundo sensível é apenas subsumido às categorias do entendimento e às idéias da razão prática, de sorte que o singular só pode se manifestar como suporte da norma universal, preso, de um lado, à força de demonstração de hipóteses e, de outro, à força de realização de imperativos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em conseqüência disto Gerd Alberto Bornheim, argumentou que o século das Luzes inventou o mundo sensível, conduzindo-o à maioridade, mas isso foi na filosofia de Immanuel Kant (1724-1804), e é por isso que esse movimento histórico atingiu sua maior expressão, como é o caso o homo aestheticus e finalmente ele conquistou o seu lugar, ao lado da razão e do entendimento. É neste contexto que Bornheim disse que “[...] a estética conquista aos poucos a sua identidade específica e os seus altos lugares: sua medida situa-se então nada menos do que na reinvenção da realidade humana” (BORNHEIM, 1996, p. 75). Salvar esse momento sensível da filosofia de Kant significa indagar, interrogar o papel da estética em seu sistema, mas responder a essa questão é não somente expor a importância do estético na filosofia contemporânea, e sim a possibilidade da própria filosofia enquanto pensamento que se sente permanentemente a si mesmo, como parece indicar Kant, em sua primeira Crítica, no início da Lógica transcendental: O ponto de vista de Kant (1989) a respeito da natureza da lógica transcendental foi expresso de uma forma bastante sintética:<span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"> </span>“Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceito são cegas. Pelo que é tão necessário tornar sensíveis [...] as intuições [...] O entendimento nada pode intuir e os sentidos nada podem pensar.[...]” (KANT,1989, p. 89).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Procuraremos expor que, sem a reflexão estética o sistema kantiano perderia sua criticidade, mas relembremos o que diz Kant em sua introdução à terceira Crítica. Assim, a tradicional interpretação da Crítica do juízo tem se inspirado na escrita dessa introdução, no que se refere à acentuação do papel da teleologia e não da estética na tarefa de unificação da filosofia, partilhada nas duas primeiras Críticas entre a busca do conhecimento empírico dos objetos e a realização da liberdade sob a lei moral incondicional, independente da experiência. Tomamos, por exemplo, a interpretação de Louis Guillermit acerca da unidade das três Críticas. Partindo da afirmação de que o belo é reduzido ao estatuto de símbolo da moralidade, ou seja, afirma ele, ainda, que podemos: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">[A] visão da natureza sob a espécie de uma organização de fins ordenados a um fim último, do qual a razão prática exige a possibilidade de realização sob o nome de ‘soberano bem’. Essa natureza prepara de algum modo o leito da liberdade: a beleza simboliza a ação desta última, pois libera da atração sensível e desperta o interesse pela moralidade[...] (GUILLERMIT, 1974, p. 32).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="font-size: 11.5pt; line-height: 150%;">De acordo com Guilhermit,</span> em sua dedução transcendental da faculdade de julgar, percebemos que ao tratar do sistema das faculdades superiores do conhecimento, enquanto fundamento da filosofia, Kant inclui justamente a faculdade de julgar, ao lado da razão e do entendimento. É interessante assinalar que a faculdade de julgar é definida como a faculdade da subsunção do particular sob o universal, a razão, como a faculdade da determinação do particular pelo universal, legisladora das leis da liberdade na Crítica da razão prática e o entendimento, como a faculdade legisladora das regras, das leis da natureza que permitem o conhecimento do universal no mundo fenomênico, objeto da Crítica da razão pura teórica. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Isto significa dizer que apesar do seu estatuto de faculdade superior, a faculdade de julgar não produz os conceitos, como o entendimento, nem idéias, como a razão. Assim, acredita-se que uma faculdade de conhecimento particular e sem autonomia, que opera a subsunção sob conceitos dados, provindos do entendimento. É importante perceber que a faculdade de julgar não funda nem um conhecimento teórico da natureza, nem um princípio prático da liberdade; ele pressupõe uma unidade formal das leis da natureza de acordo com os conceitos do entendimento. Essa unidade fornece um princípio para se operar a subsunção de experiências particulares sob as leis universais a priori, o que permite a vinculação sistemática dos dados empíricos, possibilitando uma leitura coerente do que, até então, se apresentava de forma contingente. Neste ponto,o discurso de Kant ilustra bem seus propósitos:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">O [...] Juízo e próprio a ele é, pois o da natureza como arte, em outras palavras, o da técnica da natureza quanto a suas leis particulares, conceito este que não funda nenhuma teoria e, do mesmo modo que a lógica, não contém conhecimento dos objetos e de sua índole, mas somente dá um princípio para o prosseguimento segundo leis de experiência, pelas quais se torna possível a investigação da natureza. [...](KANT, 1980a, p. 172).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.5pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Este discurso revigora as</span><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"> </span>definidas faculdades superiores do conhecimento, Kant apresenta, em seguida, as faculdades do conhecer segundo os tipos de relações existentes entre o sujeito e o objeto. Assim, quando o sujeito constrói representações que se referem ao objeto, está em ação a faculdade do conhecimento em sentido estrito; quando as representações são causa da efetividade do objeto, age no sujeito a faculdade de desejar; e quando, finalmente, essas<span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"> </span>representações referem-se ao sujeito, produzindo efeito positivo ou negativo sobre sua força vital, está em ato o sentimento de prazer ou desprazer. Estabelecidos os dois sistemas de faculdades, Kant, aplicando seu método transcendental, opera a relação de um com o outro, deduzindo os princípios a priori da faculdade de julgar, ao lado dos princípios a priori do entendimento puro e da razão pura, já deduzidos, respectivamente, nas duas primeiras Críticas. Enquanto o entendimento e a razão referem-se a objetos, o juízo refere-se exclusivamente ao sujeito, não produzindo nenhum conceito de objetos. Ainda discorrendo sobre isto, Kant argumentou que: “[...] o sentimento de prazer e desprazer é somente a receptividade de uma determinação do sujeito, de tal modo que, se o Juízo deve, em alguma parte, determinar algo por si mesmo [...]” (KANT, 1980a, p. 174).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span></span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Portanto, a pressuposição subjetivamente necessária de que a natureza, longe de ser um amontoado de leis empíricas ou de formas heterogêneas, é um sistema empírico, é o princípio transcendental da faculdade de julgar, uma vez que a idéia de ordem e coerência é apenas reguladora, sem a qual o ato de julgar torna-se impossível. Além de simplesmente subsumir o particular sob o universal, cujo conceito já esteja dado, o juízo pode fazer o percurso contrário, isto é, encontrar para os dados empíricos singulares uma lei natural pressuposta a priori. Isso, só o Juízo pode fazê-lo. Para Kant, o discurso do juízo:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">[...] Nem o entendimento nem razão podem fundar a priori tal lei natural. [...] ela é uma mera pressuposição do Juízo, em função de seu próprio uso, para remontar do empírico-particular cada vez mais ao mais universal igualmente empírico, em vista da unificação de leis empíricas. (KANT, 1980a, p. 175-176).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Nesta citação acima, Immanuel Kant se esmiúça sobre o estudo do juízo reflexionante em sua natureza própria, que é a de refletir, ou seja, analisar e sustentar juntas determinadas representações com o intuito de viabilizar conceitos. Estamos no domínio do juízo reflexionante ou da faculdade de julgamento propriamente dita; seu princípio transcendental é o que permite considerar, a priori, a natureza como um sistema lógico; é o princípio por meio do qual a natureza especifica a si mesma: “A natureza especifica suas leis universais em empíricas, em conformidade com a forma de um sistema lógico, em função do Juízo” (KANT, 1980a, p. 179). De acordo com as colocações da autor, pode-se afirmar que na verdade, temos discorrido sobre uma pressuposta finalidade da natureza, ou seja, de um fim não posto no objeto, mas no sujeito, no uso de sua faculdade de refletir. Nesse sentido, o juízo é uma técnica que fornece finalidades à priori à natureza, rejeitando-a enquanto diversidade sem fundamento unificador. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Vejamos em que consiste essa técnica no âmbito da faculdade de conhecimento em seu sentido estrito. Do mesmo modo, ela realiza três ações diante de cada conceito empírico: a imaginação é responsável pela apreensão do diverso das representações singulares que se apresentam na intuição; o entendimento, pela compreensão, ou seja, pela unidade sintética da consciência desse diverso no conceito de um objeto; e o juízo, pela exposição do objeto correspondente a esse conceito na intuição. Nesse caso, por se tratar de um conceito empírico, o juízo assume papel determinante.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No entanto, se a forma de um objeto dado na intuição for capaz de provocar que a sua apreensão na imaginação coincida com a exposição de um conceito do entendimento, de modo a não ser possível determinar-se qual seja esse conceito, estaremos diante de um acordo mútuo dessas faculdades no ato de uma operação reflexionante em que a finalidade do objeto é percebida subjetivamente, não sendo requerido nenhum conceito determinado dele. Aqui, o juízo não é de conhecimento, mas um juízo de reflexão estética (KANT, 1980a, p. 182). De outra parte, há um tipo de juízo reflexionante sobre a finalidade objetiva da natureza que Kant considera como um juízo de conhecimento, embora não determinante: é o juízo teleológico. Definidos os dois tipos de juízo reflexionante [estético e teleológico], Kant passará a abordá-los separadamente. Estética, na primeira Crítica, significa a apreensão dos dados sensíveis nas formas a priori do espaço e do tempo, formas puras de nossa intuição.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Nesse sentido, entendemos que a estética apresenta-se como faculdade passiva da sensibilidade, a serviço do entendimento legislador, na terceira Crítica ganha estatuto ativo. Assim, na Crítica do juízo, Kant diz o seguinte: “Pela denominação de um Juízo estético sobre um objeto, está indicado [...] que uma representação dada é referida, por certo, a um objeto, mas, no Juízo não é entendida a determinação do objeto, mas sim a do sujeito e de seu sentimento” (KANT, 1980a, p. 184). </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Como se vê, Kant subdivide o juízo estético em juízo de sentido estético e em juízo estético universal. O primeiro exprime a referência de uma representação imediatamente ao sentimento de prazer; o segundo contém as condições subjetivas para um conhecimento em geral e tem a sensação subjetiva de prazer ou desprazer como o fundamento de sua determinação. Desses juízos não se pode predicar nenhum conceito do objeto, pois não pertencem à faculdade de conhecimento. O juízo estético possui autonomia subjetiva. Sua pretensão à validade universal legitima-se em seus princípios a priori. Kant designa essa autonomia de heautonomia e ele frisou o seguinte: “[...] o Juízo dá não à natureza, nem à liberdade, mas exclusivamente a si mesmo a lei, e não é uma faculdade de produzir conceitos de objetos, mas somente de comparar, com os que lhes são dados de outra parte[...]” (KANT, 1980a, p. 185).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Tratemos agora do julgamento teleológico, o segundo tipo de juízo reflexionante. Kant o define como o juízo sobre a finalidade em coisas da natureza ou, se quisermos, um juízo sobre os fins naturais (KANT, 1980a, p. 190). O conceito dos fins naturais é exclusivo do juízo teleológico reflexionante, que o utiliza para ocupar-se da vinculação causal no mundo fenomênico. Esse juízo pressupõe um conceito do objeto e julga sobre sua possibilidade segundo uma lei da vinculação das causas e efeitos. Há, então, uma ‘técnica orgânica’ da natureza que fornece a finalidade das coisas, uma finalidade objetiva para um juízo objetivo (KANT, 1980a, p. 191). O julgamento teleológico estabelece um fio condutor entre a natureza e a razão, entre o sensível e o inteligível, uma vez que o conceito dos fins naturais assenta-se no acordo da razão com o entendimento. Enquanto o juízo reflexionante estético é o único que tem seu fundamento de determinação em si mesmo, sem unir-se à outra faculdade de conhecimento, o juízo teleológico só pode ser emitido por meio da vinculação da razão a conceitos empíricos (KANT, 1980a, p. 198). O fim natural deriva das idéias da razão, ao mesmo tempo que tem um objeto dado.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Apesar da ênfase do juízo de gosto que essa “Introdução” dedicou à Teleologia de tal é a sua objetividade, reservando à estética o estatuto de uma faculdade particular que opera sem conceitos, o filósofo francês Jean-François Lyotard resgatou a importância do julgamento estético, considerando-o o modo de proceder do pensamento crítico em geral. Este deve observar uma pausa, uma suspensão da investigação, entrando em estado reflexivo, colocando-se à escuta dos sentimentos de prazer e de desprazer, que é o que orienta o exame crítico. Mas como Lyotard pode rejeitar o caráter teleológico exposto na estética de Kant? Em que consiste o seu argumento para desviar a interpretação desse objetivo? Ora, para Lyotard, os sentimentos de prazer e desprazer são o princípio subjetivo de diferenciação da reflexão estética na ausência de todo princípio objetivo do conhecimento e fora do campo de influência de inúmeras, seja, teórica ou prática. É nesse contexto que Lyotard disse que: “[...] a terceira Crítica pode cumprir sua missão de unificação do campo filosófico, não é principalmente porque expõe no seu tema a idéia reguladora de uma finalidade objetiva da natureza[...]” (LYOTARD, 1993, p.15).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O autor esclarece que nessa perspectiva, a sensação é que informa o espírito sobre seu estado, realizando julgamento imediato do pensamento sobre si mesmo; este julgasse bem ou mal durante sua atividade. “O afeto é como o ressoar interior do ato, sua ‘reflexão’” (LYOTARD, 1993, p. 17). Herman Cohen (1842-1918), da Escola de Marburgo (1871-1933) interpreta a Crítica da razão pura de modo a ressaltar o conceito, a objetividade, o triunfo do pensamento puro sobre a intuição. Philonenko notou que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Cohen [...] se separa de Kant ao conferir à filosofia transcendental, como ponto de partida, não a intuição pura, mas o pensamento puro. A filosofia [para Cohen] deve se constituir originalmente como lógica transcendental e não se apoiar sobre a estética transcendental (PHILONENKO, 1974, p. 198-199).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Em contraposição a essa interpretação de Cohen, para Lyotard, pensar criticamente é afetar-se, é deixar-se orientar pelos sentimentos de prazer e desprazer antes de se fazer qualquer inferência acerca da verdade e falsidade de um determinado conhecimento ou do justo e injusto de determinadas ações. É a partir disto que reside à condição subjetiva de toda objetividade. Para Philonenko o juízo estético legisla sobre si mesmo, sendo ao mesmo tempo a lei e o objeto, a forma e o conteúdo, independentemente da razão e do entendimento, que possibilitam todo juízo de conhecimento e quando a razão e o conhecimento intervêm, o juízo deixa de ser reflexionante, assumindo papel determinante na esquematização dos conceitos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>No entendimento de Lyotard denomina essa característica da reflexão estética de tautegoria, e é ela que prepara o advento crítico das categorias do entendimento. Neste sentido podemos destacar com efeito, na primeira Crítica, a Lógica Transcendental é precedida pela Estética Transcendental, compondo, ambas, a Doutrina Transcendental dos Elementos. Conseqüentemente vemos que após concluir, na Estética Transcendental, que os juízos sintéticos a priori nunca podem ultrapassar os objetos dos sentidos, Kant reafirmou que na Dedução transcendental dos conceitos puros do entendimento. Kant, assim declarou: “[...] toda a intuição possível para nós é sensível (estética) e, assim, o pensamento de um objeto em geral só pode converter-se em nós num conhecimento, por meio de um conceito puro do entendimento[...]”(KANT, 1989, p. 145-146).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Este posicionamento, o juízo de gosto é formal e, apesar de subjetivo, é universal e necessário: a forma deve agradar a todos. Mas não se trata aqui de um imperativo categórico, incondicional, objetivo, como estabelecido na segunda Crítica; estamos diante de uma universalidade mediata, subjetiva. Nesse sentido, o juízo sobre o belo não é determinante ou fundado numa norma abstrata e antecipatória do mundo do ser; é, por assim dizer, o juízo da espera e da promessa, pois não pode impor seus veredictos, cingindo-se a partilhar seus julgamentos a partir do exemplo, do fenômeno particular, na esperança de que a comunidade dê o assentimento à sua crítica.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Pode-se dizer que o juízo de gosto promete validade universal com base em julgamento exemplar, sendo a necessidade expressa a partir do exemplo e a universalidade na promessa da partilha da crítica. Eis os monstros lógicos produzidos pela tópica reflexiva, que, segundo Lyotard, apoiado na leitura do Apêndice da Analítica da primeira Crítica – Da anfibolia dos conceitos da reflexão, resultante da confusão do uso empírico do entendimento com o seu uso transcendental, são modos subjetivos de síntese, provisórios, preparatórios às categorias. A distorção resulta da pretensão ao universal e ao necessário de</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">um juízo singular, refletido e reflexivo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante destacar, que essa pretensão, o senso comum estético, no entanto, será legítima na presença de um princípio subjetivo, um senso comum que seja o efeito do livre jogo das faculdades de conhecer. É então, aqui que se destaca o entendimento e imaginação, com efeito, que concordam entre si, harmonizam-se diante do julgamento estético dos objetos. Vêem-se, então, que o senso comum engendrado nesse acordo a priori das faculdades é que torna possível o sentimento do prazer estético, mas se os julgamentos de gosto possuíssem um princípio objetivo determinado, aquele que os pronunciasse segundo este princípio pretenderia para seu julgamento uma necessidade incondicionada e se fossem desprovidos de todo princípio, como os julgamentos do simples gosto dos sentidos, não se teria nunca a idéia de que pudessem ter a menor necessidade e é por isso, precisam ter um princípio subjetivo que determine unicamente por sentimento, não por conceitos, mas de uma maneira universalmente válida, o que apraz ou não apraz.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Contudo, Pretendo desencorajar uma leitura sociológica ou antropológica desse senso comum, afirma Lyotard que o prazer do belo somente traz em si uma promessa de felicidade a ser partilhada, a partir do exemplo singular de realização dessa felicidade em um indivíduo qualquer. Diante das belas formas da natureza da arte, sentimos um prazer que prometemos aos outros, embora jamais possamos comprovar se de fato houve a partilha de nosso sentimento, isso porque o juízo de gosto não é determinante. Com o intuito de estender que se ele exige uma partilha, é porque expressa o sentimento de uma harmonia possível das faculdades de conhecimento, independentemente do conhecimento. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Para Lyotard, no entanto, o senso comum estético não é mais que a harmoniosa proporção entre entendimento e imaginação, diante do desafio de se apropriarem da forma do objeto, fonte do prazer, um jogo livre das faculdades de conhecimento, curto circuitando as imposições do conhecimento e da moralidade. Outro aspecto importante neste item, e que, o senso comum estético expressa um acordo subjetivo das faculdades de conhecimento e não somente um acordo objetivo entre os sujeitos. Desta forma Kant colocou que esta validade universal não deve se apoiar na recoleção de opiniões, nem na investigação sobre o que os outros ressentem, mas deve se fundar, por assim dizer, sobre a autonomia do sujeito que julga a partir do sentimento de prazer, não devendo se restringir dos conceitos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Cabe, ainda, ressaltar que não é possível uma leitura sociológica ou antropológica desse senso comum. Ademais, para Lyotard, a união das faculdades de conhecimento só ocorre cada vez que o prazer do gosto é sentido; acontece aqui e agora, de modo singular e imprevisível. Assim, a matriz espaço-temporal-estética é o aqui e o agora. Dela é que surge a promessa de um sujeito que – diferentemente do sujeito formal da primeira e segunda Criticas - se encontrará nascendo a cada vez que existir o prazer do belo; todavia, não permanecerá nascente, pois o tempo estético não possui passado, nem futuro que possa escorar uma identidade do sujeito. Encontramos, aqui também, que o mesmo se pode dizer do sentimento do sublime; no ato do confronto entre a razão e a imaginação, esta se descobre impotente para apreender os dados sucessivamente, em virtude da natureza do objeto não-apresentável, a liberdade, que ela se esforçará por apresentar. Quanto a este último ponto, Lyotard argumentou que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">O gosto promete a cada um a felicidade de uma unidade subjetiva cumprida, o sublime anuncia a alguns uma outra unidade, menos completa, naufragada de certo modo e mais ‘nobre, edel’. [...] O sentimento estético na singularidade de sua ocorrência é o subjetivo puro do pensamento, isto é, o Juízo refletido em si mesmo (LYOTARD, 1993, p. 30).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Pode-se afirmar contudo, a maneira reflexiva de pensar não é somente acompanha por todos os atos do pensamento, mas ela guia-os, por intermédio de uma tópica pré-conceitual, em direção à sensibilidade ou ao entendimento. É esse o seu traço heurístico, que a transforma no laboratório subjetivo de todas as objetividades. É interessante também notar que essa tópica opera por meio de comparações das representações que precedem o conceito das coisas, e é essas comparações, de acordo com o Apêndice da analítica dos princípios da primeira Crítica, são feitas a quatro títulos, quais sejam: identidade e diversidade; conveniência e inconveniência; interno e externo; determinável e determinação. Porém, esses títulos são subjetivos, isto é, as relações de representações engendradas por eles ocupam imediatamente lugares num estado de espírito, até que sejam referidas a uma faculdade, entendimento ou sensibilidade. É nesse ponto que essas relações, que indicam modos espontâneos de síntese, até então localizadas de modo provisório e preparatório, são definitivamente domiciliadas e legitimadas a operar objetivamente no plano das formas ou categorias.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Kant denominou os títulos de conceitos de reflexão, em razão de sua capacidade de transformar seus lugares imediatos em autênticos lugares transcendentais, condições de possibilidade das sínteses. O aspecto heurístico da reflexão pode percebê-lo com clareza nas duas seguintes definições de Kant para o termo reflexão, a saber, sendo que o estado de espírito no qual nos preparamos primeiro para descobrir as condições subjetivas que nos permitam chegar a conceitos, ou seja, a consciência da relação de representações dadas às nossas diferentes fontes de conhecimento. Segundo Lyotard, Kant utiliza, geralmente, o termo consciência no sentido de reflexão. Assim, o pensamento está consciente enquanto sente. Logo, descoberta e consciência são dois termos-chave para entendermos porque a maneira reflexiva de pensar é o ponto nevrálgico do pensamento crítico. <span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; mso-bidi-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Sobre este pensamento crítico Lyotard destacou o seguinte:</span> “[...] a reflexão, o pensamento parece bem dispor da arma crítica inteira. Porque a reflexão é o nome que porta na filosofia crítica a possibilidade desta filosofia.[...] isto é, a legitimidade, de um juízo sintético a priori[...]” (LYOTARD, 1993, p. 35).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Além disso, Lyotard acredita que a função tautegórica para que se atinja essa legitimidade, é necessário que se recorra a juízos sintéticos de discriminação. Em outras palavras a existência desses juízos só é possível em razão do aspecto tautegórico da reflexão, isto é, aquilo que o pensamento se sente enquanto pensa, julga, sintetiza. <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Assim, o autor defende que tais juízos são primeiramente reflexos de reuniões espontâneas de representações, comparações fluidas pré-criadas, sentidas, ainda não domiciliadas, agrupadas sob títulos subjetivos, que a reflexão poderá legitimar ou deslegitimar, realizando ou não a passagem para a objetividade das sínteses provisórias. Como pode ser observado no seguinte fragmento:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">O pensamento crítico dispõe, na sua reflexão, [...] de uma espécie de pré-lógica transcendental. [...] uma estética, posto que é feita só da sensação que afeta todo pensamento atual enquanto é simplesmente pensado, o pensamento se sentindo pensar e se sentindo pensado, juntamente. [...](LYOTARD, 1993, p. 36).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A partir do fragmento supracitado, é possível verificar, que<span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"> </span>se no âmbito das categorias do entendimento ou das formas da intuição a reflexão preenche uma função predominantemente heurística, legitimadora dos lugares transcendentais que contêm as condições a priori do conhecimento, à medida que o pensamento crítico afasta-se desses lugares seguros, o aspecto tautegórico da reflexão passa a manifestar-se mais intensamente, a ponto de, nos juízos estéticos, predominar sobre a função heurística. Aqui, a sensação não prepara o pensamento para nenhum conhecimento possível; ela é, por si mesma, a totalidade do gosto e do sentimento sublime. Ao revelar sua função heurística, a reflexão é estética no sentido da primeira Crítica, ou seja, é o modo de apreensão dos dados da intuição sensível nas formas a priori do espaço e do tempo. A sensação cumpre, nesse plano, papel legitimador das condições de possibilidade de um conhecimento objetivo em geral, possuindo uma finalidade cognitiva de oferecer informações espontâneas sobre o objeto, por meio dos títulos ou conceitos de reflexão. <span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Por outro lado, em sua função tautegórica, a reflexão é estética no sentido da terceira Crítica, ou seja, como sentimentos de prazer e de desprazer, nos quais a sensação é voltada para informar o espírito sobre seu estado afetivo, momento em que a finalidade cognitiva deixa de ser preponderante. O pensamento torna-se juiz de si mesmo, por isso, crítico; crítico e desinteressado em conceder qualquer informação sobre o objeto, educado para resistir, por assim dizer, às pressões identificadoras. A reflexão manifesta-se em seu estado puro, imune a quaisquer determinações das outras faculdades de conhecimento em geral. O juízo é que se mostrará como faculdade emancipada, heautônoma, isto é, portadora de autonomia subjetiva. Esse é o juízo reflexionante estético, que possui o seu próprio princípio a priori, transcendental, que pressupõe uma finalidade da natureza com base no sujeito e não no objeto.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A reflexão no campo teórico está presente em todos os campos do pensamento; ela é o ingrediente que o torna crítico. No campo teórico, as categorias do entendimento não bastam para orientar o pensamento. É preciso que a transcendentalidade teórica seja legitimada, tomando-se por base o empírico, as sensações. Estas se agrupam em títulos reflexivos, de modo provisório e subjetivo, funcionando como princípio de diferenciação das sínteses de representações. As sínteses que forem legitimadas para se legislar no campo teórico serão domiciliadas no entendimento. Nem todos os conceitos de reflexão e títulos são conceitos do entendimento, legitimados a operar objetivamente. Para Lyotard:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A reflexão é bem discriminatória, ou crítica, porque se opõe à extensão inconsiderada do conceito fora do seu campo próprio. Domicilia as sínteses com as faculdades, ou, o que dá no mesmo, determina estes transcendentais que são as faculdades pela comparação das sínteses que cada uma pode efetuar aparentemente sobre os mesmos objetos (LYOTARD, 1993, p. 41).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Pela definição acima, pode-se compreender que a reflexão no campo prático não é diferente o papel que a reflexão exerce. Assim, acredita-se que o uso da categoria da causalidade no campo da moralidade sofre a devida restrição, uma vez que o ato moral não deve ser efeito de causa natural. É possível perceber que a liberdade é causa de si mesma, sendo causa incondicional, sem conteúdo, e é por isso que essa idéia de causalidade é legitimada a operar no campo da razão e é por intermédio da reflexão que é realizada essa discriminação, esse domiciliamento. Na moralidade, o pensamento também é advertido imediatamente de seu estado, graças ao único sentimento moral, que é o respeito, único título de uma síntese subjetiva que corresponde às exigências de uma legalidade formal. Como argumentou Kant, o sentimento moral é o “[...] efeito subjetivo que a lei exerce sobre a vontade e do qual só a razão fornece os princípios objetivos” (KANT, 1980b, p. 160). Estamos perante uma região reflexiva, legitimada criticamente a legislar no campo da moralidade. Segundo Lyotard: “[...]A moralidade sendo pensada como obrigação pura, a Achtung é o seu sentimento. Eis a pura tautegoria do sentimento, que lhe confere seu valor heurístico.[...]” (LYOTARD, 1993, p. 43).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Por fim, a reflexão no campo estético, este “modo conseqüente de pensar” (LYOTARD, 1993, p. 44) apresenta-se plenamente tautegórico, isento de toda tarefa. Mas como legitimar o uso do juízo reflexionante se a própria reflexão se encontra desprovida de uma heurística, visto que a faculdade de julgar é desinteressada? Ora, se o sentimento estético puro não detém os meios de construir as condições a priori de sua possibilidade, por ser imediato e desvinculado da natureza e da liberdade, os papéis invertem-se. O pensamento empreende a heurística da reflexão por meio das categorias, que servem de princípios de discriminação para orientá-lo no âmbito do sentimento estético puro. O preço dessa inversão é a deformação das categorias em virtude do gosto. Lyotard denomina de anamnese essa interferência do teorético no estético. A lógica dá lugar a uma analógica no momento em que as sensações se desinteressam em fornecer quaisquer informações sobre os objetos, referindo-se apenas ao espírito. Lyotard traz uma valiosa reflexão sobre a linguagem: “[...] as categorias podem e devem ser empregadas assim para domiciliar as condições a priori do gosto, o domicílio buscado não é o entendimento [...] E também não a razão, mesmo no sublime.[...]” (LYOTARD, 1993, p. 48).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>A esse respeito, Lyotard comentou que apesar da mediação das categorias na constituição da legitimidade do juízo reflexionante, elas não exercem seu efeito determinante no campo estético. Os efeitos colocados em ação são distorcidos, manobrados pela reflexão, gerando, assim, monstros lógicos, tais como necessidade exemplar ou universalidade subjetiva, exigências do gosto que busca ser partilhado; esses monstros lógicos são análogos à necessidade e à universalidade objetivas, presentes no entendimento. Estamos, pois, numa situação aporética, caracterizada pela impossibilidade de a razão teórica apresentar respostas eficazes à peculiaridade do estético.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Concluímos que essa interpretação de Lyotard abre novos caminhos para as ciências humanas, convidando-as a refazer criticamente a arqueologia de seus conceitos, sem descuidar dessa vez da estética [aesthésis], o incontornável momento sensível da razão. O retorno da razão sensível exige, por assim dizer, revolução copernicana das categorias normativas, principalmente naqueles saberes em que a idéia de norma é enfática, como no domínio da moral e do direito. Nesse passo, a leitura de Lyotard, na linha das investigações de Platão, Aristóteles, Alexander Baumgarten, Immanuel Kant, Hegel, Benjamin, Gadamer, Theodor Adorno, Lukács, Luigi Pareyson, Remo Bodei, Schopenhauer, Nietzsche, Heidegger e Adorno, reabre a possibilidade de um diálogo respeitoso entre os homens, na medida em que estes recuperam a capacidade de relacionar-se com as coisas, sem destruí-las. <span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; mso-bidi-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Defendendo a postura de Kant, Lyotard comentou que</span> no contexto atual da filosofia de Kant está diretamente relacionada com a releitura de seu sistema a partir da terceira Crítica, sem o que a expressão da dor do particular, nas figuras da História e do mundo sensível, poderá continuar em eterno compasso de espera das condições de sua possibilidade.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">ADORNO, T. W. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Teoria estética</b>. 2006. Tradução Artur Morão, Lisboa: 70</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">BAUMGARTEN, A. G. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Estética: a lógica da arte e do poema.</b> 1993. Tradução Miriam Sutter Medeiros, Petrópolis-RJ: Vozes.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">BENJAMIN, W. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica</b>. Obras escolhidas. 1993. Tradução Sérgio Paulo Rouanet, São Paulo: Brasiliense.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">BORNHEIM, G. O bom selvagem como ‘philosophe’ e a invenção do mundo sensível. In: NOVAES, A. (Org<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">.). Libertinos libertários</b>. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 59-75.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">GUILLERMIT, L. Kant e a filosofia crítica. In: CHÂTELET, F. (Org.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História da filosofia: idéias, doutrinas: a filosofia e a história. </b>Rio de Janeiro: Zahar, 1974. p. 30-41.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">JIMINEZ, Marc. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O que é estética?</b> 1999. Tradução Fulvião M. L. Moretto, São Leolpoldo-RS.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">KANT, I. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Primeira introdução à crítica do juízo</b>. São Paulo: Abril, 1980a.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">KANT, I. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Fundamentação da metafísica dos costumes</b>. São Paulo: Abril, 1980b.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">KANT, I<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. Crítica da razão pura</b>. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">LYOTARD, J<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. Lições sobre a analítica do sublime</b>. São Paulo: Papirus, 1993.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">PHILONENKO, A. A Escola de Marburgo. In: COHEN, H.; NARTOP, P.; CASSIRER, E. (Ed.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História da filosofia: idéias, doutrinas: a filosofia do mundo científico e industrial. </b>Rio de Janeiro: Zahar, 1974. p. 190-204.</div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB] e Graduando em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB].</span></div></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/kant-o-juizo-de-gosto-como-fundamento_6029.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-7444254273938384690</guid><pubDate>Tue, 25 Jan 2011 14:37:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-25T06:37:56.222-08:00</atom:updated><title>ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE MICHEL FOUCAULT: UMA TRAJETÓRIA HISTORIOGRÁFICA.</title><description><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE MICHEL FOUCAULT:</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">UMA TRAJETÓRIA HISTORIOGRÁFICA.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Luciano Bezerra Agra Filho<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></b></span></span></span></a></span></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10pt;"><a href="mailto:lucianoagra@hotmail.com">lucianoagra@hotmail.com</a></span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Resumo</span></b><span style="font-size: 10pt;">: O que são relações de poder? O que é o projeto arqueo-genealógico? O que é o saber? Muitas Perguntas, muitas respostas... Este artigo pretende analisar algumas reflexões do filósofo e estruturalista Michel Foucault, que sempre esteve engajado em um trabalho crítico da atualidade, buscando rupturas, tematizando problemas específicos, e enfatizando principalmente as práticas sociais ancoradas em mecanismos de poder que dão origem a problemáticas modernas e atuais. O seu objetivo é focalizar as práticas no nível do conjunto de saberes, sexo e idéias de uma época que como uma rede de formações discursivas faz uso de múltiplas relações de poder. Com objetivos prévios, sua análise remete-se para um sentido ético, é direcionado a comportamentos, práticas (conflitos, lutas), ou seja, procura estabelecer o que de fato os discursos produzem de práticas em um regime de verdade específico. Sendo assim, Foucault não direciona seus estudos, questionamentos e refutações visando à construção de uma teoria do conhecimento (saber limitado em idéias), mas, em uma critica construtiva da realidade existente e acumulada nos discursos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Palavras – Chave</span></b><span style="font-size: 10pt;">: Michel Foucault – O saber historiográfico -<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>Filosofia das Idéias – Poder - Disciplina</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">SOME REFLECTIONS ON MICHEL FOUCAULT: </span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">A TRAJECTORY HISTORIOGRAPHICAL.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">ABSTRACT:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> The article intends to analyze some reflections of the philosopher and structuralist Michel Foucault, that always it was engaged in a critical work of the present time, searching ruptures, systematize specific problems, and mainly emphasizing practical the social ones anchored in mechanisms of being able that they give to origin the problematic current modern and. </span><span style="font-size: 10pt;">Its objective is to focus the practical ones in the level of the set to know and ideas of a time that I eat a net of address formations make use of multiple relations of being able. With previous objectives, its analysis is sent for an ethical direction, is directed the behaviors, practical (conflicts, fights), that is, looks for to establish what in fact the speeches produce of practical in a specific regimen of truth. Being thus, Foucault does not direct its studies, questionings and refutations aiming at to the construction of a theory of the knowledge (to know limited in ideas), but, in one criticize constructive of the existing and accumulated reality in the speeches. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Key words:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> Michel Foucault - historiography -<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>philosophical - culture – Ideas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">QUELQUES REFLEXIONS SUR MICHEL FOUCAULT: UNE HISTORIOGRAPHIE HISTOIRE.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Résumé:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> Quelles sont les relations de pouvoir? Quel est le projet archéo-pedigree? Qu'est-ce que la connaissance? Beaucoup de questions, beaucoup de réponses ... Cet article analyse quelques réflexions du philosophe Michel Foucault et le structuralisme, qui a toujours été engagée dans un travail critique aujourd'hui, à la recherche de pauses, thématisant des problèmes spécifiques, principalement en soulignant les pratiques sociales ancrées dans les mécanismes de pouvoir qui donnent lieu à des questions modernes et actuelles . Son objectif est de se concentrer sur le plan pratique l'ensemble des connaissances, le sexe et les idées d'une époque comme un réseau de formations discursives fait usage de relations de pouvoir multiples. Avec des objectifs précédents, leur analyse se réfère à un sens éthique, est chargé de conduire, les pratiques (les conflits, les combats), ou cherche à établir ce que produisent les discours de la pratique dans un régime spécifique de la vérité. Ainsi, Foucault ne dirige pas ses études, questions et objections en vue de construire une théorie de la connaissance (la connaissance limitée sur les idées), mais dans une critique constructive de la réalité existante et accumulés dans les discours. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Mots - clés:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> Michel Foucault - Le historiographique savoir - la philosophie des Idées - Power - Discipline</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A ANALÍTICA DO PODER VERSUS TEORIA DO PODER</b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O autor rejeita urgentemente a imagem do poder como simplesmente opressor negador do sexo, este uma força selvagem, a ser domesticada. Ele quer compreender como o poder e o desejo que circulam. É essa imagem do poder que representa, simboliza como repressor da liberdade, permite-nos, segundo o autor, aceitar a sua vigência, pois o alcance do poder é muito maior. É evidente que o discurso jurídico e as leis não mais simbolizam o poder de maneira mais abrangente, polissêmica, complexa, ampla e assim sucessivamente, mas estes discursos ultrapassam os seus limites a partir do século XVIII, criando novas tecnologias de dominação. Nós somos controlados e normatizados por múltiplos processos de poder. Outro ponto importante trata-se sobre a questão da biopolítica, ou seja, pode-se dizer que ela é um fenômeno caracteristicamente moderno, pois sua constituição segundo Foucault começou a se estruturar a partir do século XVIII, através de dois fatores. Primeiramente podemos perceber que foi o adestramento e a docilização do corpo humano através de um controle econômico e por último se deu quando a ciência passou a conhecer os processos biológicos no ser humano e em conjunto com o governo passou a estudar e desenvolver políticas normativas de intervenção. Em conseqüência disto, a biopolítica, portanto, passou a interferir sobre o corpo e outras condições de vida do povo. Michel Foucault em seu livro “História da Sexualidade I: a vontade de saber” apresenta uma nova concepção de poder, Foucault diz que essa visão do poder também é vital para uma história da sexualidade.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">"Dizendo poder, não quero significar 'o poder', como um conjunto de instituições e aparelhos garantidores da sujeição dos cidadãos em um estado determinado. Também não entendo poder como um modo de sujeição que, por oposição à violência, tenha a forma de regra. Enfim, não o entendo como um sistema geral de dominação exercida por um elemento ou grupo sobre o outro e cujos efeitos, por derivações sucessivas, atravessem o corpo social inteiro. A análise em termos de poder não deve postular, como dados iniciais, a soberania do Estado, a forma da lei ou a unidade global de uma dominação; estas são apenas e, antes de mais nada, suas formas terminais. Parece-me que se deve compreender o poder, primeiro, como a multiplicidade de correlações de forças imanentes ao domínio onde se exercem e constitutivas de sua organização; o jogo que, através de lutas e afrontamentos incessantes as transforma, reforça, inverte; os apoios que tais correlações de força encontram umas nas outras, formando cadeias ou sistemas ou ao contrário, as defasagens e contradições que as isolam entre si; enfim, as estratégias em que se originam e cujo esboço geral ou cristalização institucional toma corpo nos aparelhos estatais, na formulação da lei, nas hegemonias sociais." (FOUCAULT, 1993, p. 88-89).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span>É neste fragmento que propõe um desafio que é a analítica do poder. E a análise genealógica do poder, produz de certa maneira uma diferenciação com relação à ciência política, rompe com a concepção clássica de poder, a qual considera um tanto limitativa, pois na teoria clássica jurídica, o poder era considerado como algo que se pudesse possuir (bem), cuja ação é fundadora do direito, e obedece a uma ordem contratual. <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Para Michel Foucault, o poder não é necessariamente criado pelo Estado, não é somente uma manifestação do aparelho estatal. É interessante observar que a questão que nos interessa realmente diz respeito às relações de poder que não se constituem como objetos, como espaços, que não pertencem a ninguém, ou seja, ninguém pode ter poder. É importante considerar que o poder é uma relação que permeia toda a sociedade global e esse é o dado importante, pois ele não pode ser dissecado, sendo a característica mais polêmica e rica desse autor. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Realidades distintas, mecanismos heterogêneos, esses dois tipos específicos de poder se articulam e obedecem a um sistema de subordinação que não pode ser traçado sem que leve em consideração a situação concreta e o tipo singular de intervenção. O importante é que as análises indicaram claramente que os poderes periféricos e moleculares não foram confiscados e absorvidos pelo Estado. Não são necessariamente criados pelo Estado, nem, se nasceram fora dele, foram inevitavelmente reduzidas a uma forma ou manifestação do aparelho central. Os poderes se exercem em níveis variados e em pontos diferentes da rede social e neste complexo os micro-poderes existem integrados ou não a o Estado, distinção que não parece, até então, ter sido relevante ou decisivo para a sua análise. (FOUCAULT, 1979, p. XII). &nbsp; &nbsp;</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Percebe-se por essa leitura acima, que Michel Foucault não exclui o poder do Estado das relações de poder coexistente no meio social, mas, contesta a hipótese de que o Estado seria o órgão central e único de poder, e ainda que a rede de poderes existentes na sociedade moderna estaria interligados ou corresponderia a resultados de extensão do estado. Contrariamente, Foucault acredita que o poder não pode ser localizado em uma instituição ou no Estado (aparelho central e exclusivo de poder). Tomando como exemplo a concepção marxista do poder segundo Foucault se trata de funcionalidade econômica do poder, tendo o papel de manter e reproduzir a dominação de classe, assim como as condições básicas da produção. A crítica foucautiana consiste justamente nessa metodologia marxiana e marxista a concepção economista, à medida que abordar o poder como uma superestrutura da economia, tratando, assim, o poder como posse e não como um exercício. Contudo, entende-se que Foucault não acredita na existência de uma relação dual de poder (estrutura binária de poder caracterizada por uma relação entre classe dominante e dominada), mas enfatiza a existência de uma luta constante e silenciosa entre poder e resistência, pois considera que todas as classes sociais são submetidas às relações de poder.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Na realidade o que Foucault quer demonstrar é que não são estruturas sociais que determinam as relações de poder, mas são as micros relações de poder, que acabam constituindo estruturas sociais. De maneira geral, o poder para Foucault não é um objeto, uma coisa ou uma propriedade de que alguns seriam possuidores em detrimento de outros, ou seja, não existe uma dualidade entre uma classe social que seria dominante e que, por sua vez, deteria o poder, e uma classe social dominada. O poder para o autor é uma prática social constituída historicamente. Assim, o poder não é algo que possa ser possuído, mas sim exercido e todo sujeito encontra-se na possibilidade de exercê-lo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Foucault analisa a formação histórica das classes das sociedades capitalistas identifica a sociedade institucionalizada, inclusive à constituição do dispositivo da sexualidade, percebendo uma sinonímia entre o Estado e o poder. Mas existem formas de exercício de poder distintas do Estado, podendo até articular-se em favor do mesmo. A mecânica de poder transformar-se em técnicas de dominação. Este poder atinge a realidade dos indivíduos por meio de controle dos corpos e adentra na vida cotidiana. Foucault realiza uma “uma investigação dos procedimentos técnicos de poder que realizam um controle detalhado, minucioso dos corpos-gestos, atitudes e discursos.” (FOUCAULT, 1979, p. XII). Ao longo de toda a história do ocidente as análises políticas do poder apresentam uma visão inteiramente negativa, “com respeito ao sexo, o poder jamais estabelece relação que não seja de modo negativo: rejeição, exclusão, recusa, [...] ocultação e mascaramento.” (FOUCAULT, 1985, p. 81). O poder seria aquele que rege por meio de imposição de regras, “aquilo que dita lei, no diz respeito ao sexo [...][reduzindo-o] a regime binário: lícito, permitido e proibido.” (FOUCAULT, 1985, p. 81) E opera segundo a lógica da censura (ciclo de interdição) e exerce de maneira uniforme em todos os níveis (de alto a baixo).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A análise foucautiana procura focalizar a especificidade dos poderes que estão <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>intrinsecamente relacionados com a produção de saberes, dentre os quais está o saber sexual, procurando analisar como esses micro-poderes se relacionam com o poder do Estado. No Estado não está à origem ou foco absoluto de todo tipo de poder social, à medida que muitos micro-poderes se instituem fora do âmbito do Estado e de seus aparelhos. Não há nenhum lugar específico de poder na estrutura social, segundo Foucault o que há é um conjuntos de dispositivos ou mecanismos. O poder em si não é uma propriedade, nem objetivo ou coisa do tipo, mas é algo (como já se colocou) que se exerce, que funciona (exercício), possui uma característica relacional, ou seja, uma relação de força. Foucault critica a concepção de poder designada pelo modelo econômico, tendo-o como mercadoria, pois para o mesmo, o poder não constitui enquanto disputa, em que se ganha ou se perde, como também não é um fenômeno que trata especificamente da lei e repressão. Nessa perspectiva critica também as teorias do poder desenvolvidas pelos os filósofos do século XVIII, os quais:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">definem o poder como direito originário que se cede, se aliena para construir a soberania e que tem como instrumento privilegiado o contrato; teorias que, em nome do sistema jurídico, criticarão o arbítrio real, os excessos, os abusos de poder. Portanto, exigência que o poder se exerça como direito, na forma da legalidade. Por outro lado, as teorias que, radicalizando a crítica ao abuso do poder, caracterizam o poder não somente por transgredir o direito, mas o próprio direito por ser um modo de legalizar o exercício da violência e o Estado o órgão cujo papel é realizar a repressão. Aí também é na ótica do direito que se elabora a teoria, na medida em que o poder é concebido como violência legalizada. (FOUCAULT, 1979, p. XV)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Na verdade o que Foucault quer mostrar é que as relações de poder não são necessariamente contratuais e exclusivamente repressivas, produz também efeitos de verdade e saber. Segundo ele para se analisar concretamente as relações de poder, não podemos nos ater ao modelo de poder soberano, pois, o poder não estudado nos termos primitivos da relação, mas da própria relação, investigação as relações de sujeição. Buscando perceber as relações de forças. Sendo assim, pensar o poder enquanto relações de forças. É, portanto, considerar o poder como composição contratual, para ele constituir um aspecto negativo. Uma vez que toda relação de poder (seja de cima para baixo ou contrariamente), nas sociedades ocidentais é posto de alguma forma como negativo devido a maneira da qual o trata, na maioria das vezes corresponde a forma jurídica, como domínio do direito, e contrariando essa concepção ele argumenta que o poder não está unicamente restrito ao campo do direito, mas em contrapartida na diversas esferas do meio social. <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Como sendo resultante de sua análise, a proposta foucautiana não é a formulação de uma nova concepção de poder, mas uma analítica do poder, e é com base na mesma que se permite esclarecer o poder ligado aos dispositivos, inclusive o da sexualidade, Vejamos o que diz Michel Foucault:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A idéia do que existe, em um determinado lugar, ou emanado de um determinado ponto, algo que é um poder, me parece baseada em uma análise enganosa e que, em todo caso, não dá conta de um número considerável de fenômenos. Na realidade o poder é um feixe de relações mais ou menos organizado, mais ou menos piramidializado, mais ou menos coordenado. Portanto, o problema não é de constituir uma teoria do poder que teria por função fazer o que um Boulainvilliers ou um Rousseau quiseram fazer. (FOUCAULT, 1979, p. 248)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A problemática não está na constituição de uma teoria do poder, como alguns filósofos propuseram (Rousseau, Boulainvilliers, Hobbes), mas é necessário que caracterize o poder como algo que surgiu em um lugar específico e um determinado momento. Dessa maneira deduz que o poder é algo aberto, que envolve relações coordenadas. Sendo assim, o que se pode fazer é uma analítica das relações de poder.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O BIOPODER E O PODER DISCIPLINAR</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>A análise do poder em Michel Foucault se encontra principalmente em seus livros História da Sexualidade I (Vontade de Saber/1976) e Vigiar e Punir (1987). Apresentando as formas do poder moderno, o biopoder enquanto tecnologia de regulamentação sobre a “população”. A modernidade inaugura uma concepção de poder, em que se tem uma ligação direta com o controle sobre a vida (perspectiva biológica) dos indivíduos, poder esse cuja legitimidade não está mais a concepção clássica, em que se acredita no exercício soberano do poder (absoluto), mas no controle ou regulamentação da vida e esse é o campo do biopoder. Considerando que “o homem moderno é um animal em cuja política sua vida, enquanto ser vivo, está em questão” (FOUCAULT, apud, DREYFUS &amp; RABINOW, 1995, p. 148). O biopoder retrata o controle ou regulamentação da população. Foucault faz está análise por meio de uma abordagem social, histórica, filosófica e a genealógica do poder. Entender o que é genealogia para Foucault mostra-se fundamental para o desenvolvimento de qualquer pesquisa que utilize como práticas de relações de forças, na ordem dos poderes e saberes, presentes nas diferentes esferas das sociedades desenvolvida pelo filósofo, <span style="mso-bidi-font-family: Helvetica;">se insurge contra as teorias</span> <span style="mso-bidi-font-family: Helvetica;">universalizantes que se apresentam como explicativas da totalidade dos fenômenos sociais por parte de tantas metanarrativas modernas</span>. O que é genealogia? Qual o significado do método genealógico? De onde provem? Qual sua relação com poder? Quais diferenças este procedimento metodológico instaura? Ainda discorrendo sobre isto, Revel diz:<span style="mso-bidi-font-family: Helvetica;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">O enfoque genealógico não é, no entanto, um simples empirismo, “nem tampouco um positivismo, no sentido habitual do termo”. Trata-se, de fato, de ativar saberes locais, descontínuos, desqualificados, não legitimados, contra a instância teórica unitária que pretenderia depurá-los, hierarquizá-los, ordená-los em nome de um conhecimento verdadeiro [...]. As genealogias não são, portanto, retornos positivistas a uma forma de ciência mais atenta ou mais exata: as genealogias são mais exatamente anti-ciências. O método genealógico é, portanto, uma tentativa desassujeitar os saberes históricos, isto é, de torná-los capazes de oposição e de luta contra “a ordem do discurso”; isso significado que a genealogia não busca somente no passado de acontecimentos singulares, mas que ela se coloca hoje a questão da possibilidade dos acontecimentos”. (REVEL, 2005, p. 52 – 53)<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Em defesa da sociedade Foucault constata que: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Aquém, portanto, do grande poder absoluto, dramático, sombrio que era o poder de soberania, e que consistia em poder de fazer morrer, eis que aparece agora, com essa tecnologia do biopoder, com essa tecnologia do poder sobre a “população” enquanto tal, sobre o homem enquanto ser vivo, um poder contínuo, científico, que é o de “fazer viver”. A soberania fazia morrer e deixava viver. E eis agora aparece um poder que eu chamaria de regulamentação e que consiste ao contrário, em fazer viver e deixar morrer. (FOUCAULT, 1999, p. 294)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O poder agora intervém como o direito de fazer viver, na maneira de viver, ou seja, no como viver. Considerando que o biopoder estabelece o poder à medida que o aplica globalmente á população, a vida e aos vivos. Em vontade de saber (1979) faz referência ao biopoder no que se refere ao controle, disciplina e regulamentação da vida. Enfatiza que “seria necessário falar de ‘biopoder’ para designar aquilo que faz entrar a vida e seus mecanismos no domínio dos cálculos explícitos e faz do poder-saber um agente de transformação da vida humana [...]” (FOUCAULT, apud, DREYFUS &amp; RABINOW, 1995, p. 148). Essa nova tecnologia do poder determina e normatiza o corpo, a partir do controle e da disciplina. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>E por meio dos dispositivos da sexualidade e da loucura ele aponta para o poder disciplinar (que se aplica ao corpo, por intermédio de técnicas punitivas). O que seria outro pólo do biopoder. Além desse pólo há o que trata da espécie humana, enquanto objeto de atenção. “Esforços para compreender os processos de regeneração humana estavam fortemente ligados a objetivos diferentes, mas políticos. Esses controles reguladores dos processos vitais serão objetos do sexo volume da história da sexualidade”.(DREYFUS &amp; RABINOW, 1995, p. 149). Vale lembrar que estes pólos estão justamente centrado no corpo, não no sentido de reprodução humana, mas como um objeto a ser manipulado. Uma nova ciência, ou melhor, uma tecnologia do corpo como objeto de poder constitui-se gradualmente em localizações periféricas e dispares. Além disso, Foucault une a caracterização do biopoder com o poder disciplinar, visando que os dois níveis não se exclui se entregam.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117.1pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">O poder disciplinar é com efeito um poder que, em vez de se apropria-se e de retirar, tem como função maior &lt;&lt;adestrar&gt;&gt;; ou sem duvida adestrar para retirar e se apropriar ainda mais e melhor. Ele não amarra as forças para reduzi-las; procurar ligá-las para multiplicá-las e utilizá-las num todo. Em vez de dobrar uniformemente e por massa tudo que lhe está submetido, separa, analisa, diferencia, leva seus processos de decomposição até as singularidades necessárias e suficientes. (FOUCAULT, 1987, p. 153) </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117.1pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O controle disciplinar visava uma “docilidade” dos corpos. E o biopoder (nova tecnologia do poder) se relaciona diretamente os processos que diz respeito à vida. Considerando isso Foucault ressalta: “esses dois conjuntos de mecanismos, um disciplinar, o outro regulamentador, não estão no mesmo nível. Isso lhes permite, precisamente, não se excluírem e poderem articular-se um com o outro. (FOUCAULT, 1999, p. 299) E um dos exemplos citados por Foucault que comprova essa integração dos dois mecanismos é a sexualidade, vejamos porque:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">De um lado, a sexualidade, enquanto comportamento exatamente corporal depende de um controle disciplinar, individualizante, em forma de vigilância permanente (e os famosos controles, por exemplo, da masturbação que foram exercidos sobre as crianças desde o fim do século XVIII até o século XX, e isto no meio familiar, no meio escolar, etc., representam exatamente esse lado do controle disciplinar da sexualidade); e depois, por outro lado, a sexualidade se insere e adquire efeito, por seus procriadores, em processos biológicos amplos que concernem não mais ao corpo do indivíduo mas a esse elemento, a essa unidade múltipla constituída pela população. (FOUCAULT, 1999, p. 299)<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Portanto, a sexualidade situa-se entre mecanismo disciplinares (corpo) e regulamentadores (população) esses seriam mais gerais. Por isso que as teorias médicas argumentam que quando se tem uma sexualidade desmedida (indisciplinada) e irregular produz efeitos duplos: sobre o corpo e sobre a população. Sobre o corpo (indisciplinado) “é imediatamente punido por todas as doenças individuais que o devasso sexual atrai sobre si.” (FOUCAULT, 1999, p. 301) Os efeitos sobre a população dá-se a medida que “supõe que aquele que foi devasso sexualmente tem uma hereditariedade, uma descendência que, ela também, vai ser perturbada, e isso durante gerações e gerações. (FOUCAULT, 1999, p. 301). Daí percebe-se como os saberes técnicos a exemplo da medicina vai se estabelecer no século XIX por influencias científicas no que se trata os processos biológicos e orgânicos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CRÍTICA À HIPÓTESE REPRESSIVA</b> </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Na contemporaneidade é recorrente o discurso de uma possível repressão sexual, que se daria então por um conjunto de interdições e censuras, lançadas por práticas, idéias e instituições que estabelecem aquilo que seria “permitido” e “proibido”. “Segundo a hipótese repressiva, passamos, através da história européia, de um período de relativa abertura sobre nossos corpos e discursos para uma repressão e uma hipocrisia cada vez maiores.” (DREYFUS &amp; RABINOW, 1995, p. 142) Nota-se que a hipótese repressiva apóia-se em uma conjuntura histórica para argumentar e mostrar as modificações que é constitui enquanto tal.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Recorrendo á análise histórica já feita anteriormente percebe-se que século XVII havia uma maior liberdade, pois os “gestos era diretos, discursos sem vergonha, transgressões visíveis, anatomias mostradas e facilmente misturadas, crianças astutas vagando sem incômodo nem escândalos entre risos dos adultos” (FOUCAULT, apud. DREYFUS &amp; RABINOW, 1995, p. 142). Entretanto, no decorrer dos anos as coisas se modificam, e na chamada era vitoriana “o risco foi substituído pelas noites monótonas da burguesia vitoriosa” (FOUCAULT, apud. DREYFUS &amp; RABINOW, 1995, p. 142). A sexualidade, ou o que dela restou, foi agora confinada ao lar, e até se restringiu a cama de dois pais. Uma regra de silencio foi imposta. Reinou a censura. O sexo transformou-se em desagradável e utilitário.” ((FOUCAULT, apud. DREYFUS &amp; RABINOW, 1995, p. 142). Ou seja, o sexo se restringe a função reprodução, ou seja, para procriação. O prazer era negado, o sexo longe de ser uma necessidade biológica, consistia em meios apenas para reprodução.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Como já foi colocado há quem relacione a repressão sexual com o advento do capitalismo, em que todas as energias do indivíduo deveriam estar direcionada ao desenvolvimento econômico, ou seja, a produção “(trabalhem, não façam amor)” (FOUCAULT, 1979, p. 231). A realidade é que o exercício ou a concepção de sexualidade obedece, pois, a regras que são estabelecidas e controladas ou culturalmente. Uma vez que: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A hipótese repressiva está ancorada numa tradição que pensar o poder apenas como coação negatividade e coerção. Com uma recusa sistemática em aceitar a realidade, como um instrumento repressivo, como uma proclamação de verdade, as forças do poder previnem ou, pelo menos, distorcem a formação do saber. (DREYFUS &amp; RABINOW, 1995, p. 143)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em contraposição a essa idéia de sexo reprimido, Michel Foucault apresenta uma crítica relevante, pois para o mesmo essa sociedade que é institucionalizada não visa proibir mais incentiva e realiza uma proliferação de discursos. É nesse contexto que “O discurso designa, em geral, para Foucault, um conjunto de enunciados que podem pertencer a campos diferentes, mas que obedecem, apesar de tudo, a regras de funcionamento comuns. Essas regras não são somente lingüísticas ou formais, mas reproduzem um certo número de cisões historicamente determinadas” (REVEL, 2005, p. 37). Sobre o sexo Foucault diz:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Segundo Foucault, contrariamente do que se pensa, isto é, que a repressão sexual se exerce pela censura, pela proibição e pelos interditos, na realidade essa “hipótese repressiva” (como chama Foucault) está enganada. Em nenhuma sociedade falou-se tanto, discutiu-se tanto, detalhou-se tanto, estudou-se tanto e regulamentou-se tanto o sexo como a nossa. O sexo, em nossa sociedade, sempre foi aquilo de que se deva falar, falar muito e falar tudo. Até o mutismo não é censura, mas uma certa estratégia de silencio para maior eficácia do discurso sobre o sexo. (CHAIÚ, 1984, p. 182)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É interessante ressaltar que a própria Marilena Chauí em seu livro “Repressão Sexual (1984)”, expressa e considera que a sua analogia foucaultiana não que trata sobre a repressão sexual, ou seja, criticando-a, mas considera infinita a compreensão desse dispositivo (da sexualidade), e os discursos estratégicos que produzem e incitam, para a mesma em seu livro “ seria um caso exemplar de submissão a tais estratégias, visto que não só [fala-se] o tempo todo em sexualidade, mas ainda [foi dado] um lugar privilegiado na relação com o desejo.” (CHAUÍ, 1984, p. 182). E em contraposição, a proposta foucautiana é o abandono da perspectiva do desejo. Foucault desconstrói essa perspectiva repressiva do sexo e enfatiza que toda essa discursividade acerca da sexualidade humana não visa proibir ou reduzir a prática sexual, mas um controle que intensifica os discursos sobre prazeres e estimulação dos corpos. Sendo assim, a sociedade moderna e suas instituições não recusam o conhecimento acerca do sexo, mas instaura aparelhos discursivos com a finalidade de delimitar uma “verdade” sobre o sexo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Em a “História da sexualidade I (vontade de saber) Foucault questiona o porquê da nossa sociedade “fustiga ruidosamente por sua hipocrisia, fala prolixamente de seu próprio silêncio, obstina-se em detalhar o que não se diz e promete-se liberar das leis que a fazem funcionar” (FOUCAULT, 1985, p. 14). E considerando, a “hipótese repressiva” Foucault coloca algumas questões que é importante serem ressaltada, entre as quais estão:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">... a repressão do sexo seria, mesmo, uma evidencia histórica? A mecânica do poder e, em particular, a que é posta em jogo numa sociedade como a nossa, seria mesmo, essencialmente, de ordem repressiva? [...] o discurso critico que se dirige á repressão viria cruzar com um mecanismo de poder, que funcionara até então sem constentação, para barra-lhe a via, ou faria parte da mesma rede histórica daquilo denuncia (e sem duvida disfarça) chamado-o “repressão”? (FOUCAULT, 1985, p. 15)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A crítica que faz á hipótese repressiva é argumentada após evidenciar as constantes verbalização, produção e incitação que se realiza no que trata a sexualidade ou a idéia de sexo. E sendo assim, o discurso repressivo necessitaria ser questionado e colocado á prova fazendo referência ao mecanismo que o sustenta, pois o que se percebe é uma liberação por meio de discurso. Uma discursividade que nos leva a questionar, qual os seu real objetivo? Levantando suposições, será que visam o fim da repressão sexual? Ou se por interesses camuflados incita-se a produção fantasiosa de uma sexualidade reprimida? Considerando que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117.1pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A partir do século XVI, a “colocação do sexo em discurso”, em vez de sofrer um processo de restrição, foi, ao contrário, submetida a um mecanismo de crescente incitação; que as técnicas de poder exercidas sobre o sexo não obedeceram a um princípio de seleção rigorosa, mas, ao contrário, de disseminação e implantação das sexualidades polimorfas e que a vontade de saber não se detém diante se um tabu irrevogável. (FOUCAULT, 1985, p. 17) </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante ressaltar que Foucault não nega terminantemente a repressão sexual, mas que a mesma não é um elemento fundamental que defina a história da sexualidade, pois sua colocação discursiva obedece a técnicas de poder. Vale considerar na perspectiva foucautiana a sexualidade aparece como uma forma de poder, tese que é demonstrada por uma análise histórica, a qual se processa pelo desenvolvimento de algumas linhas principais, entre as quais está à confissão, a proliferação dos discursos, assim como a criação do biopoder.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Foucault questiona com a nossa sociedade já há muito tempo afirma de maneira hipócrita a existência de uma repressão, se permanentemente fala de seu próprio silencio “obstina-se em detalhar o que não diz denuncia os poderes que exerce e promete liberar-se das leis que a fazem funcionar.” (FOUCAULT, 1985, p. 14). Isso é realmente paradoxal, sendo necessário questionar para que possamos perceber quais são as intenções e estratégias que sustentam os discursos tidos como verdadeiros. De acordo com a perspectiva foucautiana a história da sexualidade é marcada por uma tentativa de criar discursos que sejam aceitos como “verdade”. É nesse ponto que Michel Foucault diz:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">É importante ressaltar que a verdade para Foucault não corresponde a descobertas (científicas), mas é legitimada por uma estrutura de poder, coexistindo uma relação direta entre poder e verdade. Na Microfísica do poder Foucault explicita: “por “verdade”, entender um conjunto de procedimentos regulados pela produção, a lei, a repartição, a circulação e o funcionamento dos enunciados. A “verdade” está circularmente ligada a sistemas de poder, que a produzem e apóiam, e a efeitos de poder que eu ela induz e que a reproduzem. “Regime” de verdade”. (FOUCAULT, 1979, p. 14)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Foucault realiza um “inventário histórico-crítico”, do que ele mesmo designa, “nossa experiência constituída”, ou seja, o infindável questionamento sobre o que nos tornamos historicamente, as “verdades” a que nos submetemos e que incorporamos, e que fizeram de nós aquilo que hoje somos. Nessa perspectiva, é claro, a verdade não deve ser tida como uma realidade descoberta, desvelada. Também o “sujeito” não é a realização de algo dado como a natureza, isto porque, segundo o filósofo, o sujeito é produzido socialmente. Na medida em que analisa o que se construiu, no ocidente, como a “verdade” acerca daquilo que nos tornamos, o pensador faz da crítica um repensar constante sobre as experiências sociais, culturais e históricas expressa na prática concreta das sociedades contemporâneas. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>A “verdade” é centrada na forma do discurso científico e nas instituições que a produzem, ela está submetida a uma constante incitação econômica e política, ou seja, a “verdade” é o objeto, de inúmeras formas, de uma imensa difusão e de um imenso consumo. Em conseqüência disto, a “verdade” ainda é produzida e transmitida sob o controle, não exclusivo, mas dominante, de alguns grandes aparelhos políticos ou econômicos. Portanto, a “verdade” é o objeto de debate político e de confronto social.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Em conseqüência dessa proliferação de discursos verdadeiros na modernidade institui-se uma scientia sexuais que não tem a intenção de trata de uma descoberta, ou seja, do que diz respeito a aspectos biológicos ou da natureza humana, mas da sua fabricação. Sendo assim, não se trata de descobri uma verdade, mas de á criá-la, formando discursos que sejam proliferados como verdadeiros. Podemos concluir que Michel Foucault propôs abordagens inovadoras consideradas essenciais para se entender às instituições, os sistemas de pensamento e os discursos produzidos no meio social, político e econômico, e por isso seus conceitos tornaram-se fundamentais para os mais diversos campos do conhecimento. Poucos filósofos do cenário contemporâneo percorreram com tamanha competência e genialidade tantas áreas do saber como Michel Foucault. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É na história da Sexualidade I (Vontade de Saber), Foucault realiza seus estudos sobre o dispositivo da sexualidade, fazendo uma apresentação da composição histórica que o constitui enquanto tal. E para tanto remeter-se ao verdadeiro repressivo que segundo a perspectiva foucaultiana a composição de relações de poder produz campos de saber, e de modo recíproco, saberes geram relações de poder. Uma vez que a “curiosidade e vontade de tudo saber o sexo [é] para melhor controlá-lo”.(CHAUÍ, 1984, p. 16). Ou seja, a intenção dessa proliferação discursiva, visam o controle e domínio do âmbito sexual dos indivíduos. Desenvolve-se um incitamento disfarçado, o qual está atrelado a mecanismos de pode, que na tentativa de libertar o sexo de uma aparente repressão social, mostra-se visivelmente em que se está enredado a segmentos de poder e saber.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Foucault em a vontade saber apresenta uma investigação histórica, e defende uma a tese de que a sexualidade aparece com uma forma de poder. Portanto, para uma melhor compreensão da hipótese repressiva faz-se necessário recorrer à compreensão clássica do poder, assim com a perspectiva foucaultiana acerca do poder, a qual é designada como analítica do poder. É importante perceber ainda que na análise foucaultiana a sexualidade constitui-se enquanto dispositivo histórico, no qual se incita significativamente o discurso sobre o sexo, servindo-se de estratégias de poder e saber, sendo ele o objeto da verdade. De acordo com Foucault, essa tríplice aliança (poder/saber/verdade) compõe-se enquanto mecanismo de controle, nos quais funcionam as estratégias de dominação na sociedade ocidental. Isto significa dizer que no volume I da história da sexualidade, Foucault apresenta a problemática: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Da “vontade de saber”, agora assumindo a forma de poder confessional, que desde a pastoral cristã à psicanálise, longe de reduzir o sexo ao silêncio, encoraja ao homem a dizer, no sexo, a sua verdade. É nessa compulsão á forçar confissões, a dar sentido de produzir sujeitos e de produzir súditos. O homem é coagido pelo poder a constituir-se em sujeito, através do sexo. (ROUANET, 1987, p. 225) </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>É neste fragmento acima, que podemos perceber sobre o sexo, o qual se sustenta ao longo da história da humanidade (fazendo menção aos últimos três séculos), mas que por outro lado incita a uma explosão discursiva, que culminará na criação de uma ciência da sexualidade. E essa trajetória é amparada expressivamente pelos mecanismos de poder e saber, os quais visam à proliferação de discursos verdadeiros. Focault enquanto renomado pensador contemporâneo é também considerado um dos filósofos que contribui de maneira significativa para reflexão do homem como objeto do contexto em que vive, da sociedade e da história. Tornando-se assim detentor de uma potencialidade reveladora. Foucault propiciou-nos um legado inestimáveis e atemporais, que em muitos contribuíram para um melhor entendimento de autores consagrados no campo da historiografia atual, como Michel Foucault, Paul Veyne, Michel de Certeau e Hayden White e assim sucessivamente.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">CHAUÍ, Marilena. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Repressão Sexual: Essa nossa (des) conhecida.</b> 2ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 18pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">DREYFUS, Hubert L; RABINOW, Paul<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. </b></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Michel Foucault, uma trajetória filosófica: (para além do estruturalismo e da hermenêutica).</b> Tradução de Veras Porto Carreiro. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">FOUCAULT, Michel. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História da sexualidade I: A vontade de saber.</b> 11ª ed. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 1993. </li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">FOUCAULT, Michel. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Microfísica do poder.</b> Organização, Introdução e Revisão Técnica de Roberto Machado. - Rio de Janeiro. Edições Graal. 16ª ed., 1979.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">FOUCAULT, Michel. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Microfísica do Poder.</b> Organização e tradução de Roberto Machado. – Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">FOUCAULT, Michel. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Em Defesa da Sociedade: Curso no Collège de France (1975 – 1976).</b> Tradução Maria Ermantina Galvão. – São Paulo: Martins Fontes, 1999.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">FOUCAULT, Michel. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Ética, Sexualidade, Política. Organização e seleção de textos Manoel Barros da Motta:</b> tradução Elisa Monteiro, Inês Autran Dourado Barbosa. 2ª ed. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">MARTINS, Carlos J. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Legado de Foucault</b>. In: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A vida dos corpos e das populações como objeto de uma biopolítica na obra de Michel Foucault.</b> Organizações: Lucila Scavone, Marcos César Alvarez, Richard Miskolci. – São Paulo: editora da UNESP, 2006.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">REVEL, Judith. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Michel Foucault: Conceitos Básicos</b>; tradução Maria do Rosário Gregolin, Nilton Milanez, Carlos Piovani. São Carlos: Claraluz, 2005.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">ROUANET, Sérgio Paulo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">As razões do Iluminismo.</b> São Paulo: Companhia das letras, 1987.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB e Graduando em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/algumas-reflexoes-sobre-michel-foucault.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-4424350446069367939</guid><pubDate>Tue, 25 Jan 2011 14:34:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-25T06:34:47.768-08:00</atom:updated><title>ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DA GEOGRAFIA HUMANA EM RELAÇÃO AO AQUECIMENTO GLOBAL ANTROPOGÊNICO: UM MUNDO SEM CATRACAS É POSSÍVEL?</title><description><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: PT;">ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DA GEOGRAFIA HUMANA </span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: PT;">EM RELAÇÃO AO AQUECIMENTO GLOBAL ANTROPOGÊNICO: UM MUNDO SEM CATRACAS É POSSÍVEL?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"><a href="mailto:lucianoagra@hotmail.com"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">lucianoagra@hotmail.com</span></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></b></span></span></span></a></span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10pt;"></span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Resumo:</span></b><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;"> O que é o Efeito Estufa? Será que o aquecimento Global é o Fenômeno Natural ou é o Efeito da Atividade Humana? Outra questão que se coloca é se o aquecimento global observado é natural ou antropogênico? Muitas perguntas, Muitas respostas... Este artigo propõe analisar sobre o aumento da temperatura global, a Intensificação do efeito-estufa, as Limitações dos modelos de clima global a Variabilidade climática natural e a responsabilidade pela natureza. Percebe-se que este artigo trata-se de uma pesquisa analítica descritiva, com análise dos textos pelos Estudos da linguagem e da Análise do discurso, buscando-se observar e desenvolver a presença dos discursos utilizados nas matérias referentes ao aquecimento global e seus usos de linguagem simples, destacada o contexto filosófico, sociológico, histórico, geográfico e outras áreas afins, enfatizando as causas, conseqüências e os interesses políticos integrados as organizações sociais, políticas, econômicas, cultural e assim sucessivamente. Portanto, contextualizamos e intertextualizamos uma pesquisa arraigada em livros, sites e revistas a fim de expor um trabalho concreto e vir a esclarecer as dúvidas sobre este tema de caráter social e polissêmico. Destaco Hans Jonas, porque tem como ponto de apoio uma ontologia fundada numa finalidade da natureza.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Palavras chave:</span></b><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;"> Aquecimento Global - variabilidade climática - modelos climáticos – Efeito Estufa.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">SOME CONSIDERATIONS OF THE HUMAN GEOGRAPHY</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">REGARDING THE GLOBAL HEATING ANTROPOGÊNICO: IS A WORLD WITHOUT CATRACAS POSSIBLE?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Abstract</span></b><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">: </span><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">What is the Greenhouse effect? Will it be that the Global heating is the Natural Phenomenon or is the Effect of the Human Activity? Is another question that is put if the global observed heating is natural or antropogênico? Many questions, Many answers... This article proposes to analyse on the increase of the global temperature, the Intensification of the greenhouse effect, the Limitations of the models of global climate to climatic natural Variability and the responsibility for the nature. it is realized that one treats this article as an analytical descriptive inquiry, with analysis of the texts by the Studies of the language and of the Analysis of the speech, when for to observe be looked and developing the presence of the speeches used in the matters referring to the global heating and his uses of simple, outstanding language the philosophical, sociological, historical, geographical context and other similar areas, emphasizing the causes, consequences and the political interests integrated the social, political, economical organizations, culturally and so successively. So, contextualizamos and intertextualizamos an inquiry rooted in books, sites and magazines in order to expose a concrete work and come to explain the doubts on this subject of social character and polissêmico. I detach Hans Jonas,<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>because it takes as a point of support an ontology been based on a finality of the nature.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Key words:</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Global heating - climatic variability - climatic models – Greenhouse effect.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">CONSIDERATIONS UNES PAR RAPPORT AUX GÉOGRAPHIE HUMAINE DU RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE ANTHROPIQUE: UN MONDE SANS CLIQUET EST POSSIBLE?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="IT" style="mso-ansi-language: IT;">Résumé:</span></b><span lang="IT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: IT;"> Quel est l'effet de serre? Ce que le réchauffement climatique est un phénomène naturel ou est l'effet des activités humaines? Une autre question qui se pose est de savoir si le réchauffement observé est naturelle ou anthropique? Beaucoup de questions, beaucoup de réponses ... Cet article vise à analyser sur l'augmentation de la température mondiale, l'intensification de l'effet de serre, les limites des modèles du climat mondial à la variabilité naturelle du climat et de la responsabilité de la nature. Il est remarqué que cet article, il est une recherche descriptive analytique, l'analyse de textes pour l'étude de la langue et analyse du discours, en essayant d'observer et de développer la présence des discours utilisés dans les questions relatives au réchauffement de la planète et de ses usages un langage simple, a souligné le contexte philosophique, sociologique, historique, géographique et d'autres domaines connexes, en insistant sur les causes, les conséquences et les intérêts politiques inclus organisations sociales, politiques, économiques, culturelles et ainsi de suite. Par conséquent, une recherche et contextualisée intertextualize enracinée dans les livres, magazines et sites Web afin d'exposer un travail précis et viennent pour répondre aux questions sur le sujet d'un environnement social et polysémique. </span><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">Mettez en surbrillance Hans Jonas, parce que son point de l'ontologie de soutien basé sur un but de la nature. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="ES-TRAD" style="mso-ansi-language: ES-TRAD;">Mots-clés</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">:</span></b><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;"> réchauffement de la planète - la variabilité du climat - les modèles climatiques - Effet de serre.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">1. INTRODUÇÃO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Neste artigo percebemos que o efeito estufa é o aquecimento gradual do planeta provocado pelo acúmulo de certos gases na atmosfera, principalmente dióxido de carbono ou gás carbônico (CO</span><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;">2</span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">). Os gases à base de carbono são conhecidos como gases estufa. O efeito estufa tem um lado bom. A camada de gases em torno da Terra serve para manter a temperatura do planeta nos limites adequados para a vida. Sem essa "manta" que retém o calor, a atmosfera seria cerca de 18 graus Celcius mais fria. As maiores emissões de CO</span><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;">2</span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">, segundo dados de 1997 expressos em milhões de toneladas anuais, são, pela ordem, dos Estados Unidos, China, Federação Russa, Japão, Índia, Alemanha, Reino Unido e Canadá. Especificamente, os países desenvolvidos assumiram o seguinte compromisso no âmbito do artigo 3.1 do Protocolo de Quioto, Consuelo yatsuda moromizato Yoshida mostrou em seu texto: mudanças climáticas, protocolo de quioto e o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. A posição estratégica singular do Brasil. Alternativas energéticas, avaliação de impactos, teses desenvolvimentistas e o papel do judiciário, dizendo que:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;">As Partes incluídas no Anexo I devem, individual ou conjuntamente, assegurar que suas emissões antrópicas agregadas, expressas em dióxido de carbono equivalente, dos gases de efeito estufa listados no Anexo A não excedam suas quantidades atribuídas, calculadas em conformidade com seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões descritos no Anexo B e de acordo com as disposições deste Artigo, com vistas a reduzir suas emissões totais desses gases em pelo menos 5 por cento abaixo dos níveis de 1990 no período de compromisso de 2008 a 2012. (</span><i><span style="font-family: Futura-Oblique; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Futura-Oblique;">YOSHIDA, 2008, p. 6)</span></i><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O aspecto negativo do efeito estufa está relacionado à ação do homem. A atmosfera da Terra formou-se lentamente, em bilhões de ano. De repente, em poucas décadas, a grande produção de gases estufa pelo homem ameaça alterar seu equilíbrio, tornando-a cada vez mais espessa, o que resultaria na retenção de mais calor sobre a superfície da Terra. Não há dúvida sobre o papel dos gases no aquecimento global. Mas ainda há discussões sobre o verdadeiro papel do dióxido de carbono emitido por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis como no caso o petróleo, carvão e a fumaça das queimadas, e é por isso que foram provados os aumentos da temperatura média do planeta nos últimos anos e ainda também já foi exposto o aumento da emissão de gases estufa por atividades humanas. Mas não se estabeleceu ainda uma clara relação de causa e efeito entre esses dois fatos. O aumento da temperatura poderia ser uma oscilação natural do planeta. Estuda-se também o papel dos oceanos. Eles cobrem três quartos da superfície do planeta. Grande parte do carbono é produzido nos oceanos através do fitoplâncton, minúsculos organismos vegetais. Qual a verdadeira capacidade de o mar servir de "depósito " de carbono? É mais um tema em discussão. Mesmo com tantas incertezas, é melhor tomar medidas de redução dos gases estufa antes que seja tarde.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">2. AQUECIMENTO GLOBAL: A CONVENÇÃO-QUADRO, O PROTOCOLO DE QUIOTO E O PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE COMUM. </span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Nós estamos na era do esclarecimento ambiental e aquecimento global é visto como a maior ameaça ao bem estar da população mundial. Hoje em dia muitos investigadores especulam que com o aquecimento global da atmosfera irá haver um aumento das falhas de colheitas relacionadas com a seca em áreas já por si afectadas por esta. Eles acham que as áreas secas ficarão mais secas e as áreas humidas ficarão mais húmidas. Ainda assim tem-se observado que as pessoas estão a mudar-se para regiões que são relativamente menos produtivas, com respeito à produtividade da agricultura do que as terras de que emigraram. Este livro desafia a vista que as secas futuras serão causadas pela alteração do clima ao contrário das actividades humanas e da mudança demográfica. O autor prevê problemas futuros nestes ambientes frágeis, quer ocorra ou não alteração do clima. Este livro intriga investigadores na biologia ambiental, em ciências ambientais, ciência popular, e em agricultura, bem como fabricantes de política e estudantes. ( </span><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;">DOMBROWSKI, 2006, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Segundo Dombrowski, </span>o Aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão um aumento da temperatura média superficial global que vem acontecendo nos últimos 150 anos. Entretanto, o significado deste aumento de temperatura ainda é objeto de muitos debates entre os cientistas. Isto quer dizer que as causas naturais ou antropogênicas têm sido propostas para explicar o fenômeno. Assim, acredita-se que a grande parte da comunidade científica acredita que o aumento de concentração de poluentes antropogênicos na atmosfera é causa do efeito estufa. Em conseqüência disto, a Terra recebe radiação emitida pelo Sol e devolve grande parte dela para o espaço através de radiação de calor, isso significa dizer que os poluentes atmosféricos estão retendo uma parte dessa radiação que seria refletida para o espaço, em condições normais, mas essa parte retida causa um importante aumento do aquecimento global.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Percebe-se aqui, portanto, uma questão fundamental quando se fala em aquecimento global, ou seja, pode-se dizer que é o aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra ocorrido desde meados do século XX e que deverá continuar no século XXI. Além disso, segundo o Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, a temperatura na superfície terrestre caracterizou-se um aumento entre 0,74 para 0,18 °C durante o século XX, ou seja, um aumento nas temperaturas globais pode, em contrapartida, causar outras alterações, incluindo aumento no nível do mar, mudanças em padrões de precipitação resultando em enchentes e secas. No entanto, espera-se que o aquecimento global seja mais intenso no Ártico, e estaria associado ao recuo das geleiras, permafrost e gelo marinho. Particularmente os outros efeitos prováveis incluem alterações na freqüência e intensidade de eventos meteorológicos extremos, extinção de espécies e variações na produção agrícola. Dessa forma o aquecimento e as suas conseqüências variarão de região para região, apesar da natureza destas variações regionais ser incerta. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>A crescente complexidade dos fenômenos ambientais, a ocorrência global concomitante com o aquecimento global que já se verifica e que se prevê continuar no futuro, é a acidificação oceânica, que é também resultado do aumento contemporâneo da concentração de dióxido de carbono atmosférico. É importante chamar atenção para o fato de que o consenso científico é que o aquecimento global antropogênico está a acontecer. Todavia, o debate público e político sobre o aquecimento global ainda continuam. Ainda ficamos uma indagação: Mas, afinal o que foi Protocolo de Quioto? Contudo, entende-se que o Protocolo de Quioto é um acordo internacional que estabelece as metas de redução de gases poluentes para os países industrializados. Ressalte-se, ainda, que o protocolo foi finalizado em 1997, baseado nos princípios do Tratado da ONU sobre Mudanças Climáticas, de 1992, ou seja, visa à estabilização da concentração de gases de efeito estufa para evitar uma “interferência antropogênica perigosa. Como se pode percebe, foi em Novembro de 2009 era composto por 187 estados que assinaram e ratificaram o protocolo. Por esta razão, Consuelo Yatsuda Moromizato Yoshida colocou que a Convenção-Quadro e o Protocolo de Quioto estabeleceram como objetivo final e ele dizia que”:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">alcançar a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático. Esse nível deverá ser alcançado num prazo suficiente que permita aos ecossistemas adaptarem-se naturalmente à mudança do clima, que assegure que a produção de alimentos não seja ameaçada e que permita ao desenvolvimento econômico prosseguir de maneira sustentável. (YOSHIDA, 2004, p. 112)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É preocupante a crescente complexidade dos fenômenos ambientais, que a maior parte do aumento de temperatura observado desde meados do século XX foi causada por concentrações crescentes de gases do efeito estufa, como resultado de atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis e a desflorestação. Considerando, então, que o escurecimento global, uma conseqüência do aumento das concentrações de aerossóis atmosféricos que bloqueiam parte da radiação solar antes que esta atinja a superfície da Terra, mascarou parcialmente os efeitos do aquecimento induzido pelos gases de efeito de estufa. Em outras palavras os modelos climáticos referenciados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas [IPCC], das Nações Unidas, projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e 2100. Como observou o renomado astrofísico inglês Stephen Hawking, afirmando que: <span style="mso-bidi-font-style: italic;">“durante anos, parte da comunidade científica se enganou atribuindo o aquecimento aos ciclos naturais do planeta e às mudanças na atividade solar. Hoje existe uma quase unanimidade de que o problema é causado por nós mesmos” </span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">(HAWKING, 2001, </span>p. 92). Segundo o IPCC, o efeito estufa, percebe-se por essa leitura que a variação dos valores reflete o uso de diferentes cenários de futura emissão de gases estufa e resultados de modelos com diferenças na sensibilidade climática. A partir daí podemos entender que a maioria dos estudos ter seu foco central no período até o referente ano 2100 espera-se que o aquecimento e o aumento no nível do mar continuem prosperando por mais de um milênio, mesmo que as concentrações de gases estufa se estabilizem. O que seria então o termo aquecimento global?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Antes de prosseguirmos com nossa hipótese, é preciso destacar que o termo aquecimento global é um exemplo específico de mudança climática à escala global, ou seja, o termo significa ainda mudança climática, mas, também pode se referir ao esfriamento global. Como se vê, é certo que no uso comum, o termo se refere ao aquecimento ocorrido nas décadas recentes e subentende-se uma influência humana. É a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima que enfatiza, entre outros aspectos, que os países desenvolvidos são os principais responsáveis pelas emissões históricas e atuais, ou seja, essa articulação se concretizou na Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima [UNFCCC] usa o termo mudança climática para mudanças causadas pelo Homem, e variabilidade climática para outras mudanças. Nesse mesmo enfoque é possível situar que o termo alteração climática antropogênica é por vezes usado quando se fala em mudanças causadas pelo Homem. Nesse contexto de interpretação entre as evidências do aquecimento do global incluem-se o aumento observado das temperaturas globais do ar e dos oceanos, o derretimento generalizado dos glaciares e a subida do nível médio do mar gradual das neves eternas e das camadas de gelo dos pólos, aumento do volume dos oceanos, mais chuvas em algumas regiões, mais seca em outras, aumento do número e intensidade de furacões, tufões, tempestades, inundações, desertificações e do fenômeno El Niño, que altera o clima no mundo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Outra perspectiva, mais importante é a principal evidência do aquecimento global vem das medidas de temperatura de estações meteorológicas em todo o globo desde 1860, mas os referentes dados com a correção dos efeitos de ilhas urbanas demonstrou que o aumento médio da temperatura foi entre 0.6 a 0.2 °C durante o século XX. É aqui que se demonstra, com todo o vigor os maiores aumentos foram em dois períodos, a saber, primeiramente em 1910 à 1945 e 1976 à 2000, sendo que De 1945 à 1976, houve um arrefecimento que fez com que temporariamente a comunidade científica suspeitasse que estava a ocorrer um arrefecimento global. Partido dessas ponderações, o aquecimento verificado não foi globalmente uniforme. É preciso destacar ainda que durante as últimas décadas, foi em geral superior entre as latitudes de 40°N e 70°N, todavia em algumas áreas, como a do Oceano Atlântico Norte, tenha sucedido um arrefecimento. É provavelmente que os continentes tenham aquecido mais do que os oceanos. Há, portanto, que referir que alguns estudos parecem indicar que a variação em irradiação solar pode ter contribuído em cerca de 45–50% para o aquecimento global ocorrido entre 1900 e 2000.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Vale salientar que a principal evidência do aquecimento global vem das medidas de temperatura de estações metereológicas em todo o globo desde 1860, no entanto, os dados com a correção dos efeitos de ilhas urbanas expõem que o aumento médio da temperatura foi mais de 0.6 - 0.2 C durante o século XX, inclusive os maiores aumentos foram em dois períodos, a saber, sendo que o primeiro foi de 1910 à 1945 e o segundo foi de 1976 à 2000. É importante perceber que as evidências secundárias são obtidas através da observação das variações da cobertura de neve das montanhas e de áreas geladas, do aumento do nível global dos mares, do aumento das precipitações, da cobertura de nuvens, do El Niño<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></a> e outros eventos extremos de mau tempo durante o século XX, exemplos, a saber, os dados de satélite demonstra um espaço restrito de 10% na área que é coberta por neve desde os anos 60 deste referido século. Nota-se que a área da cobertura de gelo no hemisfério norte na primavera e verão também ficou restrito em cerca de 10% a 15% desde 1950 e houve retração das montanhas geladas em regiões não polares durante todo o século XX. Vale ressaltar que as causas das mudanças climáticas ocorreram devido a fatores internos e externos. Esses fatores internos são aqueles associados à complexidade derivada do fato dos sistemas climáticos serem sistemas caóticos não lineares. Fatores externos podem ser naturais ou antropogênicos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>Historicamente, o principal fator externo natural é a variabilidade da radiação solar, que depende dos ciclos solares e do fato de que a temperatura interna do sol vem aumentando. Fatores antropogênicos são aqueles da influência humana levando ao efeito estufa, o principal dos quais é a emissão de sulfatos que sobem até a estratosfera causando depleção da camada de ozônio. Com base neste ponto, os cientistas concordaram que fatores internos e externos naturais podem ocasionar mudanças climáticas significativas. No último milênio dois importantes períodos de variação de temperatura ocorreram: um período quente conhecido como Período Medieval Quente e um frio conhecido como Pequena Idade do Gelo. Ainda discorrendo sobre isto, David <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">APPEL, colocou que o</span><span lang="PT"> </span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">"o Período de Aquecimento Medieval, entre 800 e 1300, e a Pequena Idade do Gelo, de 1300 a 1900 – ocorreram globalmente e numa época em que a emissão de gases industriais com efeito estufa ainda não se tinha tornado abundante" (APPELL, 2003, p. 10-11).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>É nessa passagem extraída de David Appell que podemos perceber que a variação de temperatura desses períodos tem magnitude similar ao do atual aquecimento e acredita-se terem sido causados por fatores internos e externos somente. Em seguida a Pequena Idade do Gelo é atribuída à redução da atividade solar e alguns cientistas concordam que o aquecimento terrestre observado desde 1860 é uma reversão natural da Pequena Idade do Gelo. Por conseguinte as grandes quantidades de gases tem sido emitidos para a atmosfera desde que começou a revolução industrial, a partir de 1750 as emissões de dióxido de carbono aumentaram 31%, metano 151%, óxido de nitrogênio 17% e ozônio troposférico 36%. Vale lembrar que a maior parte destes gases são produzidos pela queima de combustíveis fósseis, como no caso o carvão, petróleo e gás, queima das florestas tropicais, e assim sucessivamente.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Partindo dessa interpretação da sociedade, destaco que os cientistas pensam que a redução das áreas de florestas tropicais tem contribuído, assim como as florestas antigas, para o aumento do carbono. No que diz respeito, as florestas novas nos Estados Unidos e na Rússia contribuem para absorver dióxido de carbono e desde 1990 a quantidade de carbono absorvido é maior que a quantidade liberada no desflorestamento, porém nem todo dióxido de carbono emitido para a atmosfera se acumula nela, metade é absorvido pelos mares e florestas. Além disso, apresentam a real importância de cada causa proposta pode somente ser estabelecida pela quantificação exata de cada fator envolvido. Observe-se ainda, que os fatores internos e externos podem ser quantificados pela análise de simulações baseadas nos melhores modelos climáticos. Como bem se expressa, James <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Lovelock,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>a respeito:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;">O ambientalista que gosta de acreditar que a vida é frágil e delicada e que está em perigo diante da brutalidade do homem, não gosta do que vê quando olha o mundo através de Gaia. A donzela desamparada que ele esperava resgatar, surge como uma mãe canibal saudável e robusta (LOVELOCK, 2001, p. 89-90).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Nessa passagem, nota-se claramente, que a influência de fatores externos pode ser comparada usando conceitos de força radioativa. Com esta afirmação a força radioativa positiva esquenta o planeta e uma negativa o esfria. Paralelamente as emissões antropogênicas de gases, depleção do ozônio estratosférico e radiação solar têm força radioativa positiva e aerossóis têm os seus uso como força radioativa negativa. Contudo, os modelos climáticos são simulações climáticas mostram que o aquecimento ocorrido de 1910 até 1945 podem ser explicado somente por forças internas e naturais, mas o aquecimento ocorrido de 1976 a 2000 necessita da emissão de gases antropogênicos causadores do efeito estufa para ser explicado. Vale destacar que a maioria da comunidade científica está atualmente convencida de que uma proporção significativa do aquecimento global observado é causada pela emissão de gases causadores do efeito estufa emitido pela atividade humana. Concluímos que dependemos da exatidão dos modelos usados e da estimativa correta dos fatores externos e é por isso que a maioria dos cientistas concordou que as importantes características climáticas estejam sendo incorretamente incorporadas nos modelos climáticos, mas eles também pensam que modelos melhores não mudariam a conclusão.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Outro ponto importante é que os críticos, os irônicos dizem que há inúmeras falhas nos modelos e que fatores externos não levados em consideração poderiam modificar as conclusões acima, mas, esses críticos dizem que as simulações climáticas não têm capacidades de modelar os efeitos resfriadores das partículas, ajustar a retroalimentação do vapor de água e levar em conta o papel das nuvens. Os críticos também expõem que o Sol pode ter uma maior cota de responsabilidade no aquecimento global atualmente observado do que o aceite pela maioria da comunidade científica, enquanto que alguns efeitos solares indiretos podem ser muito importantes e não são levados em conta pelos modelos. Assim, à parte do aquecimento global causado pela ação humana poderia ser menor do que se pensa atualmente.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Devido aos efeitos potenciais sobre a saúde humana, economia e meio ambiente o aquecimento global tem sido fonte de grande preocupação. Percebe-se que algumas importantes mudanças ambientais tem sido observadas e foram ligadas ao aquecimento global. Tomamos por exemplo as evidências secundárias mencionadas como no caso a diminuição da cobertura de gelo, aumento do nível do mar, mudanças dos padrões climáticos, e assim sucessivamente, ou seja, são exemplos das conseqüências do aquecimento global que podem influenciar não somente as atividades humanas, mas também os ecossistemas, inclusive o aumento da temperatura global permite que um ecossistema mude; algumas espécies podem ser forçadas a sair dos seus habitats devido a mudanças nas condições enquanto outras podem espalhar-se, invadindo outros ecossistemas. Em contrapartida, o aquecimento global também pode ter efeitos positivos, uma vez que aumentos de temperaturas e aumento de concentrações de CO<span style="font-size: 10pt;">2</span> podem aprimorar a produtividade do ecossistema, sendo que as observações de satélites mostraram que a produtividade do hemisfério Norte aumentou desde 1982, mas por outro lado é fato de que o total da quantidade de biomassa produzida não é necessariamente muito boa, uma vez que a biodiversidade pode no silêncio diminuir ainda mais um pequeno número de espécie que esteja florescendo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante evidenciar que a outra grande preocupação é o aumento do nível do mar. Desde então, o nível dos mares está aumentando em 0.01 à 0.02 metros por década e em alguns países insulares no Oceano Pacífico são expressivamente preocupantes, porque cedo eles estarão debaixo de água. Nesta óptica podemos perceber claramente a influência do aquecimento global provoca subida dos mares principalmente por causa da expansão térmica da água dos oceanos, mas alguns cientistas estão preocupados que no futuro, a camada de gelo polar e os glaciares derretam. Em conseqüência haverá aumento do nível, em muitos metros. No presente momento, os cientistas não esperam um maior derretimento nos próximos 100 anos, quando o clima fica mais quente, a evaporação aumenta, e isto provoca pesados aguaceiros e mais erosão, e é por isto que inúmeras pessoas pensam que isto poderá causar os resultados mais extremos no clima como progressivo aquecimento global.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Assim, o aquecimento global também pode apresentar efeitos menos óbvios, por exemplo, a Corrente do Atlântico Norte, provocada por diferenças entre a temperatura entre os mares. Contudo, aparentemente ela está diminuindo conforme as médias da temperatura global aumentam, isso significa dizer que áreas como a Escandinávia e a Inglaterra que são aquecidas pela corrente devem mostrar climas mais frios a despeito do aumento do calor global, mas por outro lado o aquecimento global pode trazer conseqüências graves para todo o planeta incluindo plantas, animais e seres humanos, enquanto que a retenção de calor na superfície terrestre pode influenciar fortemente o regime de chuvas e secas em várias partes do planeta, afetando plantações e florestas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Notadamente algumas florestas podem sofrer processo de desertificação, enquanto plantações podem ser destruídas por alagamentos, e com isso o resultado é o movimento migratório de animais e seres humanos, escassez de comida, aumento do risco de extinção de várias espécies animais e vegetais, e aumento do número de mortes por desnutrição. O outro grande risco do aquecimento global é o derretimento das placas de gelo da Antártica, mas esse derretimento já vinha processando há milhares de anos, por um lento processo natural, mas a ação do homem e o efeito estufa aceleraram o processo e o tornaram imprevisível. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>A calota de gelo ocidental da Antártida está derretendo a uma velocidade de 250 km cúbicos por ano, elevando o nível dos oceanos em 0,2 milímetro a cada 12 meses. O degelo desta calota pode fazer os oceanos subirem até 4,9 metros, cobrindo vastas áreas litorâneas pelo mundo e ilhas inteiras. Os resultados também são escassez de comida, disseminação de doenças e mortes. O aquecimento global também acarreta mudanças climáticas, o que é responsável por 150 mil mortes a cada ano em todo o mundo. Só no ano passado, uma onda de calor que atingiu a Europa no verão matou pelo menos 20 mil pessoas. Os países tropicais e pobres são os mais vulneráveis a tais efeitos. A Organização Mundial da Saúde [OMS] atribui à modificação do clima 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos de malária em todo o mundo. Esse quadro pode ficar ainda mais sombrio: alguns cientistas alertam que o aquecimento global pode se agravar nas próximas décadas e a OMS calcula que para o ano de 2030 as alterações climáticas poderão causar 300 mil mortes por ano.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>O aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre em todo o planeta, e tem preocupado a comunidade científica cada vez mais. Acredita-se que seja devido ao uso de combustíveis fósseis e outros processos em nível industrial, que levam à acumulação na atmosfera de gases propícios ao Efeito Estufa, tais como o Dióxido de Carbono, o Metano, o Óxido de Azoto e os CFCs. Há muitas décadas que se sabe da capacidade que o Dióxido de Carbono tem para reter a radiação infravermelha do Sol na atmosfera, estabilizando assim a temperatura terrestre por meio do Efeito Estufa, mas, ao que parece, isto em nada preocupou a humanidade que continuou a produzir enormes quantidades deste e de outros gases de Efeito Estufa. Desmatamento, queimada de florestas e matas também colabora para este processo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Segundo as medições da temperatura para épocas anteriores a 1860, desde quando se tem feito o registro das temperaturas em várias áreas de globo, as medidas puderam ser feitas a partir dos anéis de árvores, de sedimentos em lagos e nos gelos, o aumento de 2 a 6 ºC que se prevê para os próximos 100 anos seria maior do que qualquer aumento de temperatura alguma vez registrado desde o aparecimento da civilização humana na Terra. Desta forma torna-se assim quase certo que o aumento da temperatura que estamos enfrentando é causado pelo Homem e não se trata de um fenômeno natural. Conseqüências do aquecimento global Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas; Desertificação: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas em nosso planeta; Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas; Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas têm sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças. O protocolo de quioto que é um acordo internacional que visa a redução da emissão dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Os E.U.A, infelizmente, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país. No caso de não se tomarem medidas drásticas, de forma a controlar a emissão de gases de Efeito Estufa é quase certo que teremos que enfrentar um aumento da temperatura global que continuará indefinidamente, e cujos efeitos serão piores do que quaisquer efeitos provocados por flutuações naturais, o que quer dizer que iremos provavelmente assistir às maiores catástrofes naturais causadas indiretamente pelo Homem, alguma vez registradas no planeta. A criação de legislação mais apropriada sobre a emissão dos gases poluentes é de certa forma complicada por também existirem fontes de Dióxido de Carbono naturais, o qual manteve a temperatura terrestre estável desde idades pré-históricas, o que torna também o estudo deste fenômeno ainda mais complexo. As analogias mais próximas que se podem estabelecer são com mudanças provocadas por alterações abruptas na circulação oceânica ou com o drástico arrefecimento global que levou à extinção dos dinossauros. O que existe em comum entre todas estas mudanças de clima são extinções em massa, por todo o planeta tanto no nível da fauna como da flora. Esta analogia vem reforçar os modelos estabelecidos, nos quais prevêem que tanto os ecossistemas naturais como as comunidades humanas mais dependentes do clima venham a ser fortemente pressionados e postos em perigo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>CONCLUSÃO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Concluímos que a responsabilidade do homem que tem pela natureza humana é de tal monta, que a proteção implica automaticamente a proteção do outro, ou seja, nós temos que respeitar a natureza humana; a atividade antrópica, da mesma forma que vem sendo decisiva para a degradação da qualidade ambiental e da vida no planeta, ela é também decisiva para a reversão deste processo, cuja manifestação mais preocupante são as drásticas mudanças climáticas em nível global, com grandes questões importantes que <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>merecer a atenção dos Poderes Públicos e da sociedade brasileira para a adequada formulação dos rumos das políticas públicas relativas às alternativas energéticas, a saber, a hidroenergia, termoenergia e agroenergia, em especial, ponto crucial das políticas de desenvolvimento nacional em tempos de mudanças climáticas globais e vigência do Protocolo de Quioto. De fato, Karl-Otto Apel frisou que: “[...] a responsabilidade de principio dos seres humanos uns pelos outros é uma relação potencial que só se torna atual em conformidade com efetivo avanço de poder” (APEL, 1988 p. 146). É nesta linha de raciocínio que segundo Hans Jonas, argumentava que: </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;">Precisamos da ameaça a imagem humana - e de tipos de ameaça bem determinados - para, com o pavor gerado, afirmarmos uma imagem humana autentica. Enquanto o perigo for desconhecido não se saberá o que há para se proteger e por que devemos faze-lo: por isso, contrariando toda lógica e método, o saber se origina daquilo contra o que devemos nos proteger (...) só sabemos o que esta em jogo quando sabemos que isto ou aquilo esta em jogo. (JONAS, 2006, p.71). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Portanto, “ O futuro é, ao mesmo tempo, condição de possibilidade de continuidade da humanidade e também o espaço dos efeitos possíveis e longínquos da ação humana” (SANTOS, 2009 p.6).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">APEL, K O. Responsabilidade <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">hoje – Já Somente Principio da Autoconservação e Autolimitação e Realização da Humanidade?. In: Ética e Responsabilidade: o problema da passagem para a moral pós-convencional.</b> Lisboa: Instituto Piaget, 1988.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">APPEL, David. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Bate-boca – Afirmação de que Aquecimento Global não é induzido pelo homem reacende debate</b>. Revista Scientific American, agosto de 2003, número 15, p. 10-11.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">DOMBROWSKI, Daniel A. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Aquecimento Global, Qual O Futuro?. </b>Publicado em: fevereiro 19, 2006. Disponível em: &lt;&lt; <a href="http://pt.shvoong.com/books/125192-aquecimento-global-qual-futuro/">http://pt.shvoong.com/books/125192-aquecimento-global-qual-futuro/</a>&gt;&gt;. Acesso: 23/01/2011.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">EGOSHI, Koiti. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A verdade sobre o aquecimento global</b>. Publicado no Infobibos em 06/08/2007. Artigo em Hypertexto. Disponível em: &lt;&lt;<a href="http://www.infobibos.com/Artigos/2007_3/aquecimentoglobal/Index.htm">http://www.infobibos.com/Artigos/2007_3/aquecimentoglobal/Index.htm</a>&gt;&gt;.Acesso em: 23/1/2011. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">HAWKING, Stephen<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. A natureza contra-ataca.</b> Revista Veja, São Paulo, n. 15, p. 92, 18 abr. 2001.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">JONAS. </span>H.<span style="mso-ansi-language: PT;"> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT">O Principio Responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica</span></b><span lang="PT">. Rio de janeiro: Contraponto: ED PUC-RIO, 2006.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">LOVELOCK, James. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Gaia – Um Modelo para a Dinâmica Planetária e Celular</b>. In: THOMPSON, William Irwin e Outros. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Gaia – Uma Teoria do Conhecimento. </b>São Paulo: Gaia, 2001.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">YOSHIDA, Consuelo Yatsuda Moromizato. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Protocolo de Kyoto e o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. A experiência e a contribuição japonesas. </b>In: FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de (Coord.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Direito ambiental em debate</b>. Rio de Janeiro: Esplanada, 2004, v.2. p. 109-120.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">YOSHIDA, Consuelo Yatsuda Moromizato. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Mudanças climáticas, Protocolo de Quioto e o Princípio da Responsabilidade comum, mas diferenciada. A posição estratégica singular do Brasil. Alternativas energéticas, avaliação de impactos, teses desenvolvimentistas e o papel do Judiciário. </b>2008. BRASIL Disponível em: &lt;&lt;<a href="http://www.planetaverde.org/mudancasclimaticas/index.php?ling=por&amp;cont=artigos">http://www.planetaverde.org/mudancasclimaticas/index.php?ling=por&amp;cont=artigos</a>&gt;&gt;. Acesso: 23/01/2011.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">SANTOS, R. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Problema da Técnica e a Critica à Tradição na Ética de Hans Jonas. In: Dissertatio</b>, Pelotas: EDGUFPEL, 2009.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">SCARBELLI &amp; DARÓS. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Vivência e descoberta em geografia</b>, 7ª série - Ed. renov. - São Paulo : FTD, 1996.</span></div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;">Graduado em Licenciatura em História pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB] e Graduando em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB].</span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">O El Niño é uma alteração significativa de curta duração, que varia de 12 a 18 meses em torno da distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, com profundos efeitos no clima. Em conseqüência disto, estes acontecimentos modificam um sistema de flutuação das temperaturas daquele oceano chamado Oscilação Sul e, por essa razão, são referidos muitas vezes como OSEN (Oscilação Sul-El Niño), mas o seu papel no aquecimento e arrefecimento global é uma área de intensa pesquisa, ainda sem um consenso.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/algumas-consideracoes-da-geografia.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-1921507577826035732</guid><pubDate>Thu, 20 Jan 2011 12:00:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-20T04:00:55.151-08:00</atom:updated><title>ORIGEM, REVOLUÇÃO CHINESA E O ESTABELECIMENTO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA: INTERFACES SÓCIO-IDEOLOGICAS MARXISTAS-LENINISTAS EM MAO TSÉ-TUNG.</title><description><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">ORIGEM, REVOLUÇÃO CHINESA E O ESTABELECIMENTO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA: INTERFACES SÓCIO-IDEOLOGICAS MARXISTAS-LENINISTAS EM MAO TSÉ-TUNG.</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Luciano Bezerra </span></i><city><place><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Agra</span></i></place></city><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> Filho</span></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10pt;"><a href="mailto:lucianoagra@hotmail.com">lucianoagra@hotmail.com</a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></b></span></span></span></a></span></i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;"></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Resumo:</b> <span style="font-size: 10pt;">O que foi a Revolução Chinesa? Muitas perguntas, muitas respostas...Como era a China antes da revolução? <strong>Como foi a Revolução Chinesa? Como ficou a China depois da Revolução? Em que consistiam as maiores personalidades da Revolução Chinesa, em Mao tse-tung, (1893-1976)?&nbsp;</strong>O que foi a Revolução Cultural Chinesa? Percebe-se que a revolução chinesa foi uma luta nacionalista, que iniciou-se no século XX,&nbsp; a fim de que os chineses ordenassem a China sem intervenção de nenhum outro país, tendo uma vitória Socialista. Ainda ficam algumas indagações:<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>O que foi a Guerra do Ópio? Quem liderou a Guerra do Ópio? Qual os principais acontecimentos da Guerra do Òpio? Quais foram as conseqüências da guerra do ópio?<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Palavras-Chave</b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">:</span></b><span style="font-size: 10pt;"> Origem – Imperialismo – República Popular da China – Mão Tse-Tung.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">ORIGEM, REVOLUÇÃO CHINESA E O ESTABELECIMENTO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA: INTERFACES SÓCIO-IDEOLOGICAS MARXISTAS-LENINISTAS EM MAO TSÉ-TUNG.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">ABSTRACT: </span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">What went to Chinese Revolution? Many questions, many answers... How it was </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">China</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> before the revolution? How it went to Chinese Revolution? How it was </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">China</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> after the Revolution? Of what there were consisting the biggest personalities of the Chinese Revolution, of Hand tse-tung, (1893-1976)? What went to Cultural Chinese Revolution? It realizes that the Chinese revolution was a struggle nationalist, who began in the century XX, so that the Chinese ordered </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">China</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> without intervention of any another country, having a Socialist victory. They are still some investigations: What went to War of the Opium? Who led the War of the Opium? Which the principal events of the War of the Òpio? What were the consequences of the war of the opium?</span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Key words:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> Origin – Imperialism – People's republic of </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">China</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> – Hand Tse-Tung.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">ORIGINE RÉVOLUTION CHINOISE ET LA MISE EN PLACE DE LA RÉPUBLIQUE POPULAIRE DE CHINE: SOCIAL INTERFACES IDÉOLOGIE MARXISTE-LÉNINISTE EN MAO ZEDONG.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="IT" style="mso-ansi-language: IT;">Résumé:</span></b><span lang="IT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: IT;"> Quelle a été la révolution chinoise? </span><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Beaucoup de questions, beaucoup de réponses ... Comment était la Chine avant la révolution? </span><span lang="IT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: IT;">Comment a été la révolution chinoise? Comment la Chine après la révolution? </span><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">En quoi consistait les plus grandes personnalités de la révolution chinoise de Mao Tsé-toung (1893-1976)? Quelle a été la Révolution culturelle chinoise? Il est remarqué que la révolution chinoise était une lutte nationaliste, qui a commencé au XXe siècle, les Chinois comme la Chine ordonnés sans l'intervention d'un autre pays, avec une victoire socialiste. </span><span lang="IT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: IT;">Il ya encore quelques questions: Quelle a été la guerre de l'opium? Qui conduit la guerre de l'opium? </span><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">Quels événements majeurs de la guerre de l'opium? Quels ont été les conséquences de la guerre de l'opium? </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Mots-clés</span></b><span style="font-size: 10pt;">: Source - l'impérialisme - République populaire de Chine - Mao Tse-Tung.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">INTRODUÇÃO</span></b><span style="font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A Revolução Chinesa figura, junto a Revolução Russa e a Revolução Cubana, como uma das grandes revoluções desse século. De cunho socialista, ela transformou radicalmente todos os setores da vida de um povo que como população nacional corresponde, na atualidade, um quinto da população mundial sendo a maior do mundo, sejam mudanças políticas, econômicas, administrativas, sociais, culturais e assim sucessivamente. Por tudo isto,<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>John Chan, colocou sobre os Sessenta anos da Revolução Chinesa dizendo o que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Estas celebrações não estão em desacordo com o maoísmo e a Revolução Chinesa de 1949, mas são o seu resultado lógico. O PCC foi formado em 1921, influenciado pela Revolução Russa de 1917 com base no marxismo. No entanto, foi rapidamente impactado pela ascensão do stalinismo na União Soviética. Sob condições em que o primeiro estado operário estava isolado, o grupo de Stalin, representando os interesses de um aparato burocrático conservador, usurpou o poder após a morte de Lenin, em 1924, com base na rejeição do internacionalismo socialista. (CHAN, 2009, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Podemos perceber neste fragmento extraído acima, que essa revolução é processada de um modo universal e ao mesmo tempo singular em relação a outros fatos semelhantes ocorridos em outras regiões do mundo. Para compreendê-la é necessário compreender não somente os fatos ocorridos durante seu processo de acontecimento, é necessário analisar, intertextualizar, contextualizar as circunstâncias anteriores que levaram a revolução, sua trajetória esta diretamente intrínseca ao passado da China e de seu povo, suas tradições, e costumes, as idéias das várias correntes revolucionárias, suas contribuições e divergências entre si.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Diferente da Revolução de 64 ocorrida no Brasil, a revolução Chinesa foi uma revolução no sentido estrito da palavra, ou seja, uma mudança radical e drástica de uma situação vigente, a revolta de uma classe dominada contra uma classe dominante culminando conseqüentemente com a derrubada da última pela primeira, e não um golpe onde, como no Brasil em 64, se muda somente uma forma de governo ou uma classe dominante.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A força desse movimento esta no fato dele ser vindo do próprio interior do povo chinês, embora tenha seus grandes revolucionários buscando apoio em teorias socialistas vindas do Ocidente, ela somente teve sucesso por que buscou embora usando métodos importados, a superação e a resposta para seus problemas no próprio interior, na história do seu povo, em suas milenares tradições de um povo que difere do que pregam muitos autores, nunca foi submisso a dominação estrangeira, isso provocado através das várias revoltas sufocadas durante o longo de suas história.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Vale ressaltar, que a revolução Chinesa foi uma revolução no sentido estrito da palavra, uma revolução de cunho socialista violenta como todas elas. Percebe-se, que uma revolução não é uma festa, nem simplesmente escrever um ensaio, ou até mesmo pintar um quadro, ou ainda fazer um bordado. E não pode ser muito refinada, lentamente e suave, nem comedida, gentil, cortês, discreta e magnânima. Como se vê, uma revolução é uma insurreição, um ato de violência mediante o qual uma classe subjuga a outra, e é por isso que Mão Tse-Tung<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></a> estava certo ao argumentar, meditar e a falar essas palavras, e assim ocorreu a revolução Chinesa.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No decorrer das próximas páginas, será explicada o porque dessa revolução, o seu desenrolar, seus grandes momentos, os elementos fundamentais que explicam, que contribuíram, o fim do processo revolucionário armado e as perspectivas dessa revolução que ainda não acabou, que gradualmente, passo a passo procura instaurar na China um socialismo, coerente comum as características chinesas, assim mesmo depois do fim do processo armado a revolução continua a trilhar seus caminhos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">UM PEQUENO RELATO DA HISTÓRIA DE UMA GRANDE NAÇÃO</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></b>Terra, esse é o principal elo de união do povo chinês. Assim como a terra gira em torno do sol, a sociedade chinesa vive em torno da terra, é impossível compreender a história chinesa sem estudar e compreender as grandes ligações históricas do povo chinês com a terra. A história da China remonta de mais de dois milênios, sempre ligada a terra como base principal de sua economia, essa ligação com a terra influenciou direta ou indiretamente todos os movimentos revolucionários chineses, até a Revolução Chinesa pois essa teve como classe mais importante o campesinato. As rebeliões camponesas são um elemento essencial na construção da história chinesa, elas têm o mesmo papel, importante, das ocorridas na Europa Medieval. Enquanto a Europa viveu cerca de um milênio, com o sistema feudal a China conviveu com o feudalismo do século VI a.C, até praticamente o início da revolução. Assim a partir das contradições desse sistema, principalmente a grande opressão contra os camponeses, houve dezenas de revoltas que chegaram até derrubar dinastias. Segundo Han Suyin argumentou que: No ano 17 D.c., que foi de terrível seca, dois camponeses, Wang Kuang e Wang Feng, organizaram um exercício e atacaram os latifúndios, em 184 D.c., uma rebelião camponesa maciça, chamada de Revolta dos Turbantes Amarelos, abalou o regime do Han Oriental que caiu. (SUYIN, 1969, p. 27). Com referência a isso, José Renato Salatiel, relatou que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">[...] O clima de revolta contra os estrangeiros e os senhores feudais incentivou levantes populares como a Revolução Celestial Taiping (1851-1864) e as rebeliões dos Nain (1851) e dos Boxers (1900-1901). O sentimento anticolonialista entre os camponeses - que, correspondendo a 80% da população, eram a grande força militar do país - foi canalizado na formação do Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês). O partido foi criado por Sun Yat-sen (1866-1925), que proclamou a República entre 1911 e 1912. Mas mesmo tendo derrotado a monarquia feudal, os nacionalistas não conseguiram manter o poder, que foi transferido para senhores da guerra ligados às potências estrangeiras. Na prática, portanto, pouca coisa mudou.[...] (SALATIEL, 2009, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>O sistema feudal chinês teve várias particularidades únicas entre elas há o feto que ele passou em sua maior parte do tempo com seu poder político centralizado, mesmo havendo grandes poderes nas mãos dos grandes latifundiários, o que permitia a construção de grandes obras do Estado como irrigação, drenagem e etc,. outra de suas particularidades é a substituição, a partir do século III D.c da aristocracia feudal por uma nova elite surgida, a dos burocratas do governo e dos intelectuais, surgia agora uma literocracia, um governo baseado no direito divino de saber ler. Essa literocracia amainava as revoltas camponesas, utilizando de concessões reformistas para impedir o declínio das casas imperiais, mas isso foi em vão. Além dos problemas internos com suas classes sociais, em contradição, fato esse aumentava nos períodos da seca ou inundação o que não era fato excepcional na China, esta manteve que conviver com várias invasões estrangeiras, os mongóis no século XVIII, os Mandchus no século XVIII, que fundaram a última dinastia chinesa a dos Sings, e principalmente a das potencias imperialistas do século passado. É nesse contexto que José Renato Salatiel argumentava que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Considerada um dos berços da civilização, a China desenvolveu a escrita, o Estado e várias tecnologias - como a fundição de ferro e bronze, fabricação de tecidos, indústria naval e imprensa - muito antes do Ocidente. Enquanto os gregos inventavam a filosofia ocidental e a democracia, entre os séculos 8 e 3 a.C. os chineses faziam a transição da sociedade escravista para o regime feudal, com amplo desenvolvimento cultural e científico. Foi também um período marcado por guerras entre os senhores feudais, até que a dinastia Qin instituiu o primeiro Estado centralizador, com o objetivo de unificar o país e resolver os conflitos internos. Os dois mais famosos legados da China feudal são da dinastia Qin: a Grande Muralha e o Exército de Terracota. Nos séculos seguintes, a disputa entre dinastias ora centralizava ora descentralizava o poder no Estado chinês. Durante a dinastia Ming (1368-1644), no século 14, o país possuía a mais avançada frota naval do mundo. Porém, a expansão mercantilista foi proibida pelo sistema feudal, influenciado por aspectos mais conservadores da doutrina de Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.). Isso contribuiu para a ascensão da monarquia absolutista Qing e o atraso econômico, social e industrial da China em relação à Europa. Foram essas desvantagens frente aos impérios coloniais do século 19, somadas a instabilidades internas causadas por rebeliões camponesas, que deixaram o país suscetível a interferências de nações imperialistas. Após a primeira Guerra do Ópio (1840), contra a Inglaterra, o país foi praticamente retalhado em colônias inglesas, francesas, alemãs, japonesas e americanas. (SALATIEL, 2009, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">E ASSIM CHEGOU O IMPERIALISMO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A partir do século XIX a China começa a ser alvo da expansão imperialista que agora de forma mais organizada e predatória e aproveita-se da fragilidade da dinastia Manchu<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span></span></span></a>, que não era aceita pelo povo chinês por ser de origem estrangeira, além de outros problemas sócio-econômicos. Confirma-se, portanto, que Han Suyin disse o seguinte:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">O duplo impacto da agressão ocidental e da desintegração interna devido a corrupção e ineficiência dos Mandchus, destrocou a economia chinesa. A destruição da base econômica do feudalismo, a economia agrária, criou uma mercadoria e um mercado de mão de obra, e abriu a possibilidade do desenvolvimento do capitalismo na China. (SUYIN, 1969, p. 31-32).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A Ásia Oriental sofreu diferente da África, exceto, a dominação colonial das potências européias dos séculos XVI – XVIII, estas somente exerciam um comércio controlado pelo Estado. Na China o comércio anterior era controlado e organizado pelo governo através de uma associação comercial denominada Ko Hung, em Catão<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span></span></span></a>. Isso ia de encontro aos interesses das potencias imperialistas da época. Ainda discorrendo sobre isto, Suyin colocou que: “O capitalismo monopolístico ocidental estava exportando capital para as áreas dominadas, a fim de beneficiar-se com a mão-de-obra e matérias-primas baratas, e porque temia o surgimento de potências industriais asiáticas rivais.” (SUYIN, 1969, p. 32).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Através de tratados iníquos<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span></span></span></a>, direitos extraterritoriais, indenizações de guerra, concessões, ocupação por tropas estrangeiras, massacres e saques das cidades chinesas. Um marco disso é a primeira Guerra do Ópio (1839 – 42)<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span></span></span></a>, era o pretexto, o ponto de partida da dominação estrangeira imperialista. Depois de várias tentativas da dominação estrangeiras imperialista. Depois de várias tentativas pacíficas de dominação os imperialistas ingleses-europeus mais fortes na região, declaram guerra à China. Essa oportunidade surgiu depois da destruição de um carregamento de ópio inglês, que foi seguida de uma expedição naval, que após bombardear Nanquim o primeiro dos tratados iníquos, obtendo a Inglaterra, a ilha de Hong Kong, a abertura de outros cinco portos, uma indenização de guerra e o fim do monopólio comercial de Ko Hung. Depois a França e os EUA, em 1844 conseguem vantagens semelhantes, as últimas resistências do débil governo imperial foram destruídas por novas intervenções estrangeiras [a segunda<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span></span></span></a> e a terceira<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span></span></span></a> guerra do ópio em 1856 e 1858], que conduziu ao tratado de Pequim em 1860, abrindo aos ocidentais outros onze portos além de indenizações de guerra e concessões extra territoriais. Além dessas, outras investigações estrangeiras consolidaram a dominação imperialista na China. Esses fatos não ocorrem com a subserviência do povo chinês, este resistiu às investidas estrangeiras. A elite dominante em sua maioria era subserviente aos estrangeiros, a dinastia imperial não era aceita pelo povo. O povo resistiu a dominação estrangeira através de sociedades secretas e rebeliões de tendências xenófobas, coletivas, progressistas e igualitárias como a Revolução dos Taipings<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span></span></span></a> e a Insurreição dos Boxers<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[10]</span></span></span></span></a>. Quais foram as causas da revolta de taiping?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">REVOLUÇÃO: A BUSCA DE NOVOS CAMINHOS</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>A partir de meados do século passado com o imperialismo começa a chegar na China idéias políticas ocidentais que influenciaram os indivíduos que lutavam contra a dominação estrangeira. Tendo como idealismos máximos Liang Ch’i-Ch’ao<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[11]</span></span></span></span></a> e depois Sun Yat-sen<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[12]</span></span></span></span></a>, iniciou-se um movimento revolucionário que tinha como objetivo trazer pra China as idéias e realizações do Ocidente, era um movimento que pregava o anti imperialismo, a democracia, a centralização do Estado e sua modernização, o que seria uma revolução democrática burguesa e alcançou maior penetração na pequena elite capitalista nacional. Esse movimento, republicano, teve como conseqüência máxima a proclamação da república em 1911, só que como todas as revoluções de caráter burguês, não superou os grandes problemas e contradições do povo chinês. É nesse contexto, que Rubin Santos Leão de Aquino, nos mostrou que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Mesmo após a proclamação da república, China não se livrara da anarquia interna e da pressão do imperialismo crescendo as rivalidades entre norte-americano e japoneses. Contudo mudanças ocorriam face ao desenvolvimento das industrias, favorecidas pela disponibilidade de mão-de-obra barata. O proletariado uno aumentava e constantes greves evidenciavam crescente descontentamento. A grande maioria da população compunha-se de camponeses pobres, cujas dificuldades aumentavam com o continuo fracionamento da terra, com a elevação das taxas de arrendamentos do solo, com as freqüentes guerras e inundações decorrentes das cheias dos rios. (AQUINO, 1988, p. 117)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A pequena elite capitalista não tinha força militar, esta ainda estava nas mãos dos latifundiários, o operário era pouco e nem todos os camponeses eram favoráveis a revolução, isto por causa de longa tradição de serviência baseadas nos ensinamentos de Confúcio. Com a proclamação da república Sun Yat-sen é declarado o primeiro presidente da China, mas logo depois aproveitando-se da fragilidade do governo Yuan Shikai<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[13]</span></span></span></span></a>, general chinês que liderando a classe militar e mais reacionária do novo regime tomou as rédeas do poder colocado o Kuomitang (Partido Nacional Chinês, fundado por Sun Yat-sen),<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[14]</span></span></span></span></a> e exilado Sun Yat-sem, fora-da-lei. Em 1919 Sun exilado volta a China para continuar a luta.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Nesse ano a península de Chanfung é invadida pelo Japão e tem sua ocupação endossada pelos aliados durante a Conferência de Versalhes, é um período de efervescência de idéias de movimentos culturais e políticos que culminou com o movimento de 4 de maio. Esse movimento, considerado o marco para a verdadeira luta antiimperialista, iniciou-se com um protesto de mais de 5 mil estudantes que marcharam pela ruas de Pequim e desencadeou uma séries de greves e protestos de fins políticos, somente antiniponicas o que fez com que o governo de Pequin rende-se anunciando que se recusaria a assinar o tratado de paz de Versalhes, é aí que surge no contexto revolucionário duas correntes de idéias: uma que pretendia manter intactas as estruturas sociais tradicionais da China revestindo-a de uma cultura moderna ocidentalizante e outra que achava necessária transformação radical das relações sociais e conseqüentemente uma transformação da cultura.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em 1921, Sun Yat-Sem é reeleito presidente da China começando uma violenta luta contra os senhores da guerra e os outros requisitos do antigo regime. O kuomitang se volta para Rússia se aliando a seu opostos o Partido Comunista Chinês, e o governo acontece o I congresso do Kuomitang que assume três opções políticas, a saber, voltar-se para a Rússia, unir-se com o PCC e uma unidade de ação a das massas a favor dos camponeses e operários com base dos princípios de nacionalidade, democracia e solidariedade entre classes, e isso durou até 1925 quando, de câncer, morre Sun Yat-sem. Com a morte de Sun assume o poder de Chiang Kai-shek<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[15]</span></span></span></span></a>, líder da força militar do Kuomitang, que seguiu uma linha dura e autoritária mantendo-se no poder até 1949, em um governo tumultuado e marcado por uma guerra civil. É no governo Chiang que o Kuomitang deixa claro sua opção pelos interesses da burguesia chinesa, inicia-se em seu governo um período de repressão ao movimento comunista que tem sua ruptura oficial com o governo em 1927 depois do massacre de líderes sindicais e membros do PCC que havia libertado Xangai das mãos do senhor da guerra local através de uma insurreição popular. Em seu governo expande-se o domínio o Japão que a partir da primeira década do século se torna mais agressivo de insistente querendo tornar a China em um protetorado seu, fonte de matérias-primas. O Kuomitang pouco fez contra o gradual invasão japonesa, e achava melhor primeiro destruir o poder vermelho interno e depois lutar contra a invasão estrangeira.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">AÍ VEM OS COMUNISTAS</span></b> </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Depois da Revolução de 1917, os movimentos revolucionários de todo mundo passaram a ter uma corrente ideológica de maior predominância, a dos comunistas que com a vitória do movimento russo passaram a dianteira do mundo. Partidos comunistas foram fundados em todo mundo inclusive na China. Em 1921 foi fundado o Partido Chinês[PC], que teve origem de grupos de estudos Marxistas que aproveitaram idéias de Marx e Engels vindas com outras idéias ocidentais e teve como introdutores Li Ta-Chao<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[16]</span></span></span></span></a> e <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Ch'en Tu-hsiu<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn17" name="_ftnref17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[17]</span></span></span></span></a>, os quais eram amigos de Mão Tse-tung, o maior expoente marxista e revolucionário da China. De acordo com a leitura de Hedda Garza, notamos que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Em 1921, o Comitern, fundado por Lênin para dirigir o movimento socialista a nível mundial ordenou a fusão de todos os grupos marxistas da China em um único partido. Logo em seguida Ch’Em e Li organizaram uma conferência na possessão francesa de Xangai, reunindo representantes de 57 grupos marxistas no I Congresso do Partido Comunista Chinês. (GARZA, 1988, p. 29)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A partir de sua fundação o PCC foi orientado por idéias vindas de Moscou, teve vários períodos de unidade com o Kuomitang, também por orientações russas, primeiramente quando de sua fundação até a morte de Sun Yat-Sem, após a morte de Sun Chiang começa uma onde de repressão contra o PCC o que tem como conseqüência a ruptura da frente unida. Mesmo depois de muitas fracassadas tentativas de uma frente unida entre o PCC e o Kuomitang, o Comintern<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn18" name="_ftnref18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[18]</span></span></span></span></a> continuou a direcionar o PCC para este intenso que causou o aparecimento de correntes divergentes de pensamentos dentro do PCC. Mão Tse-Tung faxia parte de uma das correntes oposicionistas as idéias vindas de Moscou, alem de surgirem várias polêmicas teóricas sobre a classe revolucionária mais importante na China: o campesinato ou o proletariado urbano.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Obedecendo a orientação da III internacional, e do governo soviético o PCC segue as diretrizes de que a revolução deve ser dirigir pelo proletário urbano, só que, várias tentativas revolucionárias partidas dessa idéia fracassaram, a exemplo disso temos a Revolta da Colheita de Outono que fracassou e que causou a morte de milhares de revolucionários. A partir desse fracasso inúmeros revolucionários inclusive Mão Tse-Tung, começaram a crer que a verdade era a classe dirigente da revolução era o campesinato e que além de nacionalistas a revolução precisava ser efetivamente social. A luta armada deveria ser vista como uma luta de classe, e o terreno decisivo dessa luta estava no campo e não na cidade. Em uma sociedade eminentemente agrária, a bandeira a ser levantada seria a terra é unicamente de quem trabalha. (BEZERRA, 1987, p. 47).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">MAO TSÉ-TUNG - O GRANDE TIMONEIRO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A Revolução Chinesa como um grande espetáculo teve uma grande estrela, que participou de todos os importantes fatos do processo revolucionário, esta estrela é Mao Tse-Tung. Filho de camponeses, teve sempre um espírito revolucionário, forte e impulsivo, nascido em 1893 em SHAOSHAN, na província de Hunan<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn19" name="_ftnref19" style="mso-footnote-id: ftn19;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[19]</span></span></span></span></a> e teve dois outros irmãos mais novos. Até os 6 anos teve uma vida melhor que a dos outros camponeses, aos 8 começou a estudar fazendo depois, um curso de treinamento de professores depois, Direito. Por conflitos com seu pai, saiu de casa para estudar em Changsha<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn20" name="_ftnref20" style="mso-footnote-id: ftn20;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[20]</span></span></span></span></a>, capital da província. Em 1911 entra para o exército de Sun, participa de vários movimentos sociais, ajuda a fundar o PCC em 1921, líderes a longa marcha de 1934 a 1935 e em 1949 com a vitória dos comunistas torna-se o primeiro presidente da República Popular da China.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">O INÍCIO DA REPÚBLICA SOCIALISTA E A LONGA MRCHA:</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span></b><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>Embora com as várias tentativas de formação de uma frente unida, entre Kuomitang e o PCC, estes sempre foram antagônicos, e sempre viveram em constantes atritos, a partir de 1930, Chiang aumenta a repressão contra o PCC com campanhas de cerco e aniquilamento das bases vermelhars (localizadas sobre o domínio comunistas nas quais se tentava em com a organização socialista em pequena escala), que já contava em com a população de 9 milhões de habitantes. Sempre sem êxito até que em 1930 inicia uma campanha com 900 mil homem do exército do Kuomitang, que se viu obrigado a fazer uma retirada estratégica que ficou conhecida como a longa Marcha.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Durante um pouco mais de um ano esquivando-se do exército nacionalista, enfrentando fome e frio, Mão liderando o exército vermelho (cerca de cem mil homens) sai de Kianesi, no sul da China e apenas 20 000 chegam ao norte em Yenan na província de Shensi, aí os comunistas aprofundam questões teóricas sobre a revolução alem de fazerem experiências sobre a estrutura de organização da sociedade socialista. De Yenam parte uma ofensiva contra os japoneses que desde a década de 30 vinha ocupando o território da China. Enquanto exército nacionalista pouco fazia contra a invasão japonesa, o que causava revolta do povo chinês, o exército vermelho aos poucos iam se tornando a maior força de resistência ao invasor japonês.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em 1937, com a intensificação da invasão japonesa é formada uma frente unida entre o PCC e o Kuomitang e o governo da China comunista(zonas liberdade e dirigidas pelo exército vermelho que em 1944 tinha 100 milhões de habitantes e correspondia a China setentrional e centro meridional). Não era um governo de coalizão e se uma trégua dada ao PCC para que este prosseguisse com a luta antiniponica. Durante a II Guerra mundial depois da declaração de guerra dos EUA contra o Japão, este (EUA) passa a mandar armamentos para China Nacionalista para que esta lutasse com o Japão. Com as expulsão dos japoneses do território chinês e o fim da II guerra mundial em 45, inicia-se a última guerra civil na China. O PCC agora com o apóio maciço da<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></b>população após mais 4 anos de luta, em 49 derruba o governo de Chiang e em 1º de outubro de 49 proclama a República Popular da China tendo Mão Tse Tung como primeiro Presidente. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A REPÚBLICA POPULAR DA CHINA</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Segundo, o jornalista e professor universitário José Renato Salatiel afirmou que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A China era então um país pobre, atrasado e completamente destruído por mais de duas décadas de guerras e batalhas domésticas. Nas três décadas seguintes, Mao Tse-tung fez do país um dos maiores laboratórios da experiência socialista do século passado, grande também em seus desastres. No decorrer do Grande Salto Adiante (1958-1961), campanha que tinha como objetivo modernizar a China aumentando a produção agrícola e acelerando a industrialização, cerca de 20 milhões de pessoas morreram de fome. Já a Revolução Cultural (1966-1967, 1972-1973 e 1975-1977), movimento de caráter ideológico que iniciou o culto ao líder Mao Tse-tung, foi um dos períodos mais traumáticos da história do país. Intelectuais e pessoas consideradas inimigas do partido eram executadas pelos "guardas vermelhos", enquanto outros eram perseguidos e exilados do país. Foram estes primeiros fracassos do regime comunista que levaram o PCC - tendo à frente Deng Xiaoping (1904-1997), que se tornou líder máximo após a morte de Mao - a promover reformas políticas e econômicas entre 1978 e 1980. As reformas tiveram como maior característica a abertura do mercado. Com a queda dos governos comunistas no Leste Europeu, supunha-se que a China encontraria o mesmo caminho aberto pelas reformas na economia, rumo à democracia liberal. Não foi o que aconteceu. O país adotou um sistema que combina protecionismo e livre mercado, propriedade privada e social, capitalismo econômico e Estado socialista. (SALATIEL, 2009, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Chiang Kai-Shek foge em 1949 para a ilha de Formosa e funda a China Nacionalista, no continente, a revolução é conquistada, mas o Ocidente não reconhecem a China Popular como noção e sim a Nacionalista. Com a proclamação da República da China Popular começa um período de grandes sacrifícios para o povo chinês que agora passava a deixar de lado suas aspirações individuais orientando toda sua força de trabalho para as necessidades coletivas. Após longos anos de guerras e dominação estrangeira, a economia chinesa esta arrasada, as cidades sofrem com um grande inchaço, ajuda do exterior não existe, pois nem o ocidente a reconhecia como nação e as relações com Moscou estavam tensas, a indústria sempre modesta estavam reduzida praticamente a zero, fome, desemprego e miséria, e é por isso que faziam parte do cotidiano chinês. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Assim o novo governo começou com praticamente nada. Em 49, como presidente, Mão visite a Rússia, conseguindo com muita persistência um empréstimo de 300 milhões de dólares a juros baixos e mais a promessa de que o governo soviético enviaria técnicos e tecnologia a China, em troca do controle da Mandchúria e do direito de exploração de minérios nos desertos do Oeste da China. Quando Mão volta a China tem início a Guerra da Coréia na qual a China perde 1 milhão de homens e praticamente todo dinheiro que seria usado no desenvolvimento social, e aí que começaram as medidas revolucionárias, a princípio foram poucas as medidas radicais adotadas, subsistiram formas capitalistas paralelas a uma socialização progressista<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>dos meios de produção.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A China precisava passar por um processo de acumulação de riquezas, havia um processo que transformar-se o país agrícola em um pais industrial, isto seguindo durante o início, orientações da Rússia. Inúmeras leis foram feitas para conseguir progresso material da China sem desrespeitar a justiça e a democracia entre elas estão a lei de reforma agrária que não se limitando somente a distribuir terras esse processo é precedido de uma<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>conscientização do camponês sobre as mudanças do processo revolucionário; a lei de organização sindical, a lei do casamento e além de várias campanhas populares como o Movimento dos três, a saber, anticorrupção, antidesperdício e antiburocracismo em 1951, depois em 1953 o dos cinco anti-s, contra as práticas de fraude fiscais, comercial, de suborno, de desvios de bens do estado e de espionagem econômica, e a campanha mais drástica, a do movimento de eliminação, nesse período, segundo Mão tinha sido eliminado com 700 000 conta-revolucionários, embora outras fontes revelaram cifra maior.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>No final de 1952 é lançada a primeira tentativa de planificação da economia, é lançado o primeiro plano qüinqüenal para acelerar o desenvolvimento sócio, político, cultural e econômico para atingir o pleno socialismo, seguindo o paradigma soviético, com prioridade atribuída a indústria pesada, pela centralização político-administrativa e pela necessidade de um ritmo acelerado de crescimento. Suas metas foram conseguidas, com um crescimento global da economia de 18% ao ano, só que a custa de um aumento ed contradições no seio da sociedade além de uma acumulação de poder nas mãos do partido comunista e a prioridade da indústria deixou a agricultura à deriva.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Após o primeiro plano que ultrapassaram os seus objetivos em quase todos os setores. Segundo a orientação de Mão, foi iniciado o grande salto para frente, o segundo plano qüinqüenal. No presente momento a atenção era retornada para o campo, para atingi-lo os seus objetivos, cujo são criadas as comunas populares, estas se tornaram centros de produção econômica, cada uma delas era auto suficiente, nelas o poder local controlavam a economia legal, sejam industriais ou regiões agrícolas, são iniciadas as construções de estradas de rodagens e trabalhos de irrigação. Entretanto, o grande salto para frente, que queriam atingi-lo os objetivos alcançados pela Rússia em 30 anos em três, mas não deu certo, e é por isso que estavam contribuindo para isso, ou seja, inúmeros fatores, sejam naturais como secas e inundações ou outros como o escasseamento de matéria-prima para a indústria, inexperiência técnica industrial, insuficiência de transportes e assim sucessivamente., além disso surge a Campanha das Cem Flores na qual abre-se um espaço para críticas e denúncias de erros durante o plano e sobre todo o processo revolucionário. As contradições sócio-políticas se agudiçam o que termina com a saída de Mão da presidência em 1961. Pode-se confirmar a consciência da importância da questão da Revolução Cultural, no trecho seguinte:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Em 1964, quando a União Soviética assinou um acordo de suspensão das experiências nucleares com os EUA, Pequim acusou Moscou de trair o Marxismo-Leninismo. Para Mao Tsé-tung, o líder chinês, a coexistência pacífica era um disfarce, para uma política de acomodação, pela qual as duas superpotências dividiriam o mundo entre si. No mesmo ano a China detonou sua primeira bomba atômica. A situação ficou mais séria a partir de 1967, quando os radicais chineses, sob o comando de Chiang Ching, a mulher de Mao, lançaram a chamada Revolução Cultural. A estrutura da sociedade Chinesa foi virada de pernas para o ar. Jovens revolucionários assumiram o controle da situação, brandindo o livro vermelho dos pensamentos de Mao, enquanto seus professores eram mandados para centros de reeducação no interior e forçados a marchar pelas ruas com chapéus de burro. No plano externo os soviéticos, chamados por Pequim de social-imperialistas, eram considerados os maiores inimigos da China. Soldados dos dois países chegaram a trocar tiros na fronteira em 1969. O isolamento acabou por levar aos chineses a procurar melhorar as relações com países da Europa e com o Terceiro Mundo. A ofensiva culminou em 1971 com o ingresso da China comunista na ONU, tomando o lugar que desde 1945 pertencia a China Nacionalista, o Governo formado por Chiang Kaichek na ilha de Formosa. (CIVITA, 2010, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O que foi a Revolução Cultural Chinesa? A partir de 1966 surge uma revolução dentro da revolução é a grande Revolução Cultural, de caráter não somente cultural como social e econômico e político, mas visava eliminar os burocratas do partido além de incentivar as massas a uma maior participação e a organização sócio-político em todos os setores da vida chinesa uma participação marxista da população, isto através da literatura, o teatro, estética, e outros tipos de artes que deveriam espelhar as realidades sociais e serem fontes da politização das massas. Além disso era um processo de maior incentivo a produção, só que surgem muitos problemas entre eles a radicalização de participantes do movimento principalmente dos Guardas vermelhos. Mão ainda retorna a presidência no final da década de 60 até em 76 com a sua morte. A partir da década de 70 depois do rompimento com a Rússia a China se abre um pouco para o ocidente, com muito cuidado o governo começou uma abertura que até hoje continua em processo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CONCLUSÃO</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Com um pequeno estudo da Revolução Chinesa, tendo como paralelo toda a história chinesa, podemos perceber por alto que a revolução socialista ocorrida em 49 na China é uma parte de uma grande revolução que vinha ocorrendo a longos anos, e que embora passando desapercebida por muitos dava sinais de vida em ocasiões múltiplas que eram as rebeliões camponesas, pode-se pensar nisso como um absurdo, mais características da Revolução Chinesa são encontradas em várias rebeliões camponesas passadas como: a coletividade das terras, o antiimperialismo, estrangeiro, uma renovação cultural contando com a emancipação da mulher entre outras, era como se a China vivesse uma revolução em toda sua história. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A proclamação da República Popular da China não é o fim da revolução que está continuando em marcha, mas, os problemas como alimentação, vestuário, habitação e transportes foram aos poucos quase que totalmente solucionados, e na realidade é necessário um avanço nas condições de vida da população, quanto ao sucesso dessa fase da revolução, quanto ao seu sucesso isso pode ser observado em dados estatísticos com um aumento da média de vida de 32 anos em 1949 para 68,2 anos em 1980, uma queda na taxa de mortalidade de 28 por mil habitantes em 49 para 6, 29 por mil habitantes em 1980, o crescimento da população chinesa[altura] de 5 cm, além da transformação da China em uma potência da atualidade.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante ressaltar ainda, que a Revolução Chinesa vitoriosa foi liderada por Mão Tse Tung que implementou as reformas estruturais no país, organizando um paradigma socialista com as inúmeras diferenças em relação ao paradigma Soviético. <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Como se vê, o paradigma maoísta perdurou até os anos 70 do século XX, quando se estabeleceram as relações diplomáticas, comerciais e administrativas com os países capitalistas, porém somente no início dos anos 90 do século XX, sob a liderança de Deng Xiaoping, que a abertura se desenvolveu com o estabelecimento de uma economia socialista de mercado, ou seja, desde a economia chinesa é a que mais desenvolve nos mercados mundiais, abstraindo grande parte dos investimentos internacionais. Nesse discurso, Arruda declarou que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Em 1976, esgotava-se na China o fôlego da Revolução Cultural, iniciada em 1966. Nesse ano morria Mao Tse-tung, seu principal idealizador. Em 1978, sob a liderança de Deng Xiaoping, o país começaria a flexibilizar o regime socialista. Buscava-se então uma difícil conciliação entre a abertura econômica em direção à economia de mercado e a preservação do regime político autoritário sob a hegemonia do Partido Comunista Chinês. (ARRUDA, 2003. p. 465.)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Segundo Arruda, Mao Tse-tung chegou ao poder por meio da revolução armada de orientação socialista que ficou conhecida como revolução cultural.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“[Vencer uma batalha nacional é apenas o primeiro passo de uma longa marcha [...] Lutar, falhar, lutar novamente, falhar novamente, lutar outra vez [...] até a vitória. Essa é a lógica do povo]” [Mão Tse-Tung]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">AQUINO, Rubim Santos Leão de. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História das Sociedades: das comunidades Primitivas às sociedades medievais</b>/Rubim Santos Leão de Aquino, Denize de Azevedo Franco, Oscar Guilherme Pahl Campos Lopes. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1988.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">ARRUDA, J. J. de A. e PILETTI, N. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Toda a História</b>. São Paulo: Ática, 2003. p. 465.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">BEZERRA, Holien Gonçalves. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Revolução Chinesa</b>. São Paulo: Atual; Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1985.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">CHAN, John. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Sessenta anos da Revolução Chinesa: Lições para a classe trabalhadora.</b> Publicado em: 7 de outubro de 2009. Disponível em: &lt;&lt;<a href="http://www.wsws.org/pt/2009/oct2009/por2-o07.shtml">http://www.wsws.org/pt/2009/oct2009/por2-o07.shtml</a>&gt;&gt;. Acesso: 18/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">CHAN, John. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Revolução Chinesa - A tragédia da Revolução Chinesa de 1925-1927.</b> 25/01/2009. Disponível em: &lt;&lt;<a href="http://www.movimentonn.org/internacionalismo/artigo/historicos/1242">http://www.movimentonn.org/internacionalismo/artigo/historicos/1242</a>&gt;&gt;. Acesso: 18/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">CIVITA, Victor. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Revolução Cultural Chinesa</b>. Publicado em: junho 08, 2010 - Updated: setembro 30, 2010. Disponível em: &lt;&lt; <a href="http://pt.shvoong.com/law-and-politics/politics/2010954-revolução-cultural-chinesa/">http://pt.shvoong.com/law-and-politics/politics/2010954-revolução-cultural-chinesa/</a>&gt;&gt;. Acesso: 18/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">DAUBIER, Jean. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História da revolução cultural chinesa [em dois volumes]</b>. Editorial Presença, Lisboa, 1974.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">FAVROD, Charles-Henri [Org.], <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Os chineses</b>. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1976.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">GARZA, Hedda. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Os Grandes Líderes: Mão Tse-Tung</b>. São Paulo. Editora Nova Cultural, 1988.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">COGGIOLA, Osvaldo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Revolução Chinesa.</b> São Paulo: Editora Moderna, 1985.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">PISCHEL, Enrica Collotti. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História da Revolução Chinesa - volumes I, II, III</b>. Mira-Sintra, Portugal: Publicações Europa-América, 1976.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">POMAR, Wladimir Ventura Torres. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Revolução Chinesa (Coleção Revoluções do século XX).</b> São Paulo: Editora UNESP, 2004.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">POMAR, Wladimir Ventura Torres. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">China, o dragão do século XXI.</b> Ática, São Paulo, 1996.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">REIS FILHO, Daniel Aarão. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A construção do socialismo na China.</b> São Paulo: Brasiliense, 1981.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">SALATIEL, José Renato.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>Revolução <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Chinesa - 60 anos: Socialismo à chinesa sobrevive ao século 20.</b> 01/10/2009. Disponível em: &lt;&lt; <a href="http://educacao.uol.com.br/atualidades/revolucao-chinesa-60-anos.jhtm">http://educacao.uol.com.br/atualidades/revolucao-chinesa-60-anos.jhtm</a>&gt;&gt;. Acesso: 17/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">SCHILLING, Voltaire. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Revolução na China: colonialismo - maoísmo - revisionismo.</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Porto Alegre: Mercado Aberto, 1984.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">SPENCE, Jonathan D. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Em Busca da China Moderna: quatro séculos de história</b>. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">SNOW, Edgar. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A China, ontem e hoje [em dois volumes].</b> Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1972.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">SUYIN, Han<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. China no ano 2001</b>. Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1969.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">WU, Vinícius. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Os 60 anos da Revolução Chinesa</b>. Artigo publicado hoje (11/10/2009) no Jornal do Brasil. Disponível em: &lt;&lt;<a href="http://leituraglobal.com/2009/10/11/os-60-anos-da-revolucao-chinesa/">http://leituraglobal.com/2009/10/11/os-60-anos-da-revolucao-chinesa/</a>&gt;&gt;. Acesso: 18/01/2011.</div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;">Graduado em Licenciatura em História pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB] e Graduando em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB].</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">Mao Tsé-Tung, (em chinês tradicional:</span><span style="font-family: 'MS Mincho'; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">毛澤東</span><span style="font-size: 10pt;">; e em chinês simplificado: </span><span style="font-family: 'MS Mincho'; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">毛</span><span style="font-family: SimSun; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: SimSun;">泽东</span><span style="font-size: 10pt;">, Mao Tse-tung pela transliteração Wade-Giles, ou Máo Zédōng, pela pinyin), (Shaoshan, 26 de Dezembro de 1893 - Pequim, 9 de Setembro de 1976), foi um teórico chinês, político, poeta, filósofo, visionário e líder do Partido Comunista revolucionário Chinês. Ele liderou a República Popular da China desde a sua criação em 1949 até sua morte em 1976. Sua contribuição teórica para o marxismo-leninismo, estratégias militares, e suas políticas comunistas são conhecidas coletivamente como Maoísmo.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Os Manchu (manju em Manchu, <span style="font-family: 'MS Mincho'; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">滿</span> pinyin: mǎn) são um grupo étnico que teve origem no nordeste da Manchúria. Eles conquistaram a dinastia Ming no século 17 e fundaram a dinastia Qing, que governou a China até 1911. Hoje, os Manchus foram em grande parte assimilados pelos Chineses Han que os rodeavam e a língua manchu encontra-se quase extinta. Eles formam uma das 56 nacionalidades oficialmente reconhecidas pela República Popular da China.</span></div></div><div id="ftn4" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Ge Hong (Chinese: <span style="font-family: 'MS Mincho'; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">葛洪</span>; pinyin: Gě Hóng; Wade–Giles: Ko Hung, 283–343), courtesy name Zhichuan (<span style="font-family: 'MS Mincho'; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">稚川</span>), foi um menor do sul funcionário durante a Jìn Dinastia (263-420) da China, mais conhecido pelo seu interesse em Daoism, alquimia, e as técnicas de longevidade. Mas religiosos e esotérico escrita representa apenas uma parte considerável da Ge produção literária, que no seu conjunto, abarcam uma vasta gama de conteúdos e genros.</span></div></div><div id="ftn5" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> Os chamados Tratados Iníquos foram uma série de tratados firmados entre a China Dinastia Qing, o Japão Tokugawa e a Coreia Chosun com as potências industrializadas ocidentais, entre meados do século XIX e o início do século XX.</span></div></div><div id="ftn6" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> A Primeira Guerra do Ópio foi travada entre a Companhia Britânica das Índias Orientais e a Dinastia Qing da China entre 1839-1842 com o objetivo de forçar a China a permitir o livre comércio, principalmente do ópio. A Grã-Bretanha pedia a abertura do comércio de ópio, enquanto o governo imperial da China tentou proibir. Portanto, o Ópio era uma droga proibida na China, mas que era contrabandeada por mercadores ingleses, seu consumo pelos chineses começou a desestabilizar as finanças de governo no século XIX.</span></div></div><div id="ftn7" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> A Segunda Guerra do Ópio na China foi uma guerra do Império Britânico e do Segundo Império Francês contra a dinastia Qing da China entre 1856-1860. Esta guerra pode ser vista como uma extensão da Primeira Guerra do Ópio, daí o nome que lhe foi atribuído. Em suma, houve o ataque anglo-francês contra o Cantão.</span></div></div><div id="ftn8" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Expedição anglo-francesa contra Pequim.</span></div></div><div id="ftn9" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> A Revolução Taiping (1851 - 1864) foi um dos conflitos mais sangrentos da história, um confronto entre as forças da China imperial e um grupo inspirado por um místico auto-proclamado, chamado Hung Hsiu-ch’üan, que se dizia cristão e também intitulava-se irmão de Cristo. Seu objetivo era criar uma nova cultura, substituindo a tradição confucionista e budista por algo novo,, moldado conforme às suas idéias.</span></div></div><div id="ftn10" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[10]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> A Guerra dos boxers (1899-1900), chamado também de Movimento Yijetuan, foi um movimento popular antiocidental e anticristão na China.</span></div></div><div id="ftn11" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[11]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;">Liang Qichao (simplified Chinese: <span style="font-family: 'MS Mincho'; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">梁启超</span>; traditional Chinese: <span style="font-family: 'MS Mincho'; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">梁</span><span style="font-family: SimSun; mso-bidi-font-family: SimSun;">啟超</span>; pinyin: Liáng Qǐchāo; Wade-Giles: Liang Ch'i-ch'ao; Styled Zhuoru, <span style="font-family: 'MS Mincho'; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">卓如</span>; Pseudonym: Rengong, <span style="font-family: 'MS Mincho'; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">任公</span>) (February 23, 1873–January 19, 1929) Foi um chinês erudito, jornalista, filósofo e reformista durante a Dinastia Qing (1644–1911), que animou os seus escritos chineses estudiosos com movimentos de reforma e. Ele morreu de doença em Pequim com a idade de 55.</span></div></div><div id="ftn12" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[12]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">Sun Yat-sen (pinyin: Sūn YiXiān; Cuiheng, 12 de novembro de 1866 – 12 de março de 1925) foi um estadista, político e líder revolucionário chinês. É interessante perceber que ele foi o principal pioneiro da China republicana, Sun é frequentemente referido como o Pai da Nação, inclusive ele desempenhou um papel fundamental na derrubada da Dinastia Qing em outubro de 1911, a última dinastia imperial da China. Cabe ressaltar que foi o primeiro provisório quando a República da China foi fundada em 1912 e mais tarde co-fundador do Kuomintang, onde atuou como seu primeiro líder. Sun foi uma figura de união na China pós-imperial e continua a ser o único entre os políticos chineses do século XX a ser amplamente revrenciado entre os povos de ambos os lados do Estreito de Taiwan.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn13" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[13]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">Yuan Shikai (simplified Chinese: </span><span style="font-family: 'MS Mincho'; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">袁世</span><span style="font-family: SimSun; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: SimSun;">凯</span><span style="font-size: 10pt;">; traditional Chinese: </span><span style="font-family: 'MS Mincho'; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">袁世凱</span><span style="font-size: 10pt;">; pinyin: Yuán Shìkǎi; Wade–Giles: Yüan Shih-k'ai; Courtesy Wèitíng </span><span style="font-family: 'MS Mincho'; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">慰亭</span><span style="font-size: 10pt;">; Pseudonym: Róng'ān </span><span style="font-family: 'MS Mincho'; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">容庵</span><span style="font-size: 10pt;">, also named after birthplace Yuán Xiàngchéng </span><span style="font-family: 'MS Mincho'; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">袁</span><span style="font-family: SimSun; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: SimSun;">项城</span><span style="font-size: 10pt;">) (16 September 1859[1] – 6 June 1916, foi um importante político chinês geral e famoso por sua influência durante a tarde, o seu papel Dinastia Qing aos acontecimentos que culminaram com a abdicação do último Imperador da China, Qing seu autocrático como o primeiro Presidente da República da China,-vida curta e sua tentativa de revitalizar o chinês monarquia, com ele como o "Grande Imperador da China."</span></div></div><div id="ftn14" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[14]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">O Kuomintang, Guomingdang ou Kuo-Min-Tang (conhecido pelas iniciais KMT ou GMD), em chinês tradicional : </span><span style="font-family: 'MS Mincho'; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">中國國民黨</span><span style="font-size: 10pt;"> ; em hanyu pinyin : Zhōngguó Guómíndǎng; literalmente « Partido Nacionalista Chinês » [1] [2] é o partido político que governa a República da China (conhecida como Taiwan desde os anos 1970). A sede do partido encontra-se em Taipei.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn15" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[15]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Chiang Kai-shek (31 de Outubro de 1887 - 5 de Abril de 1975) foi um militar e político chinês que assumiu a liderança do Kuomintang (um partido político conservador da China na época) depois da morte de Sun Yat-sen, em 1925. Como se vê, ele comandou a Expedição do Norte, que tinha como objetivo unificar a China contra os chamados Senhores da guerra da China, que dominavam algumas regiões do país. Saiu vitorioso em 1928, como o líder da República da China.</span></div></div><div id="ftn16" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[16]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Li Dazhao ou Li Ta-chao (born Oct. 6, 1888, Hebei province, China—died April 28, 1927, Beijing), <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>foi um dos fundadores do Partido comunista chinês (PCC). principal bibliotecário e professor da Universidade, história em Pequim Li passou a ser inspirado pelo sucesso da Revolução russa e começou a estudar e palestra sobre Marxismos, sendo que os grupos de estudo em 1921, Li tinha criado formalmente se tornou o PCC. Li Ta-chao ajudou o novo partido efectuem a política da Internacional comunista e colaborou com o Partido Nacionalista de Sun Yat-ndep. Sua carreira foi interrompida quando ele foi apreendida e enforcada pelo militar Zhang suas idéias Zuolin, mas de uma revolução das populações pobres camponeses foram concluídas por Mao Tsé Tung.</span></div></div><div id="ftn17" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref17" name="_ftn17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[17]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">Chen Duxiu (chinês tradicional: </span><span style="font-family: 'MS Mincho'; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">陳獨秀</span><span style="font-size: 10pt;">, chinês simplificado: </span><span style="font-family: SimSun; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: SimSun;">陈独秀</span><span style="font-size: 10pt;">, pinyin: Chén Dúxiù, Wade-Giles: Ch'en Tu-hsiu; Anqing, Anhui, 28 de Outubro de 1880 - Jiangjin, Sichuan, 27 de Maio de 1942) foi um intelectual chinês. É considerado, junto a Li Dazhao, o fundador do Partido Comunista da China, do qual foi seu primeiro presidente e secretário geral.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn18" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref18" name="_ftn18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[18]</span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;">Comintern ou Komintern (do alemão Kommunistische Internationale) é o termo com que se designa a Terceira Internacional ou Internacional Comunista (1919-1943), isto é, a organização internacional fundada por Vladimir Lenin e pelo PCUS (bolchevique), em março de 1919, para reunir os partidos comunistas de diferentes países.</span></div></div><div id="ftn19" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref19" name="_ftn19" style="mso-footnote-id: ftn19;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[19]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Hunan (<span style="font-family: 'MS Mincho'; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">湖南</span> em chinês pinyin: Húnán) é uma província da República Popular da China, tem como capital a cidade de Changshae o seu nome quer dizer "Sul do Lago" por se encontrar a Sul do Lago Dongting. Para além disso é atravessada pelos rios Yangtze e Dongtin.</span></div></div><div id="ftn20" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref20" name="_ftn20" style="mso-footnote-id: ftn20;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[20]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">Changsha (</span><span style="font-family: SimSun; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: SimSun;">长沙</span><span style="font-size: 10pt;">) é a capital da província de Hunan, na China. Localiza-se nas margens do rio Xiang. Tem cerca de 2 131 620 habitantes. Foi fundada no início do século III A.c.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/origem-revolucao-chinesa-e-o.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-911434043757946365</guid><pubDate>Wed, 19 Jan 2011 18:19:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-19T10:19:01.770-08:00</atom:updated><title>A GUERRA DO VIETNÃ: FOI UMA INCURSÃO NORTE-AMERICANA NO VIETNÃ DO NORTE OU UMA DECLARAÇÃO DE GUERRA DOS NORTE-VIETNAMITAS AOS EUA?</title><description><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">A GUERRA DO VIETNÃ: FOI UMA INCURSÃO NORTE-AMERICANA NO VIETNÃ DO NORTE OU UMA DECLARAÇÃO DE GUERRA DOS NORTE-VIETNAMITAS AOS EUA?</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Luciano Bezerra </span></i><city><place><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Agra</span></i></place></city><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"> Filho</span></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10pt;"><a href="mailto:lucianoagra@hotmail.com">lucianoagra@hotmail.com</a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></b></span></span></span></a></span></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">RESUMO:</span></b><span style="font-size: 10pt;"> O que foi a guerra do Vietnã?<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></a>Guerra do Vietnã do Norte ou Guerra Norte-Americana? Meu objetivo ao pesquisar sobre A Guerra do Vietnã e de tentar expor o conhecimento em suas origens, pois, apesar de ser um acontecimento de nossa era, pouco se sabe sobre o mesmo, a não ser através de filmes e noticiários que na maioria das vezes são um tanto superficiais no relato dos fatos. A Guerra do Vietnã foi muito além destes filmes a noticiários, suas seqüelas são sentidas até hoje, pelo que dela tomaram parte direta ou indiretamente. Em linhas gerais, tentarei mostrar desde os aspectos geográficos, até renascimento do país depois do término da guerra. Analiso neste artigo as características filosóficas, geográficas, históricas da Indochina e assim sucessivamente, que a priori, muito favoreceram os asiáticos nos conflitos contra os invasores franceses. Tento expor também, a política de exploração, ocorrida a partir do século XIX, nesta região. Bem como, a resistência, por parte dos indochineses a política imperialista das grandes potências. Por fim, tento expor um pouco do Vietnã atualmente, que, apesar das divisões, das perdas humanas e materiais, conseguiu impor-se frente a grande potência de nossa era: os Estados Unidos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Palavras-Chave:</span></b><span style="font-size: 10pt;"> A Guerra do Vietnã - Norte-Americana - Norte-Vietnamita.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">THE WAR IN </span></b><country-region><place><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">VIETNAM</span></b></place></country-region><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">: WAS AN INCURSION NORTH-AMERICAN IN </span></b><country-region><place><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">VIETNAM</span></b></place></country-region><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;"> NORTHERN OR A DECLARATION OF WAR IN THE NORTH-VIETNAMESE TO THE </span></b><country-region><place><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">USA</span></b></place></country-region><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">?</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">ABSTRACT:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> That was the war in </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Vietnam</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">? The Vietnam War in Northern or North-American War? My aim to find on the war in Vietnam and trying to present knowledge in their origins, because, despite being an event of our era, little is known about the same, not be through films and news that in most cases are somewhat superficial in the report of the facts.The war in Vietnam was far beyond these films news, its sequelae are experienced until today, that it took part directly or indirectly. In general, I will try show geographical aspects since, until revival of the country after the end of war. I analyze in this Article the characteristics philosophical, geographical, historical </span><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Indochina</span></place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> and so on, that a priori, very favored the Asians in conflicts against the invaders French. I try bare also, the policy of exploitation, occurred from the 19th century, in this region. As well as, resistance, on the part of indochineses the imperialist policy of the major powers. Lastly, I try display a little Vietnamese currently, that, despite the divisions, the human and material losses, managed-front the great power of our era: the </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">United States</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Key-words:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> The War in </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Vietnam</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> - North-American - North-Vietnamese.</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">LA GUERRE DU </span></b><country-region><place><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">VIETNAM</span></b></place></country-region><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">: A L'INCURSION NORD-AMÉRICAIN AU </span></b><country-region><place><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">VIETNAM</span></b></place></country-region><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;"> DU NORD OU UNE DÉCLARATION DE GUERRE DANS LE NORD-VIETNAMIENS À DES ÉTATS-UNIS?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">RÉSUMÉ:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> quelle était la guerre au </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Vietnam</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">? La guerre du Vietnam du Nord ou du nord-américain de guerre? Mon but de trouver sur la guerre du Vietnam et à essayer de connaissances actuelles dans leurs origines, parce que, malgré un événement de notre ère, peu est connu à propos de la même, ne pas être moyen de films et les nouvelles que la plupart sont quelque peu superficiel dans le rapport des faits. La guerre du </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Vietnam</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> a été bien au-delà ces films nouvelles, ses séquelles sont expérimentés jusqu'au aujourd'hui, qu'il a pris part directement ou indirectement. En général, j'essaierai afficher les aspects géographiques puisque, jusqu'au renouveau du pays après la fin de la guerre. J'analyse dans cet article les caractéristiques philosophique, géographiques, historiques indochine et ainsi de suite, qu'a priori, très favorisée les Asiatiques dans des conflits contre les envahisseurs français. </span><span lang="IT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: IT;">J'essaie strict également, la politique de l'exploitation, s'est produite à la 19e siècle, dans cette région. Ainsi que, de résistance, de la part de indochineses la politique impérialiste des grandes puissances. Enfin, j'essaie afficher un peu vietnamiens actuellement, que, malgré les divisions, les droits et des pertes matérielles, géré-devant la grande puissance de notre ère: les États-Unis. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">Mots-clés</span></b><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;"> : la guerre du Vietnam - nord-américain - nord-vietnamiens.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">INTRODUÇÃO<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>A Guerra do Vietnã começou em 1959 e terminou no dia 30 de abril de 1975, dezesseis anos após em locais como o Vietnã do Norte, Vietnã do Sul e Sudeste Asiático. As batalhas ocorreram nos territórios intervenientes do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Reino do Laos, Camboja, Vietnã do Sul, Estados Unidos, Coréia do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Filipinas, Tailândia, República do Khmer, Vietcong, China, Coréia do Norte e União Soviética, tendo como principais líderes, a saber, Nguyen Van Thies, Ngo Dinh Diem, Nguyen Cao Ky, Ngo Quang Truong, Lam Quang Thi, John Kennedy, Lyndon Johnson, Richard Nixon, William Westmoreland, Creighton Abrams, Dwight D. Eisenhower, Gerald Ford, Earle Wheeler, Robert McNamara, Frederick Weyand, Elmo Zumwalt, Robin Olds, John S. McCain II, Park Chung-hee, Chae Myung-shin, Lee Se-ho, Harold Holt, Ferdinand Marcos, Keith Holyoake, Lon Nol, Thanom Kittikachorn, Vang Pão, Hoang Minh Tão, Nguyen Minh Chau, Tran The Mon, Nguyen Chi Thanh, Truong Muc, Dong Sy Nguyen, Vo Minh Triet, Le Duc Tho, Nguyen Van Toan, Nguyen Huu Na, Pham Hung, Van Tien Dung, Le Duc Anh, Chu Pong Dói, Tran Van Tra, Troung Chinh, Tran Do, Ho Chi Minh, Vo Nguyen Giap, Lê Duẩn, Nikita Khrushchov, Leonid Brejnev, Mao Tse-Tung e Pol Pot.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O Vietnã havia sido colônia Francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser capitalista, aliado dos Estados Unidos. A relação entre os dois<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>Vietnãs, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues, com apoio de Ho Chi Minh e dos Soviéticos, atacaram uma base Norte-Americana no Vietnã do Sul. Essa articulação se concretizou, nas décadas de 1970 e 1980, o cinema norte-americano produziu diversos filmes sobre a participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Como se pode perceber, muitos deles apoiavam a intervenção americana no conflito; outros, porém, criticavam essa política, manifestando posições antimilitaristas, como, por exemplo, Amargo Regresso (de H. Ashby, 1978), O Franco Atirador (de M. Cimino, 1978), Apocalypse Now (de F. F. Coppola, 1979), Nascido para Matar (de S. Kubrick, 1987) e Nascido em 4 de Julho (de O. Stone, 1989). Sobre a sociedade e a política norte-americanas das décadas de 1960 e 1970. Considerando, então, paralelamente ao conflito asiático, os Estados Unidos também intervieram militarmente na República Dominicana, a pretexto de combater a presença comunista nas Américas. Devido a esse ponto de base do país na política interna, os movimentos pacifistas norte-americanos promoveram diversas manifestações com o objetivo de pressionar o governo para que retirasse suas tropas do conflito vietnamita. Ao final de sua participação na Guerra do Vietnã, os Estados Unidos haviam sofrido, além de pesadas perdas humanas e econômicas, um desgaste na sua imagem de potência militar capaz de resolver conflitos internacionais. Devido aos gastos militares e à alta dos preços do petróleo no mercado internacional, o governo e a sociedade norte-americana enfrentaram uma séria crise econômica, na década de 1970. É possível presenciar, que segundo Airton Ortiz em seu livro Vietnã Pós-Guerra argumentou o seguinte:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Em seu novo livro, Vietnã pós-guerra, Ortiz relata a expedição que realizou pelo sudeste asiático, onde visitou a Tailândia, o Laos, o Vietnã e o Camboja. O texto está centrado no Vietnã, onde passou a maior parte do tempo, viajando de Hanói, no norte, a Saigon, no sul, passando pela baía Ha Long e pela Zona Desmilitarizada, antiga fronteira entre o Vietnã do Norte e Vietnã do Sul. Visitou os locais onde se deram as maiores batalhas durante a Guerra do Vietnã. “Meu objetivo nesta viagem”, explica Airton 0rtiz, “é recontar a história da guerra a partir do ponto de vista dos vietnamitas, pois tudo o que sabemos sobre esse conflito nos chegou pela visão da imprensa norte-americana”. Ao chegar em Hanói, o repórter descobriu que até o nome da guerra é diferente dependendo de quem a conta. Para os Estados Unidos e para o resto do mundo, tratou-se da Guerra do Vietnã. Mas, entre os vietnamitas, é conhecida como Guerra Americana. Outro fato que surpreendeu Airton Ortiz é que, enquanto a imprensa ocidental informava que o motivo da guerra era impedir o avanço do comunismo no mundo, isso em plena Guerra Fria, para o povo do Vietnã o conflito aconteceu para defender o país da invasão de uma potência estrangeira. Atualmente, segundo o autor, o Vietnã é um país com um sistema político ditatorial, onde a burocracia ligada ao Partido Comunista — que de comunista não tem mais nada — governa com mão de ferro. Não há liberdade de imprensa nem partidos de oposição. Mas o sistema econômico é capitalista, baseado na economia de livre mercado. “Seguindo o padrão da China”, explica Ortiz, “essa dualidade excludente deverá levar o Vietnã, e mais tarde a China, a conflitos internos. À medida que a classe média enriquece com o capitalismo, também rejeita a ditadura política”. Dentre os 85 milhões de habitantes, o Partido Comunista do Vietnã conta com apenas 2 milhões de filiados. Segundo Airton 0rtiz, a viagem foi uma grande aventura. Ele percorreu também o delta do rio Mekong, uma região selvagem, onde teve de comer carne de cobra, único alimento disponível. “Navegar pelo rio Mekong”, explica, “foi uma das maiores aventuras que já enfrentei”.(ORTIZ, 2009, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É interessante perceber neste fragmento acima, que a Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou em 1959 e foi até 30 de abril de 1975. As hostilidades se originaram como os EUA invadindo a política interna do Vietnã. <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Podemos ver, a princípio,</span> conforme o definido pela Convenção de Genebra, os vietnamitas tinham direito a terem eleições livres para que escolher os seus governantes. <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Entramos neste raciocino dando um enfoque aos diplomatas americanos, mas eles</span> sabiam que, se fossem autorizados plebiscitos no país, os comunistas iriam vencer com mais de 90% dos votos, por causa da popularidade de seu líder, Ho Chi Minh, que era um patriota e herói da resistência vietnamita que era contra a ocupação japonesa e a luta pela independência da França. <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Entendendo que estavam</span> com o maior medo dos Estados Unidos não era só a possibilidade do Vietnã cair nas mãos dos comunistas, mas sim o chamado efeito dominó, ou seja, que os ES vizinhos tentassem seguir o exemplo do Vietnã do sul.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Assim sendo, fica claro que</span> os EUA apoiava o regime ditatorial que era do Vietnã do Sul com dinheiro, armas, carros de combate e assessores militares. É a partir do ano de 1962, que as tropas, <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">no entanto,</span> combatiam de um lado com coalizão de forças incluindo os EUA, a República do Vietnã do sul, a Austrália, a Nova Zelândia, as Filipinas e a Coréia do Sul, e no outro lado a República democrática do Vietnã, a Frente de liberação nacional e também a guerrilha comunista sul-vietnamita. <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">É comum percebermos, que </span>cerca de 540 000 americanos foram enviados ao Vietnam em 1965 e 1973 para ajudá-los a preservar a independência do Vietnã do Sul capitalista em relação ao norte que era comunista. <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">É de extrema importância, que</span> os Vietcongs tinham uma grande rede de abrigos subterrâneos e túneis, que realizavam armadilhas e emboscadas. A URSS e a China forneciam material ao Vietnã do Norte e ao FLN, eles não tiveram participação militar ativa no conflito.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></b>É importante analisar que a Guerra do Vietnã é freqüentemente representada no cinema norte-americano como um trauma para aquela sociedade, sendo que uma guerra em um país distante, na qual muitos jovens morreram e o país foi derrotado por uma força militar tecnologicamente muito inferior. Em que consiste o envolvimento norte-americano na Guerra do Vietnã a, pelo menos, após a Segunda Guerra Mundial? Em contrapartida o governo norte-americano preocupava-se com a expansão do poder comunista pelo sudeste asiático, pois esta colocaria em risco os interesses americanos no Pacífico. Assim sendo, entendia como desestabilizador para o equilíbrio político da Ásia os seguintes acontecimentos ocorridos após o término da 2ª Guerra Mundial, a saber, tais como a Revolução Chinesa de 1949; o fracasso do colonialismo francês na Indochina e o surgimento do Laos, Camboja e de um Vietnã dividido; a independência da Indonésia e sua postura neutralista e independente frente ao Estados Unidos e União Soviética e a Guerra da Coréia. Qual foram os dois movimentos de resistência ao envolvimento norte-americano na Guerra do Vietnã, ocorridos nos EUA? Vale dizer que estes dois movimentos consistiram nas contínuas baixas de soldados norte-americanos e os alastramentos do conflito fortaleceram diversos setores contrários ao desenvolvimento norte-americano no Vietnã. Como se vê a cobertura da imprensa sobre a participação de tropas norte-americanas em situações de extrema violência, tais como os bombardeios de Napalm e o massacre de My Lai, que forneceram à sociedade norte-americana imagens e informações que estruturaram diversos focos de oposição, críticas foram feitas pelos próprios meios de comunicação, por segmentos do clero liberal, pelo movimento estudantil, especialmente contra o alistamento, pelo movimento negro e por grupos pacifistas. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Este fato deu inicio a guerra. Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu apenas ao Vietnã do Norte e do Sul, embora os Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio indireto. Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos. No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção dos Estados Unidos, em 1968, o exercito norte-vietnamita invadiu o Vietnã do Sul e os Estados Unidos responderam com<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>toda forca. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em grande quantidade nos Estados Unidos. Jovens, grupos pacifistas e a população em geral iam para as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das tropas. Neste momento, já eram milhares os soldados norte-americanos mortos no conflito. A televisão mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra. Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano aceita o acordo de Paris, que previa o cessar fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte. O conflito deixou mais de 1 milhão de mortos (civis e militares) e o dobro de mutilados e feridos. A guerra arrasou campos agrícolas, destruiu casas e mais que isso provocou prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã. O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">1. A INDOCHINA</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A "virada" que culminou com a derrota americana na Guerra do Vietnã (1954-1975) começou com uma série de ataques dos inimigos comunistas em 1968. É o episódio conhecido como "Ofensiva do Tet". O nome é uma referência à data de início das batalhas, o feriado de ano-novo lunar, chamado pelos vietnamitas de Tet Nguyen Dan. A partir da madrugada de 31 de janeiro de 1968, o governo comunista do Vietnã do Norte e seus aliados, os guerrilheiros da Frente de Libertação Nacional, mais conhecidos como vietcongues, iniciaram ataques simultâneos contra várias cidades do Vietnã do Sul - um país capitalista defendido pelo exército sul-vietnamita e por nações como Austrália, Nova Zelândia, Coréia do Sul e, principalmente, Estados Unidos. A idéia da invasão militar comunista era lutar para "libertar" o povo do Sul da "opressão capitalista". Eles achavam que a invasão provocaria uma rebelião popular contra o governo do Vietnã do Sul, coisa que nunca aconteceu. No começo, o ataque-surpresa deu certo, mas os americanos e sul-vietnamitas reagiram rapidamente. Como o poderio militar do lado capitalista era muuuito maior, os comunistas foram expulsos em poucos dias de quase todas as cidades que invadiram. Mas, apesar da vitória militar americana, as imagens da invasão frustrada provocaram um bruta estrago nos Estados Unidos. "A Ofensiva do Tet chocou a opinião pública americana. A cobertura dos combates feita pela TV deixou em muita gente a impressão de que os Estados Unidos e seus aliados estavam em situação desesperadora", diz o historiador americano Ronald Spector, da Universidade George Washington. Dentro dos Estados Unidos, aumentaram os protestos contra a guerra. Com o filme queimado, o governo americano ainda segurou seus soldados no Vietnã por quatro anos, mas acabou retirando as tropas em 1972. Diante do abandono americano, o exército e os guerrilheiros do Norte ganharam terreno. Acabaram tomando a capital Saigon em 1975, vencendo a guerra e unificando o Vietnã sob o regime comunista. (NAVARRO, 2011, p. 01).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>Com referência a isso, Navarro argumentou uma indagação, a saber. Mas, afinal, <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>qual era realmente o objetivo dos Americanos era apenas defender o Vietnam do Sul contra uma invasão dos comunistas do Norte, ou defender o sul e depois invadir o norte ou não era essa intenção dos Americanos pois se invadissem o norte a China e URSS podiam intervir no conflito? Os americanos estavam decididos a conter o avanço do comunismo na Ásia e por isso despacharam tropas para o Sudeste Asiático. Percebo que o tempo de treinamento para adaptar-se em um ambiente tão inóspito quanto as florestas do Sudeste Asiático foi muito curto. É interessante assinalar que os povos da Península da Indochina<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span></span></span></a> são muito antigos, e foram tradicionalmente resistentes à invasores. Durante o domínio chinês, por exemplo, as mais variadas formas de independência foram feitas. Posteriormente, esta mesma resistência funcionou contra os franceses, japoneses e os norte-americanos. Quanto à ocupação demográfica, prevalece uma diferença. Os vales e deltas superpovoados – como é o caso do rio Vermelho; no norte do Vietnã, e da Planície do Mecong, no sul do país. Mas, esta concentração demográfica deve-se em parte, pelas condições favoráveis, que estas regiões dão a cultura do arroz – que é um dos principais produtos de subsistência dessa região. Inclusive na região do delta do rio Vermelho, durante a guerra da Indochina(1946/1954/, houve a tentativa francesa de isolar a região, constituindo uma linha de defesa para este fim, denominada Linha de Lattre.<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span></span></span></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>A partir do século XIX, o sudoeste asiático foi objeto de exploração colonial, devido à sua matérias-primas agrícolas e minerais. Os que mais realizaram essas explorações foram os franceses. Os ingleses e os holandeses. A Indochina, no caso, sofreu colonização francesa. A Revolução Industrial, passou a ser vivida intensamente pela Europa, no século XIX, e a necessidade de conseguir matérias-primas agrícolas e minerais, eram uma constante, pois, na Europa, havia a deficiência desses produtos, enquanto que na Ásia, havia abundancia de matérias-primas, tão necessárias ao desenvolvimento industrial. Além do mais as metrópoles européias, tinham como objetivo, ampliar seus mercados, para colonização de seus produtos manufaturados e para seus investimentos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">1.1. O VIETNÃ E A OCUPAÇÃO FRANCESA</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Indochina, ou Península Indochinesa, é uma região do sudeste asiático, entre o leste da Índia e o sul da China. Inclui Vietnã, Laos, Camboja, e, às vezes, Tailândia e Myanmar - antiga Birmânia. O termo foi cunhado pelos franceses, que assim alcunharam sua colônia que compreendia os atuais países Vietnã, Laos e Camboja. O nome Indochina surgiu porque essa região fica justamente espremida entre duas grandes culturas asiáticas, a indiana (a oeste) e a chinesa (ao norte). Essas duas civilizações milenares tiveram forte influência sobre a vida e os costumes dos vários reinos que governavam a Indochina antes da expansão colonial européia. [...] A Indochina foi colônia francesa entre meados do século XIX e meados do século XX. Ela englobava três países atuais: o Vietnã, o Laos e o Camboja. O domínio francês no território, visando a extração de matérias-primas como a borracha, estabeleceu-se gradualmente entre 1858 e 1893. No século XX, a região seria palco de vários acontecimentos polêmicos. No início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), por exemplo, o avanço japonês na área levou o governo dos Estados Unidos a congelar todos os bens nipônicos em território americano. Um mês depois, os japoneses atacariam a base ianque de Pearl Harbor, colocando os dois países em guerra. Entre 1955 e 1975, seria a vez de a Indochina se transformar em cenário de outro importante conflito do século XX: a Guerra do Vietnã, que opôs os Estados Unidos ao Vietnã do Norte. Foi só após o final desse confronto que as fronteiras da região finalmente adquiriram o formato atual, dividindo-se em três países - Vietnã, Laos e Camboja. [...] (BRUNO, 2009, p. 01).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>O sudoeste asiático era objeto de cobiça das metrópoles européias e dos Estados Unidos, por este motivo foi partilhado entre estas nações. A Península da Indochina(Vietnã, Laos e Camboja), sofreu ocupações francesa. As revoltas contra a colonização no Vietnã eram constantes, mas somente a partir do século XX, é que os movimentos de revolta, tornaram-se mais organizados. Dentre estes movimentos organizados, está a criação dos partidos Nacionalista e Comunista. Ambos representavam a resistência às nações imperialista. O partido comunista, a partir de 1940, ganhou mais impulso, quando o Vietnã foi ocupado pelos japoneses. O Japão com as demais potências já citadas, buscava conseguir matérias-primas e ampliar mercados para colocação de seus produtos manufaturados e aplicar parte de seus investimentos, além de reposicionar parte de sua população [mudar a população de determinado local para outro local], exemplo, reposicionar uma população do centro de uma sala para o canto, pois o país sofria os problemas de uma superpopulação.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Gradativamente, o Japão foi conquistando algumas porções asiáticas. A Indochina foi incorporada ao Japão durante a Segunda Guerra Mundial, isto sem sofrer oposição francesa. Mas, vale salientar que durante a guerra, devido aos alemães-aliados dos japoneses, derrotaram os franceses, deste modo, a França achava-se sem condições morais de tentar fazer a resistência aos japoneses na colônia da Indochina. Mesmo assim, a França administrou a colônia até 1945.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Foi formada em 1941, a Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã. Esta liga ficou mais conhecida como movimento, Việt Minh<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span></span></span></a>. Apesar de o movimento agrupar várias tendências ideológicas, o mesmo tinha a predominância de elementos comunistas e era tanto até francês, como antijaponês, ou seja, contra qualquer tipo de exploração. O grande líder da Liga Revolucionária foi Ho Chi Minh<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span></span></span></a>. Após o término da II Guerra Mundial, posteriormente, por força de acordo de cessar fogo, teve que desocupar a região. Os vietminhs aproveitaram a situação de abandono das metrópoles sobre a Indochina, e declararam a independência do Vietnã. Assim, acredita-se, que o movimento vietminh, alastrou-se e, após 4 anos de guerrilhas contra os japoneses, já mantinha certo domínio sobre algumas áreas no norte e no sul do país. Em 2 de Setembro de 1945, Ho Chi Minh, proclamou a independência do Vietnã. A França é claro, não aceitou a situação e rapidamente, restabeleceu seu domínio no Sul do país, pois lá influência sócio-cultural do colonialismo, havia sido mais forte. No Norte, o movimento vietminh, era mais organizado, portanto, tinha mais força.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O movimento vietminh contava com um amplo apoio popular, pois, durante a guerra contra o domínio japonês, o movimento conquistou e manteve sob seu controle inúmeras área. Nelas, os vietminhs, fizeram uma administração, que, antes de tudo, levava em conta as tradições da população. Em algumas áreas, o movimento chegou a fazer reforma agrária, expropriando quase sempre o grande proprietário. O governo francês tentava negociar com o vietminh, mas, as negociações não surtiam efeito. O objetivo do movimento vietminh era unificar o país, e torná-lo independente. Por outro lado, os franceses até concordavam com uma independência, mas com certas limitações. O acordo entre as duas partes era impossível, pois, os objetivos eram totalmente opostos, e, não sendo possível um acordo, em fins de 1946, estourou a guerra, que ficou conhecida com a guerra da Indochina, entre franceses e vietminhs.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span></b><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Concluímos que o Vietnã, como toda a Indochina, foi uma colônia francesa desde os anos 1860 [Napoleão III] no processo do colonialismo da Ásia e África. Desde o início do colonialismo no século XIX sobre a Indochina, houve reações nacionalistas contrárias à ocupação estrangeira. Essas reações na Indochina já existiam antes da ocupação francesa e eram contra a China, vista também no Vietnã como potência agressora. No entanto, esses movimentos foram mais intensos após a Segunda Guerra Mundial, pois o mundo passou a ter outra configuração. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Percebemos que as potências coloniais européias, arrasadas e em crise pela guerra, não conseguiam manter a estrutura colonial. Acrescente-se a essa situação a formação da ONU, que passou a incentivar e promover o processo de descolonização e a consciência da autodeterminação dos povos. A estas condições soma-se a Guerra Fria com a bipolarização entre EUA e URSS, que procuravam ampliar as suas áreas de influência sobre essas áreas coloniais européias. Esses fatores associados aos movimentos nacionalistas resultaram no processo de descolonização na Ásia, que grosso modo se estendeu de 1945 a 1975.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>É interessante assinalar que o Vietnã foi ocupado pelos japoneses durante a Segunda Guerra e, com sua derrota, reocupado pelos franceses. Durante a ocupação japonesa formaram-se fortes grupos de resistência de orientação socialista, que se opuseram à tentativa de recolonização francesa no pós-Guerra. A luta pela independência em relação à França terminou em 1954, consagrada nos Acordos de Genebra, e no fim da guerra, criando, ao norte do paralelo 17º da península indochinesa, o Vietnã do Norte, socialista, e ao sul o Vietnã do Sul, capitalista.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Como se vê, após 1961, os EUA passaram a interferir na região, provocando a Guerra do Vietnã, que terminou em 1975 com a derrota norte-americana. Podemos afirmar, em certo sentido, que a Guerra do Vietnã completou o processo de descolonização do Vietnã com a unificação do Norte e Sul. Com a Guerra Fria, após a Segunda Guerra, acirram-se as disputas entre EUA e URSS por áreas de influência.O Vietnã, após a luta contra a França, em 1954, ficou dividido entre o Norte [socialista] e o Sul [capitalista]. Nesse período formou-se, no Sul, o vietcongue, uma organização política de esquerda que recebia apoio do Vietnã do Norte e combatia o governo sul-vietnamita, por meio de guerrilhas. O crescimento da influência socialista no Vietnã do Sul levou a uma intervenção por parte do governo dos EUA, dando suporte ao governo sul-vietnamita. A partir de 1965 tiveram início os bombardeios aéreos sobre o Vietnã do Norte, generalizando a Guerra no Vietnã. Os EUA imaginavam que a socialização do sul do país resultaria numa expansão comunista na Ásia. A guerra para os EUA foi extremamente desgastante, dela saindo derrotados. Enquanto o Sul recebia ajuda dos EUA, o Norte recebia-a de parte do bloco socialista – caracterizando a bipolarização do período da Guerra Fria.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">1.2. A GUERRA DA INDOCHINA</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Em 1941, durante a Segunda Guerra, os franceses perdem a região para as tropas japonesas. Na época a França estava sob domínio da Alemanha nazista e não ofereceu grande resistência. Parte da administração da Indochina, principalmente áreas do Camboja e do Vietnã, os japoneses delegam à aliada Tailândia. Quando os japoneses se rendem no final da Segunda Guerra (1945), a estrutura colonial da região começa a desmoronar. No norte do atual Vietnã, o líder nacionalista e comunista Ho Chi Minh anuncia a criação da República Democrática do Vietnã. As monarquias do Laos e Camboja hesitam em fazer o mesmo e esses territórios são reocupados pela França (1946). A França não aceita a independência do norte do Vietnã e tem início a Primeira Guerra da Indochina. O conflito acaba em 1954 com vitória das tropas de Ho Chi Minh. No acordo de paz, o Vietnã é dividido em dois países, o Vietnã do Norte, sob o regime comunista de Ho Chi Minh, e Vietnã do Sul, monarquia encabeçada por Bao DaI. O monarca é deposto no ano seguinte por Ngo Dinh Diem, que proclama a República no sul e assume a Presidência Aproveitando-se da derrota francesa, Laos e Camboja também conseguem se livrar do domínio colonial (1955). A paz na região dura pouco. (BRUNO, 2009, p. 01).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Nessa passagem acima, Bruno expõe que o conflito entre vietminhs e franceses, teve início em 1946. De início, os franceses forçaram os vietminhs a se deslocarem das áreas mais povoadas como o Delta do Rio Vermelho, para se refugiarem nas regiões acidentadas e florestas do Norte, a partir daí, tem início a luta de guerrilhas. O armamento francês era mais moderno e, de início, puderem controlar com facilidade, as áreas mais povoadas do Vietnã. Os vietminhs não podiam fazer frente aos franceses com seu armamento rudimentar, refugiaram-se, então, em regiões de difícil acesso, esperando ajuda da amiga China Comunista. Mas, afinal a China ainda é comunista? Confirma-se, portanto, que é essa a pergunta de todo estrangeiro que chega à China. Cabe ressaltar, que a China politicamente, continua um país comunista, ou seja, o partido comunista é único, manda em todos e controla ou governa tudo. É interessante assinalar que os atuais detentores do poder querem que essa situação continue porque o marxismo permite conservar o poder e exercê-lo de forma autoritária. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em conseqüência disto, esse autoritarismo, junto com o controle sobre tudo o que se diz e se faz na China, é relativamente aceito pelo povo, devido às raízes confucionistas da cultura chinesa, e é por isso que o Confúcio ensinou que o ideal da perfeição humana é alcançar a harmonia com a ordem geral do mundo em todos os aspectos da vida, o econômico, o social, cultural e o religioso, inclusive a autoridade é a responsável para que essa harmonia seja conseguida. Percebe-se que a sociedade confucionista é organizada em relações de autoridade, e é possue dependência em todos os níveis, a saber, sendo que o governo, onde a autoridade é responsável pelo bem geral dos cidadãos; empresa, onde o presidente é responsável pelo bem dos funcionários e família, e ainda o pai é o responsável pelo bem da mulher e dos filhos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Entretanto essa mentalidade está enraizada há 2 mil anos e é um dos aspectos mais marcantes da cultura chinesa, mas os comunistas levaram às extremas conseqüências princípios já aceitos há milênios pelo povo chinês. Porém, se a China é politicamente marxista, agora é também aberta à economia de mercado, embora somente em determinadas regiões, contrariando assim os princípios do próprio marxismo. Fica ainda uma indagação: Esse casamento poderá continuar ou é apenas uma fase de transição que terá o seu desfecho na volta ao antigo ou na abertura global ao capitalismo?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Durante 5 anos, ou seja, de 1948 à 1953, os conflitos se desenrolaram mais no Norte do país. Por um lado, os franceses detinham e reforçaram cada vez mais suas posições próximas ao Delta do Rio Vermelho, que era a área mais povoada e urbanizada da região. Os guerrilheiros vietminhs saíam se mal nos seus ataques, pois, o poder de fogo dos franceses, era superior. Por outro lado, os franceses saíam-se mal, quando saíam de suas áreas guarnecidas, devido à certas táticas dos guerrilheiros vietminhs que tinham um melhor conhecimento da região. Em 1953, a guerra já tinha reflexos negativos sobre a opinião pública francesa, então, o comando militar francês, decide tomar uma iniciativa mais eficaz. Os guerrilheiros vietminhs, estavam começando a estender suas bases dentro do território de Laos. A aldeia de Diem Bien Phu<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span></span></span></a>foi o ponto escolhido pelos franceses para mudar o percurso da guerra. A escolhida da aldeia foi devido à mesma ficar próxima à fronteira de Laos, e, a conquista da aldeia e das regiões vizinhas limitaria, na visão do comando militar francês, a atuação dos vietminhs, que tinham base em Laos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Dien Bien Phu, localizava-se dentro de uma área que estava sob o domínio vietminh, assim, expulsando a guerrilha da região, o movimento seria desmoralizado. No entanto, nesta aldeia, havia um campo de aviação, o único da região. A existência do mesmo seria superimportante, porque toda a operação francesa, basearia-se no uso intensivo de recursos aéreos. O plano foi chamado de Operação Castor<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span></span></span></a>, e o mesmo foi posto em ação a 20 de novembro de 1953. As tropas francesas aerotransportadoras, saltaram sobre a aldeia de Diem Bien Phu, que em pouquíssimo tempo, foi totalmente controlada. Logo após, por via aérea, começaram a chegar mais soldados, mantimentos e material bélico. Aos poucos, as posições francesas em torno da aldeia foram sendo reforçadas. Tudo estava ocorrendo dentro do planejado, mas, certos aspectos geográficos foram um tanto, desconsiderados pelos franceses. A aldeia de Diem Bien Phu, localiza-se em um vale, cercado de colinas, densamentes florestadas e envoltas constantemente por neblina. Além disso, nessa época, estavam iniciando-se as chuvas torrenciais de verão, e, como a operação baseava-se essencialmente em uso de aviões, os problemas começaram a surgir. Ainda mais, os aviões operavam quase no limite do combustível, pois, suas bases localizavam-se no Delta do Rio Vermelho, distantes de Diem Bien Phu.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Além dos aspectos geográficos estarem favorecendo os guerrrilheiros vietminh, a China havia dado ajuda militar aos mesmos. Os franceses por sua vez, subestimavam a ajuda chinesa aos vietminhs. Destaca-se neste período o general Vo Nguyen Giap<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span></span></span></a>, líder militar do movimento vietminh. O mesmo usou métodos bastante criativos para fazer frente ao poderio bélico francês. Em 13 de março de 1954, a artilharia vietminh surpreendeu os franceses. O campo de aviação foi inutilizado pelos vietminhs. Aos poucos, o cerco contra os franceses foi se apertando, até que em 7 de Maio de 1954, os franceses se renderam. Com a vitória dos vietminhs, o prestígio francês foi totalmente abalado. A França, era apoiada pelos Estados Unidos, e ainda a França, foi a mesa de negociações, iniciadas em 8 de Maio em Genebra, na Suíça. Essas negociações foram marcadas pela derrota de Diem Biem Phu, mudaram a situação política da Indochina. Laos e Camboja tornaram-se independentes. O Vietnã foi dividido em Vietnã do Norte, com capital em Hanói, e Vietnã do Sul com capital Saigon, sendo que o Vietnã do Norte, era de orientação comunista, chamado oficialmente de República Popular e Democrática do Vietnã do Norte, enquanto que o Vietnã do Sul, era de orientação norte-americana ou capitalista.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">2 – VIETNÃ – PÓS CONGRESSO DE GENEBRA</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A guerrilha comunista intensifica os combates no sul do Vietnã com a formação da Frente de Libertação Nacional, conhecida como Vietcong, que luta para derrubar o regime de Diem e reunificar o país. A Guerra do Vietnã começa em 1959 e opõe militares do Vietnã do Sul à guerrilha apoiada pelo Vietnã do Norte. Os EUA se envolvem no conflito em 1961 e ampliam seu apoio ao sul até a intervenção militar aberta, quatro anos depois. Os vietcongues resistem aos ataques com táticas de guerrilha. A violência e a continuidade da guerra levam a opinião pública dos EUA a opor-se à participação do país no conflito. Ho Chi Minh morre em 1969. Os bombardeios norte-americanos sobre Hanói, em 1972, e o bloqueio de portos norte-vietnamitas não dão resultado. No auge da guerra, os EUA têm cerca de meio milhão de militares envolvidos. Em 1973 aceitam o cessar não fogo e retiram-se da região dois anos depois. Morrem no conflito mais de 58 mil norte-americanos e entre 1 milhão e 2 milhões de vietnamitas. Com a retirada dos EUA, os comunistas ocupam Saigon, em abril de 1975, pondo fim à guerra. A cidade passa posteriormente a se chamar Ho Chi Minh. Em 2 de julho de 1976, o Vietnã é oficialmente reunificado sob o regime comunista, aliado da União Soviética (URSS). O governo nacionaliza empresas, coletiviza a agricultura e reprime opositores. Milhares de pessoas são enviadas a campos de trabalho forçado. As tensões com a China aumentam em 1978, quando o Vietnã invade o Camboja e derruba o regime do Khmer Vermelho aliado dos chineses, instalando um governo pró-vietnamita. Em 1979, em represália, a China realiza ataques contra o Vietnã. Na década de 1980, o Vietnã mergulha numa crise econômica, agravada pelo embargo comercial imposto pelos EUA e pelo alto custo da presença militar no Camboja. (BRUNO, 2009, p. 01).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Neste fragmento acima, Arthur Bruno argumentou que após os acordos de Genebra em 1954, a política da Indochina sofreu modificações. Os Estados Unidos, não quiseram ter nenhuma participação nos acordos de Genebra. O próprio Vietnã do Sul se recusou a assinar os acordos. Estas posições mostram bem o frágil equilíbrio geopolítico da região. Em meados de 1934, o Vietnã do Sul estava realmente em confusão e não havia grande probabilidade de um governo efetivo que pudesse ser estabelecido. Bảo Đại<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[10]</span></span></span></span></a>, o chefe de Estado e antigo Imperador, não tinha a confiança do povo e estavam tendo dificuldades em encontrar um líder para formar o governo. Bảo Đại indicou Ngo Dinh Diem, quando a Conferência de Genebra ainda estava em sessão, para o cargo de Premier do governo do Vietnã do Sul. Depois de um começo bastante problemático, Ngo Dinh Diem consegue derrotar as forças paramilitares das seitas político-religiosa, edifica um exército, estabelece um pouco da administração civil e começa a estender o controle do governo central à zona rural. Os Estados Unidos ofereceram apoio conselho e auxílio econômico ao novo Premier. Dinh Diem acabou-se firmando no governo. Consegue expulsar Bảo Đại do cargo de chefe de Estado e proclama a República do Vietnã. Seu governo passa, então, a ser apoiado decisivamente pelo governo dos Estados Unidos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em 1956, eleições seriam realizadas, mas Dinh Diem suspende-as, fazendo assim, com que seu governo torne-se cada vez mais autorizado. O mesmo passa a primar pela falta de eficácia da corrupção e do nepotismo. Dinh Diem, chega até mesmo a interferir na organização política tradicional das aldeias, realiza uma contra-reforma agrária, e começa a perseguir os opositores de seu regime. Todas estas medidas, foram fazendo com que, a oposição contra Dinh Diem fosse aumentando de forma significativa. De início, os atos de insurreição foram sendo contidos pelo governo, mas, a partir de 1960, foi formada <span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">a Frente Nacional para a Libertação do Vietname</span> [FNL]<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[11]</span></span></span></span></a>, com um exército guerrilheiro conhecido pelo nome de Vietcong.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">2.1. COMEÇA A GUERRA – VIETNÃ DO SUL</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A Guerra do Vietnã começou em 1959 e terminou em 1975, dezesseis anos após. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>do Sul, Laos e Camboja. O Vietnã havia sido colônia Francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser capitalista, aliado dos Estados Unidos. A relação entre os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues, com apoio de Ho Chi Minh e dos Soviéticos, atacaram uma base Norte-Americana no Vietnã do Sul. Este fato deu inicio a guerra. Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu apenas ao Vietnã do Norte e do Sul, embora os Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio indireto. Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos. No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção dos Estados Unidos, em 1968, o exercito norte- vietnamita invadiu o Vietnã do Sul e os Estados Unidos responderam com toda forca. No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em grande quantidade nos Estados Unidos. Jovens, grupos pacifistas e a população em geral iam para as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das tropas. Neste momento, já eram milhares os soldados norte-americanos mortos no conflito. A televisão mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra. Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano aceita o acordo de Paris, que previa o cessar fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte. O conflito deixou mais de 1 milhão de mortos (civis e militares) e o dobro de mutilados e feridos. A guerra arrasou campos agrícolas, destruiu casas e mais que isso provocou prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã. O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética. (QUEIROZ, 2010, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>Nessa passagem, nota-se claramente, que em 1960, Jonh Kennedy, era eleito presidente dos Estados Unidos, e já em seu discurso de posse, traça em linhas gerais, como seria a política externa de seu governo: Assim Nelson Bacic Olic se expressa que: “que as nações saibam que, nos queiram bem ou mal, pagaremos qualquer preço, enfrentaremos qualquer sacrifício, apoiaremos qualquer um de nossos aliados, inimigos para garantir a manutenção e o florescimento da liberdade.” (OLIC, 1988, p. 20). Lyndon Johnson, em 1961, vice-presidente dos Estados Unidos, durante uma visita que fez ao Vietnã do Sul, afirmou que: “a decisão básica com relação ao futuro do Sudoeste Asiático será tomada aqui. Devemos decidir entre ajudar esses países da melhor maneira que pudermos ou desistir de vez, retirando nossas defesas para San Francisco e nos resignando a transformar nosso país numa fortaleza.” (OLIC, 1988, p. 20). Com esta afirmação, as intenções norte-americanas, com relação ao Vietnã, tornam-se bem claras. Os Estados Unidos começaram a envolver-se na guerra, para tentar sufocar o movimento dos vietcongs. Paralelamente à essa ajuda militar, os Estados Unidos, procuraram influenciar Dinh Diem a fazer algumas reformas políticas, mas, a política do país estava deteriorizando-se. Diem, tinha compromisso somente com a corrupção e o favoritismo. Enquanto todos estes acontecimentos ocorriam no Vietnã do Sul, o Vietnã do Norte passava por um intenso processo de implantação do socialismo. Até 1960, este país havia recebido ajuda externa basicamente somente da CHINA e da URSS. No Vietnã do Sul, o Vietcong, passou a receber ajuda do Vietnã do Norte, com isso, amplas áreas do Vietnã do Sul, passaram para o controle dos guerrilheiros vietcongues. O governo norte-americano, passa a achar que a situação não exigia somente contingentes militares, e sim, uma real intervenção, os norte-vietnamitas estavam merecendo uma lição<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[12]</span></span></span></span></a>. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Lyndon Johnson, recebe o aval do Congresso americano para intervir na área a partir daí, inicia-se os bombeiros sobre o Vietnã do Norte, bombeiros estes, que se prolongaria por quatro anos. Mesmo assim em 1965, mais de 70% do território sul vietnamita estava em poder dos guerrilheiros vietcongueses. A partir de 1966, a situação se modifica. As operações de guerra norte-americanas passaram a ganhar proporções. Conseguem aos poucos, dominar áreas tanto no Vietnã do Sul, como no Vietnã do Norte. Apesar da resistência, em especial do Vietnã do Norte o território foi parcialmente destruído pelos intensos bombardeiros, que terminaram por abalar sua infra-estrutura econômica. Mas, apesar de os norte-americanos contarem com uma certa vantagem, os mesmos também enfrentaram uma série de dificuldades, tais como, incapacidade do exército sul-vietnamita de fazer frente a guerrilha vietcongue, bem como evitar a infiltração de armas, mantimentos e homens através de Tailândia, Laos, Camboja e Vietnã<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[13]</span></span></span></span></a>; a característica do conflito como uma luta contra o invasor e assim sucessivamente. Apesar destas desvantagens, os norte-americanos estavam cientes de que dentro de alguns meses, a guerra terminaria. Entretanto, no cenário internacional, um fato novo despontava a opinião pública mundial e norte-americana, em particular, mostravam-se cada vez mais contrárias a participação dos Estados Unidos na guerra. Tentando extrair proveito disso, o Vietnã do Norte planejou, juntamente com os vietcongues fazer uma grande ofensiva sobre o Vietnã do Sul. Juntos, tentaríamos provocar o colapso do exército sul vietnamita, tentaríamos também, abalar a determinação política de os Estados Unidos se manterem na guerra.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Esta ofensiva ocorreu a 31 de Janeiro de 1968, e ficou conhecida como ofensiva do TET<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[14]</span></span></span></span></a>. O exército do Vietnã do Norte, atacaria as províncias do Norte do Vietnã do Sul, enquanto que os vietcongues tentariam atacar todas as cidades e centros administrativos, principalmente a capital, Saigon. A ofensiva pegou de surpresa os norte-americanos e o exército sul-vietnamita. Durante a primeira semana, a vitória pareceu pender para os atacantes; na semana seguinte, no entanto, grande parte das áreas conquistadas já havia sido retomada pelos sul-vietnamitas e norte-americanos. Mas, apesar de ter fracassado militarmente, pois não houve conquistas efetivas do território sul-vietnamita, do ponto de vista psicológico a ofensiva desgastou profundamente a imagem do governo e das forças armadas norte-americanas ante sua sociedade.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A invasão da embaixada norte-americana em Saigon pelos vietcongues, os bombardeiros norte-americanos indiscriminados sobre a população civil, a crueldade da guerra exibidas em detalhes pelas câmaras de TV, entre outras coisas, mostravam uma realidade, por demais diferente da que o governo tentava passar aos cidadãos. A população. A população norte-americana questionava se depois de tantos desperdícios, não só de dinheiro, mas como também de vidas como os inimigos poderiam ter desecadeados uma ofensiva de tão grandes proporções? A imagem que os Estados Unidos tentavam passar era que os inimigos estavam praticamente derrotados. Segundo Todd Gitlin, dizia que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Já pouco depois da Ofensiva do Tet, em 1968, uma maioria de americanos estava convencida de que a guerra era errada – errada porque invencível, e não pelas razões morais e políticas preconizadas pelo movimento contra a guerra, mas mesmo assim errada. A longa luta popular contra a Guerra do Vietnã – que eu saiba, o mais bem-sucedido movimento antibélico da história – transformou os EUA não só para melhor mas também para sempre. O consenso político do pós-guerra que havia fundido os partidos Republicano e Democrata se rompeu. A presunção de uma virtude automática americana caiu por terra. Agora, podia-se admitir que a Casa Branca mentia, que a CIA, com demasiada freqüência, desmantelava a democracia, que os interesses americanos eram mais egoístas e menos universalistas do que proclamava a retórica da Guerra Fria. (GITLIN, 2001, 96)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O comando militar norte-americano no Vietnã solicitou, o envio de mais soldados para por fim a guerra. As manifestações antibélicas nos Estados Unidos e em outras partes do mundo aumentaram. Os Estados Unidos estavam ficando isolados num plano diplomático internacional, o mesmo estava desacreditado. Além do mais, o fato de que, uma pequena nação, estava resistindo à maior potência mundial, contada sua falta tecnologia de guerra, foi fazendo com que a imagem dos Estados Unidos fosse sendo desgastada, isto, tanto no período Estados Unidos, como também nos países aliados.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>A oficina de TET, teve como conseqüência imediatas como suspensão dos bombardeios norte-americanos sobre o Vietnã do Norte, que tinham ocorrendo desde 1965; início das conversações de paz em Paris (1968) visando buscar uma solução política para o término do conflito. Em 1969, Richard Nixon, assume a presidência dos Estados Unidos, propondo-se a “trazer os rapazes para casa”. (OLIC, 1988, p. 31). Negociações de paz continuaram ocorrendo em Paris. Por um lado os norte-americanos somente concordavam em sair caso os norte-vietnamitas cessassem a ajuda de que estavam dando aos vietcongues, por outro lado, os norte-vietnamitas, insistiam na substituição do governo do Vietnã do Sul do governo de coalizão no qual eles também estivessem incluídos. Os combates continuaram, embora em número e em intensidade menores. Ao mesmo tempo, os soldados norte-americanos iam, aos poucos sendo retirados do Vietnã.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Neste período, as condições morais dos soldados norte-americanos, estavam precárias. A perspectiva de sair do inferno da guerra fazia com que muitos deles não se arriscassem em ações consideradas sem nenhuma finalidade bélica. O uso de drogas, o abandono ao exército, as idéias negativas sobre a guerra, trazidas pelos novos recrutas, e o não-acatamento de ordens dos oficiais, mostravam claramente em que condições psicológicas encontravam-se os soldados norte-americanos ao Vietnã. Os soldados norte-americanos continuavam sendo, gradativamente retirados do Vietnã. Em março de 1970, o presidente Nixon, manda bombardear Camboja, visando desmantelar refúgios vietcongues no país; no mês seguinte, Camboja é invadida por tropas do Vietnã do Sul e dos Estados Unidos. No ano seguinte, soldados sul-vietnamitas, apoiados pela aviação norte-americana, invadem Laos. Enquanto isso, as negociações de paz em Paris, continuam sem resultados, uma vez que os dois lados buscavam obter vantagens.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O general Vo Nguyen Giap – o estrategista de Dien Bien Phu e da Ofensiva do TET – planeja, então, uma ofensiva geral sobre o Vietnã do Sul, a fim de testar a força de exército sul vietnamitas e forçar a saída dos norte-americanos. A ofensiva ficou conhecida como Ofensiva da Páscoa<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[15]</span></span></span></span></a>. Os ataques concentrariam-se em 3 regiões básicas do Vietnã do Sul; a cidade de Hué, ao Norte; as regiões dos planaltos centrais; as áreas próximas a Saigon e o Delta do Mecong, ao Sul. Nos dois primeiros meses foram conquistadas, amplas áreas do Vietnã do Sul, causando assim, um grande impacto. No entanto, os aviões de guerra norte-americanos, conseguiram deter a invasão e reiniciaram os bombardeiros sobre o Vietnã do Norte. Bombardeiros estes que, iam de acordo com o andamento das negociações de paz em Paris; toda vez que estas emperravam, os norte-americanos aumentavam a intensidade dos ataques. Seu objetivo era abalar economicamente e psicologicamente o Vietnã do Norte, para permitir que o governo do Vietnã do Sul, ficasse um pouco mais aliviado. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A priori, os bombardeiros, ficaram restritos apenas 40 Km além da zona desmilitarizada existente entre os dois Vietnãs<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[16]</span></span></span></span></a>. Posteriormente, os bombardeiros se estenderam a todo Vietnã do Norte. Esta operação chamou-se Linebacker I<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn17" name="_ftnref17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[17]</span></span></span></span></a>. Em Dezembro de 1972, houve uma nova ofensiva aérea – operação Linebacker II<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn18" name="_ftnref18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[18]</span></span></span></span></a>, foi feita sobre o Vietnã. Foi o mais intenso e violento bombardeio de toda a guerra e atingiu indistintivamente objetivos militares e áreas rurais sem qualquer importância militar. Em 27 de Janeiro de 1973, é assinado em Paris, o acordo de paz, e no dia seguinte anuncia-se o cessar fogo. Segundo o governo norte-americano, o que levou os norte-vietnamitas a assinarem o acordo de paz foram os devastadores bombardeiros sofridos por eles. Em fins de março de 1973, Nixon, argumentou que na nação os Estados Unidos tinham conseguido uma paz honrosa no Vietnã<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn19" name="_ftnref19" style="mso-footnote-id: ftn19;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[19]</span></span></span></span></a>. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">2.2. FASE FINAL DA GUERRA: A PAZ SUPERFICIAL</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;">Em 27 de janeiro de 1973, representantes do Vietnã do Norte e do Sul, bem como dos Estados Unidos, assinaram em Paris um difícil acordo que pôs fim à guerra do Vietnã. [...] a assinatura do acordo de paz, em 27 de janeiro de 1973, alimentou grandes esperanças. O cessar-fogo firmado em Paris deveria significar o fim da guerra do Vietnã. Com isso, o presidente norte-americano Richard Nixon queria terminar a intervenção militar dos EUA na Indochina: "Falo hoje à noite no rádio e na televisão para anunciar que fechamos um acordo que põe fim à guerra e deve trazer a paz para o Vietnã e o Sudeste Asiático. Durante os próximos 60 dias, as tropas norte-americanas serão retiradas do Vietnã do Sul. Temos de reconhecer que o fim da guerra só pode ser um passo em direção à paz. Todas as partes envolvidas no conflito precisam compreender agora que esta é uma paz duradoura e benéfica". [...] O acordo de paz previa a retirada completa das tropas dos Estados Unidos. Em contrapartida, o Vietnã do Norte se comprometeu a soltar todos os prisioneiros de guerra norte-americanos. Além disso, Hanói reconheceu o direito à autodeterminação do Vietnã do Sul. Foi criado também um conselho de reconciliação nacional, presidido pelo chefe de Estado Nguyen Van Thieu, encarregado de convocar eleições livres no Vietnã do Sul, com a participação dos comunistas do Vietcong e outros grupos de oposição. Os principais arquitetos do acordo de Paris foram os chefes das delegações do Vietnã do Norte e dos EUA, respectivamente Le Duc Tho e Henry Kissinger, encarregado especial de Nixon. Pelos seus esforços, os dois diplomatas foram agraciados com o&nbsp;Prêmio Nobel da Paz de 1973. Foi principalmente Kissinger quem forçou uma mudança de rumo na política externa dos Estados Unidos, depois que os protestos dos pacifistas criaram uma situação insustentável para Washington. [...] </span><span style="font-size: 10pt;">(</span><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;">MAREK, 2011, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O acordo de Paris de 1973, entre outros itens, estabeleceu a retirada total das tropas e dos assessores estrangeiros; a troca de prisioneiros; a criação de um governo no Vietnã do Sul, que seria eleito de forma democrática e sob a supervisão de uma comissão internacional. Mas, o que acontece é que, do que foi estabelecido, pouco foi cumprido do acordo, procurando cada lado extrair o máximo de vantagens. Na verdade, a paz era somente superficial. No decorrer de 1973, o exército sul-vietnamita recuperou algumas áreas norte-vietnamitas. Isto, devido à ajuda norte-americana e as perdas humanas e materiais sofridas pelos vietcongues e norte-americanos com os bombardeiros. No final de 1974, os norte-vietnamitas e o Vietcong, tentaram uma nova ofensiva contra o Vietnã do Sul, isto, devido à diversos acontecimentos ocorridos, que, de uma forma ou de outra, influenciaram desfavoravelmente o Vietnã do Sul: a hostilidade cada vez maior do Congresso americano ao presidente Nixon, pelas repercussões do rumoroso caso Watergate<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn20" name="_ftnref20" style="mso-footnote-id: ftn20;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[20]</span></span></span></span></a>; o elevado aumento dos preços do petróleo, ocorrido após a guerra do Yom Kippur<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn21" name="_ftnref21" style="mso-footnote-id: ftn21;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[21]</span></span></span></span></a>, que refletiu negativamente, sobre a economia do Vietnã do Sul; crescente corrupção nos quadros do governo; intensa ajuda prestada pela URSS aos norte-vietnamitas para a reconstrução e reequipamento militar. Quanto à reação norte-americana, a esta nova ofensiva, os comunistas sentiram que não havia necessidade de maiores preocupações. Aliás, isto quer dizer que à capacidade de resposta do exército sul-vietnamita, os norte-vietnamitas fizeram uma sondagem militar ao Norte e ao centro do Vietnã do Sul, em fins de 1974, reconhecendo a debilidade das forças armadas sul-vietnamitas. Isso foi imediatamente explorando pelas tropas do Vietnã do Norte e do Vietcong, que avançaram sobre as áreas dominadas pelo exército sul-vietnamita. O que podia ser uma resistência feroz dos sul-vietnamitas, transformaram-se numa incrível debanda. Armamentos intactos e suprimentos era deixados para trás, passando a ser largamente utilizados pelos vietcongues e pelas tropas norte-vietnamitas que avançavam. <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span></span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Ao mesmo tempo, ia ocorrendo um grande êxodo de civis sul-vietnamitas, não somente pelo medo da guerra, e sim também para não serem submetidos ao domínio dos norte-vietnamitas e vietcongues. No final de março de 1975, a metade do Vietnã do Sul, já estava ocupada pelos comunistas. Em abril de 1975, os Estados Unidos, desistiram de intervir na região, para eles, a guerra havia terminado. Na manhã do dia 30 de abril, poucas horas depois da partida dos últimos americanos, tanques norte-vietnamitas derrubaram os portões do palácio presidencial de Saigon, e os representantes do governo Sul-vietnamita de renderam incondicionalmente. Trinta anos a guerra, haviam terminado. O Vietnã, em 1976, foi unificado sob o domínio comunista, com capital em Hanói. Saigon, a antiga capital do Vietnã do Sul, passou a se chamar Ho Chi Minh, em homenagem ao grande líder e fundador do Partido Comunista do Vietnã<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn22" name="_ftnref22" style="mso-footnote-id: ftn22;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[22]</span></span></span></span></a>. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: PT;">3 – UM POUCO DO VIETNÃ HOJE</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">O atual Vietnã, juntamente com o Laos e o Camboja, fazia parte do território conhecido como Indochina, que desde o final do século XIX era uma possessão da França. No decorrer da Segunda Guerra Mundial, o Japão avançou sobre o Sudeste Asiático, desalojou os franceses e anexou a região aos seus domínios. Organizadas na Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã, liderados por Ho Chi Minh, os vietnamistas reagiram aos japoneses e no final da Segunda Guerra proclamaram, na parte norte do país, a República Democrática do Vietnã. Logo a seguir, os vietnamistas entraram em guerra contra os franceses, que teimavam em reconquistar a região, e os venceram de modo espetacular na Batalha de Dien Bien Phu, em 1954. Nesse mesmo ano, na Conferência de Genebra, convocada para celebrar a paz, decidiu-se que até as eleições gerais, que se realizaria em 1956, o Vietnã independente ficaria dividido em: * Vietnã do Norte (socialista), com capital em Hanói, governado por Ho Chin Minh; * Vietnã do Sul (pró-capitalista), com capital em Saigon, liderado por Bao Dai. Nos anos seguintes, ao mesmo tempo em que a Guerra Fria se acentuava, a rivalidade entre os dois Vietnãs cresceu e as eleições com vistas à reunificação do país não se realizaram. Opondo-se à divisão do Vietnã e ao ditador que os governava, os sul-vietnamistas fundaram, em 1960, a Frente Nacional de Libertação. Essa organização era formada por grupos de guerrilheiros socialistas conhecidos como vietcongues. A Frente recebeu o imediato apoio do Vietnã do Norte. Decididos a conter a expansão do socialismo na região, os Estados Unidos começaram a enviar ajuda militar ao governo do Sul e com isso precipitaram o início de uma nova guerra. Durante os doze anos em que estiveram envolvidos nesse conflito, os EUA despejaram sobre o Vietnã milhões de toneladas de napalm e chegaram a manter na região 550 mil soldados. Apesar do poderoso arsenal bélico, os norte-americanos foram derrotados pelas forças norte-vietnamistas e vietcongues, retirando-se da região em 1973. A guerra, no entanto, prosseguiu até 1975, ano em que o governo de Saigon rendeu-se aos seus adversários.No ano seguinte, os vencedores promoveram a unificação do país, transformando o Vietnã num Estado socialista. (RAFAEL, 2007, p. 01).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A antiga Saigon, hoje atual Ho Chi Minh, é um dos pouquíssimos lugares do Vietnã que, mostra mudanças nos últimos dez anos. A arquitetura ainda é a mesma, o movimento frenético das ruas também, as cicatrizes da guerra também não desapareceram. Mas, no seu interior, a cidade mudou radicalmente. Durante a ocupação norte-americana, Saigon era tida como uma cidade parasita, pois, produzia o mínimo daquilo que consumia. Hoje, Ho Chi Minh, fornece mais de 35% da produção industrial de todo o Vietnã, além de exportar alimentos para o Norte do país. O antigo cassino transformou-se em teatro popular. Casebres e barracos, que haviam sido construídos ao longo dos canais e dos rios, foram removidos. Os moradores estão sendo levados para apartamentos no bairro de Tan Binh. Atualmente o Vietnã, é um país onde o novo surge em meio ao pesadelo do passado. A população procura pacientemente renascer em meio aos traumas deixados pela guerra. A luta da reconstrução, talvez seja tão longa, quanto à luta contra inimigos. Mas, se uma vitória já foi possível, outras não serão impossíveis. Atualmente, Ho Chi Minh é o pólo de desenvolvimento industrial do Vietnã. O analfabetismo é considerado erradicado. Desde 1975, foram criadas um milhão de empregos, 300 empresas industriais estatais, e por volta de 25 mil unidades privadas e cooperativas de artesanato.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Nem em Ho Chi Minh, nem em outras regiões do Vietnã, se vêem crianças com sinais de subnutrição. A cidade dispõe ainda de mais de 600 creches, inúmeras faculdades e escolas de adultos. Em Hanói, o passado milenar, a ocupação chinesa e a colonização francesa vêm ao encontro do visitante a cada esquina. Templos, torres, monumentos, vindos dos confins dos séculos, convivem com os belos edifícios de arquitetura colonial francesa, recuperados para ministérios e outros departamentos administrativos. Percebe-se, ainda, que Hanói é também os lagos, o Parque de Lênin, os jardins e fatalmente, os vestígios da guerra. Há tanto em Hanói, como em Ho Chi Minh, Da Nang [Costa do Centro-Sul]<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn23" name="_ftnref23" style="mso-footnote-id: ftn23;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[23]</span></span></span></span></a>, Haipong[Delta do Rio Vermelho]<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn24" name="_ftnref24" style="mso-footnote-id: ftn24;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[24]</span></span></span></span></a>, e outras cidades vietnamitas, a mesma quantidade de bicicletas que parecem andar em ininterrupto desfile. Possui, a cidade de Hanói, aproximadamente um milhão de habitantes[menos que a cidade de Ho Chi Minh]. A construção de novas moradias se faz lentamente. As pequeninas casas abrigam duas ou mais famílias, o que leva muita gente a preferir dormir em esteiras nas calçadas, quando o calor aperta e chuva não cai. Em Ho Chi Minh, há mendigos, mas em número ínfimo, se comparados com os de cidades como Rio de Janeiro, Buenos Aires, e assim sucessivamente. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CONCLUSÃO</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Ao terminar o meu artigo sobre A Guerra do Vietnã, concluímos que, desde a Segunda Guerra Mundial, este conflito, foi, um dos mais importantes da nossa era, pois, o mundo chegou a atingir a geração dos anos 60 do século XX. Esta guerra foi um pesadelo terrível, o qual, percebo, jamais será esquecido. Não somente pela sua longa duração, nem pela resistência e luta dos vietnamitas contra uma super potência, mas, sobretudo pelo sofrimento que a mesma impôs aos que dela participaram e as cicatrizes são profundas. Para os vietnamitas, a guerra não deixou somente milhares de vítimas, e sim também um país totalmente destruído, que ainda tenta se reconstruir de todo seu esfacelamento e acima de tudo, a Guerra do Vietnã deixou também a imagem de um povo determinado, que lutou com todas as suas forças, para não se tornar submisso. Os norte-americanos também ficaram marcados por este grande pesadelo, pois, milhares deles foram mortos e multilados, e é por isso que o mundo não foi mais o mesmo depois desta guerra. <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Atualmente o Vietnã, juntamente com o Laos e o Camboja, fazia parte do território conhecido como Indochina, que desde o final do século XIX era uma possessão da França. No decorrer da Segunda Guerra Mundial, o Japão avançou sobre o Sudeste Asiático, desalojou os franceses e anexou a região aos seus domínios. Vale ressaltar que foram organizadas na Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã, liderados por Ho Chi Minh, os vietnamistas reagiram aos japoneses e no final da Segunda Guerra proclamaram, na parte norte do país, a República Democrática do Vietnã. Em conseqüência disto, os vietnamistas entraram em guerra contra os franceses, que teimavam em reconquistar a região, e os venceram de modo espetacular na Batalha de Dien Bien Phu, em 1954. Em seguida houve nesse mesmo ano, na Conferência de Genebra, convocada para celebrar a paz, decidiu-se que até as eleições gerais, que se realizaria em 1956, o Vietnã independente ficaria dividido em Vietnã do Norte [socialista], com capital em Hanói, governado por Ho Chin Minh; Vietnã do Sul [pró-capitalista], com capital em Saigon, liderado por Bảo Đại. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Nos referentes anos posteriores, ao mesmo tempo em que a Guerra Fria se acentuava, a rivalidade entre os dois Vietnãs cresceu e as eleições com vistas à reunificação do país não se realizaram. Em contraposição à divisão do Vietnã e ao ditador que os governava, os sul-vietnamistas fundaram, em 1960, a Frente Nacional de Libertação. Essa organização era formada por grupos de guerrilheiros socialistas conhecidos como vietcongues. A Frente recebeu o imediato apoio do Vietnã do Norte. Estavam<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>decididos a conter a expansão do socialismo na região, os Estados Unidos começaram a enviar ajuda militar ao governo do Sul e com isso precipitaram o início de uma nova guerra. Durante os doze anos em que estiveram envolvidos nesse conflito, os EUA despejaram sobre o Vietnã milhões de toneladas de napalm e chegaram a manter na região 550 mil soldados. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Assim, acredita-se que o poderoso arsenal bélico, os norte-americanos foram derrotados pelas forças norte-vietnamistas e vietcongues, retirando-se da região em 1973. A guerra do Vietnã, no entanto, prosseguiu até 1975, ano em que o governo de Saigon rendeu-se aos seus adversários. No ano seguinte, os vencedores promoveram a unificação do país, transformando o Vietnã num Estado socialista, isto quer dizer ainda, que a vitória do Vietnã do Norte, obteve a Retirada das Forças norte-americanas da Indochina, da dissolução do Vietnã do Sul, com a reunificação do país sob o regime comunista e da Ascensão do comunismo no Camboja e no Laos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">BRUIT, Hector H. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Imperialismo</b>, 2º ed. São Paulo, Atual, 1987.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">BRUNO, Arthur. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="IT" style="mso-ansi-language: IT;">Indochina (Vietnã, Laos e Camboja)</span></b><span lang="IT" style="mso-ansi-language: IT;"> – 30-06-2009. </span>Disponível em:&lt;&lt;<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><a href="http://www.arturbruno.com.br/cursos/texto.asp?id=1528">http://www.arturbruno.com.br/cursos/texto.asp?id=1528</a>&gt;&gt;. Acesso: 15/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">GITLIN, Todd. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O antiamericanismo é o radicalismo dos tolos</b>. Edição 1733 - 9 de janeiro de 2002. Tradução de Rubens Figueiredo. Disponível em:&lt;&lt;<a href="http://veja.abril.com.br/especiais/artigos_2001/p_096.html">http://veja.abril.com.br/especiais/artigos_2001/p_096.html</a>&gt;&gt;. Acesso: 16/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">MARCONDES, Dal. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Cadernos do Terceiro Mundo</b>. sexta-feira, 21 de agosto de 2009. Disponível em: &lt;&lt;<a href="http://leitorenvolverde.blogspot.com/2009/08/cadernos-do-terceiro-mundo.html">http://leitorenvolverde.blogspot.com/2009/08/cadernos-do-terceiro-mundo.html</a>&gt;&gt;. Acesso: 16/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">MAREK, Michael. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">1973: Termina a guerra do Vietnã</b>. Disponível em: &lt;&lt;</span><span lang="PT"> </span><a href="http://www.dw-world.de/dw/article/0,,417493,00.html">http://www.dw-world.de/dw/article/0,,417493,00.html</a>&gt;&gt;. Acesso: 15/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">NAVARRO, Roberto. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Como os Estados Unidos perderam a Guerra do Vietnã?</b> Janeiro de 2011. Folheie a edição 107. Disponível em: &lt;&lt; <a href="http://mundoestranho.abril.com.br/historia/pergunta_287311.shtml">http://mundoestranho.abril.com.br/historia/pergunta_287311.shtml</a>&gt;&gt;. Acesso: 15/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">OLIC, Nelson Bacic. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Guerra do Vietnã</b>. Coleção Polêmica. Ed. Moderna, 1988.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">ORTIZ, Airton. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Página da Cultura: Guerra do Vietnã ou Guerra Americana?.</b> <span class="date">1 out 2009. Disponível em:&lt;&lt; </span><span class="date"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><a href="http://paginadacultura.com.br/br/guerra-do-vietna-ou-guerra-americana/"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">http://paginadacultura.com.br/br/guerra-do-vietna-ou-guerra-americana/</span></a></span>&gt;&gt;. Acesso: 15/01/2011.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span class="date">ORTIZ, Airton. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Vietnã Pós-Guerra – Uma aventura no sudeste asiático</b>. Editora: Record. Coleção Viagens Radicais, 2009.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">QUEIROZ, Ronivon Cesar de. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Guerra do Vietnã</b>. 2010 – 04 – 15. Disponível em: &lt;&lt; <a href="http://www.artigos.com/artigos/sociais/direito/guerra-do-vietna-10163/artigo/">http://www.artigos.com/artigos/sociais/direito/guerra-do-vietna-10163/artigo/</a>&gt;&gt;. Acesso: 15/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">RAFAEL. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Guerra do Vietnã.</b> Setembro 14, 2007. Disponível em: &lt;&lt;<a href="http://pt.shvoong.com/humanities/1670447-guerra-vietnã/">http://pt.shvoong.com/humanities/1670447-guerra-vietnã/</a>&gt;&gt;. Acesso: 15/01/2011. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">TANHAM, Geoge Kilpatrick<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. Guerra Revolucionária Comunista</b>. Trad. Ignez de Castilhos França, Gráfica Record Editora, Rio de Janeiro [RJ], 1969.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">VIZENTINI, Paulo G. Fagundes. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Guerra do Vietnã: Descolonização e Revolução</b>. Editora UFRGS, 2006.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp; </span></div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Graduado em Licenciatura em História pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB] e Graduando em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB].</span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;">O Vietname ou Vietnã ou, oficialmente, República Socialista do Vietname / Vietnã, é um país asiático, localizado na Indochina, e limitado a norte pela China, a leste e a sul pelo Mar da China Meridional, e a oeste pelo Golfo da Tailândia, pelo Camboja e pelo Laos. A capital do país é Hanói.</span></div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Península da Indochina – localiza-se no sudoeste asiático e compreende os países como Vietnã, Camboja e Laos. Está localizada quase que inteiramente numa zona intertropical, apresentando um clima quente e úmido com predomínio de uma vegetação de florestas densas e savanas. Faz parte de uma Área denominada Ásia das monções. </span></div></div><div id="ftn4" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Linha de Lattre – divisão do Vietnã, na altura do paralelo 17, em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.</span></div></div><div id="ftn5" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">O Việt Minh [forma curta de Việt Nam Ðộc Lập Ðồng Minh Hội, "Liga pela Independência do Vietnã"] foi um movimento revolucionário de libertação nacional criado por Hồ Chí Minh em 1941, na China, para obter a independência do Vietnã da França, bem como se opôr à ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial.Inicialmente apenas formado por comunistas, acabaram por abrir as portas a qualquer família política. Os seus membros organizaram acções de guerrilha contra os japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, e foi sob o comando do general Vo Nguyen Giap que muitas regiões do Norte do Vietname foram libertadas do jugo japonês. Após a rendição do Japão, ocuparam Hanói e proclamaram a independência da República Democrática do Vietname. Apesar da promessa por parte da França em reconhecer o novo governo, estes recuaram e, a 23 de Novembro de 1946, a Armada francesa iniciou o bombardeamento à cidade portuária de Haiphong, e com isso a Guerra da Indochina.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn6" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">Hồ Chí Minh (Kiem Lan, 19 de maio de 1890 — 2 de setembro de 1969) foi um revolucionário e estadista vietnamita. Nguyễn Sinh Cung nasceu na província de Nghệ An e somente mais tarde seria mundialmente conhecido como Hồ Chí Minh ("aquele que ilumina"). Embora Ho desejasse ser cremado, ele foi embalsamado e seu corpo actualmente encontra-se no seu mausoléu em Hanoi.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn7" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;">A Batalha de Dien Bien Phu [em francês Bataille de Diên Biên Phu, em vietnamita Trận Điện Biên Phủ], travada entre o Việt Minh e o corpo expedicionário francês no Extremo Oriente, de 13 de Março a 7 de Maio de 1954, foi a última batalha da Guerra da Indochina.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn8" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;">Numa determinada manhã em pleno dia 20 de Novembro de 1953 do século XX, no quadro da operação Castor, somente dois batalhões de pára-quedistas franceses, a saber, sendo o 6º BPC [Batalhão de Pára-quedistas Coloniais] do major Bigeard e o 2/1º RCP [2º Batalhão do 1º Regimento de Caçadores Pára-quedistas] do major Bréchignac tomam Dien Bien Phu, defendida por um destacamento pouco importante do exército Việt Minh. Em outras unidades pára-quedistas são largadas em reforço nessa tarde ou nos dias seguintes e nas semanas que se seguem, depois da renovação da pista de aterragem construída pelos japoneses, os franceses encaminham por avião homens, material, armas e munições para Dien Bien Phu. Este vai-e-vem aéreo funciona durante quatro meses para criar, abastecer e reforçar o campo entrincheirado. O material pesado [artilharia e blindados] é desmontado em Hanói, transportado em peças soltas, e depois remontado à chegada.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn9" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"> Vo Nguyen Giap (Vietnamese: Võ Nguyên Giáp) (born </span><date day="25" month="8" year="1911"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">August 25, 1911</span></date><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">[2]). </span>É um retirado do Vietnã policial em o Vietnã as pessoas do Exército e um político. Ele foi um dos principais comandante em duas guerras: em primeiro lugar na Indochina Guerra (1954) e 1946–Guerra do Vietname (1960–1975). <span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Ele participou nos seguintes historicamente importantes batalhas: Lang Filho (1950); Hoa Binh (1951–1952); Dien Bien Phu (1954); the Tet Offensive (1968); the Nguyen Hue Offensive (known in the West as the Easter Offensive) (1972); e o final Ho Chi Minh Campaign (1975). </span>Ele foi também um jornalista, um ministro do interior no Presidente Ho Chi Minh's vietnamita Minh governo, o comandante militar do vietnamita Minh, o comandante do Exército Popular do Vietname (PAVN), e ministro da defesa. Ele também serviu Politburo LAOSIANA Dong membro do Partido.</span></div></div><div id="ftn10" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[10]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Bảo Đại [<span style="font-family: 'MS Mincho'; mso-bidi-font-family: 'MS Mincho';">保大</span>, ou Bao Dai na escrita ocidentalizada] [Huế, 22 de outubro de 1913 – Paris, 30 de julho de 1997] foi o último imperador do Vietnã, décimo-terceiro da dinastia Nguyen. Isto quer dizer que Ele nasceu como príncipe Nguyễn Vĩnh Thụy em Huế, que era então capital do país, portanto o seu pai foi o imperador Khai Dinh, mais depois de ter estudado na França, tornou-se imperador em 1925, após a morte do pai. Naquele momento o Vietname ainda era colônia francesa, e Bảo Đại tinha que se submeter em parte à decisões da França. [O Vietnã era parte da chamada Indochina francesa]. Em conseqüência disto, Bảo Đại, havia sido colocado no poder do Vietnã do Sul, por intervenção francesa, o mesmo havia colaborado com os japoneses no período de ocupação.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn11" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[11]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;">A Frente Nacional para a Libertação do Vietname [cujos combatentes eram também chamados vietcongues] foi um exército formado por sul-vietnamitas que lutaram na Guerra do Vietnã junto ao exército do Vietnã do Norte contra a coalizão formada pelos Estados Unidos da América e pelo governo do Vietnã do Sul. Era composto principalmente por milícias aptas para táticas de guerrilha, embora contasse também com unidades militares perenes. A ação militar pela qual os vietcongues são mais conhecidos é a Ofensiva do Tet, um ataque realizado em 1968 em centenas de cidades no Vietnã do Sul, culminando com o ataque à embaixada americana em Saigon. O grupo foi extinto apenas em 1977, após a reunificação do país. Além disso, o termo vietcongue é derivado da expressão "cộng sản Việt Nam", que significa "comunista vietnamita". Há registros do uso da palavra em jornais de Saigon desde 1956. Citações em inglês do termo datam de 1957. Soldados americanos referiam-se aos vietcongues como Victor Charlie. Logo, a Frente de Libertação Nacional, tinha como objetivo derrubar o governo de Diem e unir o Vietnã do Sul ao Vietnã do Norte.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn12" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[12]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> O processo surgiu com os incidentes de Tonquin (agosto de 1964), quando os mandantes de 2 barcos norte-americanos, que viajavam o litoral norte-vietnamit, alegaram ter sido atacados por lanchas do Vietnã do Norte.</span></div></div><div id="ftn13" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[13]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Os reforços chegavam aos vietnamitas através de trilhas que cortavam as regiões montanhosas e densamente florestadas – trilhas Ho Chi Minh.</span></div></div><div id="ftn14" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[14]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Ofensiva do Tet<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>foi um ataque em três fases lançado pelos norte-vietnamitas contra as forças americanas e sul-vietnamitas em 31 de janeiro de 1968, durante a Guerra do Vietnã. As operações recebem este nome porque se iniciaram nas primeiras horas da manhã do Tết Nguyên Đán, o primeiro dia do ano no calendário lunar tradicional usado no Vietnã, e o feriado mais importante do país. Tanto o Vietnã do Norte quanto o do Sul haviam anunciado em transmissões nacionais de rádio que haveria um cessar-fogo de dois dias durante a ocasião. Em vietnamita a ofensiva é conhecida como Cuộc Tổng tiến công và nổi dậy ("Ofensiva e Insurreição Geral"), ou Tết Mậu Thân ("Tet, ano do macaco").</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn15" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[15]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Os ataques tiveram início nos feriados da Páscoa, final de março de 1972.</span></div></div><div id="ftn16" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[16]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Esta área tinha sido criada em 1954, quando o Vietnã fora dividido.</span></div></div><div id="ftn17" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref17" name="_ftn17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[17]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Operation Linebacker I foi o título da Força Aérea U. S. Sétimo U. S. NAVY Task Force e 77 aéreo interdição campanha dirigida contra a República Democrática do Vietnã) Vietname (Norte de 9 de Maio a 23 de Outubro 1972, durante a Guerra do Vietname.). O objetivo foi parar ou abrandar o transporte de fornecimentos e materiais para a Nguyen (conhecida em cor ofensiva do ocidente como a Páscoa Ofensiva), a invasão da República do Vietname (Sul do Vietnã), por forças do Exército Popular de Vietnã (PAVN), que tinha sido lançada no dia 30 de Março. Linebacker foi o primeiro esforço contínuo bombardeante Vietname do Norte realizadas contra uma vez que a bombardeante parada instituído pelo Presidente Lyndon B. Johnson em Novembro de 1968. </span></div></div><div id="ftn18" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref18" name="_ftn18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[18]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Operation Linebacker II foi nos Sétimo Air Force a Marinha americana Task Force e 77 aéreo bombardeios, conduzida contra alvos na República Democrática do Vietnã) Vietname (Norte durante o período final do envolvimento dos EUA na Guerra do Vietname. A operação foi realizada a partir de 18–29 de Dezembro 1972, levando a vários dos informais nomes como "A Dezembro os ataques" e "O Natal bombardeios". Ele viu o maior pesado bombardeador embata lançado pela Força Aérea dos EUA desde o fim da II Guerra Mundial. Linebacker II foi um recomeço da Operação Linebacker bombardeamentos efectuados a partir de Maio a Outubro, com a ênfase da nova onda de atentados de campanha foi desviada para Stratofortress bombardeiros B-52 e não tático aviões de combate. Ao longo 1.600 civis morreram em Hanói e Haiphong nos ataques.</span></div></div><div id="ftn19" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref19" name="_ftn19" style="mso-footnote-id: ftn19;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[19]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> O presidente norte-americano, utiliza o termo paz e não vitória.</span></div></div><div id="ftn20" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref20" name="_ftn20" style="mso-footnote-id: ftn20;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[20]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;">O caso Watergate foi o escândalo político ocorrido na década de 1970 nos Estados Unidos da América que, ao vir à tona, acabou por culminar com a renúncia do presidente americano Richard Nixon eleito pelo partido republicano. "Watergate" de certo modo tornou-se um caso paradigmático de corrupção. Em suma, Watergate, ocorreu em 17 de Junho de 1972,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>membros do Partido Republicano, diretamente intrínsecos ao presidente Nixon foram surpreendidos instalando aparelhos de escuta na sede do Partido Democrata, localizado no edifício Watergate, em Washington.</span></div></div><div id="ftn21" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref21" name="_ftn21" style="mso-footnote-id: ftn21;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[21]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">A Guerra do Yom Kippur (em hebraico: מלחמת יום הכיפורים; transliterado: Milchemet Yom HaKipurim ou מלחמת יום כיפור, Milchemet Yom Kipur; em árabe: حرب أكتوبر, transl. ħarb October, ou حرب تشرين, ħarb Tishrin), também conhecida como Guerra Árabe-Israelense de 1973, Guerra de Outubro, Guerra do Ramadão (Ramadã, na forma brasileira) ou ainda Quarta guerra Árabe-Israelense, foi um conflito militar ocorrido de 6 de Outubro a 26 de Outubro de 1973, entre uma coalizão de estados árabes liderados por Egipto e Síria contra Israel. A guerra começou com um ataque conjunto surpresa pelo Egipto e Síria no feriado judaico de Yom Kippur. Egipto e Síria cruzaram as linhas de cessar-fogo no Sinai e na Colinas do Golã, respectivamente, que haviam sido capturados por Israel em 1967 durante a Guerra dos Seis Dias. Logo, a Guerra de Yom Lippur, ocorreu entre Árabes e israelenses, ocorrida em outubro de 1973. O petróleo foi usado como arma de pressão política por parte dos países árabes produtores de petróleo. O nome Yom Kippur refere-se ao feriado judaico do Dia do Perdão, data em que se verificou o ataque dos países árabes à Israel.</span></div></div><div id="ftn22" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref22" name="_ftn22" style="mso-footnote-id: ftn22;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[22]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">O Partido Comunista do Vietnã ou PCV (Đảng Cong sản Việt Nam) é atualmente o único partido político legal no Vietnã. É um Partido Comunista marxista-leninista apoiado pela Frente da Pátria Vietnamita. Na maioria dos casos, a imprensa vietnamita e pessoas referem-se ao Partido Comunista do Vietnã como "Đảng" (parte) ou "Đảng ta" (nossa parte).</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn23" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref23" name="_ftn23" style="mso-footnote-id: ftn23;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[23]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">Da Nang (vietnamita: Đà Nẵng) é uma cidade com estatuto de província do Vietnã.</span></div></div><div id="ftn24" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref24" name="_ftn24" style="mso-footnote-id: ftn24;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[24]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> Haiphong ou Hai Phong (Hải Phòng em vietnamita) é uma cidade com estatuto de província localizada no norte do Vietname. É um porto no golfo de Tonquim. Tem cerca de 1850 mil habitantes.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/guerra-do-vietna-foi-uma-incursao-norte.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-4996603288821374922</guid><pubDate>Tue, 18 Jan 2011 10:23:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-18T02:23:15.633-08:00</atom:updated><title>JAPÃO: TERRA DO SOL NASCENTE</title><description><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">JAPÃO: TERRA DO SOL NASCENTE<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 14pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></b></span></span></span></a></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 153pt; text-align: right;">Luciano Bezerra Agra Filho</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 153pt; text-align: right;">Graduado em Licenciatura Plena em História e Graduando em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB].</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Resumo:</span></b><span style="font-size: 10pt;"> Estamos caminhando para o século XXI e os acontecimentos históricos, estão passando uma evolução espantosa que está modificando o dia-a-dia da humanidade. Resolvi fazer um estudo aprofundado de um País do continente Asiático, que iniciou a sua história, no sistema do regime feudal, isolado do mundo e, hoje, preocupa os historiadores com o seu dinamismo, pretendo comprar o mundo. Exponho um título em minha pesquisa: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">JAPÃO: TERRA DO SOL NASCENTE. </b>Coloco no meu artigo três capítulos, a saber, sendo que no primeiro capítulo, em o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ÂMBITO JAPONÊS, </b>faço uma análise da Restauração da era Meiji e o processo crucial dos nipônicos no despertar desta revolução que transformou o Japão feudal em Japão capitalista. Enquanto que no segundo capítulo, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">OS CAMINHOS QUE LEVARAM O JAPÃO A GUERRA, </b>procuro expor em primeiro plano, o ataque que os japoneses fizeram a base naval que o Pearl Harbor, e em segundo plano a destruição das duas cidades japonesas, Hiroshima e Nagasaki, que foram destruída pela Bomba Atômica. E por fim o terceiro capítulo, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O JAPÃO RECONSTRUÍDO</b>, analiso o capitalismo japonês que com o seu dinamismo fez desta nação um mundo à parte na Ásia, mostrando o seu alto índice de tecnologia usada.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Palavras-Chave:</span></b><span style="font-size: 10pt;"> Japão – Terra – Sol.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Correspondência</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Departamento de História e Geografia – Centro de Educação (CEDUC. I)</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Av. Antonio Guedes de Andrade, 190, </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Catolé, Cep 58.104-410 – Campina Grande –PB</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">E-mail: lucianoagra@hotmail.com</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><country-region><place><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">JAPAN</span></b></place></country-region><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">: </span></b><place><placetype><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">LAND</span></b></placetype><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;"> OF </span></b><placename><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">SUN NAISSANT</span></b></placename></place><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></b></span></span></span></b></span></a><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;"></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Luciano Bezerra </span><city><place><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Agra</span></place></city><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"> Filho</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 153pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Graduated in Licentiateship Full History and Graduando em Licentiateship Full in Philosophy from the Universidade Estadual of </span><place><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Paraiba</span></place><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"> [UEPB].</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Abstra</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">ct:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> We are moving toward the 21st century and the historical events, are turning a development astonishing that is changing the day-to-day of humanity. I undertook a thorough study of a country of the Asian continent, which began its history, in the system of feudal system, isolated from the world and, today, concerns the historians with its dynamism, I want to buy the world. I submit a title in my search: </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">JAPAN</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">: </span><place><placetype><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">LAND</span></placetype><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> OF </span><placename><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">SUN</span></placename></place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> RISING. I in my article three chapters, namely, and in the first chapter, in the JAPANESE, I an analysis of the Restoration of was Meiji and the vital process of nipônicos in the wake of the revolution which transformed the feudal </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Japan</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> in </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Japan</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> capitalist. While in the second chapter, THE WAYS THAT LED THE JAPAN TO WAR, I try display in the first plan, the attack that the Japanese have the naval base that the </span><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Pearl Harbor</span></place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">, and in the destruction of two cities Japanese, </span><city><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Hiroshima</span></place></city><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> and </span><city><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Nagasaki</span></place></city><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">, which were destroyed by Atomic bomb. AND finally the third chapter, </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">JAPAN</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> RECONSTRUCTED, I analyze the capitalism Japanese with its dynamism made this nation a world apart in </span><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Asia</span></place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">, showing its high index of technology used. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Key-words:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span><country-region><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Japan</span></place></country-region><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> – Land – sun.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Contact</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Departamento de História e Geografia – Centro de Educação (CEDUC. I)</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Av. Antonio Guedes de Andrade, 190, </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Catolé, Cep 58.104-410 – Campina Grande –PB</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">E-mail: lucianoagra@hotmail.com</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">INTRODUÇÃO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span>No início do século XIX, o Japão um país feudal, dominado por uma nobreza despótica e uma oligarquia militar fanática, dividido em servos e castas privilegiadas, era um país que vivia no regime fechado, num isolamento absoluto. Rompendo o isolamento que mantinha com o mundo, característica de boa parte de sua história, os nipônicos passaram a participar ativamente da comunidade internacional, inundando os mercados mundiais com seus produtos industrializados. A outra face do milagre japonês foi contudo, a descaracterização das tradições culturais do país, forçadas a se adaptarem ao estilo de vida das sociedades industriais avançadas.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Vale salientar, que os japoneses com a sua criatividade e dedicação, dando prioridade a educação, ultrapassaram os países da Europa em potência industrial, como também superaram os Estados Unidos em inúmeros setores da indústria e da tecnologia. É interessante assinalar que o milagre econômico de um país feudal e isolado, é hoje um dos mais espantosos fenômenos dos tempos modernos, portanto, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O JAPÃO: TERRA DO SOL NASCENTE, </b>prepara-se para disputar a liderança mundial no próximo século.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">1. O ÂMBITO JAPONÊS</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">1.1. Restauração Meiji: O crucial na história Nipônica</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>O Japão<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span></span></span></a> no início do século XIX, ainda era um país pobre de recursos naturais, com uma população densa. Um país fechado que desconhecia o progresso, e vivia uma sociedade feudal estagnada e sem entusiasmo para a mudança. O poder pertencia aos xoguns<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span></span></span></a>, embora o imperador fosse considerado o Deus vivo entre os homens. Isto quer dizer, que os japoneses tinham o conhecimento do poderoso Ocidente, mas, o país era carente, temia o comércio com estrangeiros. A economia era baseada numa agricultura insuficiente. A base da população constituía-se de camponeses, sujeitos à exploração, e é por isso que o isolamento durou cerca de 220 anos. Assim, acredita-se, que o único e restrito comércio existente situava-se na feitoria holandesa controlada pelo Bakufu<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span></span></span></a> em Nagasaki. Este período Bakufu implantou um sistema feudal centralizado, a qual exercia uma forte pressão financeira sobre os senhores feudais.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Os Tokugawa<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span></span></span></a> aboliram todas as futuras relações com os países ocidentais e proibiram a entrada de todos aqueles, decretando a política isolacionista. Antes deste isolamento comercial e político, o Japão importava da Espanha, Portugal, Holanda e Grã-Bretanha, mercadorias como, armas, pólvora, tecidos de lã e exportava prata, cobre, ferro, arroz, trigo, feijão e assim sucessivamente.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Cabe destacar que a política isolacionista funcionou como proteção das indústrias internas. A Holanda tinha grande interesse nesta política isolacionista, porque queria afastar Portugal do comércio com o Japão e foi o único país que ficou mantendo o comércio apesar do rigoroso controle do Bakufu.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No final do período Tokugawa frotas comerciais e militares dos países como Rússia, América e Grã-Bretanha, começaram a chegar no país, exigindo abertura do comércio japonês. O Japão aumenta a cobrança das taxas alfandegárias<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span></span></span></a>, para impedir o comércio com o exterior, mas, mesmo assim, o contrabando se desenvolvia, pois havia no país pessoas com produtos do ocidente. Era uma época de cobiça e de lucro, os países pressionavam o comércio japonês numa forma modernizada. A aversão aos estrangeiros crescia e se agravava a crise econômica no país. As compras no estrangeiro provocaram evasão de moeda, falência no artesanato e manufaturas locais. Aumentava o preço do trigo, do algodão, da seda, isso afetava toda a vida social.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Diante da pressão dos comerciantes de Osaka, aliados aos grandes senhores do Sudeste, deixando o xugunato sem apoio e sem proteção, estava implantando um clima de revoltas com partidários dos xoguns e os adversários. Começa o ataque ao Castelo de Edo, em 1867. Neste ataque tomaram parte, cerca de vinte clãs, incluindo o Satsuma e o choshu e nos combates acontecidos nos distritos no Nordeste e de Hokuriku, mais de trinta Clãs lutaram lado a lado com o ex-bakufu. O clima de guerra civil estava implantado. É neste sentido, que Michio Morishima disse o seguinte: “Não é possível considerar a Revolução Meiji como pelo povo e para o povo, nesse caso seria uma revolução de elite.” (MORISHIMA, 1989, p. 115). Nessa passagem, percebe-se que os camponeses não haviam adquirido consciência de classe para exigirem o fim da estrutura feudal. No fim do período Tokugawa, estavam reunidas as condições para criação de um Estado-Nação, através do intercâmbio comercial.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Um grupo de nobres e samurais apoderou-se do poder, em nome do Imperador. Em 1868, começa a era Meiji. Uma luta que durou meses. A era Meiji chamou-se, também a era das Luzes do Japão. Agora há duas forças que exerciam o poder: Os nobres favoráveis a nova ordem com suas políticas econômicas e os grandes capitalistas enriquecidos. O outro elemento, que ajudou a construir o Japão moderno, foi o sacrifício do povo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A Restauração Meiji iniciada em 1868 centraliza o poder no Japão e dá início a modernização<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span></span></span></a> do País, baseada em tecnologia e capitais estrangeiros, pode-se, vislumbrar, portanto, que o governo Meiji construiu modernas fábricas, com o dinheiro cobrado de impostos lançado aos camponeses. Mas a classe inglesa veio impulsionar o desenvolvimento moderno do Japão, só que a classe capitalista japonesa, não assumiu nem um poder em relação aos ingleses, a qual levou o governo a vender as suas fábricas por baixos preços, mas o resultado desta política desesperada trouxe esperanças, porque os homens que compraram estas fábricas, tornaram-se grandes capitalistas. Estes homens devem favor a sua existência de homens do poder necessário a sua modernização.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Neste momento, as religiões consideradas tradicionais como o Budismo e o Xintoísmo, não tiveram grande influência no dia-a-dia do povo japonês. O momento agora é do confucionismo difundindo-se na sociedade com um sistema ético e não como uma religião. Morishima reconhece este fato quando escreve que: “O Confucionismo no Japão coloca a tônica (1) na lealdade para com o estado(ou Senhor), (2) na devoção filial para com os país, (3) na fé para com os amigos, e (4), no respeito pelos mais velhos.”. (MORISHIMA, 1989, p. 125). É interessante analisar que o confucionismo compatibilizou-se com a ciência moderna. Ainda discorrendo sobre isto, Morishima colocou que “ Durante os dois anos da Revolução o novo governo tudo fez para instituir uma nova estrutura política”, ((MORISHIMA, 1989, p. 108). Contudo, entende-se ainda, que é um estado moderno e imperial dotado de um primeiro ministro como conselheiro do Imperador e principalmente o poder que lhe foi confiado. A experiência nos últimos dias do Bakufu levou o governo Meiji a pretender um sistema imperial limitado<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span></span></span></a> e não absoluto<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[10]</span></span></span></span></a>. Considerando, então, que o Japão estava maduro para incorporar as conquistas do Ocidente. É preciso lembrar ainda, que em poucos anos, o domínio feudal foram abolidos. Como se pode perceber que os camponeses passaram agora a pagar impostos moderno ao Estado<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[11]</span></span></span></span></a>.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Essas transformações se processaram com apoio da Inglaterra, explicável pela rivalidade anglo-russa, um dos aspectos marcante da política internacional no século XIX. A expansão russa constituía uma ameaça aos interesses ingleses na China, no Tibete e em outras regiões asiáticas. Daí o auxílio inglês ao Japão visando a transformá-lo em um aliado capaz de contrabalançar o poderio russo na Ásia. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">1.2. Sociedade Nipônica em Transformação: A absorção da Cultura Ocidental.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O Japão não podendo romper com os estrangeiros, e é o primeiro país da Ásia a trilhar o caminho da Ocidentalização. Já dizia Amando Martins Janeira que: “Deve lembrar-se que a Revolução Meiji foi feita pelas camadas cultas da sociedade e que a esse tempo a cultura nipônica se encontrava em grande decadência”. (JANEIRA, 1985, p. 32), rompendo o isolamento que mantinha com o mundo, característico de boa parte de sua história, o Japão passou a participar ativamente da comunidade internacional, inundando os mercados mundiais com seus produtos industrializados, sendo que a outra face do Milagre Japonês foi, contudo a descaracterização das tradições culturais do país, forçado a se adaptar ao estilo de vida das sociedades industriais avançadas. Percebe-se por essa leitura que o entusiasmo pela cultura ocidental alastrou-se e o Japão abriu-se a tudo que vinha de fora. Segundo Janeira, ao se referir sobre os japoneses a casar com os estrangeiros, argumentava que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Algumas revistas aconselhavam os japoneses a casar com os estrangeiros a fim de melhorar a raça e escreveram que todo o sistema de ensino deveria ser em inglês; na Universidade, as secções de literatura japonesa e chinesa foram suspensas por algum tempo e em algumas escolas ensinava-se a literatura inglesa em vez de japonesa. (JANEIRA, 1985, p. 32)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É nesta citação acima que Janeira argumentava que o Japão estava procurando a modernização, imitando o saber Ocidental, mas os seus valores e éticas japonesas estavam sendo conservados. Janeira nos mostrou ainda que: “Os altos funcionários vão para os ministérios de casaca, mas o General Nogui, na morte do Imperador Meiji, quis seguir o seu soberano e depois de tomar um banho japonês, vestido de quimone branco imaculado, comete o barakiri ritual.” (JANEIRA, 1985, p. 32). As rápidas reformas que seguiram a Restauração Meiji, são os acontecimentos mais importantes da história do Japão e um dos mais radicais da história moderna. Lançaram as bases do sistema fiscal e financeiro, requisitos indispensáveis para uma rápida industrialização. É importante notar ainda que Janeira demonstrava que “A Restauração Meiji, transformou em duas décadas o Japão num mais moderno” (JANEIRA, 1985, p. 34). Ainda, segundo Janeira, ao se referir à ciência moderna, o governo Meiji foi bastante lúcido para dar prioridade a educação. O exército e a marinha precisavam de homens capazes de ler e conhecer os rudimentos da ciência moderna, ocidental. É nesse ponto que a tecnologia avançada e os equipamentos industriais vieram da Inglaterra, dos EUA e da Alemanha. Recebendo cultura estrangeira, o governo japonês contratou numerosos conselheiros e especialistas de fora para trabalhar e orientar os nipônicos no que fosse necessário ao crescimento do país. Estes contatos entre japoneses estudando na Europa e estrangeiros trabalhando no Japão, foram determinantes para a modernização do país, para o seu progresso social e político.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Os objetivos do governo na década de 1870 eram o poder político, econômico e construir um poder comercial e industrial. A velha idéia que a força do país reside na agricultura foi substituída pela idéia de que o desenvolvimento está na indústria e no comércio. Janeira vem compreendendo a relação que esta transição para uma economia moderna foi ajudada pela agricultura, no entanto, ele dizia que: “As principais exportações eram chá e sedas, que com outros produtos rurais obtiveram as diversas indispensáveis para comprar as matérias-primas e máquinas necessárias para construir o moderno setor da economia.” (JANEIRA, 1985, p. 37), sendo que a primeira indústria a desenvolver e a contribuir com um grande número para a exportação foi a indústria têxtil, com a expansão industrial facilitou o setor de produção de armamentos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">2. CAMINHOS QUE LEVARAM O JAPÃO A GUERRA</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">2.1. O Ataque a Pearl Harbor</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>“A esquadra japonesa do almirante Togo bomderdeou, em 7 de dezembro de 1941, a esquadra americana do Pacífico ancorada em Pearl Harbor”. (JANEIRA, 1985, p. 44). Os nipônicos atacaram a base americana, com o objetivo de expandir seus domínios em direção à China e as ilhas do Oceano. O ataque japonês provocou a entrada dos EUA na guerra. “O Japão havia se tornado o país forte na Ásia, o único que tinha sabido assimilar os segredos do poder militar ocidental.” (JANEIRA, 1985, p. 20). As pretensões expansionistas nipônicas vêm desde 1894, quando o País provocou uma guerra com a China sobre o controle da Coréia. Os japoneses conquistaram facilmente a Coréia, destruíram as forças navais chinesas, invadiram o Sul da Mandchúria e capturaram o porto de Nei-hainei no próprio território chinês.<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[12]</span></span></span></span></a> Os chineses reconhecendo a independência da Coréia cede ao japonês a rica ilha de Formosa.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em 1914, o Japão participou da Primeira Guerra Mundial<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[13]</span></span></span></span></a>, tomando posição contra a Alemanha, ao lado da Inglaterra. Derrotando a Rússia grande potência européia, é reconhecida como potência militar<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[14]</span></span></span></span></a> e industrial. Agora os nipônicos preferiam um regime político mais aberto e se manifestavam contra os altos impostos para financiar os orçamentos naval e militar. “Tendiam a crer que seria mais vantajoso obter concessões no estrangeiro por meio diplomáticos e expandir a economia mediante as exportações comerciais do que prosseguir na expansão colonial por meio da guerra e das conquistas territoriais.” (PERALVA, 1991, p. 26). </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Acontece que os norte-americanos eram isolacionistas, “Protegidos por dois oceanos, eriçados de belonaves, com alto padrão de vida, não queriam imiscuir-se nas desavanças do Velho e do Velhíssimo Mundo.” (PERALVA, 1991, p. 35). Peralva argumentou que o presidente Roosevelt, mostrou que uma guerra no resto do mundo acabaria sufocando a América, então, ele redigiu e leu estas palavras: “Como tenho a oportunidade de me dirigir, uma vez mais, a vós, pais e mães da América, devo assegurar uma coisa. E repetirei mais e mais: não enviaremos nunca vossos rapazes para se baterem em nenhuma guerra estrangeira”. (PERALVA, 1991, p. 35).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A 1º de Setembro de 1939, a Polônia foi invadida, sem formal declaração de guerra, pela Alemanha. Dois dias mais tarde, a Inglaterra e a França declararam guerra a Alemanha. Iniciava-se a Segunda Guerra Mundial<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[15]</span></span></span></span></a>. Começa a era de sacrifícios humanos. A expansão do Japão no Continente asiático conduziu ao predomínio dos militares na vida interna do País. “A conquista era uma causa nacional. [...] Um incidente entre tropas japonesas e chinesas, em 1937, na Ponte Lukuquião de que fala Marco Pólo, foi o começo da grande aventura militar no continente, que só terminou com a última guerra”.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>(JANEIRA, 1985, p. 43). Recuperando-se no plano econômico e militar, a Alemanha, a Itália e o Japão, estavam decididos a modificar a situação mundial. Por isso, adotaram, no decorrer da década de 30 uma política internacional agressiva, cujo objetivo era a expansão territorial.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O General Hedeki Tojo, queria guerra com os EUA, até por uma questão de prestígio. “Só esse país lhe parecia um inimigo suficientemente importante com quem se bater”. (PERALVA, 1991, p. 34). O Japão em 1949, ocupava o sudeste da Ásia, região do interesse dos EUA. O povo americano desejava a paz, mas seu governo e os interesses imperialistas queriam deter os japoneses. O EUA deixaram de exportar materiais essenciais aos nipônicos. Mas quando as tropas japonesas ocuparam as Filipinas pertencentes aos EUA, os americanos congelaram os interesses nipônicos nos EUA e impuseram um embargo aos fornecimentos de petróleo ao Japão. É neste contexto que Peralva disse que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">As 13 horas e 20 minutos (8 e 20 no Havaí), as esquadrilhas japonesas, decolando de porta-aviões a nordeste da ilha, se abatem sobre a frota ancorada e sobre os aviões americanos em terra, tudo destruindo ou incendiando, em duas vagas sucessivas praticamente sem qualquer reação norte-americana. Em meia hora consumou-se o maior desastre militar da história dos Estados Unidos. (PERALVA, 1991, p. 39).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No mesmo dia, bombardeios nipônicos estacionados em Formosa atacaram as bases aéreas de Clark e Iba nas Filipinas, destruindo mais de 50% da Força Aérea do Exército dos EUA, no Extremo Oriente<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[16]</span></span></span></span></a>. Uma mensagem da Casa Branca anuncia o ataque japonês e declara que o presidente fará um pronunciamento na parte da tarde. Roosevelt chama Churchil ao telefone, em Londres, comunica o fato e afirma: “De agora em diante estamos no mesmo barco! [...]. Os EUA foram lançados numa guerra que se tornou mundial.” ((PERALVA, 1991, p. 40). Os americanos se levantaram da catástrofe militar. Reconstruíram a Marinha e criaram uma Força Aérea que superava a dos japoneses. No pacífico, a partir de 1943, os nipônicos passaram a ter seus dias contados. Na Batalha de Midway e Guadalcanal, os americanos, que já tinham ocupado quase todas as posições japonesas, destruíram o que restava da sua Marinha. Preparava-se, então, a invasão do próprio Japão, onde a resistência poderia ser desesperada.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">2.2. A Anti Rosa Atômica</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">HIROSHIMA E NAGASAKI</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Duas cidades japonesas foram devastadas por um novo tipo de arma – A Bomba Atômica -. A fabricação de uma bomba dessa natureza poderia ser tão poderosa que destruiria todo um território.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A partir dos fins de 1943 e por todo o ano de 1944, a sorte da guerra havia mudado. O Japão que vencia batalhas que dominava territórios, estava chegando ao fim. O objetivo dos americanos, agora, era dominar o Japão e conquistar seus territórios perdidos. Em agosto de 1945, os japoneses já estavam praticamente derrotados, mas o Governo norte-americano, com o pretexto de abreviar a guerra, jogou sua cartada final, decidindo usar, pela primeira vez na história, As Bombas Atômicas, construídas pelos cientistas norte-americanos com base nos estudos desenvolvidos por físicos, como Juliot –Curie, francês; Fermi, italianos: Einstein, Alemão e Openheimer, norte-americano. Uma experiência já havia sido feita nos Estados Unidos. Seus resultados não eram, portanto desconhecidos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A primeira mensagem foi enviada por Franklin Delano Roosevelt em julho de 1941, logo depois do inesperado ataque de Hitler à União Soviética. E a última, em abril de 1945, pouco antes da súbita morte de Roosevelt. Um total de 304 comunicados foi trocado entre o então presidente americano e o comandante soviético Josef Stálin. Cartas escritas no calor da 2ª Guerra Mundial e que revelam a personalidade e as estratégias políticas dos dois líderes. [...] Em 1941, Roosevelt, Stálin e o primeiro-ministro inglês Winston Churchill formavam a força aliada que lutava contra Adolf Hitler, à época com diversos países anexados e com chances substanciosas de vencer a guerra. Naquele ano, aconteceram dois fatos decisivos: a invasão da URSS pelos alemães, quebrando o pacto de não-agressão entre Hitler e Stálin; e o ataque japonês a Pearl Harbor, obrigando os EUA a oficialmente declararem guerra à Alemanha, Itália e ao Japão. [...] Com a morte de Roosevelt em abril de 1945, no entanto, e a posse de Harry Truman, um presidente pouco disposto a estreitar laços com Stálin, a Guerra Fria tomou conta do mundo. ‘Talvez isso explique, em parte, os motivos de a correspondência entre Roosevelt e Stálin ter ficado esquecida durante tanto tempo’, sugere Susan Butler. (BRASIL, 2008, p. 01)<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O novo presidente é informado sobre a experiência do Projeto Manhattan. Analisando o Projeto, tenta convencer os governantes nipônicos da insensatez de continuar a resistência. O Primeiro Ministro não leva a sério a ameaça. Trumam decidiu, então, lançar duas bombas atômicas sobre o Japão. A 6 de Agosto de 1945, é lançada a primeira bomba sobre Hiroshima e três dias depois sobre Nagasaki. Os governantes nipônicos não aceitaram a rendição. Suzuki que ficou responsável para dirigir pessoalmente o povo, resolveu fazer uma gravação. Pedia à nação que aceitasse a decisão do destino e cessasse a luta armada, já agora sem nenhum sentido. E concluía: “Nós vos incumbimos, vós, nossos leais súditos, de executar lealmente nossa vontade.”.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>Mas antes que a mensagem transmitida, dois generais entram no Palácio Imperial, e pediram que ele entregasse a gravação e se rendesse, e é por isso que houve recusa e o guarda pessoal do Imperador foi assassinado com dois golpes de espada, havendo proteção ao Imperador foi providenciada a prisão dos facciosos e a difusão da gravação decisiva, ouvida em todo o País. O general Anami e quatro chefes do exército decidiram suicidar-se. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A guerra da Coréia se iniciou em 25 de junho de 1950 e terminou em 27 de julho de 1953. Os Estados Unidos e a União Soviética eram ex-aliadas e a guerra da Coréia aconteceu devido o conflito entre eles. A Coréia é dividida pelo paralelo 38 que é usada para demarcar os territórios dos dois exércitos. A Coréia do norte era comunista liderada pela União Soviética e a Coréia do sul era capitalista liderada pelos Estados Unidos. Em 03 de julho de 1950, depois de várias tentativas para derrubar o governo do sul, a Coréia do norte ataca de surpresa a capital. O governo do sul por sua vez enviam tropas comandadas pelo general Douglas McArthur para que a Coréia do sul retire os invasores do seu território. Em setembro o governo do sul começa a atacar o exército norte-coreano a fim de conquistar a costa oeste ocupada por eles. Os norte-coreanos foram vencidos e três meses após o conflito Seul, capital da Coréia do Sul foi desocupada. Em outubro, as forças internacionais violam o paralelo 38 e atacam a Coréia do norte. A capital norte-coreana é invadida pelo exército sul-coreano e pelas tropas americanas aproximando-se da China. A China por sua vez, temerosa por uma invasão mandou tropas para ajudar a Coréia do norte. O general Douglas McArthur insistiu em uma invasão à China e por isso foi substituído pelo general Ridway em abril de 1951. Em 23 de junho de 1953 iniciou-se o processo de negociações pela paz que durou dois anos. As negociações resultaram num acordo assinado em Panmujon em 27 de julho de 1953. Foi então que o conflito terminou, mas o tratado de paz até hoje não foi assinado e a Coréia continua dividida em norte e sul. Foram cerca de três milhões e meio de mortos na guerra da Coréia e outros milhares presos amontoados em campos de concentração. (BORGES, 2008, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A destruição de Hiroshima e Nagasaki foi uma séria advertência ao Mundo. As guerras que até, então, ceifavam vidas de milhares, teriam de ora em diante poder destrutivo total. O genocídio cometido pelos EUA não é justificativa como uma vingança e Pearl Harbor e nem como fator decisivo para fim ao conflito, uma vez que o Japão estava derrotado. Contudo, em pleno dia 6 de Agosto de 1945 do século XX, já no término da Segunda Guerra Mundial, é que a cidade nipônica de Hiroshima foi desnecessariamente bombardeada pela força aérea americana. É importante frisar que durante os três dias mais tarde segui-se o bombardeio de Nagasaki, mas a sua justificação era forçar a rendição do Japão, todavia, o que ficou evidenciado era que ambas faziam parte de uma verdadeira demonstração de força do armamento nuclear dos EUA. Em conseqüência disto, as cidades foram escolhida por estarem situadas exatamente entre vales, o que facilitaria a avaliação dos danos causados pela nova tecnologia bélica, a qual nunca até então havia sido usada e nem se sabia quais seriam suas conseqüências, com isso soma-se a isso o fato de que essas cidades nunca sofreram ataques durante a Segunda Guerra. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em contrapartida a detonação da Little Boy, como era chamada a bomba que causou a morte de mais de 250 mil pessoas em Hiroshima, foi ouvida até o alcance das cidades vizinhas. Em seguida ela destruiu tudo o que encontrava num raio de dois quilômetros e meio, devastando vegetação e estrutura da cidade. No entanto, o aporte térmico da bomba teve um alcance ainda maior. Outro ponto importante é que a detonação da Fat Man sobre Nagasaki causou tanta destruição quanto em Hiroshima, e é por isso que os sobreviventes que sofreram fortes queimaduras devidas á propagação do intenso calor, fora da área de explosão, andavam pelas ruas sem saber o que havia acontecido. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em suma a radioatividade se partilhou provocando chuvas ácidas, causando a contaminação da região, incluindo lagos, rios, plantações, porém, inclusive, os sobreviventes foram atendidos dias depois, o que ocasionou a morte lenta e agonizante de muitos. Atualmente os descendentes dos habitantes afetados sofrem os efeitos da radioatividade, e em tempos depois a cidade foi sendo reconstruída. Vale ressaltar que após mais de 60 anos decorridos da tragédia que marcou a história mundial, Hiroshima se transformou numa cidade moderna e amplamente desenvolvida, com árvores, prédios, pessoas circulando e carros, como em qualquer outra. Logo, as lembranças continuam vivas dentro de cada um, sendo assim foi construído o Memorial da Paz de Hiroshima, uma das atrações mais visitadas no Japão, servindo de apelo à paz e um acervo cultural.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">3. O JAPÃO RECONSTRUÍDO: POTÊNCIA MUNDIAL</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">3.1. Capitalismo e Dinamismo Nipônico</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Após a derrota na Segunda Guerra Mundial, o Japão constituía um cenário dramático, composto por centenas de vidas sacrificadas e por cidades inteiras destruídas pelos bombardeios aéreos, entre os quais se incluem os lançamentos das primeiras bombas atômicas, em Hiroshima e em Nagasaki. No plano econômico, reinava no País um verdadeiro caos: a produção agrícola e industrial estava arruinada, e o comércio exterior achava-se paralisado pela destruição da marinha japonesa.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Oficializada a rendição do Japão, os Estados Unidos encarregaram-se de ocupar militarmente o País, com a promessa de que o povo não seria escravizado nem na nação, destruída e passaram a comandar efetivamente a política de reconstrução sócio-econômico japonês, segundo as diretrizes norte-americanas. Não havendo mais saída, o Japão se rendeu em 15 de agosto de 1945. Chegava então, o fim da Segunda Guerra Mundial. “A vitória em 1945 foi total, a rendição incondicional. Os Estados inimigos derrotados foram totalmente ocupados pelos vencedores.” (HOBSBAWM, 2001, p. 49). Essa política, dirigida pessoalmente pelo general americano Douglas Mac Arthur<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>promoveu no Japão uma série de reformas nos campos políticos, social e econômico. Em 1946 foi elaborada uma nova Constituição para o País, baseada no modelo dos Estados Unidos. As modificações foram revolucionárias, principalmente por causa do Status do Imperador, cuja soberania era transferida ao povo. O Imperador passava a ser um símbolo do Estado, com isso ele só podia atuar em assuntos do Estado previsto na Constituição. Rompia-se todo um laço com a velha teoria política do Estado japonês.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">[...] Após o término da Segunda Guerra Mundial, o Japão adotou a monarquia parlamentarista, regime desde então mantido. Com a promulgação da Constituição de 1947, o sistema parlamentar foi baseado no modelo inglês de supremacia do parlamento, em que o Poder Executivo é exercido por um primeiro-ministro, líder do partido vencedor das eleições legislativas. O imperador exerce, na prática, um papel simbólico, não obstante seja, de fato, o chefe de Estado. Ele representa o “símbolo do Estado e a unidade do povo”, segundo preceitua a própria constituição. O Poder Legislativo é o mais forte dos três, representado pela Dieta, o Congresso Bicameral formado por uma Casa dos Representantes (câmara baixa) e uma Casa dos Conselheiros (câmara alta). A constituição japonesa do pós-guerra, imposta pelos norte-americanos, foi promulgada pela Dieta em 1947, mantendo-se intacta até hoje, face à ausência de emendas. Dentre seus artigos, o mais polêmico é, estreme de dúvidas, o nono, que proíbe a manutenção, no país, de forças armadas: em síntese, o Japão renunciou, aqui, ao direito de beligerância. ( ESPÍNDOLA e VERGARA, Artigo 7, p. 3).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O objetivo básico do conjunto de reformas orientado por Mac Arthur era afastar totalmente o Japão da influência do bloco Socialista com a Revolução Chinesa liberada por Mão Tse-Tung. O Japão deveria ser transformado num lugar seguro para as operações capitalistas na Ásia. Para isso, estimulou-se o desenvolvimento industrial japonês, com significativos investimentos de capitais dos Estados Unidos. Assim de inimigo derrotado o Japão transformou-se no mais importante aliado do capitalismo no continente asiático. A década de 1950, foi a época do Milagre japonês, de grande crescimento industrial, baseado na reorganização dos grandes monopólios, no capital estrangeiro e na acumulação feita a partir do pagamento de baixos salários.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">O conflito entre as duas Coréias, de 1950 a 1953, levou americanos e soviéticos a medirem forças por meio de terceiros, no auge da "guerra fria". As origens da guerra da Coréia, entre forças da República Popular Democrática da Coréia e da China, de um lado, e da República da Coréia e seus aliados do outro, remontam ao fim da segunda guerra mundial, em l945, quando ficou estabelecido que o paralelo 38o dividiria a península da Coréia em duas zonas: a do norte, ocupada por soviéticos, e a do sul, sob controle americano. Fracassadas as negociações para reunificar o país, realizaram-se eleições separadas em l947, instalando-se em cada zona um governo independente, dos quais só o do sul foi reconhecido pelas Nações Unidas. Em l948 constituíram-se dois estados autônomos: a República Popular Democrática da Coréia (Coréia do Norte) e a República da Coréia (Coréia do Sul). No ano seguinte, a maior parte das tropas estrangeiras retirou-se dos dois países. Forças comunistas do norte atacaram repetidamente a Coréia do Sul e a invadiram em 25 de junho de l950. Dois dias depois o presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman, enviou tropas para a Coréia do Sul, embora sem autorização do Congresso para declarar guerra. [...] <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Em fevereiro de l95l, a Assembléia Geral da ONU aprovou resolução pela qual condenava a China como potência agressora. Os chineses responderam com uma segunda ofensiva contra a Coréia do Sul. Em meados de março, as tropas da ONU retomaram Seul e, depois de sucessivos contra-ataques, conseguiram cruzar novamente o paralelo 38o. MacArthur pretendia levar o conflito ao território chinês, mas o perigo de uma nova guerra mundial levou o presidente Truman a substituí-lo pelo general Matthew Ridgway e, em maio de 1952, pelo general Mark W. Clark. Enquanto isso, desde julho de 1951 tentava-se na ONU a suspensão das hostilidades, por meio de conversações de paz. Em 27 de julho de l953 foi assinado o armistício, que fixou as fronteiras entre as duas Coréias segundo as últimas linhas de batalha, na altura do paralelo 38o. (PAULO, 2010, p. 01)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Quando o general Mac Arthur deixou o Japão o País recuperou sua soberania a sociedade japonesa exibia uma face inteiramente nova, marcada pela decisiva ação do sistema capitalista. Os nipônicos atingiram um espantoso ritmo de crescimento econômico, que transformou numa das mais importantes e competitivas nações industrializadas do mundo, destacando-se os setores eletrônicos, automobilístico e naval, e com isso A rapidez de progresso econômico japonês colheu o ocidente de surpresa. Assimilando os processos científicos e tecnológicos ocidentais modificando os freqüentemente em menos de vinte anos o Japão conquistava o primeiro lugar na construção naval, produção de automóveis, motos, câmaras fotográficas, petroquímica, televisões, relógios, magnetoscópios, eletrônicas, pianos, máquinas de costuras, exportação de ferro e aço.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Vale ressaltar que os nipônicos para conseguir em este espantoso surto industrial partiram do zero. É importante notar ainda que o Japão saiu da última guerra completamente destruído, mas, o grande fator que contribuiu na construção econômica foi o papel de técnicos que eram habilitados e especializados. Como se vê, o milagre é o resultado de planos cuidadosamente estudados de decisões muito ponderadas e de medidas precisas bem executadas de organização metódica e de bom senso. É uma obra-prima de organização e de vontade esclarecida: dedicação ao trabalho, energia e persistência, além do sentimento de pertencer a uma comunidade nacional isolada nas suas ilhas e uma cultura e identidade nacional única e inconfundível.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O Japão, a potência que se ergueu das cinzas, acerta a economia a prepara-se para disputar a liderança mundial no próximo século. Em conseqüência disto, a revista Veja publicou um artigo mostrando o dinamismo nipônico, analisando para quem gosta de grandes números: O Japão tem a segunda maior economia do mundo e um dos maiores índices per capitã em relação ao produto nacional bruto. Cada japonês vale em tese, 25. 500 dólares, contra 22.000 dólares para cada americano. A produção industrial japonesa poderá ultrapassar a dos Estados Unidos ainda nesta década. Se a sua economia cresce em média 2 pontos percentuais mais que os americanos ano 2010 ela será a maior potência econômica mundial. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Numa conferencia nos Estados Unidos, o presidente da Sony Morita declarou: Quando uma empresa está a perder e corre o risco de falência na América e na Europa os operários são despedidos e a gerência fica, enquanto no Japão os gerentes são despedidos e<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>os operários continuam. Esta é uma nova perspectiva que dá ao capitalismo nipônico, um ar remoçado mais igualitário com um conceito de justiça novo, oposto ao do capitalismo conservador e decadente da Europa e das Américas. Vale salientar que o Japão também passa recessão, só que não devemos comparar com os outros países, porque os nipônicos não despedem os empregados, sendo que um país onde não se colocou uma gota de petróleo em 1973 e 1980, a qual deveria ter sumido do progresso industrial, quando o preço do barril subiu perto de 1000%, mas sobreviveu e enriqueceu reorientando sua indústria. Em 1985, quando as potencias industriais obrigaram Tóquio a valorizar o iene para dificultar-lhe as exportações, parecia que aquela gente havia sido posta no seu lugar. O primeiro ministro, Toboru Takeshita, chegou a reclamar: “Vocês querem que eu vire cantor de uma hora para outra?” (TAQUESHITA, 1992, p. 01). Pois com iene forte os japoneses aprenderam a cantar e compraram meio mundo, dos Estúdios Universal, na Califórnia, ao Rockepler Center, em Nova York. Em dezembro de 1991, quando os veteranos americanos, voaram para Pearl Harbor, no Havaí, para lembrar os cinqüenta anos do dia infame do ataque aéreo que praticamente destruiu a frota dos Estados Unidos no Pacífico, descobriram que os dois melhores hotéis da ilha eram japoneses. Um dos maiores burocratas do país ensina: “Nós somos devoradores das crises”.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Os nipônicos pretendem desempenhar um papel correspondente à sua capacidade na construção de uma nova ordem internacional, e a partir de 1991 a economia japonesa expandiu-se 5,8%, enquanto a economia mundial contraiu-se 0,3% e no ano de 1992 a economia prosperou a uma taxa equivalente de 6.5%. Por volta do ano de 2010 o produto desse país deverá ser maior que dos EUA. Isto significa dizer que entre 1988 e 1991, a economia japonesa estava em melhor situação que a americana, invertendo-se a tendência após 1992. Uma pergunta feita ao Shoichisaba, ex-presidente da Toshiba, um dos oráculos da indústria japonesa pergunta: “Se o senhor tivesse 100 dólares para investir, onde os colocaria? Resposta: Aplicava primeiro 80 no Japão, depois daria prioridade à Ásia.”. A mesma pergunta feita ao hirogoshi Aoki, um dos maiores empreitores do Japão, dono dos hotéis Westin, nos Estados Unidos e Caesar Park, no Brasil, viveu em São Paulo de 1957 a 1960 e fala português com um leve sotaque italiano, respondeu: “Eu botava 50 no Japão e 30 na Ásia. Dos 20 restantes, eu investiria 15 entre os Estados Unidos e a Europa e sobrariam 5 para a América Latina”.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Muitas nações subdesenvolvidas tentaram a famosa decolagem para a industrialização, mas só as economias das terras do Sol Nascentes conseguiram triunfar. Misturando repressão, política, dirigismo estatal, baixos salários, terror cultural e racismo uma opção preferencial pela ditadura chegaram ao poder que poderá comprar o mundo. É importante analisar a jornada de trabalho dos operários japoneses que cumprem uma jornada de 2200 horas por ano, contra 1600 dos alemães. Isso significa que um metalúrgico de Toyota batalha 75 jornadas de oito horas a mais do que um operário da Mercedes-Benz. A razão pela qual as pessoas trabalham tão duro relaciona-se apenas parcialmente com a compensação monetária. É claro que elas tiram satisfação do trabalho em si, seja pelo status que lhes dá, seja pelo reconhecimento que traz.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Vale lembrar que os empresários nipônicos querem jornadas longas e os líderes sindicais querendo curta, mas os sindicatos japoneses surpreendem. Etsuya Washio, presidente da federação dos metalúrgicos, está conformado, que na indústria de ponta e na siderúrgica talvez cheguemos a meta dos 1800 horas, por volta de 1995, mas, nos demais setores, só no fim do século. Do alto da sabedoria do sucesso da Toshiba e de seus 73 anos, mais de cinqüenta com jornadas de mais de 2000 horas, Shoichi Saba vai ao centro da questão, e ele argumentava sempre de trata-se de cortar as horas extras que ajudam o orçamento do trabalhador, por isso não sei quando chegaremos à meta das 1800 horas. Ademais, as horas extras funcionam como uma sanfona que protege a mão-de-obra. Se a economia vai bem, há muitas horas extras e não se fazem contratações. Se vai bem, há muitas horas extras e não se fazem contratações e não se fazem demissões. Mas, afinal, o que foi o milagre Japonês? </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O milagre japonês ocorreu entre as décadas de 60 e 80, ou seja, o milagre japonês pode ser definido como a extraordinária e rápida recuperação do capitalismo nipônico após a grave derrota do imperialismo militarista em 1945, o que implicou perda de mercados fornecedores de matérias-primas e consumidores até então controlados, mas deve ser observado que a recuperação econômica japonesa baseou-se no desenvolvimento de indústrias de elevado padrão tecnológico a partir da sofisticação de métodos e técnicas de produção e administração tomadas de empréstimo ao capitalismo ocidental. Podem ser acrescentados, como fatores favoráveis, a disponibilidade de mão-de-obra, rápida recuperação demográfica nos anos 50, e possibilidade de reparar com eficiência a infraestrutura industrial anterior à guerra, a qual, aliás, foi menos danificada do que a alemã, por exemplo. Como se vê, pode ser acrescentada a demanda dos EUA quando de seu envolvimento na Guerra da Coréia com encomendas de caminhões Toyota, o que livrou a empresa da falência. Isto quer dizer também que o milagre japonês é produto da metodologia de uma política industrial, segundo William Dietrich, autor do livro A Sombra do Sol Nascente, analisou que a : “Nossa fé cega é persistente no mercado livre e nossa recusa em ver o governo um parceiro estratégico fazem com que os nossos mercados e a nossa tecnologia se transformem em presa fácil dos japoneses”. Para além disto, derrotado pelos EUA em 1945, o Japão soube se recuperar economicamente, a partir dos anos 50, a ponto de se transformar numa das principais potências capitalistas do mundo contemporâneo. E daí a expressão "milagre japonês". Em que consiste o fato que levou à rendição incondicional do Japão em 1945. O que deve ficar claro é que as duas bombas atômicas lançadas pelos EUA em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 45, levou ao Imperador Hiroíto a render-se incondicionalmente aos EUA. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Um dos mais poderosos sindicalistas do país, acredita que o sucesso japonês tenha algo a ver com o fato de que o povo tem um sangue só, não misturamos a nossa ração e falamos a mesma língua. A teoria que os japoneses tem é que são mais inteligentes do que os americanos porque não cruzaram com sangue negro ou hispânico. As declarações dos grandes construtores industriais nipônicos exaltam constantemente o dever de servir o interesse nacional primeiro, exemplo, a saber, os trabalhadores das empresas Matsushita começam o seu dia de trabalho por cantar com os seus chefes e executivos:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;">Para criarmos um novo Japão,</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;">Juntamos toda a nossa força e poder,</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;">Esforçando-nos por desenvolver a produção, </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;">Enviando os nossos produtos aos povos do mundo,</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;">Continuamente, sem fim,</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;">Como água que da fonte brota,</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;">Cresce industrial!Aumenta e cresce e cresce!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;">Harmonia e sinceridade!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;">Matsuhita Electrica!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">3.2. Japão como Projeção Tecnológica</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Os japoneses consideram o saber o mais importante capital da sociedade moderna, a verdadeira base da economia e o verdadeiro princípio da ação social, podemos perceber que os nipônicos mostram o seu talento aprendendo com rapidez a tecnologia estrangeira. Os robôs industriais foram fabricados na década de 60 nos Estados Unidos. A indústria pioneira se chama Unimation Ine, de Danbrry. Nota-se que os japoneses utilizaram em ampla escala, especialmente na fábrica de máquinas elétricas com 35% e na indústria automobilística com 30%.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>A Hitachi encarregou quinhentos especialistas de produzir um robô inteligente, tendo como cérebro um microcomputador, com faculdades de ver e sentir, para andar de acordo com as necessidades da linha de produção. Os robôs comuns se limitam a repetir os movimentos para os quais e de fato, o que o torna capaz de examinar uma situação e traduzir em ação sua conclusão. Encontra em estudos robôs que podem mover-se de maneira sinuosa, como uma serpente, ou ter muitas pernas para trabalhar em usinas elétricas, no fundo do mar e em hospitais.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em 1980, foi colocada em operação a primeira fábrica do mundo totalmente automática, sob o controle de computadores e tendo como mão-de-obra os robôs industriais. Uma fábrica que produz ligas metálicas extremamente duras. O embaixador Amaury Porto de Oliveira, chefe da representação diplomática brasileira em Cingapura. Ele declara, em linhas gerais, que a construção de maquinaria foi um dos pilares em que o Japão mais firmemente assentou seu desafio à supremacia tecnológica e industrial dos EUA. Lembrando que, no tocante a máquinas ferramentas, companhias norte-americanas controlavam nos anos 60 um terço do mercado mundial, fora do bloco comunista. Atualmente, somente controlam 8%, mas o Japão marchou em sentido oposto. Produtor insignificante de máquinas ferramentas ainda em começos dos anos 70, tornou-se em 1983 o maior supridor mundial exportando máquinas de alta qualidade e refinamento, em geral controladas por computador.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CONCLUSÃO</b><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O Japão, a potência que se ergueu das Cinzas, acerta economia e prepara-se para disputar a liderança mundial do próximo século. Analisando filosoficamente a história da modernização dos nipônicos que progrediram tão rapidamente, tão eficientemente que modificaram o capitalismo no século XX, com pretensões ao século XXI. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O Japão, um país fechado, querendo viver e progredir sozinho, mas foi forçado a abrir suas portas ao Ocidente e levado ao entusiasmo pela cultura ocidental que alastrou-se e estendeu-se a tudo que vinha de fora, aliás, a cultura japonesa persistiu, mas o que interessava do Ocidente era o econômico. Pode-se, vislumbrar, portanto, que na Segunda Guerra Mundial, o Japão é destruído e tudo virou cinzas, mas, foi um país reconstruído. Em 1950 foi a época do milagre japonês, de grande crescimento industrial, baseado na reorganização dos grandes monopólios, no capital estrangeiro e na acumulação feita a partir do pagamento de baixos salários, transformando-se numa das mais importantes nações industrializadas do mundo. Em 1952, o Japão recuperou sua soberania, sendo que o país estava inteiramente transformado pelo projeto de desenvolvimento capitalista. O progresso japonês está provocando aos europeus e aos americanos, É importante analisar que no Ocidente, o cristianismo apadrinhou as diferenças de classe e tolerou a idéia de viver com suor do rosto dos outros. No Japão, o trabalho é visto com uma atividade gratificante. Ademais quem não trabalha não merece respeito.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A educação está virando uma Guerra Mundial. No Brasil está ficando um caso impossível, não há dinheiro nem recursos humanos para sustentar um ensino docente. O que está acontecendo é dinheiro jogado fora, porque oitenta por cento do dinheiro gasto na educação básica em Estados do Nordeste é consumido antes de chegar às salas de aula. O Japão, por sua vez, dá prioridade a educação, mostra que as crianças japonesas passam 52% do seu tempo dentro de uma sala de aula mais que as crianças americanas, sendo que um estudante japonês dedica mas de oito horas por semana às lições de casa, contra apenas menos de duas horas de seus colegas americanos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Assim, acredita-se que o sistema educacional japonês desempenhou papel importante, no momento de o país enfrentar os desafios que surgiram e de abstrair ligeiramente as idéias ocidentais, bem como o conhecimento sobre ciência e tecnologia durante o período de abertura da era Meiji<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>que ocorreu em 1868 à 1912, isso foi, também, um fator chave para a recuperação do Japão e o acelerado crescimento nas décadas seguintes ao final da Segunda Guerra Mundial, que levou o país a ocupar o posto de segunda maior economia do planeta. Atualmente, a sociedade japonesa depara-se com novos desafios como resultado de mudanças nos padrões culturais, avanços na ciência e tecnologia, globalização econômica e um difícil ambiente de negócios. Preparar jovens que possam enfrentar essas novas situações é um dos objetivos da atual educação japonesa. Para isso, uma reforma do sistema educacional está em andamento, envolvendo desde o nível básico até as universidades. Como se vê, a educação sempre esteve entre as prioridades do Japão desde a antiguidade. Em 701, por exemplo, o Código Taiho estabelecia escolas para as crianças da nobreza, tanto na capital como nas províncias. No inicio do período Kamakura (1185-1333), um número crescente de filhos de samurais recebeu educação formal, e a partir do período Edo (1600-1868) a escola foi difundida tanto para elite quanto para as pessoas comuns.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Os japoneses mostra que os pais têm um papel insubstituível na formação escolar de seus filhos, porque os filhos vivem para o progresso do País. Aí, está, o exemplo, uma tecnologia, que cresce levando o país a ser considerando a primeira e a maior potência mundial. É importante perceber que esta criatividade tecnológica japonesa conseguiu combater à poluição, que se havia tornado grave problema com o rápido crescimento industrial do pós-guerra. Foram criados incentivos para os investimentos industriais antipoluidores simultaneamente com regulamentos de estrito controle.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Enquanto os pesquisadores e cientistas brasileiros estão indo embora, em busca de sobrevivência, valorizando profissional, deixando sua terra para viver em outros países, os japoneses estão criando tecnologia, aplicando no seu próprio país para se tornar a maior potência mundial.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">BRASIL, Ubiratan. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">No calor da guerra.</b> Disponível em&lt;&lt;<a href="http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=490ASP004"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="color: #0066cc;">http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=490ASP004</span></span></span></a>&gt;&gt;. Acesso: 10/01/2011. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">BORGES, Lucio machado. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História - Guerra da Coréia.</b> Disponível em&lt;&lt; <a href="http://contextopolitico.blogspot.com/2008/10/histria-guerra-da-coria.html"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="color: #0066cc;">http://contextopolitico.blogspot.com/2008/10/histria-guerra-da-coria.html</span></span></span></a>&gt;&gt;. Acesso: 10/01/2001.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">ESPÍNDOLA, Januário Della Mea e VERGARA, Paulo Monteiro. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Japão face à aliança norte-americana: a redefinição do papel japonês como liderança mundial.</b> In: Disponível em &lt;&lt; <a href="http://www6.ufrgs.br/nerint/folder/artigos/artigo7.pdf"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="color: #0066cc;">http://www6.ufrgs.br/nerint/folder/artigos/artigo7.pdf</span></span></span></a>.&gt;&gt;. Acesso: 10/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">HOBSBAWM, Eric. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Era dos Extremos: O Breve século XX.</b> 2. ed., São Paulo: Cia das Letras, 2001.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">JANEIRA, Armando Martins. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Japão: A construção de um País Moderno</b>. Editora: Inquérito, L. D. A. Lisboa, Portugal, 1985.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">MORISHIMA, Michio. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Porque Triunfou o Japão? A Tecnologia Ocidental e o Espírito do Povo Japonês</b>. Gradativa: Publicações, L. D. A. Lisboa. 1989.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">PAULO, Pedro. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Guerra da Coréia (1950 - 1953).</b> Quarta-feira, 11 de agosto de 2010. In: Disponível em &lt;&lt; <a href="http://historiapensante.blogspot.com/2010/08/guerra-da-coreia-1950-1953.html"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="color: #0066cc;">http://historiapensante.blogspot.com/2010/08/guerra-da-coreia-1950-1953.html</span></span></span></a>.&gt;&gt; Acesso: 10/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">PERALVA, Osvaldo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Um Retrato do Japão.</b> Coleção Polêmica. Editora: Moderna, L. T. D. A. São Paulo, 1991.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">TAKESHITA, Toboru. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O sol ascendente: Japão, a potência que se ergueu das cinzas, acerta economia e prepara-se para disputar a liderança mundial no próximo século.</b> 22 de julho de 1992. In: Disponível em&lt;&lt;<a href="http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_22071992.shtml"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="color: #0066cc;">http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_22071992.shtml</span></span></span></a>. &gt;&gt; Acesso: 10/01/2011.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Este artigo procede de uma elaboração de parte do meu currículo de Mestrado, Análise historiográfica da Cultura Popular História. </span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></a><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-size: x-small;"> This article is a part of my curriculum de Mestrado, Analysis of Popular Culture historiographical History.</span></span></div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><h2 style="margin: 12pt 0cm 3pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; font-style: normal; font-weight: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span></span></span></span></a><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; font-style: normal; font-weight: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;"> Japão: Capital Tóquio; Continente: Ásia; superfície: 372. 050 Km2. População: 123 milhões de habitantes. Uma população homogênea, com pequenos grupos raciais no extremo Norte (ainus) e no extremo Sul (ryukyuanos) e minorias nacionais como os coreanos, os chineses e os filipinos. Unidade monetária iene. PERALVA, Osvaldo. Um Retrato do Japão, p. 11. </span><em><span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; font-style: normal; font-weight: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;"></span></span></em></h2></div><div id="ftn4" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Xoguns – governadores militares ou comandante em chefe. O primeiro xógum foi Minamoto Yoritomo, que recebeu do imperador o título de Sei-i-tai Shogun, general conquistador dos bárbaros, e passou a governar o país. Os descendentes foram: Kamakura, Ashikaga, Takauji. A estrutura do governo no Japão tornou-se muito complexa: além do imperador e do xógum, que detinham um poder apenas nominal, havia um regente que exercia o poder efectivo. JANERA, Armando. Japão, A construção de um país moderno. p. 22.</span></div></div><div id="ftn5" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Bakufu – um administrador militar; foi o último governo do xogunato Tokugawa. JANERA. op, cit. p. 25.</span></div></div><div id="ftn6" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Tokugawa – é o nome dado a dinastia dos xóguns, quer dizer, soberanos, pertencentes a uma mesma família. Tokugawa foi o último xógun,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>nomeado pelo Imperador, em 1603 e estabeleceu a sua capital administrativa em Edo (hoje Tóquio). JANERA, op. cit, p. 25.</span></div></div><div id="ftn7" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Alfandegária – é a cobrança de impostos que se cobra na alfândega a repartição pública onde se cobram os direitos de entrada e saída de mercadorias.</span></div></div><div id="ftn8" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Modernização – inovações, alterações para o ato de modernizar, torna-se nos tempos atuais, a época de coisas novas.</span></div></div><div id="ftn9" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Limitado – restrito,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>restrições nas modificações, subordinado.</span></div></div><div id="ftn10" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[10]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Absoluto – que não conhece superioridade, incondicional, sem restrições.</span></div></div><div id="ftn11" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[11]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Estado – para Marx, o Estado é um poder público especial que existe para coagir e que, sob a forma de uma organização armada, desempenhou sempre o papel de instrumento coercitivo da classe dominante.</span></div></div><div id="ftn12" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[12]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> PERALVA, Osvaldo. Um Retrato do Japão, p. 23</span></div></div><div id="ftn13" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[13]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Primeira Guerra Mundial. Um dos conflitos de todos os tempos,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>por causa de rivalidade entre governos que ambicionavam territórios, marcados e riquezas. A razão principal foi a disputa entre as nações industrializadas da Europa. Essas disputas eram resultado da política imperialista que visava, basicamente, dominar o mercado mundial e o mundo colonial.</span></div></div><div id="ftn14" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[14]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Militar. Os militares se apresentavam para a opinião pública como os únicos capazes de resolver os problemas econômico-sociais do País, o que permeava de um espírito militarista toda a sociedade japonesa.</span></div></div><div id="ftn15" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[15]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Segunda Guerra Mundial – A principal causa da 2ª Guerra Mundial foi a política expansionista, que levou Hitler e Mussolini a fortalecerem o exército de seus países, com a finalidade de por em prática a política expansionista que faziam parte dos objetivos do Nazismo e do Fascismo. O Japão, que também seguia uma linha militarista e agressivamente expansionista, procurou por sua vez desenvolver seu parque bélico em todos os sentidos: fabricado de aviões, tanques, navios, treinamentos de soldados, marinheiros.</span></div></div><div id="ftn16" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[16]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> (PERALVA, 1991, p. 40).</span></div></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/japao-terra-do-sol-nascente.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-939353103360775552</guid><pubDate>Sat, 15 Jan 2011 00:09:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-14T16:09:38.874-08:00</atom:updated><title>O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NO CONTEXTO DA INDUSTRIALIZAÇÃO NA PARAÍBA: ENGENHOS, CURTUMES E TECELAGENS.</title><description><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NO CONTEXTO DA INDUSTRIALIZAÇÃO NA PARAÍBA: ENGENHOS, CURTUMES E TECELAGENS.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">THE ECONOMIC DEVELOPMENT IN THE CONTEXT OF INDUSTRIALIZATION IN </span></b><place><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">PARAIBA</span></b></place><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">: DEVICES, LEATHER AND TECELAGENS.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">Luciano Bezerra </span></b><city><place><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;">Agra</span></b></place></city><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: EN-US;"> Filho</span></b></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="mailto:lucianoagra@hotmail.com">lucianoagra@hotmail.com</a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></b></span></span></span></a></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Resumo:</span></b><span style="font-size: 10pt;"> Em que consiste a industrialização na Paraíba? O que são os Engenhos<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></a>? O que são Curtumes<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span></span></span></a>? O que são tecelagens<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span></span></span></a>? Muitas perguntas, muitas respostas... Este artigo relata a partir dos meados do século XIX, sobre a manufatura agroindustrial, ancorada especialmente na cana-de-açúcar e no algodão, era a “pedra de toque” da economia paraibana. Essa análise visa resgatar o período de seu reinado do açúcar, enquanto o “embaixador” Brasileiro, da colônia portuguesa recém desvelada e sem maior exposição da expressão, ou seja, a mesma importância econômica, na Europa dos séculos XVI a XIX. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Palavras-Chave</span></b><span style="font-size: 10pt;">: Industrialização na Paraíba – Engenhos – Curtumes – Tecelagens.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Abstract: </span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">What is the industrialization in Paraíba? What are devices? What are Tanneries ? What are tecelagens ? Many questions, many replies... This article reports from mid 19th century, on the manufacturing agroindustrial, anchored especially in the cane-of-sugar and cotton, was the "cornerstone" of the economy paraibana.This analysis aims rescue the period of his reign of sugar, as the "ambassador" Brazilian Portuguese, of the colony recently uncovered and without greater exposure of expression, or is, the same economic importance, in the </span><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Europe</span></place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> of centuries XVI to XIX. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Key-words:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> Industrialization in </span><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Paraiba</span></place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> - Devices – Tecelagens - Leather.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="IT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: IT;">Résumé:</span></b><span lang="IT" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: IT;"> quel est l'industrialisation Paraiba? </span><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Quels sont les appareils? Quels sont les tanneries ? </span><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">Quels sont tecelagens ? Beaucoup de questions, de nombreuses réponses... Cet article rapports de la mi 19e siècle, sur la fabrication agroindustrial, ancré en particulier dans la filière canne-de-sucre et de coton, a été le "pierre angulaire" de l'économie paraibana. Cette analyse vise sauvetage la période de son règne de sucre, comme le "ambassadeur" portugais brésilien, de la colonie récemment découvert et sans une plus grande exposition d'expression, ou s'est la même importance économique, dans l'Europe de siècles XVI à XIX. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Mots-clés:</span></b><span style="font-size: 10pt;"> l’industrialisation Paraiba dispositifs – – – Tecelagens cuir.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 14pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;">INTRODUÇÃO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="ES-TRAD" style="mso-ansi-language: ES-TRAD;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span>O presente artigo tem por objetivo realizar uma abordagem sobre inovações tecnológicas as características físicas da fibra do algodão colorido e as fibras do algodão branco. Para isto foi realizada uma avaliação de desempenho no processo de fiação a rotor do algodão colorido, face aos promissores investimentos advindos da demanda por produtos ecologicamente corretos, e a decorrente inovação tecnológica requerida à industrialização deste produto. Este estudo foi realizado numa grande indústria têxtil, instalada na Paraíba, tomando-se como base o processo de fiação utilizado por esta indústria. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Para a fundamentação dos estudos e avaliação dos parâmetros encontrados, utilizou se como referencial analítico às teorias trabalhadas e a realidade encontrada na empresa estudada. Concluiu-se a utilização do algodão colorido como inovação tecnológica utilizada na indústria têxtil, é viável, tendo-se um bom desempenho da matéria-prima e do fio, todavia, para que isso se concretize é necessário que a matéria-prima tenha um baixo percentual de desperdício, um comprimento de fibra médio e uma resistência satisfatória.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em seguida, apesar do progresso econômico, da modernização do Estado, da acumulação de capital e da mão de obra ser assalariada ao invés de escrava, encontramos um desnível nas condições de vida no qual as opulências são para poucos e as dificuldades são de muitos. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Essa constatação não é muito diferente do período colonial que Freyre nos apresentou, visto que, embora os homens estejam em um espectro social estruturalmente diferente, ainda encontramos um contraste entre riqueza e pobreza. No período da época passada da Casa Grande &amp; Senzala, tornou-se um dos caminhos para detectarmos o entendimento da essência do preconceito dos anos 70 do século XX. Sendo assim, percebemos que os empregadores de São Paulo poderiam ter preferências por homens ou mulheres, jovens ou velhos, migrantes ou não-migrantes, brancos ou negros, sua opção pode resultar tanto de motivações econômicas ou por preconceitos sociais e raciais. O sociólogo Gilberto Freire dizia em seu livro “Casa-Grande &amp; Senzala”, o seguinte que:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">é o estudo integrado do complexo sociocultural que se construiu na zona florestal úmida do litoral nordestino do Brasil, com base na monocultura latifundiária de cana-de-açúcar, na força de trabalho escrava, quase exclusivamente negra; na religiosidade católica impregnada de crenças indígenas e de práticas africanas; no domínio patriarcal do senhor de engenho, refluído na casa-grande com sua esposa e seus filhos, mas polígamo, cruzando com as negras e as mestiça. (FREYRE, 2001, p.28-29)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Como se vê, serão analisados, neste artigo, as características como motivo, facilitadores, dificultadores, pressões, conflitos e conseqüências decorrentes do ciclo da cana-de-açúcar a partir dos séculos XVI a XIX. É importante perceber que a necessidade de colonizar a terra para protegê-la e explorá-las as suas riquezas fizeram com que o Governo de Portugal instalasse os engenhos e produtores de açúcar no nosso litoral, mas essa cultura foi selecionada por se tratar de um produto de alto valor no comércio europeu e por seu consumo crescente na Europa.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>Portanto, após as dificuldades de sua implantação, a falta de dinheiro para montar a moenda, comprar os escravos, refinar o açúcar e, sobretudo transportá-lo para os mercados consumidores da Europa, o açúcar tornou-se o essencial produto brasileiro e foi à base de sustentação da economia e da colonização do Brasil durante os séculos XVI e XVII. Assim, acredita-se que no século XVIII, houve uma emergência do açúcar de beterraba e a formação dos conhecimentos e as técnicas para construção de uma indústria açucareira por parte dos holandeses, que fizeram com que o nosso principal produto entrasse em decadência e perdesse o mercado consumidor para o continente europeu, e foi por esse motivo que acabaria o monopólio do açúcar e alteraria o quadro político-econômico da época em nosso país.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Vale ressaltar que à concorrência com os holandeses, o açúcar há muito tempo vinha se decaindo cada vez mais em torno de seus preços no determinado mercado ao passo que os custos da produção somente aumentavam o que levou o algodão a assumir o lugar de exposição na economia paraibana a partir do século XIX, e como argumentou Aécio Villar de Aquino: “De início competido, quase em condições de igualdade, o algodão vai pouco a pouco adquirindo vantagens sobre o açúcar e antes do término da primeira metade do século, já figurava em primeiro lugar nas exportações da Província”. Confirma-se, portanto, que todas essas classes sociais foram sentidas nas primeiras décadas do século XIX mesmo com as tentativas de soerguimento da capitania sob o governo de Fernando Delgado Freire de Castilho que assumiu em 1798 do século XVIII e com referência a isso, ele afirma o seguinte: “Tentando aliviar a situação econômica, Castilho promoveu uma série de melhorias no manejo do açúcar e do algodão, além de reunir a safra de açúcar e tentar exportá-la pelo porto da Paraíba, em navios solicitados ao Reino” (MARIANO, 2001, p.63).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Nessa passagem acima, percebe-se que o açúcar era refinado com os métodos artesanais de fabrico. Isto quer dizer que a precariedade do equipamento de produção se evidenciava por moendas movidas por cavalos e bois, por processos custosos e dispendiosos, onde essas moendas necessitavam de seis ou oito repetições para extrair a matéria-prima da cana, mas, o açúcar tornava-se branco através de um processo que utilizava barro, como analisou Aécio Villar de Aquino “bastante complicado e os mestres de açúcar eram de baixa classificação”. Cabe ressaltar que os engenhos d’água pouco eram utilizados, já que as planícies da várzea do Paraíba não ofereciam os desníveis necessários à movimentação daqueles aparelhos. No que tange aos engenhos movidos a vapor, há portanto registros que eles tenham chegado à Paraíba, tardiamente, em 1882 do século XIX, na mesma década em que entraria em funcionamento, mas o primeiro engenho central foi justamente Aécio Villar de Aquino. Ele argumentava que trazia o engenho central, algumas inovações, utilizando a tração a vapor; era uma fábrica de maior capacidade em que o setor industrial estava separado do agrícola, recebendo canas de outros engenhos e de plantadores independentes, isto quer dizer que a experiência constituiu-se num verdadeiro fracasso por causa dos desentendimentos entre a direção e os fornecedores de cana, irregularidades no fornecimento de cana, falta de controle de preços e avultando sobre os demais fatores negativos, o eterno e magno problema de carência de capital. Martha Lúcia Ribeiro Araújo relatava que:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A cultura do algodão, a mais importante do Estado, não consegue acompanhar as mudanças que estão se processando no Centro-Sul. Mantendo técnicas atrasadas de plantio e colheita, não aumenta a produção. Além disso, firmas como o SAMBRA e a CLAYTON, financiavam os pequenos produtores, porém, após a colheita, determinavam os preços, em detrimento dos produtores, desestimulando, assim, a produção. (ARAÚJO,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>2001,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>p. 114)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Os empecilhos políticos, os atrasos tecnológicos e os insucessos econômicos destacados pelos historiadores Aécio Villar de Aquino e Martha Lúcia Ribeiro Araújo impediam a Paraíba de ingressar no cenário da industrialização brasileira no século XIX. Pode-se, vislumbrar, portanto, que o setor industrial era bastante insuficiente e insignificante para a economia do Estado, apresentava pouco mais de duzentos estabelecimentos, que majoriamente eram micro-oficinas ou unidades fabris de caráter semi-artesanal, empregando de cinco a dezenove trabalhadores em média por cada unidade. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Durante este período destacaram-se alguns segmentos do setor industrial pelo número de estabelecimentos, a exemplo das cinco fábricas de couro, as cinco de tecidos, além das oito indústrias de beneficiamento de algodão com grande destaque para produção têxtil. É nesse contexto, que a indústria de Tibiry, localizada no município de Santa Rita, cuja fundação deu-se nos anos de 1891 do século XIX. Nesse aspecto, seria importante reconhecer que esse município funcionava com trezentos e oitenta e um teares e um quadro de seiscentos e cinqüenta trabalhadores. Já no município de Mamanguape a Fábrica Têxtil de Rio Tinto, fundada no ano de 1924, pertencente à família Lundgren de Pernambuco, era de grande porte, equipada com setecentos e sessenta teares e treze mil fusos. Em conseqüência disto, as fábricas menores se localizavam em outras cidades, tomando por exemplo, Campina Grande e Areia, que empregavam, em média, cinqüenta operários por estabelecimento. Mas, afinal em que consiste os Engenhos?</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Aécio Villar de Aquino nos mostrou que a Paraíba além de possuir um belíssimo litoral, é detentor de um rico e prazeroso roteiro turístico e cultural também pelo interior do estado. Ressalte-se, ainda, que as cidades que compõe o Brejo e que foram as principais responsáveis, naquela região, pela chamada "civilização do açúcar". De toda forma as principais cidades que fizeram parte deste cenário são, a saber, como é o caso de Alagoa Grande, Areia, Bananeiras, Borborema, Solânea, Serraria e Arara. Alagoa Grande Teatro Santa Ignês: Situado entre os casarões antigos, é o terceiro teatro mais antigo da Paraíba. O proprietário rural e político Apolônio Zenaide Montenegro foi quem mandou construí-lo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>É neste ponto que o estilo italiano e a arquitetura interior em pinho de riga, teve sua construção iniciada em 1902 e foi inaugurado em 1905 do século XX. A Igreja Matriz é uma obra centenária e dedicada a Nossa Sra. da Boa Viagem, mas teve a sua construção iniciada em 1861 do século XIX pelo Frei Alberto de Santa Augusta Cabral, sendo o primeiro vigário da paróquia, e concluída em 1868 do século XIX. <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Contudo a Areia Museu da Rapadura está localizado no Centro de Ciências Agrárias da UFPB [Campos III], no lugar onde funcionava um engenho açucareiro do século XVIII [Engenho da Várzea]. Além disso, o local, aberto à visitação pública, mantém preservados as instalações e todo o maquinário utilizado para a fabricação da rapadura, do açúcar mascavo, do mel e da aguardente, além de um alambique de barro, que destilava cachaça para uso exclusivo dos seus antigos proprietários. Museu do Brejo: Também está localizado no Centro de Ciências Agrárias acima citado. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É um antigo casarão onde funcionava a Casa-Grande do Engenho da Várzea, onde se pode ter uma idéia da arquitetura rural da época. Museu Casa de Pedro Américo: Localizado na Rua Pedro Américo, foi a casa onde o grande pintor paraibano nasceu em 1843 e viveu até os nove anos de idade. Em 1943 foi desapropriada, passando a funcionar como museu. Bananeiras Cruzeiro de Roma trata-se de uma capela construída em 1899 pelo Capitão Joça Rodrigues, em homenagem à Sagrada Família, após ter alcançado uma graça. Situada no topo da Serra da Cupaóba, também é conhecida como "Outeiro de Roma" ou "Capela da Sagrada Família". O Carmelo Sagrado Coração de Jesus e Madre Tereza é um magnífico prédio secular, que se destaca pela sua grandiosidade e imponência arquitetônica. Ali funcionou um antigo Colégio, que foi transformado em Carmelo com a chegada das irmãs carmelitas, em 1999, procedentes da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Borborema Igreja-Matriz está situada no topo de uma elevação que domina toda a cidade e é o mais imponente e importante prédio da cidade, mas já passou por inúmeras melhorias e reformas. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Chegando-se até ela subir por uma grande escadaria, cujo parapeito é adornados por várias estátuas que representam alguns santos, profetas e antigos patriarcas hebreus. Serraria Engenho Martiniano está de fogo morto, mas seus atuais proprietários estão produzindo a Cachaça "A Cobiçada", de grande aceitação em toda a região. Os restos mortais de seus fundadores [Francisco Duarte e sua esposa Josefa Duarte] estão enterrados na capela da propriedade, que está bem conservada. Sua casa grande também se encontra em perfeito estado. Arara Santa Fé é um Santuário que foi erguido em homenagem ao Padre Ibiapina, e ela está situado bem na divisa com Solânea, onde esse religioso passou os últimos anos de sua vida. O Santuário conta com uma capela, casa dos milagres, pequeno museu [com instrumentos utilizados pelas irmãs nas casas de caridade criadas pelo padre, quadros, utensílios domésticos da época, moedas, etc], casa dos missionários e casa onde morou aquele religioso.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Os empecilhos políticos, os atrasos tecnológicos e os insucessos econômicos destacados pelo historiador Aécio Villar de Aquino impediam a Paraíba de ingressar no cenário da industrialização brasileira no século XIX. Pode-se, vislumbrar, portanto, que o setor industrial era bastante insuficiente e insignificante para a economia do Estado, apresentava pouco mais de duzentos estabelecimentos, que majoriamente eram micro-oficinas ou unidades fabris de caráter semi-artesanal, empregando de cinco a dezenove trabalhadores em média por cada unidade.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Durante este período destacaram-se alguns segmentos do setor industrial pelo número de estabelecimentos, a exemplo das cinco fábricas de couro, as cinco de tecidos, além das oito indústrias de beneficiamento de algodão com grande destaque para produção têxtil. É nesse contexto, que a indústria de Tibiry, localizada no município de Santa Rita, cuja fundação deu-se nos anos de 1891 do século XIX. Esse município funcionava com trezentos e oitenta e um teares e um quadro de seiscentos e cinqüenta trabalhadores. Já no município de Mamanguape a Fábrica Têxtil de Rio Tinto, fundada no ano de 1924, pertencente à família Lundgren de Pernambuco, era de grande porte, equipada com setecentos e sessenta teares e treze mil fusos. Em conseqüência disto, as fábricas menores se localizavam em outras cidades, tomando, por exemplo, Campina Grande e Areia, que empregavam, em média, cinqüenta operários por estabelecimento. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante perceber que a origem da indústria têxtil em Campina Grande segundo o economista Luiz Gonzaga de Sousa, é um prolongamento da industrialização desses municípios: </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Com isto, surgiram as primeiras fábricas em Campina Grande, como foi o caso das fábricas de beneficiamento de algodão e de sisal. Com o advento do setor de transformação, surgiram a SAMBRA, a ANDERSON CLAYTON e a MARQUES DE ALMEIDA e poucas outras empresas que tinham a finalidade de beneficiar produtos da terra para o uso doméstico e até mesmo exportar. Foi desta forma que apareceu a Indústria Têxtil em Campina Grande. (SOUZA, 1996, p. 57)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O setor têxtil se fez hegemônico nas primeiras décadas do século XX comportando o maior número de estabelecimento industrial e empregando mais de 50% dos operários na Paraíba, acompanhado pelo setor de transformação de alimentos, deixando a terceira posição para o setor de minerais não metálicos. Entrando em crise, nos anos quarenta do século XX, primeiro por não acompanhar a modernização dos avanços tecnológicos, desenvolvida no centro sul do país que passava a inserir no setor, além de novas técnicas de produção, as máquinas de maior, além de novas técnicas de produção, as máquinas de maior porte tecnológico que concentravam as atividades de beneficiamento diminuindo os custos do produto, segundo pela política de financiamento das grandes indústrias têxteis que sofriam com a crise comercial do seu produto instaladas na Paraíba e que açambarcavam a produção local. Isto significa dizer que a Paraíba tem uma economia bastante diversificada com setores emergentes de média tecnologia, alavancada por uma estrutura de serviço e comércio de importância no cenário nordestino. Em relação com a abertura comercial no estado, a economia tem sofrido forte impacto no que diz respeito à concorrência das cidades circunvizinhas, e é por isso que alguns setores se modernizam enquanto outros sofrem retrocesso devido à falta de incentivos para investir em inovações tecnológicas.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante notar que algumas indústrias têm conseguido se modernizar utilizando algumas estratégias como novos métodos de organização do trabalho e da produção, enquanto que no processo de reestruturação econômica e política da indústria na região, vêm-se utilizando-se da otimização dos recursos locais, mas a indústria paraibana vem se diversificando, pois ela está investindo nos setores que estão ligados pelos grandes centros urbanos, e é através destes setores que são expoentes desta nova dinâmica, podemos citar como exemplo, plásticos, bebidas e couro calçados. Colocando que a indústria de Calçados é a que mais vem se alastrando dentro do próprio Estado, assim o segmento de bens não-duráveis se destaca com 76% das unidades instaladas após 1980 do século XX, das quais 54% após 1990 do século XX, porém a receita das indústrias paraibanas provém, principalmente, da venda de produtos em outros estados, seguidos de venda a mercados da própria região. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>As Grandes partes das empresas paraibanas, entre 1999 e 2001, apresentam investimento na aquisição de máquinas e equipamentos, programas de treinamento da mão-de-obra e aquisição de equipamentos de informática e os motivos que levam os empresários, segundo eles, a investir na indústria são, a saber, a ampliação da capacidade produtiva, melhoria da qualidade do produto e melhoria da eficiência, como nos apontou a historiadora e socióloga Martha Lúcia Ribeiro: “firmas como a SAMBRA e a CLAYTON, financiavam os pequenos produtores, porém após a colheita, determinavam os preços, em detrimento dos produtos, desestimulando, assim, a produção.” </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Contudo, a cidade de Campina Grande nos anos 60 do século XX, assistiria ao surgimento de novas indústrias e a proliferação do número de seus estabelecimentos industriais, superando a capital político-administrativa da Paraíba, João Pessoa, cujos índices de crescimento industrial imperavam na década de 40 do século XX. Grandiosa, magnificante, pública e aplicada, Campina Grande destacou-se pelo seu vigoroso crescimento industrial e pela histórica vocação comercial local e para além dos limites do Estado. <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Observe-se, ainda, que o município de Campina Grande passa a ser beneficiado com essa política de industrialização promovida pelo governo federal, possivelmente por ser a cidade mais desenvolvida do Estado da Paraíba e, em decorrência desse privilegio adquiria importância significativa no cenário regional. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Evidentemente havia na região Nordeste outros centros mais desenvolvidos que Campina Grande, no entanto, se tomarmos o desenvolvimento vivenciado por esta cidade e compararmos com a situação geral do Nordeste, chegaremos a conclusão que Campina Grande se desenvolvia muito mais que várias cidades dessa região. As políticas públicas implementadas na região eram, geralmente, ineficazes e atrasadas como mostra essa citação de Raimundo Moreira, comparando as políticas de desenvolvimento do Nordeste e do Centro-Sul:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">[...] Desenvolvia-se no Centro-Sul uma política de inversões dentro de um programa orientado com objetivos definidos, visando à industrialização, enquanto no Nordeste se levava a cabo uma política “assistencialista”. A ação governamental no Nordeste centrava-se na política de combate às secas e tinha efetivamente um caráter filantrópico [...] (MOREIRA, 1979, p. 32-43).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>De acordo com Lima (2004. p. 48): “essa realidade global do Nordeste não se reflete em Campina Grande, ao contrário, ao entrar nos anos cinqüenta o município já se destacava como um centro industrial em franca ascensão e continua durante toda década”. O crescimento era tanto que, em 1959, Campina Grande tinha 111 estabelecimentos industriais, enquanto João Pessoa tinha 93 estabelecimentos. Em termos quantitativos, o número de indústrias, de habitantes, de lojas de comércio, somando-se ainda sua importância como pólo comercial de algodão, fazia dessa cidade um centro propulsor de crescimento econômico. Como podemos perceber, depois de mais de quarenta anos passado da publicação dessa notícia, o Diário nos mostra a imagem de uma instituição que poderiam contribuindo para o desenvolvimento da cidade, ajudando Campina e região a prosseguir seu processo de desenvolvimento. Além disso, apresenta a situação de desenvolvimento que estava inserida Campina Grande. E com o funcionamento de um curso como o de Ciências Econômicas, seria de fundamental importância, devido essa cidade se encontrar em processo de industrialização.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Entre as décadas de cinqüenta e final de sessenta, muitas empresas que haviam se instalado na cidade atraída, ainda, pelo reavivamento da fase áurea do algodão, contribuíram para o desenvolvimento sócio-econômico campinense. Podemos destacar a Escola Técnica do Comércio de Campina Grande, a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência e da Técnica (1956), a Faculdade Católica de Filosofia de Campina Grande (1952), a Faculdade de Serviço Social de Campina Grande (1951), origem da Universidade Regional do Nordeste (URN), criada em 1966 através da Lei Municipal e, transformada 1986, na Universidade Estadual da Paraíba. Foram, também, criadas nessas décadas várias empresas municipais e órgãos voltados para o desenvolvimento da cidade; a Campanha Municipal de Desenvolvimento (COMUDE), criada pela Prefeitura Municipal em 1956. Em 1957, fora criada a SANESA, a primeira Sociedade Mista de Água e Esgoto de todo o Brasil e da América do Sul. Segundo Lima (1996:50) a base do modelo da SANESA serviu posteriormente para a criação da TELINGRA criada em 1955, o Fundo de Desenvolvimento Agro-Industrial (FADIN), o Banco de Fomento Agrícola S.A (BANFOP), criado em 1959, além da Wallig Nordeste S.A, CANDE, FIBRASA, PREMOL e IPELSA, todas criadas em 1966. Segundo o historiador Damião de Lima colocou que:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A cidade participou da preparação do projeto de industrialização, desde as primeiras discussões sobre a mudança na política oficial para região Nordeste e já se destacava no Estado [...] a única cidade do interior do Brasil, não capital de Estado, que tornou-se sede de um órgão de liderança do processo de industrialização do país, a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – FIEP. (LIMA, 1999, p. 125)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Assim, no ano de 1959, a cidade foi a sede do I Encontro dos Bispos do Nordeste, evento realizado com a finalidade de encontrar alternativas para a dinamização e o desenvolvimento da região. Para sanar os problemas que afligiam o Nordeste, o governo federal ofereceu incentivos fiscais para implementar o desenvolvimento da região. Era criada, em 15 de dezembro de 1960, a SUDENE e a partir daí criava-se juntamente com o órgão as condições necessárias para que o centro dinâmico da região Nordeste, antes exportador e primário, fosse substituído pelo setor industrial, para onde foram canalizados os investimento do Governo Federal. Oferecendo facilidades não verificadas em outras cidades, Campina Grande conseguiu estrategicamente atrair novas indústrias no início da década de 60 do século XX, beneficiando-se do órgão recém-criado como destacou o historiador Damião de Lima no período compreendido entre 1961 e 1965:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Foram aprovados pela SUDENE, para Campina Grande, 9 projetos, sendo 5 de implantação de novas indústrias e 4 de modernização das indústrias já existentes. Entre esses projetos, dois merecem destaque: o Projeto de Implantação da Campina Grande Industrial Ltda [CANDE], produtora de tubos plásticos e, principalmente, o Projeto de Implantação da WALLIG NORDESTE S/A, empresa de grande porte, produtora de fogões a gás liquefeito. (LIMA, 1999, p. 126)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Pela primeira vez na história o setor secundário superava o terciário campinense, empregado mais 16. 300 pessoas no início da década de 60 do século XX. A industrialização era vista como a panacéia para os problemas sociais da cidade. Nesse sentido, podemos citar o discurso de Newton Rique, empresário e político campinense, onde chegou a expor que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A industrialização de Campina Grande vem sendo o desejo dominante no seio da classe produtora e chegou às massas trabalhadoras sob a forma de uma aspiração coletiva, capaz de solucionar com todo o cortejo de males que ele acarreta. [...] Julgo que é chegado o momento de uma poderosa intervenção do governo municipal para, dirigir, fomentar e disciplinar um maior</span> <span style="font-size: 10pt;">surto desenvolvimentista, através da industrialização em maior escala no município. (LIMA, 1999, p. 125)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 171pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">CÂMARA MUNICIPAL. Discurso do ex-prefeito Newton Rique, na entrega do Projeto de Criação do Fundo Municipal de Industrialização de Campina Grande [FUMINGRA]. Campina Grande, 13 de dezembro de 1963 do século XX.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Considerando, então, que a política desenvolvimentista de concessões e incentivos fiscais da SUDENE garantiu ainda o amadurecimento do setor calçadista da Paraíba que teve participação discreta na economia local nas primeiras décadas do século XX, modernizando o pólo coureiro-calçadista do Estado a partir da vinda de estabelecimentos de peso deslocados das regiões Centro-Sul para a Paraíba, como a BESA, a AZALEIA e a PARC, implantadas em Campina Grande, o que transformou o município no maior distrito calçadista da Paraíba. Os anos 70 e 80 do século XX, foram marcados pelo impressionante volume de empregos gerados pelo setor de calçados, mas, a concentração técnica e econômica garantiram a indústria calçadista a sua afirmação, o seu “lugar ao sol” como setor vetor de desenvolvimento na economia do Estado.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Diametralmente diferente do município de João Pessoa, no que tange a constituição de um aglomerado de empresas de calçados possibilitada pela atração de empresas vindas de outras regiões do país, em Campina Grande a indústria calçadista surgiu no inicio do século XX enquanto indústria artesanal de beneficiamento e produção de artigos de couros possibilitada pelo comércio do algodão, força propulsora da agropecuária beneficiada pela localização geográfica do município como destaca Damião de Lima: “Campina Grande, localizada no interior do Estado da Paraíba, destacou-se no cenário nordestino, desde sua a origem, como um importante entreposto comercial e um elo entre o interior do Estado e a capital e também o estado de Pernambuco.” A indústria calçadista campinense atingiu seu apogeu no período de 1937 a 1945 contando com mais de trinta novas indústrias, fenômeno efêmero discutindo pelo professor de Economia da UFCG, Luiz Gonzaga de Sousa: “Depois desta fase, como em todo ciclo econômico, muitas destas indústrias faliram, inclusive Luiz Gomes Bezerra, o ‘Lula Gato Preto’, tendo em vista as peculiaridades da economia da época provocaram crise”.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Neste fragmento acima, percebe-se que a crise foi superada pelo setor em meados dos anos 50 do século XX com a introdução do couro sintético que tornava o produto mais barato facilitando sua comercialização no mercado local. Na história da formação do setor coureiro-calçadista da Paraíba tanto os pequenos grupos formados por pequenos produtores pioneiros como os Mottas que durante a Segunda Guerra Mundial tinham a sua produção total de fabricação de botas vendida para o Exército Brasileiro, como também um grupo pequeno de grandes empresas vindas do Centro-Sul do país, a partir da criação da SUDENE, estiveram presentes na construção do setor calçadista paraibano. Mas, afinal podemos fazer uma outra indagação: Em que consiste a origem e a evolução da indústria de curtume na Paraíba? Primeiramente Egidio Luiz Furlanetto dizia o seguinte: “O período [...] entre o pós-guerra até o final dos anos 50, houve [...] um desenvolvimento do setor coureiro no Estado da Paraíba com aumento das exportações, com Campina Grande constituindo-se o principal pólo coureiro do Estado [...] do Nordeste.” (<span style="font-family: TimesNewRoman,Bold; mso-bidi-font-family: 'TimesNewRoman,Bold'; mso-bidi-font-weight: bold;">FURLANETTO, 2004, p. 4). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Percebe-se por essa leitura que o período compreendido entre o pós-guerra segunda guerra mundial até o final dos anos 50 do século XX, houve uma comunicação em torno do desenvolvimento econômico do setor coureiro no Estado da Paraíba das exportações, com Campina Grande constituindo-se, assim o principal pólo coureiro do Estado, sendo que é um dos mais importantes do Estado do Nordeste da paraíba. Em conseqüência disto, este crescimento tenha se restringindo durante a década dos anos 70 do século XX, mas em Campina Grande continuava sendo relevante e importância para o setor, basta dizer que em 1973 do século XX, quando o Núcleo de Assistência Industrial da Paraíba [NAI/PB] - célula inicial do que viria a ser o atual SEBRAE, ao realizar um diagnóstico da Indústria de Couros e Calçados no estado da Paraíba, identificou que dos cinco curtumes industriais do Estado quatro encontravam-se em Campina Grande e, somente um em João Pessoa. Campina Grande e, por conseqüência o estado, viu se restringir a sua importância como importante pólo coureiro a partir dos anos 80 do século XX, efeito este que fez com que entrasse no século XXI com reduzido grau de importância no setor, mantendo em atividade somente algumas pequenas e médias unidades que operam muito mais em função de um outro segmento, o qual, diga-se de passagem, vem crescendo de importância dentro do arranjo, o da indústria de equipamentos de proteção individual, tais como luvas, botas, aventais e perneiras, todos produzidos a partir do sub-produto do couro bovino denominado de “raspa” .</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Atualmente a indústria paraibana de curtumes foi uma pujante indústria foi se transformando, aos poucos, numa atividade associada à produção de equipamentos de proteção individual [EPI’s], pois nenhuma daquelas importantes unidades, existentes na década de 80, encontram-se em atividade. Atualmente, não existe nenhuma unidade significativa que processe couros da forma completa em Campina Grande, isto é, que adquira peles “in natura” ou conservadas e as processe. Todas as quatro indústrias que podem ser caracterizadas como indústrias de curtumes, nasceram muito mais para servir de suporte à fabricação de equipamentos de proteção individual [EPI’s], indústria que surgiu em função das iniciativas pioneiras de uma importante empresa, hoje desativada, que produzia uma gama expressiva de EPI’s e das “janelas de oportunidades” que se abriram em função da desativação das indústrias tradicionais de curtume, o que acabou disponibilizando equipamentos e mão-de-obra especializada. Vale ressaltar outro ponto importante que é sobre a tecelagem. Maria da Conceição Gomes Valle, argumentou que para Daniel (2004) o processo para obtenção de artigos prontos torna-se difícil devido à pequena quantidade de fibra produzida. A fiação de toda a produção, atualmente:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Em Campina Grande, Paraíba, é realizada a tecelagem em teares manuais pela Entre fios. Além do algodão ser naturalmente colorido, a fibra do Brasil segundo o presidente da Embrapa, tem constituição orgânica por todo processo ser limpo, apresentando propriedades similares às do algodão branco. O cultivo do algodão colorido traz, benefícios ecológicos, visto que a sua coloração é natural, dispensando desta forma o uso de produtos químicos para o tingimento, o que irá contribuir significativamente com a diminuição do nível de poluição dos rios. Além disso, apresenta também vantagens econômicas e sociais, pois, seu cultivo mantém os agricultores no campo, oferecendo-lhes uma oportunidade de renovação da produção algodoeira. Contudo, é importante salientar que além das vantagens citadas acima, o algodão possui uma alta capacidade de absorção, o que faz com que a fibra seja confortável, e mais adequada ao clima quente do Brasil. (VALLE, 2004, p. 62)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 170.95pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante destacar nessa passagem que os tecelãos paraibanos colocam em suas redes, mantas, tapetes e almofadas, uma mistura viva de cores e formas que traduzem claramente a formação "misturada" que o povo brasileiro possui, sobretudo o povo nordestino. É importante, entretanto, que do Litoral ao Sertão temos comunidades trabalhando e produzindo aquilo que foi identificado como maior expansão do artesanato paraibano, a rede de dormir. No entanto, existem as cidades de Gurinhém, Campina Grande, Boqueirão, São Bento e Aparecida como principais produtoras. Como se vê, é certo que atualmente, a Paraíba também desponta como único produtor de produtos elaborados com a técnica da tecelagem utilizando o fio do algodão colorido, ecologicamente correto e que não é tingido quimicamente, ele já brotou com a cor que vai ser fiado.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Concluímos que, se por um lado constata-se a quase extinção de um importante setor da economia, por outro se vislumbra o nascimento de uma nova indústria no estado da Paraíba – a indústria de EPI’s, a qual poderá fazer com que o setor consiga “renascer das cinzas”. Podemos concluir que os resultados obtidos, analisar-se-á, as proposições consideradas ao determinado longo deste estudo, bem como a circulação da trajetória indústria de curtumes da Paraíba. É evidente que a partir dos anos 80 do século XX, a política de atração de grandes empresas continuaram sendo praticado pelo governo no Estado. Assim, foram instaladas no município de Campina Grande uma fábrica da SÃO PAULO ALPARGATAS S/A e duas na cidade de João Pessoa, sendo a empresa paulista contemplada na década de 90 do século XX com incentivos ofertados pelo governo para expandir as suas atividades para outros municípios do Estado. Ainda nos anos 90 verificou-se a afirmação da indústria de confecções da Paraíba, setor formado na década de 80 por pequenas e médias empresas e que ganhou novo fôlego com a instalação da unidade de produção da COTEMINAS S.A, que em Campina Grande propiciou a retomada da condição hegemônica de maior produtora de fios do Estado.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O setor industrial da Paraíba vem realizando particularmente no inicio do novo milênio, um significativo esforço para adaptar-se às transformações que desafiam os paradigmas básicos de produção, com novas tecnologias e modelos operacionais de gestão em um ritmo avassalador que levaram a indústria a repensar não somente como o “fazer” diante de uma série de metamorfoses globais como também “o que fazer”. Outra perspectiva mais importante é modelo de desenvolvimento do estado da Paraíba, proposto pela Federação das Indústrias [FIEP], baseado no aproveitamento das potencialidades e vocações regionais, leva em consideração o conhecimento como variável chave para que se possa alimentar um processo continuo de geração da inovação tecnológica. É importante ressaltar que diante desse cenário o setor industrial ressente-se da insuficiência e da inadequação da oferta de formação em áreas tecnológicas focadas em setores produtivos. As empresas estão preocupadas com a formação profissional que possa atender as estratégias do negócio.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Esse é o contexto no qual emergiu, em 2003 do século XXI na Universidade Corporativa da Indústria da Paraíba, com foco central na formação de profissionais com o perfil de competências demandadas pelo setor produtivo. Desta forma, a Universidade Corporativa da Indústria da Paraíba [UCIP] é associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, instituída e mantida pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP, SESI, SENAI e IEL). Portanto, a UCIP é provedora de conhecimentos, com vistas ao fortalecimento da indústria paraibana, atuando de forma inovadora com um novo conceito de universidade corporativa multisetorial, fundamentada no desenvolvimento de competências. Assim, a UCIP brotou alinhada com os conceitos de educação corporativa setorial, tendo como propósito promover o desenvolvimento, difusão e compartilhamento de conhecimento por meio de programas de educação continuada, com cursos em todos os níveis e áreas de especialidade das indústrias vinculadas aos sindicatos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA</b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">AQUINO, Aécio Villar de. Economia e Instituições Sociais na Paraíba do século XIX – a agroindústria açucareira In: OTÁVIO, José &amp;RODRIGUES, Gonzaga (Orgs). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Paraíba: Conquista, Patrimônio e Povo</b>. 2ª ed. João Pessoa: Edições Grafset. s.d.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">ARAÚJO, Martha Lúcia Ribeiro. Tempos de crise e decadência na economia paraibana (1945 – 1964). In: LIMA, Damião Et. all. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Estudando a História da Paraíba</b>. Campina Grande, Gráfica Marcone, 1999. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">ARAÚJO, Martha Lúcia Ribeiro. Tempos de crise e decadência na economia paraibana (1945 – 1964). In: GURJÃO, Queiroz Eliete de, LIMA, Damião Et. all. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Estudando a História da Paraíba</b>. Campina Grande: EDUEP, 2001. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">CÂMARA MUNICIPAL. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Discurso do ex-prefeito Newton Rique, na entrega do Projeto de Criação do Fundo Municipal de Industrialização de Campina Grande (FUMINGRA).</b> Campina Grande, 13 de dezembro de 1963.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">FREYRE, Gilberto. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Casa-grande &amp; Senzala</b>. 42. Ed. Rio de Janeiro: Record. 2001.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: TimesNewRoman,Bold; mso-bidi-font-family: 'TimesNewRoman,Bold'; mso-bidi-font-weight: bold;">FURLANETTO, Egidio Luiz. Furlanetto (UFCG). <b>Trajetória da indústria de curtumes da Paraíba: rumo a extinção ou nascimento de uma nova indústria? XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004. </b></span>Disponível em: <a href="http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0704_0808.pdf">http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0704_0808.pdf</a>. Acesso em: 07/11/2010.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">LIMA, Damião de<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. Impactos e repercussões sócio-econômica das políticas do governo</b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">militar no município de Campina Grande (1964-1984).</b> Tese de Doutorado. CH/USP -</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">São Paulo. 2004.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">LIMA, Damião de. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Tempos de desenvolvimento e crise na economia campinense. </b>In: LIMA, Damião Et. all. Estudando a História da Paraíba. Campina Grande, Gráfica Marcone, 1999.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">MARIANO NETO, Belarmino. Ecologia e imaginário - memória cultural, natureza e submundialização. João Pessoa: Editora da UFPB, 2001, 2 ª Reimpressão, 206p.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">MARIANO NETO, Belarmino; RODRIGUES, L. P. M.; FREIRE, C. S. Roteiros Integrados “Civilização do açúcar”: os caminhos dos engenhos na Paraíba. In: Cultura no espaço rural brasileiro – Anais do 6ª Congresso Brasileiro de Turismo Rural. Piracicaba/SP: FEALQ, 2007, 171-177p.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">MOREIRA, Raimundo<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">. Uma Política Regional de Industrialização</b>. Rio de Janeiro: Ed.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Paz e Terra, 1979.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">SOUSA, Luis Gonzaga de. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Movimentos da Vida</b>. João Pessoa. Ed. Universitária. 1996.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">VALLE, M. C. G.; FREITAS, T. O.; GUEDES, R. C., SILVA, I. P. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Uma nova geração de fibras: um estudo sobre a busca pelo conforto e redução dos impactos ambientais.</b> Revista Universidade Rural: Série Ciências Humanas, Seropédica, RJ: EDUR, v.26, n.1-2, p. 60-66, jan.- dez., 2004. Disponível em: <a href="http://www.editora.ufrrj.br/revistas/humanasesociais/rch/rch26/Revista%20C.%20Humanas%20v.%2026%20n.%201-2/10.PDF">http://www.editora.ufrrj.br/revistas/humanasesociais/rch/rch26/Revista%20C.%20Humanas%20v.%2026%20n.%201-2/10.PDF</a>. Acesso em: 07/11/2010.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;">Graduado em Licenciatura em História pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB] e Graduando em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB].</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Com referência a isso, o engenho é o nome da grande propriedade agrícola destinada à produção do açúcar. Confirma-se, portanto, que os proprietários dos engenhos eram conhecidos como senhores de engenho. Mas afinal, o que faziam parte do engenho? Casa-grande eram construções sólidas e espaçosas, onde viviam o senhor de engenho e sua família: mulher, filhos e agregados. Assim, acredita-se que a casa-grande era o centro da vida social e econômica do engenho. A Capela é o local onde se realizavam os serviços religiosos católicos. Aos domingos e dias santos, a capela era o ponto de encontro da comunidade, ali realizavam-se batizados, casamentos e funerais. A Senzala: era a moradia dos escravos. Era uma habitação rústica e pobre, onde os negros eram amontoados, sem nenhum conforto e por fim o Engenho possuia instalações destinadas ao preparo do açúcar - a moenda, onde a cana era moída para a extração do caldo; as fornalhas, onde o caldo era fervido e purificado em tachos de cobre; a casa de purgar, onde o açúcar era branqueado; os galpões, onde os blocos de açúcar eram quebrados em várias partes e reduzidos a pó.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> O Curtume é um estabelecimento onde o couro cru é tratado a fim de ser comercializado para indústrias de artefatos de couro. O processo de curtimento consiste na transformação de peles de animais em couro e pode ser classificado em 3 modalidades, a saber, o curtimento mineral, o vegetal e o sintético.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>Primeiramente o Curtimento Mineral mais conhecido é o à base de cromo, utilizando-se sulfato de cromo com 33% de basicidade. Em seguida o Curtimento Vegetal se dá pela utilização de taninos, ou seja, extrato de plantas que possuem afinidade pelo colágeno, transformando a pele sujeita ao apodrecimento em couro não putrescível. E por fim no curtimento sintético, são empregados curtentes, em geral orgânicos (resinas, taninos sintéticos), que proporcionam um curtimento mais uniforme e aumentam a penetração de outros curtentes, como os taninos e de outros produtos. Isto propicia, por exemplo, um melhor tingimento posterior. Portanto os curtumes geralmente, são mais caros, relativamente aos outros curtentes e são mais usados como auxiliares de curtimento.</span></div></div><div id="ftn4" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1246164970733543870#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> As Tecelagens são os atos de tecer, entrelaçar fios de trama (transversal) e urdume, ou urdidura, (longitudinal) formando tecidos. Pode-se, vislumbrar, portanto que os tecidos produzidos no processo de tecelagem, ou seja, também conhecidos como tecidos planos ou de cala, não podem ser confundidos com tecidos de malha. Nos tecidos planos há somente duas posições possíveis para os fios de trama, ou, ele passa por baixo ou passa por cima dos fios de urdume.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/o-desenvolvimento-economico-no-contexto.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-8182886149772856966</guid><pubDate>Fri, 07 Jan 2011 13:11:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-07T05:11:01.447-08:00</atom:updated><title>A MÚSICA AFRO-BRASILEIRA COMO REPRESENTAÇÃO DA CULTURA ESCRAVOCRATA NO PERÍODO COLONIAL (SÉCULO XVI – XIX): UMA ABORDAGEM VIÁVEL NO ENSINO DE HISTÓRIA.</title><description><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;"><h2>A MÚSICA AFRO-BRASILEIRA COMO REPRESENTAÇÃO DA CULTURA ESCRAVOCRATA NO PERÍODO COLONIAL (SÉCULO XVI – XIX): UMA ABORDAGEM VIÁVEL NO ENSINO DE HISTÓRIA.</h2><br />
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lucianoagra@hotmail.com <br />
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Resumo: Este artigo busca desenvolver uma reflexão sobre a realidade social dos escravos e sua participação no processo que desencadeou a música afro-brasileira no contexto social do séc. XVI – XIX, a fim de que estes conhecimentos sejam incorporados no Ensino de História. Através de sua contribuição para o conjunto historiográfico, a pesquisa histórica e cultural, pretende intervir no processo de ensino e aprendizagem, refletindo sobre os sistemas de repressão construídos pela política colonial dominante. Mediante a análise proposta, poderemos comprovar a diversidade dos conflitos na sociedade escravista, a partir de uma realidade multifacetada expressa nesse gênero musical originada no Brasil, no período aqui mencionado. Defende-se aqui que os estudos sobre a alteridade cultural da matriz africana no ensino de história tornam-se elementos marcantes de representação do imaginário dos escravos no desejo de evocar seus costumes e tradições, além de expor a diversidade cultural afro-brasileira. <br />
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Palavras-Chave: Cultura Escravocrata – Ensino – História da música.<br />
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Abstract: This article seeks to develop a reflection on the social reality of the slaves and their participation in the process launched the African-Brazilian music in the social context of the century. XVI - XIX, so that this knowledge is incorporated into the Teaching of History. Through its contribution to the whole historiography, historical research and cultural attempt to intervene in the process of teaching and learning, reflecting on the prosecution systems built by the dominant colonial policy. Through this analysis, we demonstrate the diversity of conflicts in the slave society, from a multifaceted reality expressed in that music genre that originated in Brazil during the period mentioned. It is argued that studies of the cultural otherness of African origin in the teaching of history become the most salient elements of the imaginary representation of slaves in the need to raise their customs and traditions, and exposed to cultural diversity African-Brazilian. <br />
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Keywords: Culture slavery - Education - History of music. <br />
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INTRODUÇÃO<br />
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Este estudo aborda a modalidade da música Afro-Brasileira, que surgiu dos movimentos herdados da sociedade escravista, decorrente da imposição criada pelo sistema colonial escravocrata. Esta música foi marcada pelo preconceito e violência da elite dominante, que se valeu de uma suposta superioridade étnica e religiosa direcionada à população indígena e aos milhares de negros que foram trazidos para o Brasil como cativos. <br />
Os índios, que a princípio tinham uma relação amistosa, foram eliminados quando não seguiam os interesses desta elite e quando podiam trabalhar eram escravizados. Os escravos, por sua vez, foram comercializados, tratados como instrumentos de trabalho e reprodutores de outros no processo da cultura popular afro-brasileira, a partir do século XV.<br />
Diante deste cenário, podemos relatar que as canções musicais eram expressões contidas no sentimento, sofrimento e revolta contra a sociedade dominante, que reprimia os valores e tradições de origem africana. Os africanos teriam de se adaptar às novas regras de convivência e compor os movimentos ficcionistas, tomando, por exemplo, a questão de uma raça e uma etnia formando uma marginalização de sua adversidade cultural. <br />
Outro ponto importante que devemos mencionar é a questão das canções, melodias e letras da música afro-brasileira, que engloba os ritmos musicais, danças, religiões e outros componentes da cultura européia, representados pela comunidade colonial portuguesa, e outra música nativa, que era incorporada aos grupos de negros e mestiços que constitui hoje a cultura afro-brasileira. É dessa forma que as músicas simbolizam as histórias sócias político econômico e cultural das práticas representativas da comunidade afro-brasileira. <br />
Neste contexto, demonstra as condições existentes nas relações sociais durante o período colonial, para disfarçar as violências sofridas pelos escravos. Estes expressavam a opressão, através das práticas representativas expressas nas atividades folclóricas e no controle da igreja que permeavam a sua vivência cotidiana.<br />
Convém ressaltar que a igreja tentava combater os rituais musicais da cultura Afro-Brasileira, uma vez que seus atos de controle afetavam a consciência e a conduta social dos movimentos festivos. No entanto, essa hegemonia religiosa não conseguiu destruir os perfis de outras culturas tradicionais, como no caso da criação das irmandades religiosas que buscam separar a igreja da elite branca e a dos escravos. Criou-se assim o sincretismo, difundindo-se a fusão da igreja católica cristã com a religião pagã dos escravos. Emergiu, dessa forma, o candomblé e outras expressões próprias dos negros. <br />
A partir do século XVII surgem as expressões, mas vivas da tradição musica negra, a exemplo do lundu, que se desdobrará em outros ritmos, tais como o samba, maxixe, a polca, e assim sucessivamente. Nesse processo, a música Afro-Brasileira chega na segunda metade do século XIX, com as inovações decorrentes do desenvolvimento econômico, social, político e cultural. A música é percebida através de outras visões, especialmente quando as tendências desse processo de ruptura criam uma nova roupagem das expressões culturais que vai se fixar no século XX.<br />
Decorrentes dessa importância social podem inserir a música afro-brasileira nos parâmetros dos currículos escolares do ensino de história, propondo a divulgação da diversidade das tradições culturais Afro-Brasileiras. Analisando-se a música no contexto da sociedade escravista colonial, buscamos refletir sobre a situação que originou os conflitos existentes, que incidem nos movimentos reacionários de dominação imposta pela sociedade. <br />
Esta música de raiz negra retrata um momento em que a cultura de um povo foi submetida a inúmeras formas de violência, mas que na expressão de sua identidade deu forma e voz aos escravos como mecanismos de resistência social.<br />
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1. ADMINISTRAÇÃO E ESTRUTURA DA SOCIEDADE ESCRAVOCRATA NO PERÍODO DE DOMINAÇÃO PORTUGUESA NO BRASIL<br />
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A expedição comandada por Martin Afonso de Sousa, em 1531, tornou um marco à administração colonial portuguesa no Brasil, com a instalação do primeiro engenho da capitania de São Vicente. Com essa medida, efetuou-se a implementação do sistema colonial de orientação mercantilista. Através dessa intervenção, produziu-se no Brasil a organização administrativa, com demandas de investimentos capazes de fomentar a base de uma empresa essencialmente agrícola, voltada para atender às necessidades desse tipo de exploração com vistas à acumulação de riquezas e do lucro rápido. <br />
O funcionamento dessa política de conotação absolutista presente na Europa foi caracterizada pela total concentração de poderes na mão do rei. Na colônia, o rei era representado por funcionários metropolitanos que recebiam plenos poderes para agir segundo os interesses da metrópole portuguesa.<br />
Essa transferência de poderes resultou na concentração de riquezas nas mãos dos proprietários de terra, que desenvolviam também a exploração do trabalho (principalmente, o da forma compulsória de escravidão). Por essas medidas, foi permitida a existência do latifúndio improdutivo neste contexto histórico e de outras riquezas naturais na produção agrícola em larga escala destinada ao mercado externo. A montagem dessa estrutura fez surgir uma classe dominante aristocrática que dominava a administração brasileira. <br />
A sociedade formada nessa constituição apresentava alguns aspectos específicos em algumas regiões. Entretanto, o fator predominante era o patriarcalismo, onde a família e as pessoas que viviam nas terras de um proprietário eram posses dos senhores do engenho. Como salienta Freire (2004):<br />
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... A influência africana fervendo sob a européia e dando um acre à vida, sexual, à alimentação, a religião; o sangue do negro correndo por uma população brancarana, quando não predominando em regiões; Ainda hoje de gente escura; o ar da áfrica, um ar quente, oleoso, amolecendo nas instituições e nas formas de cultura. (FREIRE, 2004, p. 66).<br />
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Criada pelas relações de convivências simples, típicas do espaço rural, combinado com a agricultura, a miscigenação, a regularidade por meio da escravidão, foi incorporada ao sistema político dominante. Esse autoritarismo foi acentuado na produção canavieira, onde o latifúndio destinado à produção se sobressaia ao poder da autoridade local, que tinha nas vilas os seus representantes. Além da autoridade aristocrática existia também o poder da Igreja católica, que exercia seu autoritarismo sobre as pessoas. A conjuntura econômica da exploração colonial era vivenciada numa sociedade onde a elite era amparada pelas concepções científicas que difundiam uma ideologia preconceituosa para justificar a exploração dos negros, que eram, na verdade, considerados seres “incapazes” e “dependentes”. <br />
Reforçando essa minha inferição, reportume-me a Flávio de Campos; Lídia Aguilar; Regina Claro e Renan Garcia Miranda, no livro didático apresentado em “O Jogo da História: de corpo na América e de alma na África”, no qual chama-nos atenção para o fato de indica que:<br />
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[...] Na base, a imensa maioria era composta por escravos. Logo a seguir vinha um pequeno grupo formado por artesãos, pequenos proprietários de terras, homens livres pobres e escravos. No topo figuravam os grandes senhores de engenho e as autoridades coloniais e eclesiásticas. A sociedade mineradora também tinha uma grande massa de escravos em sua base. No entanto, os grupos intermediários eram mais complexos e numerosos. Logo acima dos escravos estavam os homens livres pobres, em geral mulatos ou libertos, que se dedicavam a serviços ocasionais ou participavam das milícias organizadas pelas autoridades metropolitanas. Na camada seguinte encontravam-se os artesãos, os comerciantes, os profissionais liberais, os representantes do clero e os funcionários da administração colonial. No topo estavam os grandes mineradores e as autoridades coloniais. (CAMPOS, 2002, p. 112 – 113)<br />
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É neste contexto que a Igreja católica deu sua contribuição, afirmando a conversão da população africana escrita pela exploração escrava perante o cristianismo. Junto das idéias cristãs e da autoridade administrativa representada pela elite agrária, desenvolveu-se o domínio dos escravos como produto da economia colonial mercantilista, ou seja, foi enfatizada pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850 do século XIX com o fim do tráfico dos escravos; a Lei do Ventre Livre em 1871 do século XIX e a Lei dos Sexagenários de 1886 do século XIX, que foram aprovadas pelo fim da escravidão no Brasil. <br />
Cabe destacar ainda, que a assinatura da Lei Áurea, em 1888, foi mencionada como um sistema de mecanismos para a utilização pela cultura superior [“elite”], isto é com a meta de desfazer a mobilização das revoltas escravas e as próprias organizações que os apoiavam nesta última década da escravidão, mas haviam atingido pelo nível de mobilização que a introdução dos imigrantes, principalmente na lavoura cafeeira, que foi a base fundamental para desfazer esse movimento abolicionista. Na mesma linha de raciocínio, esses acontecimentos procuram apresentar que após os imigrantes, que conseguiram se organizar, estruturar essas sociedades clássicas, a partir deste rompimento com o processo historiográfico da república velha, da espada e o início da política social, cultura do governo Vargas em 1930 para o Brasil. Arantes (1992) explica:<br />
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A diferenciação das condições materiais de existência no interior de uma sociedade, entretanto, própria a formação de subgrupos especializados e acarreta a produção de conteúdos culturais constituído das especificidade de cada um deles frente aos demais(...), faz compreender o movimento ritimística dos cânticos, numa mistura da religião católica com rituais africana, a origem de várias expressões presente nos presentes nos diferentes cultos afro-brasileiros (ARANTES, 1992, p. 42).<br />
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2. AS IMPLEMENTAÇÕES DAS TRADIÇÕES DE MATRRIZ AFRICANAS AGREGADAS A NOVOS VALORES SÓCIOS CULTURAIS NO BRASIL<br />
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O fato de conviver num ambiente hostil e de complexas relações sociais, os negros foram sufocados pelas condições que os negros tinham em seus países de origem. Aqui, tiveram de se adaptar e aceitar e exigências e imposições determinadas pelo sistema político dominante. Em razão disso, foi criada a concepção escravista que irá influenciar os grupos humanos numa confluência étnica e racial típica da sociedade colonial da época. Dessa mistura de culturas brancas e negras, surgiram hábitos e costumes agregados à identidade étnica. Sejam na forma de culinária, danças, linguagem, música, religião, entre outras expressões. <br />
È nas festas que as adversidades culturais dos escravos, suas representações, seus gestos são associados aos já existentes, originando costumes e músicas típicas dos movimentos, numa forma de resistência e afirmação de suas identidades. Desses movimentos sobressaiu o que comumente conhecemos como cultura popular. Com características próprias de cada região do Brasil, estas expressões foram se desenvolvendo de acordo com as realidades econômicas de cada uma. Os principais núcleos rurais que se destacaram como difusores dessa dinâmica foram regiões que englobam o Rio de Janeiro, Pernambuco e Salvador, consideradas centros irradiadores de produção sócio-cultural. <br />
A possibilidade de poder agregar elementos novos, tais como os costumes e crenças que carregavam de seus antepassados, tornou viável para o cativo uma readaptação às exigências impostas pelo repressivo sistema escravista vigente. Essa tomada de decisão é reflexo da própria imagem que os negros passaram a ter a partir do momento em que foram inseridos num mundo completamente diferente do seu. A música passa a ser fundamental nesse processo, como explica Ferreira (2009):<br />
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Na cultura africana, a música está vinculada ao cotidiano do trabalho, da religião e do entretenimento. Para o africano a música não é um luxo, mas um modo de vida, presente do nascimento à morte, do plantio à colheita. Atividade rotineira como caça, pesca, preparação de alimento são invariavelmente realizadas ao som de músicas. (FERREIRA, 2009, p. 5).<br />
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Dessa forma, a música e outros gêneros de movimentos da cultura africana vieram acalentar o impacto causado pela nova realidade. Subjugados, os escravos lutaram para manter vivos seus ritos e tradições, transmitidos através dos conhecimentos das expressões culturais trazidas dos diferentes grupos e de regiões em que viviam no continente africano. Como essa música afro pode ser instrumento cultural, auxiliando no ensino de História? <br />
Assim, o movimento cultural desenvolvido pelos escravos em meados do século XVI ao início do século XIX, foi marcado pela música, que representou a produção coletiva dos grupos presentes na sociedade colonial brasileira. Os escravos, ao perceber em suas condições, se envolveram nestes movimentos na esperança de criar um ambiente agradável, contrapondo-se as sujeições impostas pela elite dominante, a fim de manter viva as tradições da matriz africana no Brasil de seus países de origens. <br />
Em concordância com Antônio Augusto: “aquilo que se considerar como vigência do plena do passado, só pode ser interpretado, no presente como curiosidade”(PINSKY, 1998, p.18). O processo histórico em que se desenvolveu a música Afro-Brasileira, revelaria para os escravos uma maneira de preservar suas tradições e um símbolo de libertação que pode ser percebido nas letras desse gênero musical, o que nos levou a problematizar essa questão.<br />
Os conflitos existentes no interior da sociedade colonial brasileira, envolvendo principalmente os escravos, decorriam das repressões impostas pela elite dominante aos movimentos culturais da música Afro-Brasileira, que era proibida, segundo o discurso da época, que aceitavam tais manifestações porque contradiziam o código de postura vigente. Isso constituía o discurso ideológico da época, que orientava os interesses dominantes, representados pela administração política e religiosa de valorização dos costumes e controle social. <br />
Os negros, ainda que sujeitos a um tratamento desumano herdado da antiguidade, e enfrentando em seu cotidiano formas de violência tais como: pena de morte, longas jornadas de trabalho, estupros, alimentação deficiente, entre outras, práticas desumanas comuns às condições impostas, estas, de alguma forma, despertaram conscientemente a concepção de raça e identidade de um grupo étnico inserido num ambiente hostil aos seus costumes e valores, conforme Arantes (1990). Salienta:<br />
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Essa diversidade, que se desenvolve em processos histórico múltiplos e o lugar da “cultura”, uma vez que, sendo em grande medida autoritária é convencional, ela constitui os diversos núcleos e identidade e de vários agrupamento humanos, ao mesmo tempo que os diferencia um dos outros...(ARANTES, 1990, p. 26).<br />
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Neste sentido, entende-se a produção histórica e social de grupos descendentes de escravos, como de povos que antes de serem introduzidos como mercadoria especifica do sistema político colonial, viviam num continente diferente, sendo que cada um, com suas organizações culturais e particularidades lingüísticas, conferem as distinções desses grupos, através dos movimentos africanos de outros povos. <br />
No complexo processo no qual foi desenvolvida a música de origem africana, na sociedade colonial brasileira, caracterizava-se como hegemônica a estrutura étnica e religiosa, uma vez que os costumes da população branca de tradução européia misturavam-se às das classes populares negras e mestiças porém com interesses comuns. <br />
É, em meio a essas divergências, que a música despontará, mesmo que de forma tímida, pois era proibida e tida como sedução aos movimentos populares. O lundu surge assim como gênero de dança e música rítmica que servirá como viés às vertentes da música popular brasileira. Conforme Montari (2001):<br />
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origem nos batuques dos negros que aqui chegaram como escravo. Da mesma forma que aconteceu com o blues e o ragtime, na música norte americana, o lundu e a modinha vão se associar as outras influências, advinda da musica européia, para dar origem a música brasileira que atravessou o século XX. (MONTARI, 2001, P.77). <br />
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No início do século XIX, a música passa a ganhar novas conotações, decorrentes das transformações advindas da transferência da corte portuguesas para o Brasil. Cria-se um ambiente com novas paisagens e costumes decorrentes das migrações, como explica Davis (2001): “... amplas mudanças nos valores culturais enfraqueceram as justificativas religiosas e filosóficas da escravidão. Todavia, as próprias tendências do pensamento que enfraqueceram as sanções bíblicas e históricas também ampliaram a importância das características mentais e físicas do homem”.(DAVIS, 2001, p. 493). <br />
Diante do exposto, observamos que a prática educativa no ensino de história enfatiza a necessidade de uma reflexão sobre os pressupostos metodológicos para uns ensinos curiosos, atraentes, eficazes e que seja capaz de instruir o aluno para que desenvolva um entendimento eficaz à compreensão do mundo, atentando-se para as suas decorrentes transformações. Como reforça Cabrini (2000): “A tônica marcante é investigar na perspectiva de uma mudança de mentalidade quanto ao ensino-aprendizagem”.(CABRINI, 2000, p.14). <br />
Essas mudanças acontecem principalmente no ambiente escolar que não se restringe a um espaço de aprendizagem, mas de integração de diferentes atores que interagem para a produção de conhecimentos, sem esquecer de que sua realidade social é resultado de um longo e contraditório processo histórico. A temática da escravidão negra apresenta diversos subsídios para uma reflexão. <br />
Entre eles, a música Afro-Brasileira é colocada como sendo capaz de desenvolver nos alunos a sistematização do conhecimento e por seu intermédio podem ser desempenhadas diferentes diretrizes para os fatos decorrentes de um mesmo processo histórico, tornando-se viável a articulação com o conhecimento produzido. A música de origem africana, inserida no contexto histórico da sociedade brasileira durante o período colonial, possibilita a compreensão dos aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais desse momento histórico. <br />
Para o ensino de História, o uso da música Afro-Brasileira se insere como proposta metodológica para a prática docente, condizente com o objetivo maior do reconhecimento da cultura afro-brasileira, uma exigência da Lei n° 10.639/2003. Esta Lei dispõe que sejam incluídos nos currículos do ensino básico e superior, conteúdos que contemplem a história da África e dos africanos, bem como suas lutas e sua contribuição para o Brasil. <br />
Em conseqüência disto, fica evidente a relevância histórica que envolve os povos africanos, em amplas situações de ensino, que pode ser colocada no ambiente educativo como troca de experiência e reforço da aprendizagem. Assim, prática educativa precisa criar novas situações que visem à pesquisa nessa direção, de forma que sejam orientadas por valores, visões de mundo e experiências sem qualquer tipo de preconceito étnico racial. <br />
O ensino de história propicia fontes e recursos metodológicos que geram alavancas para caminhos a serem trilhados no processo de conhecimento, fator fundamental para a prática docente. CABRINI (2000) sugere: tratar um conteúdo vinculado à realidade do aluno permitirá mais facilmente se chegar com ele ao conhecimento concreto do objeto, à sua descoberta, ou seja, aprendê-lo seu movimento, em suas contradições.”(CABRINI, 2000, p. 54). <br />
Conforme o exposto, a prática educativa no ensino de história assegura diversas concepções sobre o conhecimento humano e seu espaço é uma construção intelectual, onde professores e alunos fazem parte desse processo dinâmico. Por essa perspectiva, abre-se a possibilidade de se poder interferir nas relações sociais futuras ou posteriores, tornando possível atribuir conceitos teórico-metodológicos em que são dados os conflitos étnicos, políticos, econômicos e religiosos existentes na sociedade a partir de sua reflexão no ambiente educativo. <br />
Isso significa contribuir para o ensino, de forma a permitir o desenvolvimento de trabalhos que facilitem a constituição de conhecimentos mais consistentes, profundos, articulados com as experiências humanas e que visem um diálogo reflexivo com as diversidades inerentes ao contexto social. Conceitos relacionados ao tema cultura, como o que está proposto aqui, reflete o contexto histórico da cultura popular brasileira. <br />
Possibilitaremos, assim, novas acepções e a criação de novas abordagens que envolvam a temática, seguindo os pressupostos dos parâmetros curriculares, que: “podem ser usados para aprofundar questões históricas, instigar debates, analisar representações artísticas de época, confrontar, pontos de vistas, diferenciar abordagens históricas, resumir temas, estudo, explicar definições históricas para conceitos etc.”(BRASIL, 2001, p. 81). <br />
Nesse sentido, estudar a música afro-brasileira é justificável para, sobretudo, difundir sua importância na sociedade e resgatar os processos que a geraram, ajudando a construir a identidade negra e cultural do país.<br />
<br />
3. ALGUNS PRESSUPOSTOS BÁSICOS QUE PERMEIAM A PRÁTICA EDUCATIVA NO ENSINO DE HISTÓRIA<br />
<br />
Por se constituir num documento histórico, onde são encontrados registros que nos levam a apreender uma viagem sobre o passado e a interagir com áreas afins do conhecimento humano, poderemos inserir a pesquisa em novos contextos, atribuindo-lhe novas abordagens sobre o conhecimento humano. Concernente ao exposto, torna-se evidente a pesquisa com fontes bibliográficas como recurso histórico metodológico. <br />
Conforme sugere o texto oficial: “o documento histórico adquire outra amplitude no trabalho do historiador. São utilizadas outras fontes de pesquisa históricas relacionadas à preocupação de se estudar outras dimensões da vida social”. (BRASIL, 2001, p. 84). De acordo com os parâmetros curriculares nacionais, os registros de fontes escritas podem ser considerados um documento e um achado arqueológico que podem tomar outros rumos no desenvolvimento da pesquisa.<br />
Os estudos científicos requerem o cuidado para não incorrer sobre a “veracidade” dos fatos registrados nos documentos e estes eram tidos como verdades absolutas, onde os conhecimentos eram consolidados sem interferência exterior, ou seja, não eram questionados. Sobre os parâmetros curriculares, “Durante algum tempo, principalmente para os historiadores de inspiração positivista do século XIX e início do XX, o documento significara a idéia de testemunho escrito, comprovação, de provas sobre os acontecimentos do passado...”. (BRASIL, 2001, p. 84). <br />
Conforme o exposto, os estudos historiográficos passaram por um longo processo de reavaliação na pesquisa histórica, permitindo o diálogo com outras ciências sociais. Por essas perspectivas, é destacado aqui o auxílio oferecido pelas fontes bibliográficas, principalmente as que abordam os conceitos pertinentes ao imenso campo de investigação da pesquisa da história cultural, que, por sua vez, está voltada para a dimensão da cultura popular. <br />
<br />
3.1. CONSIDERAÇÕES REFLEXISIVAS TEÓRICO METODOLÓGICO SOBRE AS DISCUSSÕES INTERPRETATIVAS DA MÚSICA AFRO-BRASILEIRA NO ENSINO DE HISTÓRIA<br />
<br />
No que se refere às diretrizes para o levantamento da pesquisa, pretende-se seguir os fundamentos teóricos das representações das atividades culturais dos grupos étnicos que geraram a temática da música afro-brasileira, a partir de análises da produção do conhecimento histórico, inseridas na produção da música de origem escrava e os processos a que foi submetida num eixo que se coloca:<br />
<br />
[...] Para além dos sujeitos e agências que produzem a cultura, estuda-se os meios através dos quais esta se produz e se transmite: as práticas e os processos. Por fim, a matéria-prima’ cultural propriamente dita (os padrões que estão por trás dos objetos culturais produzidos): os sistema de valores, os sistemas normativos que constrangem os indivíduos, os ‘modos de vida’ relacionados aos vários sociais, relacionados as concepções relativa a esses vários grupos sociais [...]. (BARROS, 2004, P. 61).<br />
<br />
O desencadeamento da música Afro-Brasileira como sua produção cultural herdada das tradições étnicas do continente africano e situá-las como fonte metodológica para o Ensino de História, uma vez que estudar o uso dos costumes representa também conhecer as principais características de uma sociedade. <br />
Seguindo a mesma linha do autor supracitado, Barros (2004), que faz uma explanação do conhecimento nos vários eixos da história que, segundo ele, estão situadas várias áreas de interesses e abordagens que compõem o campo de pesquisa das ciências sociais da historiografia, que concernem aos estudos culturais sobre as questões que permeiam os diferentes interesses que envolvem a música afro-brasileira e ao seu reflexo no Ensino de História.<br />
Assimilando algumas propostas presentes nos relatos de Conceição Cabrini e nos Parâmetros Curriculares Nacionais podemos destacar as possibilidades que os textos oficiais apresentam sobre diferentes idéias curriculares para o ensino de história. A prática docente surge para propor novas abordagens interdisciplinares para o currículo escolar de história, dinamizando o processo de ensino e da aprendizagem. <br />
Escolhemos referências direcionadas à pesquisa sobre história do Brasil nos séculos XVI-XIX, serviram como apoio ao trabalho de Jaime Pinsky e Davis Brion, que fazem uma crítica das condições vivenciadas pelos escravos mesmo antes de sua introdução no início da colonização brasileira. Na mesma proporção, foi citado Gilberto Freire em sua obra intitulada em “Casa Grande &amp; Senzala”, mostrando algumas implicações sobre as relações de convivência social e as idéias de dominação, tratando da situação dos escravos num contexto de interação étnico e racial. <br />
Dando continuidade às questões que envolvem a escravidão, as convivências e os conflitos inseridos neste processo, Valdir Montinari, na bibliografia “O que é Cultura Popular”, aborda as relações de domínio sobre os bens culturais, referenciadas como prática representativa de um determinado grupo social, manifestações culturais, tais como as práticas de um povo representando domínio, sua identidade, o espaço identificando as origens. A obra reflete bem sobre alguns pontos levantados sobre a influência africana, a exemplo da música afro-brasileira como sendo conhecimento de um povo.<br />
No que se referem à música, os relatos desses autores que fazendo em um apanhado histórico sobre o processo gerador dos movimentos, que recai sobre os diferentes estilos da música popular brasileira, assim, Joana D’Arc e José Roberto enfocam o histórico da música de origem africana. Nesse artigo, ambos trabalham os principais fatores determinantes que envolveram a produção da música. <br />
Para isso, destacam as tradições, costumes, crenças, entre outros movimentos que representam as manifestações da cultura popular nas organizações dos grupos étnicos do continente africano, até serem introduzidos no início da colonização no Brasil. Dos movimentos surgidos nesse contexto histórico, ambos os autores destacam o samba como identidade nacional, representação da cultura popular brasileira. <br />
Nesse sentido, com o apoio dessas referências teóricas, pretendemos estudar a música afro-brasileira e mostrar sua importância para contexto do ensino de História, dinamizando suas formas de apreensão e compreensão. <br />
<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
<br />
O estudo da cultura afro-brasileira e africana revela os direitos legais de valorização da identidade, cultura, história que privilegia educação das relações étnico-raciais. Por essas medidas, foi permitida a realização da pesquisa que se deu através de uma análise reflexiva sobre a música afro-brasileira, percebendo como seus reflexos incidem no Ensino de História, em consonância com a concepção que perpassa o processo metodológico de ensino e aprendizagem. <br />
Portanto, foi necessária uma abordagem acerca dos acontecimentos históricos, da origem africana que se desenvolveu no contexto da escravidão no Brasil, bem como das questões que desencadearam esta trama da história que mesmo tendo acontecido há quase cinco séculos, continua presente na identidade da cultura popular brasileira. <br />
Para viabilizar a pesquisa que versa sobre o conhecimento “historiográfico” sobre a história cultural foi empreendida uma investigação histórica no sentido de conhecer a produção do conhecimento existente sobre o tema abordado. <br />
A idéia que procurei defender nesse estudo dar ênfase à música Afro-Brasileira no Ensino de História percebeu-se sua importância bem como seus reflexos incidem métodos educativos, em consonância com a concepção que perpassa o processo metodológico de ensino e aprendizagem na disciplina de História. <br />
Portanto, desenvolveu-se uma abordagem acerca dos acontecimentos históricos, da origem africana que se desenvolveu no contexto da escravidão no Brasil, bem como das questões que desencadearam esta trama da história que mesmo tendo acontecido há quase cinco séculos, continua presente na identidade da cultura popular brasileira. <br />
Para viabilizar a pesquisa que versa sobre o conhecimento “historiográfico” sobre a história cultural foi empreendida uma investigação histórica no sentido de conhecer a produção do conhecimento existente sobre o tema aqui abordado. <br />
Contudo, é preciso elucidar que a importância da temática música afro-brasileiro no meio acadêmico e nos processos didáticos que visem novos métodos educativos no ensino e aprendizagem fará com que esta problemática seja mais do que um desdobramento de categorias acima referidas e se consubstancie em um outro movimento de suma importância nos debates educacionais. <br />
Esse movimento esta relacionada com uma dinâmica de focalização dos valores históricos e culturais dos grupos étnicos de afros-descendentes, que se apresenta nitidamente no Brasil, a partir da introdução da escravidão colonial. A valorização das idéias contidas na modalidade da música afro implica o reconhecimento dessa categoria capaz de detectar e reprimir preconceitos étnicos raciais. <br />
Sob a orientação dessa valorização no Ensino de História, a composição dos grupos afros-descendentes passará a ser objeto de atenção dos sujeitos envolvidos, direta ou indiretamente com o compromisso sócio educacional.<br />
<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA<br />
<br />
<br />
• ARANTES. Antônio Augusto. O que é cultura popular. 3.ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.<br />
<br />
• BARROS, José D’Assunção. O campo da história: especialidades e abordagens. 3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2005. <br />
<br />
• BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: história. Brasília: MEC, 2001.<br />
<br />
• CABRINI, Conceição et al. Ensino de história: revisão urgente. São Paulo: EDUC, 2000.<br />
<br />
• DAVIS, David Brion de. O problema a escravidão na cultura ocidental. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.<br />
• FERREIRA, Joana D’Arc A. GALDÊNIO, José Roberto de Vasconcelos. UMA MÚSICA Afro-Brasileira: a samba da representação a símbolo da identidade nacional. Disponível em: http:/ www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/. Acesso em 14/ 06/ 2009. <br />
<br />
• Flávio de Campos; Lídia Aguilar; Regina Claro e Renan Garcia Miranda. O Jogo da História: de corpo na América e de alma na África, São Paulo, Moderna, 2002, p. 112-3 (volume para 6ª série).<br />
<br />
• FREIRE, Gilberto. Casa Grande &amp; Senzala. 94 ed. São Paulo: Global, 2004.<br />
<br />
• MONTINARI, Valdir. História da Música: da idade da pedra a idade do Rock. São Paulo: Ática, 2001. <br />
<br />
• PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. 16 ed. São Paulo: Contexto, 1998.<br />
<br />
</div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/musica-afro-brasileira-como.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-653909070326886079</guid><pubDate>Wed, 05 Jan 2011 21:30:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-05T13:30:51.107-08:00</atom:updated><title>A política historiográfica paraibana - 1930/1945: seqüência ou rompimento?</title><description><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: center;"><b><span style="font-size: 14pt;">A política historiográfica paraibana - 1930/1945:<br />
<i>seqüência ou rompimento?</i></span></b><span style="font-size: 14pt;"></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Luciano Bezerra Agra Filho</span></i></b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10pt;"><a href="mailto:lucianoagra@isbt.com.br"><span style="color: #330033;">lucianoagra@isbt.com.br</span></a><br />
<span style="mso-bidi-font-style: italic;">Licenciado em História - UEPB</span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Resumo</span></b><span style="font-size: 10pt;">: O movimento político que derrubou a República Velha e instalou Getúlio Vargas no poder poucas vezes é analisado dentro da perspectiva dos Estados envolvidos direta e indiretamente na disputa. A Paraíba, especificamente, entrou para os livros didáticos em decorrência do assassinato de João Pessoa, mas muito mais se passou naquele Estado. Em A política historiográfica paraibana - 1930/1945: seqüência ou rompimento?, Luciano B. Agra Filho faz um estudo aprofundado sobre as ações, reações e adaptações das oligarquias paraibanas durante o período do primeiro governo de Getúlio Vargas, procurando identificar seus projetos políticos e estratégias para a manutenção do poder e da ordem social.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;">Palavras-Chave:</span></b><span style="font-size: 10pt;"> A política Historiográfica paraibana – Era Vargas – República Velha.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Abstract:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> THE political movement which overthrew the </span><place><placename><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Old</span></placename><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span><placetype><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Republic</span></placetype></place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> and installed Getulio Vargas in power few times is analyzed in the perspective of the States concerned directly and indirectly in the dispute. THE </span><place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Paraiba</span></place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">, specifically, entered for the textbooks due to the murder of John Person, but much has happened in that State. In the policy historiographical paraibana - 1930/1945: sequence or smashing?, Luciano B. Agra Filho Son is a thorough study on the actions, reactions and adjustments to the oligarchies paraibanas during the period of the first government of Getulio Vargas, seeking to identify their political projects and strategies for the maintenance of power and the social order.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Key-words</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">: THE policy<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>paraibana Historiographical - Vargas era – </span><place><placename><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Old</span></placename><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span><placetype><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Republic</span></placetype></place><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">Introdução</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span></span>O ano de 1930, tem mostrado como um marco na historiografia nacional, constata-se que o quadro de crise em nossa sociedade acabaria por se transformar numa revolução.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Com a eclosão desse movimento, um novo quadro político se instaura no País, com a vitória da Aliança Liberal, que sob o comando de Getúlio Vargas numa espécie de pacto político procura dar outro rumo ao País, com um projeto de desenvolvimento nacional caucado na industrialização. Contudo o seu interesse é muito maior, pois, investiu-se nos acontecimentos sobre novos condicionamentos históricos, concentrando o poder e implantando um Estado forte, centralizado e repressor. Para isso, cria meios que se sobrepõem as oligarquias regionais, submetendo-as e absorvendo-as ao poder do Estado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Segundo bases de parâmetros nacionais, a Paraíba no pós 1930, se processa numa constante disputa inter-oligárquicas entre os vencedores, para ver quem permaneceria na liderança da política no Estado. Todavia, aceitando a subordinação ao poder central, à medida em que eram dependentes, a sua estrutura de poder permaneceu inalterada.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span></span>Portanto, é de total relevância o estudo deste trabalho para um melhor conhecimento da política Paraibana no período Vargas. Neste trabalho, busca-se compreender como as oligarquias paraibanas se readaptaram a novas realidades históricas, se elas continuaram ou não com o poder no Estado, se houve continuidade ou ruptura, com a eclosão do movimento de 1930 no poder do Estado. Assim, o trabalho aborda, desde a sucessão presidencial de 1945, buscando compreender o jogo político no Estado Paraibano nesse<span style="font-size: 10pt;"> período, do movimento de 1930 até a Redemocratização de 1945 e as novas faces do sistema coronelístico oligarquico na Paraíba.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">A Paraíba no contexto político brasileiro da República Velha</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>As transformações em curso na sociedade brasileira desde a década de vinte, configurariam, uma forte crise econômica-político-social, e o desfecho desse quadro foi o movimento de 1930.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No âmbito nacional, temos a cisão inter-oligárquica entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais, quando da indicação para a sucessão presidencial de 1929. A vez era dos mineiros, sendo nomeado outro paulista, Júlio Prestes, e com isso, quebra-se o pacto harmonioso que dominou a política nacional durante a República Velha na tão conhecida Política do café-com-leite.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Com essa cisão dentro da própria base, os Estados<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>considerados de segunda grandeza que reivindicavam melhores tratamentos frente ao governo federal, como o Rio Grande do Sul, Minas Gerais (traído por São Paulo) e a Paraíba, aproveitando-se da oportunidade de lançar uma chama para concorrer as eleições, se aglutinam em torno de Aliança Liberal, constituindo um grupo de oposição, lançando<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>como candidatos o Gaúcho Getúlio Dorneles Vargas e seu vice o Paraibano João Pessoa. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A Aliança Liberal não era um partido político, mas uma forma de fazer pressão frente ao governo federal, ou seja, ela era formada não na intenção de romper com as estruturas do poder da política nacional, mas, para as reivindicações de Estados cujos interesses não estavam vinculados ao café, por isso, queriam ter mais espaço político no cenário nacional e regional.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Apesar do núcleo de Aliança ter sido formado por oligarquias que controlavam o poder regional, à medida em que se aproximava o pleito, esse núcleo oposicionista, procurava trazer para seu lado outras forças populares como os tenentes e os setores médios da população. Com isso, esses grupos teriam como característica, um pensamento heterogêneo na medida em que cada facção procurava almejar o poder e seus próprios interesses.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No entanto, a campanha mostrou-se bastante acirrada e a Aliança baseou suas armas, ditando um discurso comovente de Getúlio Vargas que entusiasmava a população, mas mesmo assim, não conseguiram vencer seu principal adversário, que garantiu-se da máquina governamental e da fraude eleitoral que deram a vitória ao candidato situacionista.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span></span>Mas, essa vitória não foi enfocada pelos grupos que compunham a Aliança, principalmente os mais liberais, que contestavam e pensavam em uma revolução. Mas o núcleo das oligarquias mais conservadora e tradicional, hesitaram, pois, não queriam um movimento armado, por que temiam que uma revolução popular, fugisse do seu controle e acabaram por ameaçar as suas bases oligárquicas e isto ficou claro na frase atribuída a João Pessoa “próprio dez Júlio Prestes a uma Revolução”.<span style="font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">1930: Revolução, movimento ou golpe?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>As oligarquias regionais aglutinadas na Aliança Liberal, acompanhando os rumos que seguiam o país, temendo um movimento popular, vão procurar os melhores caminhos e acordos para se apoderar desse conflito. “Façamos a revolução antes que o povo a faça” com isso, o movimento de trinta se apresenta teoricamente como um pacto entre as elites, com o objetivo de evitar a ascensão de um movimento de caracter popular oriundos da efervescência, que desde os anos vinte vinha crescendo e poderia derrubar as estruturas de poder das elites. Não nos esqueçamos que a Aliança Liberal era formada basicamente pelas oligarquias conservadoras pertencentes<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>às elites regionais, embora apoiados com outros grupos com pensamentos contrários e mais a frente com muita habilidade vão despontar limitando seus espaços de ação à medida de seus interesses, na nova divisão de poder que a classe dominante<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>realizou.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>A partir desse contexto, o que se pensa do movimento de 30, uma revolução? Ou uma nova face das oligarquias para se perpetuarem no poder? Quando pensamos em revolução, logo nos vem a memória, grandes batalhas, agitação popular, mudanças estruturais etc, será que foi isto o que aconteceu?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span>Com a eclosão do movimento de 30 no País, as forças políticas aglutinadas da Aliança Liberal, tomaram o poder através do movimento armado. Agora não é mais o pacto oligárquico do café-com-leite que comanda o poder e a política, mas, vários grupos de forma heterogênea numa espécie de pacto político, que sob o comando de Getúlio Vargas atuando como árbitro desses grupos. Eles procurarão dar outro rumo ao País, com um projeto de desenvolvimento nacional caucado na industrialização.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em âmbito nacional, com o poder em suas mãos, Getúlio Vargas estipula medidas que, desde já demonstra sua intenção em criar um Estado forte, centralizado em suas mãos. Para isso, cria um mecanismo jurídico-político que viabilizou seu controle sobre as estruturas político-regionais preexistentes, que aos poucos foram viabilizando o seu controle sobre essas forças políticas, subordinando-se e absorvendo de acordo com seus interesses delimitando seu campo de ação via centralização. Com isso: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“Criou-se uma máquina burocrática que escapava ao controle direto das oligarquias regionais centralizando o poder. Todavia esta centralização foi viável, na medida em que resguardou os fundamentos do poder local e a sobrevivência das oligarquias, contudo a relação entre estas e o poder central é reordenado...” (GURJÃO, 1994, p.106).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O instrumento eficiente para essa centralização e, consequentemente para submeter as oligarquias locais ao controle estatal, foi as interventorias. Essas foram de fundamental importância, atuando como intermediador entre forças oligárquicas locais e poder central, ou seja, Vargas nomeia interventores para assumir para seu lado. Esses interventores tinham fortes poderes mas eram contratados e subordinados ao poder central.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“O papel dos interventores foi portanto, fundamental na tarefa da centralização, sua condição de elemento de confiança do Governo federal, por ele nomeado conferia-lhe certa independência em relação as oligarquias locais, uma vez que não lhes devia sua permanência no cargo e que até certo ponto enfraquecia as prerrogativas oligárquicas. Por outro lado, naturalmente identificado com coronéis e oligarquias, estes interventores tinham facilidade de promover a convivência entre as facções dominantes e o governo central...” (GURJÃO, 1994, p.107).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Essas medidas adotadas por Getúlio influenciaram a política dos Estados, no caso da Paraíba. Esse Estado, a partir de 1930, seguiu os parâmetros da política nacional intervencionista, nacionalista e corporativista. A partir de então, as forças oligárquicas locais vão se readaptando a nova realidade político-social. Para redefinir-se sobre um novo condicionamento histórico, o seu velho, mais eficiente sistema coronelístico oligarquico. Enquanto isso, Getúlio Vargas, atuará como árbitro dos conflitos inter-oligárquico no Estado, apoiando sempre aquele grupo político que melhor representa seus interesses, ou seja, trazer para seu lado as forças necessárias para a correlação de forças a seus futuros planos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">A Paraíba no contexto brasileiro após 1930</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É nesse contexto, que se processa a política paraibana durante o período Vargas, após a eclosão do movimento de trinta no Estado, nesse período a política paraibana será marcada por constantes disputas inter-oligarquicas à fim de assegurar o poder político no Estado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>As constantes disputas inter-oligarquicas na Paraíba, originaram-se dentro da própria oligarquia que comandava o poder político no Estado desde 1915. Entretanto, esta já vinha apresentando um quadro de crise, desde o governo João Suassuna e atingiu o clímax na gestão de João Pessoa. Segundo Martha Falcão:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>“A cisão inter-oligárquica que então se processava, e que iria originar os dois principais partidos políticos do pós-30 na Paraíba, pode ser apresentada a partir da política administrativa de João Pessoa, reformista, legalista e difusamente populista – Esta, por sua vez, contrapunha-se aos epitacistas da velha guarda, conservadores, arbitrários e elitistas, contrariando seus interesses e culminando com a revolta de Princesa, no embate entre poder público e poder Privado” (FALCÃO, 2000, p. 66)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Com a morte de João Pessoa, o poder do Estado ainda permanece com a oligarquia, embora desgastada, de Epitácio Pessoa. Assumiu o poder o vice Álvaro de Carvalho que também fazia parte da linha conservadora e tradicional dessa oligarquia e não era adepta ao movimento armado, além disso, ainda teve de sofrer com as pressões de um lado da ditadura de José Américo e de outro tinha de obedecer as ordens de Epitácio Pessoa, chefe dessa oligarquia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Entretanto, com eclosão do movimento de trinta, no Estado Paraibano, as disputas pelo poder se acirram. Essas disputas se originaram dos grupos políticos que lutaram ainda juntos na guerra de Princesa e na Aliança Liberal. Agora divididos, eles vão se confrontar constantemente pelo poder político do Estado. Nesse contexto, José Américo de Almeida será o melhor situado para comandar a política no Estado. Enquanto isso, os irmãos de João Pessoa, receosos dessa liderança, junto com grupos políticos ligados ao Epitacismo, procuram legitimar-se na política estadual como herdeiros do legado político. Essa cisão gerada no ceio de oligarquia Epitacista, irá no porvir, com a constitucionalização do País em 1932, criar os dois principais partidos oligárquicos no Estado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Favorecido pelo contexto histórico, José Américo, assumiu o poder no Estado, aproveitando-se do clima revolucionário que ele mesmo preparou na Paraíba, e será o nomeado por Vargas como interventor do Estado durante o mês de outubro, e consolidar-se-á no poder da Paraíba com um grande prestígio frente ao governo federal.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“O advento de Revolução de 30, significou a transferência do poder na Paraíba para as mãos de José Américo de Almeida que durante o sub-sequente mês de outubro o exerceu como interventor do Estado e chefe do governo central provisório do Norte” (MELO, 1994, p. 185)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Com o advento de José Américo, as forças locais permanecem no poder, só que agora sob sua liderança. Com um crescente prestígio frente a Vargas, torna-se Ministro de Viação, com isso, transforma-se no Estado como peça fundamental no jogo político do projeto Varguista, o de capturar e absorver as forças políticas locais no sentido de encaminhar via centralização do poder enquanto o poder na Paraíba estava sob seu controle.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“José Américo agenciava a integração das chefias políticas paraibana no controle do governo central, ao mesmo tempo em que garantia a efetivação de sua liderança sobre estas chefias, encaminhando assim, a recomposição das oligarquias” (GURJÃO, 1994, p. 112)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Procurando legitimar o poder vigente e conseqüentemente beneficiar o sistema situacionista local, o governo provisório intermediado por José Américo investia politicamente no nordeste através das obras contra as secas. Com isso, o governo procurava amenizar o quadro de crise, agravada com a seca, evitando tensões sociais e futuras ameaças de revoltas contra o sistema coronelístico local, bem como, criava sua imagem de pai dos pobres trazendo a classe subalterna para seu lado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Já os investimentos maiores como construção de açudes, barragens e estradas, eram destinados, a criar uma imagem de benfeitor na região. Assim, sua força política ia aumentando cada vez mais sob qualquer outra pretensão, tornando-se o melhor situado para dar as cartas do jogo político no Estado. Com a força necessária em suas mãos, José Américo a partir do movimento constitucionalista de 32 reconstruía o poder oligarquico no Estado sob seu comando.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Com o fim do movimento constitucionalista de 32, em São Paulo, um movimento de derrota deste Estado para as tropas federais, teve como triunfo mobilizar as forças políticas e o povo, a se organizarem na constituinte de 3 de maio de 1933. Entretanto, essas eleições serão marcadas pelos rearranjos das facções oligárquicas e o seu retorno definitivo ao cenário político nacional.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em âmbito nacional, essa constituição foi retardada pelo eclipse político do domínio tenentista, aliado da chapa da Aliança Liberal, que pretendia ampliar sua fase revolucionária no sentido anti-oligárquico. Tempos depois, com a revolução constitucionalista e o declínio tenentista, a Assembléia Constituinte é eleita e começa seus trabalhos no dia 15 de novembro de 1933. De princípios Liberais e medidas nacionalista conservadora, o País torna-se uma República Federativa. Em 1934, Getúlio Vargas será eleito Presidente do Brasil de forma Indireta.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“Feita a constituição, Vargas até então governava com os tenentes, recompõe-se com as oligarquias Paulistas e as demais, iniciando uma carreira notável de êxito político, marcado pela dissimulação e pela habilidade compondo-se conforme seus interesses e impondo o jogo por fina estratégia nos compromissos que fazem dele talvez o mais sagaz de todos os chefes de Estado que o Brasil já teve” (IGLESIAS, 1993, p. 235)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Na Paraíba, o período que segue a deflagração do processo de constitucionalização em fins de 1932 é marcado por significativos descontentamentos e conflitos inter-oligárquicos e nesse período as disputas inter-oligárquicas foram acirradas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“O grupo que em 1930, levantava a bandeira da Revolução, agora dividido, concorre pela predominância da política Estadual, no bojo do movimento de reconstrução do poder oligarquico, a conjuntura histórica favorece a facção dirigente sob a chefia do minuto da viação, impondo assim o amerecismo apoiado por coronéis, oligarquias, correligionários e adversários de 1930” (GURJÃO, 1994, p. 119) </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No processo de constitucionalização, a Paraíba monta seus partidos políticos, oriundos da cisão inter-oligárquicas e surgem os dois principais partidos no Estado que irão no porvir se confrontarem eleitoralmente pela disputa do poder político. São eles, o partido situacionista Partido Progressista (PP), sob o comando de José Américo e seus aliados e composto de adversários perrepistas de 1930. Enquanto os dissidentes oposicionistas liderados por Joaquim Pessoa e Antônio Botto de Meneses, junto com grupos Epitacista, formam o Partido Republicano (PRL) no Estado , oriundos da cisão inter-oligarquica. Ambos vão invocar o direito sob o manto de herdeiros político do legado de João Pessoa.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No decorrer das campanhas eleitorais para os diversos níveis - federal, estadual ou municipal - será caracterizado a força política do partido situacionista, que com ajuda constante do governo federal, seja para agricultores ou para coronéis, garantia uma correlação de forças que rompe e garante a vitória situacionista. Esses investimentos voltados para o campo, demonstra que a força dos votos nesse período residia no eleitorado rural, grosso da população que eram manipulada e dominada, pelo coronéis ligado ao situacionismo, ficando o núcleo oposicionista enfraquecido, visto que sua força reduzia-se a três cidades no Estado, são elas: Patos, Umbuzeiro e Itabaiana, sem muita força para reverter o quadro, acabariam por ir se enfacelando e aceitando integrar-se na força situacionista.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Outro ponto forte do sistema situacionista, residia, sobretudo na figura de José Américo, chefe político paraibano desse período, que com grande prestígio junto a Vargas, soube aproveitar-se do quadro de crise, agravada com a seca que assolava o Nordeste, para através dos investimentos erguer-se politicamente, com o apoio inconteste dos coronéis do algodão e pecuária, principais fontes da economia paraibana nos anos trintas. O PP garantiu o domínio na política wstadual nos diversos níveis. Com um prestígio político acima de qualquer pretensão José Américo é eleito Senador do Estado. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Na Paraíba, a força e o prestígio do agora Senador José Américo, garantiam as oligarquias no poder. Essas correlação de força permitiu a José Américo, indicar o nome do sucessor do interventor Gratuliano Brito para o governo do Estado,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>sendo ele à época o secretário do interior e Justiça e presidente do PP no Estado, Argemiro de Figueiredo. Argemiro de Figueiredo será a Segunda peça fundamental para dar continuidade ao projeto de Vargas de centralizar o poder no País.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Referindo-se ao processo de constituição e a transferência do poder no Estado Paraibano Martha Falcão cita que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“... sob a liderança do “Amerecismo”, a Paraíba realizava a transição do regime discricionário para o regime constitucional, partindo para a elaboração de sua constituinte que por sua vez, conservaria e preservaria os fundamentos do mandonismo local. Estes, assegurados pela reprodução das tradicionais relações de produção, fundamentados por relações pessoais de dominação política, subordinando a massa explorada e as oligarquias locais ao controle do aparelho estatal...” (FALCÃO, 2000, p.145)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Dessa forma, a constituição Estadual, feita<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>para as oligarquias locais, garante intocada a sua estrutura de poder no Estado, pois essa constituição não alterou a estrutura agrária, base de poder das oligarquias, e ainda conservou as relações de subordinação no campo, dos trabalhadores aos coronéis, uma vez que, as relações não capitalistas de produção foram mantidas e reproduzidas nos domínios capitalistas. Entretanto,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>apesar de sua estrutura de poder não ter sido alterada, as oligarquias locais serão subordinadas ao controle dinâmico do País e<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>com isso, o projeto Vargas tornava-se viável, o País ia deixando de ser agrário-exportador e tornava-se aos poucos urbano-industrial.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Obedecendo a esse contexto, Argemiro de Figueiredo assume o poder do Estado, procura conciliar o poderio oligárquico na Paraíba, com um projeto de “captação e absolvição das oligarquias dissidentes, através do discurso de harmonia e do congraçamento da família Paraibana, liberta dos ódios do passado”, e também através da modernização conservadora de economia do Estado, onde a Paraíba deveria diversificar sua cultura agrária. Pretendia-se com essas medidas criar um quadro único de apoio aos planos de Getúlio Vargas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Através dessas medidas, o jovem governador parte para uma coalizão de forças políticas, envolvendo oligarquias dissidentes e decaídas, Igreja católica e frações da classe trabalhadora, com o objetivo de unir as forças políticas da Paraíba em uma só, apagando dessa forma, qualquer núcleo de oposição que pudesse ameaçar os planos centralizadores de Vargas. Portanto, se fazia necessário silenciar e desmobilizar quaisquer núcleo de oposição. Para isso também foi utilizado meios coercitivos legais como a Lei de Segurança Nacional, evitando qualquer ameaça aos interesses das elites dirigentes.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Contudo, será na campanha para a sucessão presidencial de 1937, que se dará definitivamente a<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>conciliação das oligarquias paraibanas, onde juntos se agregam, consolidando-se em nome de José Américo, candidato a presidente do País pela situação, apoiado teoricamente por Vargas que por sua intenção era continuísta.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Entretanto, essa campanha pela sucessão presidencial, ensejou a retomada do Amerecismo mas não empanou<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>nem arrefeçou a liderança Argemirista no Estado, pois o Jovem governador conseguiu absorver os conflitos inter-oligárquicos, “conseguindo conciliar em torno de sua administração e sob sua liderança política as oligarquias açúcareira-algodoeira e pecuária”(FALCÃO, 2000: 140-241). Com isso, foi consolidado as bases do Argemirismo no Estado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Num contexto marcado pela predominância das forças da direita e Estados autoritários, o ano de 1937, as forças políticas em âmbito nacional, sob o comando de Vargas, procuram através de uma falsa imagem do partido comunista com o louvado plano Cohen, implantar definitivamente o controle do País em suas mãos, implantando um regime autoritário que será consolidado a partir da centralização político-administrativo, onde o Estado nacional terá plenos poderes absolutos. Será implantado o Estado Novo a 10 de novembro de 1937. O País deixa de ser democrático e passa a ser autoritário e repressor.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Na Paraíba, a política implantada por Argemiro de Figueiredo uniu todas as forças políticas locais em um só núcleo, preparando o terreno para apoiar o golpe Getulista no Estado. Assim, ao apoiar Vargas, dá-se o rompimento de Argemiro com José Américo. Getúlio Vargas, mais uma vez, acompanhou essa cisão como árbitro desse conflito inter-oligárquico, e como uma raposa,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>em<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>se tratando de política, apóia desta vez, Argemiro de Figueiredo, que nesse contexto, não estando mais ligado com as oligarquias locais, facilitava a correlação de forças entre estas e a burguesia industrial do Sudeste, agora necessária a constituição do poder político da ditadura recém implantada. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Com isso, Argemiro - agora interventor com o apoio de Vargas - consegue plenos poderes, ofusca o Americismo e comanda a polícia paraibana até 1940. Entretanto, a política de conciliação e união das oligarquias paraibanas em uma só, acabaria por se confrontar com suas próprias contradições. Os ressentimentos das disputas pelo imbróglio de 1930, não tinham sidos apagado entre os seus participantes diretos ou indiretos e pouco a pouco as dissenções inter-oligárquicas vão ressurgindo, acabando por culminar com uma crise política no governo de Argemiro de Figueiredo, com grupos oriundos do P.R.L., culminando com seu afastamento do cargo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Com o afastamento de Argemiro. Vargas mais uma vez atua como arbitro dos conflitos inter-oligarquicos, sempre na intenção de marcar o situacionismo local para seu lado. Vargas nomeia um também participante do movimento de trinta, uma pessoa alheia aos conflitos. Ruy carneiro, que ao assumir a cargo, compõe-se com a família Pessoa e com as facções oligárquicas dissidentes do movimento de trinta demitindo e perseguindo os Argemiristas. Faz uma política tal qual a semelhança de Vargas de caráter populista. Ruy carneiro representará os interesses do ditador no Estado até 1945, com o fim do Estado Novo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Entretanto, o contexto histórico dos anos 40, é outro diferente da década passada, chega ao fim a II Guerra Mundial e com ela, processa-se mudanças significativas no âmbito político, tanto nacional quanto local, pois os Estados autoritários perderiam vigência e o mundo respira os ares da democracia Liberal. No Brasil a opinião Pública contesta a ditadura de Vargas, que percebendo a sua queda, monta um esquema da manipulação e controle de transição para o regime democrático que possibilitou, junto com sua política populista a continuidade de seu grupo político no poder do País, sob novos condicionamentos históricos. Assim com a queda do Estado Novo a estrutura política permaneceu a mesma.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Na Paraíba, o fim da II Guerra foi comemorado com muita festa, ao mesmo tempo em ocorriam várias manifestações de reivindicações para o fim do Estado Novo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“Com o fim da ditadura de Vargas no bojo da nova conjuntura nacional e internacional impunha, entretanto a reordenação das forças políticas que a sustentavam. Por conseguinte as oligarquias locais se reorganizaram e ressurgiram no cenário político nacional oriundos da redemocratização” (GURJÃO, 1994, p. 196)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No Estado, mais uma vez as oligarquias locais se readaptam a uma nova realidade social e demonstram claramente que quando seus interesses convergem, unem-se na tentativa de assegurar o poder. Desta vez, as forças oligárquicas se concentram em torno da (U.D.N) União Democrática Nacional e no (P.S.D) Partido Social Democrata. Esses partidos tornaram-se no Estado as principais agremiações políticas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“ As forças políticas vinculadas ao Estado Novo organizaram-se em torno do PSD e as forças oposicionistas em torno da UDN. Assim vê-se na Paraíba o PSD ser criado a partir de Ruy Carneiro, que se tornaria chefe inconteste deste partido. Quanto a UDN terá por militantes José Américo e Argemiro de Figueiredo que passaram a disputar a liderança dessa agremiação” (CITTADINO, 1998, p.28)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Entretanto, com a realização das eleições, diferentemente do que aconteceu no resto do País com a vitória do PSD demonstrando a força populista criada por Vargas, na Paraíba ocorreu o contrário. A vitória foi da UDN, graças à coalizão de forças dos dois maiores nomes da política Paraibana nos anos trinta, Argemiro de Figueiredo<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>e José Américo de Almeida.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>Assim, observamos que a política Paraibana no pós 30 é marcada pela constante disputa pelo poder político entre os vitoriosos do movimento de 1930 e também pela recomposição das forças oligárquicas, bem como seu ajustamento ao poder central; sendo subordinado ao controle estatal, mas essa subordinação foi viável na medida em que a estrutura de poder foi mantida e assegurada no Estado Paraibano.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">Conclusão</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Com a eclosão do movimento de 30, e empossado novo bloco no poder sob o comando de Getúlio Vargas, instituiu-se uma política que dentre outras medidas visava criar um Estado forte e centralizado com um projeto de desenvolvimento nacional, caucado na industrialização para esse projeto. Getúlio Vargas cria uma estrutura política administrativa que aparelhou o poder central de mecanismo jurídico político que viabilizou seu controle sobre as estruturas políticas regionais sendo dessa forma as oligarquias encaminhadas ao controle do poder central. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Esses parâmetros de política nacional, atingiram a política paraibana à medida em que o Estado teve que se integrar às normas do poder Estatal de uma política nacional, intervencionista, nacionalista, corporativista e repressora. Contudo, as oligarquias locais vão se readaptar a essa nova realidade político-social para assegurar seu velho, mas eficiente sistema coronelístico oligárquico no Estado. Todavia, Getúlio atuará como árbitro dos conflitos inter-oligarquicos à fim de manter o situacionismo na figura dos representantes que melhor represente seus interesses e seus planos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Assim, observamos que o movimento de trinta, que alguns teóricos pregam como “revolução”, não trouxe mudanças estruturais para a política paraibana, pois não existiu uma ruptura que viesse a desestabilizar o sistema coronelístico-oligárquico no Estado. Pelo contrário, as forças oligárquicas que controlaram o poder nesse período procuraram garantir os fundamentos do mandonismo local e assegurar as bases do seu poder, que residia sobretudo nas bases agrárias, nas relações de trabalho do campo não capitalista, na política clientelistica e no poder dos coronéis e seus representantes.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Portanto, o continuismo dessas relações garantir no pós 30, a sobrevivência do poder nas mãos dos grupos políticos que há muito, já vinham se lambuzando no banquete do poder no Estado, alterando apenas na liderança do poder. Amerecismo e Argemirismo são os principais chefes políticos que garantem a permanência no poder das facções oligárquicas oriundos da cisão inter-oligárquicas que se confrontavam para ver quem tinha mais poder em relação a outros grupos, sempre beneficiando na liderança, aquele que era favorecido pelo contexto histórico, e representava os interesses do chefe do poder central. O<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp; </span>favorecido possibilitava ficar melhor situado para dar as cartas do jogo político no Estado, garantido sempre a intocabilidade da sua base de poder, permanecendo o sistema de dominação coronelístico enfática na Paraíba. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“A revolução de 30, se por um lado representou o fim do Estado oligárquico e, consequentemente o fim do coronelismo enquanto sistema político nacional, por centro, no Nordeste e, sobretudo em estados como a Paraíba não significou uma autuação na estrutura de poder local, nem tampouco a desagregação do coronelismo enquanto sistema de dominação...” (CITTADINO, 1998, p.16)<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp; </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Apesar de submeter-se ao poder central, subordinando-se a nova divisa regional estabelecida pelo poder central, as oligarquias locais, não se sentiram prejudicadas na medida em que durante todo o período Varguista sua estrutura de poder não foi alterada.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“Até 1946, a estrutura de dominação vigente durante toda a chamada República oligárquica permaneceu inalterada na Paraíba, mas tendo a revolução de 30 sentido efeito na hegemonia excercida pelos grupos oligarquicos locais” (CITTADINO, 1998, p. 18)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Dessa forma, para permanecer no poder, fica claro que as facções oligárquicas facilmente se readaptam a novas realidades sociais, reproduzindo tradicionais esquemas políticos, redefinindo sempre seu velho, mas eficiente, sistema oligarquico-coronelístico, usando novas roupagens para se readaptaram facilmente a novas situações, compondo-se de acordo com seus interesses criaram várias faces para assegurar sua estrutura de poder como em um caráter mutante, conciliavam-se e realizavam-se quando o assunto era o controle do poder no Estado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">Referências Bibliográficas </span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">CITTADINO, Monique. Populismo e Golpe de Estado na Paraíba; João Pessoa: Editora Universitária Idéia. 1998.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">EDGARD, Carone. Brasil. Anos de crise(1930-1945). São Paulo: Ática. 1991.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">EDGARD, Carone. Brasil. O Estado Novo(1937-1945); São Paulo: Difel, 1997.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">GURJÃO, Eliete de Queiroz. Morte e Vida das Oligarquias-paraibanas: 1985-1945. João Pessoa: Ed. Universitária. UFPB, 1994.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">IGLESIAS, Francisco. Trajetória política do Brasil: 1500 – 1964, São Paulo. Companhia de letras, 1993.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">MELO, José Otávio de Arruda. Tensão Social e Revolução na Paraíba, curso 2001, 1974.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">SANTANA, Martha Maria Falcão de Carvalho e Morais: Poder e intervenção Estatal – Paraíba: 1930-1940. Martha Maia Falcão de Carvalho, Morais Santana. João Pessoa.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">SILVA, Hélio. A Revolução traída. Rio de Janeiro; Ed civilização Brasiliense, 1963.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">SOUSA, Maria do Carmo Campelo de. Estado e partidos políticos no Brasil(1930-1964). Ed São Paulo, Alfa-omegas 1983.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/politica-historiografica-paraibana.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-5213113240439656864</guid><pubDate>Wed, 05 Jan 2011 19:43:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-05T11:43:05.041-08:00</atom:updated><title>Religião e magia na Idade Moderna no campo historiográfico.</title><description><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: center;"><b><span style="color: black; font-size: 14pt;">Religião e magia na Idade Moderna no campo historiográfico</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: right;"><b><span style="color: black; font-size: 10pt;">Luciano Bezerra Agra Filho</span></b></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: right;"><span style="color: blue; font-size: 10pt;">lucianoagra@isbt.com.br</span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i><span style="color: black; font-size: 10pt;">Licenciado em História – UEPB</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;">Resumo: </span></b><span style="font-size: 10pt;">O que vem a ser “magia”? O termo é abrangente, complexo e polissêmico<b>. </b>A fantasia e realidades se<b> </b>misturam nas práticas mágicas. A busca do conhecimento e a luta para se livrarem de uma estrutura opressiva<b> </b>que ameaçavam os seus costumes e tradições, levaram as camadas mais pobres, a produzirem práticas e<b> </b>devoções mágicas. Para estas pessoas e talvez para todo nós, a fantasia se transforma em realidade e a<b> </b>realidade em fantasia no quadro religioso do Ocidente Moderno.<b></b></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt;">Palavras Chave</span></b><span style="font-size: 10pt;">: Idade Moderna – Magia – Historiografia.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Abstract:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> what is to be "magic"? The term is comprehensive, complex and polysemic. fantasy and realities intermingle in magic practices. The search for knowledge and the fight to rid themselves of a structure oppressive that threatened their customs and traditions, led the poorest, to produce practices and devotions magic. For these people and perhaps to all of us, fantasy becomes reality and the reality in fantasy in religious framework of the West Modern.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Key Words:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;"> Modern Age – Witchcraft – Historiography.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">1. A Magia no seio da Igreja Medieval:</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span>Inicialmente, é bom salientar que todas as religiões primitivas são consideradas pelos seus seguidores como meio, como um caminho pelo qual podem alcançar o poder sobrenatural. Essas religiões funcionavam como máquinas que continuam sistemas de explicações, fontes de imposições morais, semiologia de ordem social ou ponte para a imortalidade, significado, também, a perspectiva de um meio sobrenatural que controla o homem sobre a terra. Nesse grupo de religiões incluem-se os cristianismos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Na época Medieval, a Igreja viu-se conturbada pela tradição de que a realização de milagres era o meio eficaz de monopolizar a verdade. Um pouco antes da Reforma, a Igreja não alegava ter o poder de realizar prodígios, ou seja, sua fé em Jesus. No entanto adquiria prestígio com os efeitos realizados por membros a quem Deus concedera dons de efetuar milagres. Atribui-se igualmente uma eficácia miraculosa às imagens. Os milagres e curas sobrenaturais eram manifestadas no seio da igreja nas vésperas da Reforma e conferiam-se esses milagres, são somente às imagens, mas também às relíquias sagradas, que eram consideradas fetiches milagrosos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Adoravam os santos e os tinham como parte integrante da estrutura da sociedade medieval. Cada igreja possuía seu santo padroeiro e, às vezes, conferiam a hagiolatria um caráter quase totêmico. Cada santo era profissional em atender um determinado pedido. Para cada ocasião havia um santo especial. Na dor, no parto, no olhado, nas tempestades, na escassez, na peste, etc... Cada santo era incumbido de atender de acordo com a ocasião. Havia métodos para abençoar os doentes e tratar dos animais, para afastar o trovão e trazer a fecundidade ao leito matrimonial; o ritual básico era o benzimento com água e sal para a saúde do corpo e a expulsão de demônios.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Dessa forma, o seio da Igreja Católica estava cheio de talismãs, rosários e amuletos eclesiásticos usados para fins milagrosos, destinados a dar proteção numa ampla variedade de contextos. Com uma série de sub-superstições em torno do altar, até a missa passou a possuir um poder mágico e, como os demais sacramentos cristãos, gerou um conjunto de crenças parasitárias, atribuindo-se a cada cerimônia um significado material que os dirigentes da Igreja nunca haviam alegado. O batismo era fundamental para tornar o bebê um ser humano integral, membro da Igreja, possuidor da salvação, e que tivesse um crescimento melhor. Assim como os batismos, as mulheres, após parirem, davam graças a Deus e prestavam uma cerimônia tipo “purificação”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>As orações dos fiéis funcionavam como ponte que dava acesso ao auxílio divino e aos páramos celestiais. A oração assumiu diversas formas, mas o tipo mais diretamente relacionado com os problemas do cotidiano era o da intercessão, com o qual invocava-se a Deus tanto para orientar no caminho da salvação quanto para ajudar em dificuldades materiais. As orações mais constantes eram os pais-nossos, às ave-marias e os credos. Assim, a Igreja Medieval contribuiu para distinguir uma prece de um encantamento, além de atribuir virtude na mera repetição de palavras sagradas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>De acordo com o que já vimos anteriormente podemos perceber que a Igreja Medieval como um grande reservatório de poder mágico, apto para ser empregado para uma série de finalidades seculares, como a leitura de um versículo para revelar o destino das pessoas, a leitura sistemática da Bíblia para garantir um bom parto à parturiente, e assim sucessivamente. A principal preocupação da Igreja era espiritual, dando ênfase à natureza primariamente intercessora dos rituais eclesiásticos como a precipitação de preces, adoração dos santos, o emprego de água+ benta e do sinal da cruz. Ressalte-se, ainda, que a consideravam esses rituais propiciatórios, não coercitivos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Não obstante várias circunstâncias contribuíam para consolidar a idéia de que a Igreja era um agente mágico, além de devocional. O antigo culto às fontes, árvores e pedras não foi abolido, mas modificado, associando um santo a uma divindade pagã e incorporando as festas pagãs ao ano eclesiástico. O Ano Novo tornou-se a Festa da Circuncisão, a Festa da Primavera virou o dia de São Felipe e São Tiago, a Noite de Solstício de Verão passou a ser o Nascimento de São João Batista, o Lenho de Dezembro foi introduzindo na celebração do Nascimento de Cristo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>As práticas como a veneração da hóstia, das relíquias, a recitação de preces ou o uso de talismãs e amuletos podiam chegar a excessos, mas os teólogos não consideravam como problema, pois o efeito disso era unir mais o povo à verdadeira Igreja e ao verdadeiro Deus.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">2. Cultura Popular, Magia e Sabá</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A magia está vinculada à realidade da humanidade desde o pressuposto da civilização. Seria um meio pelo qual, o homem manifesta o desenvolvimento o desenvolvimento dos seus conhecimentos naturais e oculto, com o intuito de corresponder aos desafios de sua realidade.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Com o progresso moral, a magia dividiu-se em magia branca e maia negra. Sendo que a primeira, “é pública, orientada em função de grupo, socialmente aprovada”. Enquanto a segunda, “tende a ser secretas, ilegais, subversivas, socialmente condenadas”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Segundo alguns estudiosos procura discutir a relevância do assunto, a gênese da magia está nas raízes da cultura popular. Já outros, opõem-se, essa posição, baseada na fragmentação e na insuficiência de argumentos nos documentos estudados. Mas, observa-se nos conceitos da magia, a penetração das características da cultura popular.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>É nesse ponto que a cultura popular era muito apreciada até a Idade Moderna por todas as classes sociais. Cabe ressaltar, porque naquele período poucas pessoas tinham acesso ao conhecimento científico e também era uma forma de opor-se ao regime vigente. Apresentava grandes distinções, devido a descentralização territorial que conseqüentemente provocava a divergência da prática da cultura do campo e da cidade. O poderio econômico acentuava essa situação quando, um camponês não tinha condições financeiras de realizar o mesmo costume do nobre, de aristocrata ou burguês.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante chamar atenção para o fato de que o desejo da Igreja Católica era manter o seu domínio ideológico sobre todas as classes sociais, e afastar o fortalecimento de outras religiões, lançam a proposta de condenar uma “cultura unitária”, com o mesmo fim para toda a sociedade. Isto significa dizer que os intelectuais também apresentavam interesse em reformular a cultura popular e queria expandir totalmente o conhecimento intelectual.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É evidente que os reformadores protestantes, iam mais longe com seu plano de afastar a igreja católica do seu caminho. Mas neste caso, acusava-se da prática de magia a fim de desvalorizar o poderio ideológico do cristianismo. De toda forma a Inquisição, foi lançada pela igreja católica e apoiada pelo Estado, levou a julgamento e condenou inúmeras pessoas sob a acusação de heresia, cisma, apostasia, magia e poligamia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Mas o que é interessante neste fato para ser analisado, é que num período temido pelas normas da Inquisição; marcado pela modernização e transformação na Europa Ocidental, cresceu consideravelmente o uso de magia. Ocasionada pela falta de um conhecimento científico, como também pelas condições sub-humanas a que os povos estavam submetidos, era uma forma de opor-se ao processo de reformulação da religião e dos costumes, que estava sendo empreendido neste momento. Podemos perceber que é muito complexa e rica a cultura popular na Idade Moderna. Podemos exemplificar com a canção e a literatura popular, principalmente na Alemanha, onde a poesia e povo estavam associados na criação desses poemas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Essa tradição oral estava mais enfatizada na obra dos irmãos Grimm e também Heder que tinham idéias iguais na forma de ver poesias e contos integrados com a natureza, e daí surgiram coletâneas e mais coletâneas de canções populares; como as famosas baladas russas surgindo coletâneas por toda a Europa como no caso as baladas suecas, dinarmaquesas, finlandesas, inglesas, espanholas, etc.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Dentre essa criação cultural o Iluminismo não era apreciado em certas regiões como na Alemanha e Espanha, visto que existia predominância francesa, concluindo-se que essas canções populares era inspirados em sentimentos nacionalistas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Dentre de uma estratificação social e cultural, havia o contraste entre os habitantes das terras altas e terras baixas, por isso existiam as diferenças na cultura do pastor em particular era simbolizada por causas especiais como avental, eram pobres e isolados mas se deslocavam de um lugar para o outro pois eram livres e tinham o tempo para eles e se dedicavam ao seu próprios rebanhos, tocando flautas e gaitas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Haviam os mineiros que tinham suas lendas e tinham seu orgulho de lidar com metais preciosos que eles próprios descobriram. Eles tinham seus próprios santos padroeiros, a sua dança, as suas canções. E como os pastores, desenvolveram sua própria cultura, por terem sido rejeitados pelo mundo que os dominavam, deixam uma rica cultura e teêm sua vida retratada pelo clérigo luterano. Segundo João Ribeiro Júnior afirma que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“ Aonde existir opressão, alienação, ignorância, interesse em manter o povo marginalizado do processo histórico, insatisfação, descrença em todos os argumentos científicos ou desconhecimento deles; onde existir o desejo de coisas novas e diferentes que a sociedade de consumo insistir em produzir, mas que cada vez mais se distancia da grande massa aí estava a Magia Negra”( RIBEIRO, 1985, p. 35)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Para Ribeiro, como para os seus seguidores, se pode afirmar, quanto ao período moderno, as feitiçarias estão subordinadas à magia negra. E é neste sentido que esses elementos eram totalmente divergentes. Do que foi dito anteriormente encontramos-nos diante da idéia de que a feitiçaria ou de mago trabalha metodicamente, com o exato conhecimento do que está fazendo. Enquanto o bruxo trabalha de modo natural, e muitas vezes instintivamente.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Por outro lado, os bruxos e feiticeiros encontravam-se no Sabá, que representava o elo entre o velho rito pagão dos bruxos e o ritual anticristão, onde satanás era adorado como um Deus. Da mesma forma, a maior parte dessas assembléias praticava-se magia negra, orgias, sexuais, jogos, danças, canibalismo e assim sucessivamente. Podemos dizer que a maior parte dos Sabás, eram dispersos, isto é, não existia lugares nem dias específicos para poder realizá-los. Contudo, entende-se que a sua prática era proibida pela igreja e com ameaça de morte, por vir contra a ideologia cristã.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Apesar dessa noção, na verdade, o intuito de realização do Sabá era proporcionar a seus freqüentadores (homens e mulheres), uma fuga dos rigores de vida, principalmente por parte das mulheres. É evidente, que elas encontravam no Sabá, uma forma de sentir-se livre da repressão que lhes era imposta. Segundo João Ribeiro, afirma que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">“as orgias sexuais eram válvulas de escape para a satisfação de desejos carnais frustrados ou reprimidos por exagerados e severíssimos conceitos religiosos da época, parte do aparato repressivo que congregava o Estado Monárquico e a Igreja”( RIBEIRO, 1985, p. 40).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>“Aliás, a liberdade de expressão sempre esteve vinculada à liberdade sexual. Onde se reprime a liberdade de expressão também se reprime a liberdade sexual.”( RIBEIRO, 1985, p. 40). Neste sentido, podemos enfatizar que a relação ao vôo no espaço e as fantasias eróticas, eram provocadas pelo uso de drogas. Com isso, as transformações animalescas, são mais invencionice das pessoas que foram forçadas a confessar no tribunal da Inquisição. Seja como for, é inegável que diria que as transformações animalescas são mitos e lendas folclóricas. Além disso, estes Sabás realizavam-se a Missa Negra que é a Missa Católica deturpada com o propósito de aviltar a imagem de Deus.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É bastante provável que as Bruxas e feiticeiros reuniam-se à noite, geralmente em lugares solitários, apareciam em garupas de animais ou então transformados eles próprios em bichos. Mesmo quando os que vinham pela primeira vez deviam renunciar a fé cristã, profanar os sacramentos e render homenagem ao diabo, presente sob forma humana ou como animal. De fato, seguiam-se banquetes, danças e orgias sexuais. Além disso, antes de volta para casa, bruxas e feiticeiros recebiam ungüentos maléficos, produzidos com gordura de crianças e outros ingredientes. É a partir daí que esses são os elementos fundamentais das descrições do Sabá.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Inclusive, observando-se esse momento dos processos por feitiçaria realizado entre o princípio do século XV e final do XVII na Europa, emerge uma imagem do Sabá em que a existência de uma verdadeira seita de bruxas e feiticeiros espalhados por toda parte, praticamente os mesmos ritos horrendos. O importante é que os juízes arrancavam dos acusados por meio de pressões físicas e psicológicas, as denúncias, daí se desencadeava uma verdadeira caçada as bruxas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>De certo modo, para alguns autores, essas confissões, continuam demasiadas extravagâncias tratando-se de elementos não reais. Afinal, para outros, as descrições do Sabá contidas nos processos de bruxaria não eram mentiras extorquidas pelos Juízes nem narrativas de experiências com caráter alucinatório, mas sim descrições precisas de ritos de fato ocorridos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Dentro dessa vertente o Sabá emergiu por volta da metade do século XVI nos Alpes ocidentais, afloram também elementos folclóricos estranhos à imagem inquisitorial, difundidos numa área muito mais vasta. Deles emergem dois temas, as procissões dos mortos e as batalhas pela fertilidade os que dela participavam se autodefiniam BENADANTI, ou Andarilhos do bem. Carlos Ginzburg diz o seguinte: “ A esse núcleo místico ligam-se também temas folclóricos, como o vôo noturno e as metamorfoses animalescas, os Xamâs, (...) da fusão desses temas surge uma formação cultural de compromisso.(GINZBURG, 1991, p. 123)</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Dando ênfase a isto, o fim da perseguição, o Sabá desapareceu, digo dissolveu, mas os mitos sobreviveram ao desaparecimento do Sabá, permanece como um dos centros ocultos de nossa cultura. Sendo o autor Carlo Ginzburg, é possível reconhecer uma formação cultural de compromisso, resultado de um conflito entre cultura folclórica e cultura erudita.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Ainda existem muitas contradições sobre a existência dos Sabás, Haining Peter relata aos algumas pessoas vêem o Sabá Negro como um fato ou inconvecionante de imaginações férteis.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Com a maioria dos depoimentos sobre o Sabá estão nos processos do Tribunal da Santa Inquisição, e muitos desses depoimentos eram feitos sob tortura, teme-se deformações, ocasionada pelas obsessões de inquisidores e Juízes, portanto, esses depoimentos deixam margem a desconfiança.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Carlo Ginzburg procura analisar as contradições da existência do Sabe, através de extrato antiqüíssimo de mitos e processos de exclusão social, ou seja, análise em cima da cultura popular, especialmente o folclore, devido ao vôo mágico e as metamorfoses animalescas, e sob o ponto de vista inquisitorial, considerava mais um complô de um grupo social. Mas enfatiza que não devemos persistir na unilateralidade dos fatos. Devemos uni-os para estabelecer, conclusões gerais (HAINING, 1976, p. 21).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Já Peter Haining debruçados nos manuscritos secretos e livros negros, dia que os mesmos são fontes materiais que não deixam dúvidas de sua existência e informa aos praticantes não só os rituais como também “devoluções” e regras a observar.(GINZBURG, 1991, p. 125).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Vale lembrar que os livros negros eram proibidos pela Inquisição, devido a este</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">fato muitos foram destruídos. Mesmo assim, eles existiam, mas era difícil acesso a esses <span style="font-size: 11.5pt;">livros, porque partes da sociedade daquela época não sabiam ler e nem escrever. Os que</span> <span style="font-size: 11.5pt;">sabiam, procuravam repassar seus conhecimentos. Peter Haining em seus estudos, localizou</span> <span style="font-size: 11.5pt;">em um Museu Britânico um desses livros, da era Elizabetana do século XVI – “O Livro de</span> <span style="font-size: 11.5pt;">Devoções para Adoradores do Demônio da Era Elisabetana”, escrito por um feiticeiro de</span> <span style="font-size: 11.5pt;">Edinburg.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em Suma, fantasia e realidades se misturam nas práticas mágicas. A busca do conhecimento e a luta para se livrarem de uma estrutura opressiva que ameaçavam os seus costumes e tradições, levaram as camadas mais pobres, a produzirem práticas e devoções mágicas. Para estas pessoas e talvez para todo nós, a fantasia se transforma em realidade e a</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">realidade em fantasia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">• BURKE, Peter. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Cultura Popular na Idade Moderna.</u></i></b> São Paulo: Companhia das Letras, 1989.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">• GINZBURG, Carlo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>História Noturna:</u></i></b> Decifrando o Sabá, São Paulo: Companhia das Letras, 1991.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">• HAINING, Peter. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>O Livro do Feiticeiro,</u></i></b> Rio de Janeiro: Pallas, 1976.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">• RIBEIRO, Júnior João. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>O que é magia,</u></i></b> 29 ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">• THOMAS, Keith. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Religião e o Declínio da magia.</u></i></b> São Paulo: Companhia das Letras, 1991.</div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/religiao-e-magia-na-idade-moderna-no_05.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-4854231532000360175</guid><pubDate>Wed, 05 Jan 2011 19:11:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-05T11:11:48.546-08:00</atom:updated><title>Reflexões sobre a História de Jacob Burckhardt: Algumas considerações</title><description><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b><span style="color: black; font-size: 14pt;">Reflexões sobre a História de Jacob Burckhardt: Algumas considerações</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: right;"><i><span style="color: black; font-size: 10pt;">Luciano Bezerra Agra Filho</span></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: right;"><i><span style="color: blue; font-size: 10pt;">lucianoagra@isbt.com.br</span></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: right;"><i><span style="color: black; font-size: 10pt;">Licenciado em História-UEPB</span></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b><span style="color: black; font-size: 10pt;">RESUMO:</span></b><b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"> </span></b><span style="color: black; font-size: 10pt;">Neste artigo, pretende expor, de maneira sucinta, a interpretação do historiador suíço Jacob Burckhardt, em</span><b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"> </span></b><span style="color: black; font-size: 10pt;">reflexões sobre a História. Cabe ressaltar que ele foi um dos mais importantes historiadores do século XIX.</span><b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"> </span></b><span style="color: black; font-size: 10pt;">Além disso, Jacob Burckhardt incorporou novos usos e costumes, de absolvendo personagem, culturas e</span><b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"> </span></b><span style="color: black; font-size: 10pt;">formas de sociabilidade diversas. É preciso destacar ainda que as “três Potências” (Religião, Estado e Cultura)</span><b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"> </span></b><span style="color: black; font-size: 10pt;">nomeadas por ele como basilares para a compreensão didática do processo histórico. Do que foi exposto até</span><b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"> </span></b><span style="color: black; font-size: 10pt;">aqui se pode afirmar que ele demonstrou a validade dos seus estudos das crises na História, que representam</span><b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"> </span></b><span style="color: black; font-size: 10pt;">momentos de verdadeiras revoluções da História mundial</span><span style="color: black; font-size: 11.5pt;">.</span><b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"></span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 10pt;">Palavras Chave: Jacob Burckhardt – historiografia - História.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">ABSTRACT:</span></b><b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span></b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">In this article, it intends to display, in way sucinta, the interpretation it Swiss historian Jacob Burckhardt, in</span><b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span></b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">reflections on History. It fits to stand out that it was one of the most important historians of century XIX.</span><b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span></b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Moreover, Jacob Burckhardt incorporated new uses and customs, of acquitting personage, cultures and</span><b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span></b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">diverse forms of sociability. She is necessary to detach despite the “three Powers” (Religion, State and</span><b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span></b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Culture) nominated by it as fundamental for the didactic understanding of the historical process. Of what it</span><b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span></b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">was displayed until here if can affirm that it demonstrated the validity of its studies of the crises in History,</span><b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: EN-US;"> </span></b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">that represent moments of true revolutions of world-wide History.</span><b><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: EN-US;"></span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US;">Words Key: Jacob Burckhardt – Historiography - History.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><b><span style="font-size: 13.5pt;">INTRODUÇÃO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em, 1784, o filósofo alemão Emanuel Kant publica Idéias de uma história universal do ponto de vista cosmopolita, livro em que contempla uma interpretação da História. Este pequeno livro, composto de nove proposições, em sua oitava, afirma que a história humana é “a realização de um oculto da natureza”(KANT, 1984, apud GARDNER, 1995, p. 37). De forma bastante simplificada o que ele nos diz é que a interferência exercida pela natureza é o que permite ao ser humano o seu aperfeiçoamento e o progresso da história.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Seguindo a esteira de Kant, Hegel busca dar sentido à existência humana e à história universal, utilizando para isto o argumento de um motor externo e independente das ações humanas. A Providência hegeliana é a causa primeira dos acontecimentos históricos e seu fim último; para ele, a Providência Divina age de tal forma que “ a razão governa o mundo e, por conseqüência a história universal é um processo racional”(HEGEL, 1969, p. 39). Portanto, para Hegel todo o processo ocorrido na história universal é produto da ação de uma força superior, externa ao homem e impossível de ser compreendida completamente por qualquer ser humano. O homem, por conseguinte, é um instrumento dessa inteligência na realização de sua vontade.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Enquanto Hegel via no indivíduo um meio instrumental da Providência para a realização da razão na história universal, Jacob Burckhardt via no mesmo ser, toda a sua capacidade de, mesmo que inconscientemente, concentrar todo um período de crise precedente e presente, expressando-o através de sua arte. Nesse caso, não é possível a presença da ação do sobrenatural, posto que, ao contrário do que advogava Hegel, para o historiador suíço não há progresso e equilíbrio na história e sim uma continuidade sempre suscetível aos desmandos dos períodos de crise que atravessa a humanidade. Para clarificar esta afirmação, reproduzimos a seguir um momento de cada um dos dois pensadores em que colocam sua visão da história. Hegel ao mesmo tempo em que se encanta com a figura magnânima do Imperador Napoleão, reconhece nele um homem de exceção, mas mesmo assim, instrumentalizado pelo Espírito<span style="font-size: 11.5pt;"> Cósmico. Por outro lado, Burckhardt vê em figuras do Renascimento como Pico de Mirandola e Rafael, toda a genialidade de que o homem é capaz, por si mesmo, em virtude de assimilação da cultura precedente e da melhor maneira de expressá-la.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;">“Vi o imperador – esta alma do mundo – cavalgar pela cidade, em visita de reconhecimento: suscita verdadeiramente, um sentimento maravilhoso a visão de tal indivíduo, que abstraído em seu pensamento, montado a cavalo, abraça o mundo e o domina”(HEGEL, [s.d.],apud ARANTES, 1991, p.ix)</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;">“As fontes da abundância criadora dos gênios nada mais são do que a grandiosa energia sobre-humana neles, ativa, que após cada progresso obtido, documenta o poderio e a vontade expressiva de seu espírito inquieto e poliédrico”( BURCKHARDT, 1961, p. 233)</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Um honra o homem por sua capacidade totalmente advinda do Espírito e compartilhada por ele, mas que não é mérito dele; o outro, honra o homem por toda a sua grandeza, grandeza que, entretanto, é possível apenas a um reduzido número de mentes capazes. A ação praticada por Napoleão é única, incomparável, entretanto, se isso o torna um ser superior aos demais não é por mérito seu e sim, pela ação da razão, da Providência na história. Bem avesso ao pensamento burckhardtiano que enxergava no humanismo renascentista um dos grandes momentos do desenvolvimento do ser humano, e assim cria que seres humanos superiores à maioria eram responsáveis pelo reconhecimento de períodos diferenciados na história.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Essa breve alusão a Hegel em oposição a Burckhardt que acima apresentamos, foi feita com a intenção de demonstrar que o historiador suíço não enxergava na história uma razão que a conduzisse de um início absolutamente conhecido até um fim determinado; bem como, de acordo com ele mesmo proferiu, é impossível associar filosofia e história, ou seja, de introduzir a razão na história de forma que possa haver uma filosofia da história, pois esta “constitui um contraditório in adjecto<i>, pois a História, ou seja: a coordenação dos</i> <i>elementos, é antítese da Filosofia e esta, isto é: a subordinação, o critério subordinador, é</i> <i>o oposto da História”(BURCKHARDT, 1961, p. 10).</i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em seu livro Reflexões sobre a História Jacob Burckhardt aponta a existência de três Potências que inter-relacionadas viabilizam a compreensão de uma determinada época da História: Estado, Religião e Cultura. Ao nomeá-las faz logo a advertência de esta ser uma divisão arbitrária, mas sem dúvida necessária para proceder ao estudo de um período histórico. De uma maneira mais precisa, as mudanças ocorridas na história são motivadas pelas influências que cada uma destas potências pode desenvolver sobre as demais. Estas influências não irão se dar mútua e reciprocamente, ou seja, quando o Estado, por exemplo, incidir sobre a Religião ou a Cultura, tal fato se dará no momento em que estas estiverem frágeis o suficiente para aceitar o seu jugo; aquele, por outro lado, estará no auge de sua representatividade, da expressão máxima do seu poder, não podendo ser afetado pelos fatores que ora encontram-se sublimados por sua força. Entretanto, as potências, que no momento encontram-se inferiorizadas, podem tomar proveito dos espaços marginalizados e não ocupados totalmente pela potência que impera nomentaneamente. Dada a necessidade de identificar qual das potências está sobrepujando as demais, a investigação empregada por Burckhardt é implacável tão somente a períodos em que o<span style="font-size: 11.5pt;"> fenômeno histórico seja registrado claramente, como proferiu em seus cursos na Universidade de Basiléia:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;">“... fator condicionador e fator condicionado trocam de posição tão rápida e imperceptivelmente e(...) o elemento essencialmente predominante muitas vezes mal pode ser reconhecido como tal, principalmente em épocas bastante remotas”(BURCKHARDT, 1961, p.87).</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É importante salientar que as análises mais detalhadas realizadas pelo historiador suíço, em suas obras, restringiram-se apenas ao continente europeu, principalmente aos momentos e povos que para ele foram as maiores representações das realizações culturais da humanidade. Além do que, conforme na passagem anteriormente citada, épocas das quais não se possuem informações muito precisas não permitam tal trabalho. As obras de Jacob Burckhardt a que nos referimos, em que tratou de períodos da história são: A época de Constantino, o Grande; A Cultura Grega e A Cultura do Renascimento na Itália. O fato de seus estudos estarem direcionados para o ocidente europeu, não invadidos os seus métodos. Afinal, como proferiu o próprio Burckhardt em suas palestras na Universidade de Basiléia que, postumamente, foram compiladas no livro Reflexões sobre a História, que encerra sua teoria da história, não era o seu <i>“propósito estudar a História em si, mas sim</i> <i>um fenômeno histórico”</i>(BURCKHARDT, 1961,p.24)<i>. </i>Esse estudo permitiria além do conhecimento do fato específico, a informação concernente à evolução espiritual do ser humano.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em face do que foi apresentado nessa introdução, pretendemos mostrar, mesmo que sucintamente, a interpretação da história da maneira como era descrita por Burckhardt. Para isso, exporemos sua interpretação das três potências que compõem a história da humanidade e, em seguida, apresentaremos os efeitos causados pelas crises na História. Para tal realização,. Dividiremos o artigo em duas partes: o primeiro intitulado Estado, Religião e Cultura: As três Potências e a História, composto de três subcapítulos; e o segundo, As Crises na História. Inteiramos, ainda, que embora façamos referências a outras obras de Jacob Burckhardt, pautamo-nos em uma obra específica: Reflexões sobre a história.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt;">1. ESTADO, RELIGIÃO E CULTURA: AS TRÊS POTÊNCIAS E A HISTÓRIA</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Burckhardt tinha consciência da arbitrariedade que cometia ao dividir a história entre três grandes grupos de realizações humanas: Estado, Religião e Cultura. Mas é preciso dar conhecimento que <i>Reflexões sobre a História </i>nasce não como um livro, e sim como um curso de história para a Universidade de Basiléia. Portanto, a forma arbitrária, porém didática, era indispensável para que o professor suíço ministrasse as suas aulas. Estado e Religião, para ele, estavam num mesmo patamar, eram forças estáveis devido a sua condição de existência, ou seja, são a expressão das necessidades do povo da qual se originam, <i>necessidades políticas e metafísicas</i>. São estáveis para àqueles que reconhecem sua validade, que acreditam que tanto o Estado quanto a Religião representam uma finalidade da sociedade. Por outro lado, a Cultura é por ele classificada como exatamente inversa, ela é o dinâmico, o mutável, produto da continuidade da história, que fabrica o refinamento do espírito humano.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Burckhardt acreditava que ao “intelectual” não cabia a tarefa de mudar o mundo, essa não era a sua pretensão; não acreditava tampouco que alguém fosse capaz de fazê-lo intencional. Suas preocupações não estavam centradas na investigação das origens acontecimentos, isso tornaria o seu trabalho igual ao dos filósofos da história; dizia com relação a si e aos historiadores em contraposição aos filósofos da história, que <i>“... não</i> <i>fomos iniciados nos desígnios da sabedoria eterna e portanto não os conhecemos. Esta</i> <i>audaz antecipação de um plano mundial conduz a erros a partir de premissas errôneas”</i> (BURCKHARDT, 1961, p. 11). Esta afirmação explica, também, o fato de considerar desnecessária a busca pelas origens e princípios do Estado, da Religião e da Cultura. O seu desejo, ao ministrar suas aulas, não era o de formar historiadores, assim como era, mas apenas transmitir o estímulo à capacidade que todos possuem de se ilustrar. Embora todos possuam essa capacidade, a mesma pode ser potencializada ou não por determinados fatores que estão presentes principalmente na Cultura e, em escala menor, na Religião e no Estado. Vejamos pois, o que nos diz Burckhardt acerca dessas três potências da história.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><b><span style="font-size: 14pt;">1.1 ESTADO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A exemplo do que dizia sobre a filosofia, que era algo muito complexo para o seu entendimento, chegando a afirmar que sua “... pobre cabeça nunca foi capaz de refletir, sequer remotamente sobre os fundamentos últimos, as finalidades e ramos desejáveis da ciência histórica...” (BURCKHARDT, 1842, apud GAY, 1990, p. 148); Burckhardt dizia ser impossível, com segurança, conjecturar sobre a origem do Estado. Seria uma tarefa improfícua determinar a origem daquilo que não guardava fontes seguras, nesse sentido, na validação de documentos escritos como fontes imprescindíveis nas escrita da história, é possível assemelhá-lo ao seu mestre, o alemão Ranke, como a diferença de que, ao contrário de seu antigo professor, a verdade não seria sacrificada em nome do estilo (GAY, 1990, p. 146).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O documento original, para Burckhardt, é o que <i>“dá-nos o fato... numa forma que já constitui a sua expressão em si” </i>(BURCKHARDT, 1961, p.28)<i>. </i>Por outro lado, o<i> </i>documento histórico já possui uma interpretação do acontecido, passando-nos impressões<i> </i>de outrem, prejudicando assim a nossa visão própria da história. Não poderia ser de outro<i> </i>modo, então, que, aliado aos estudos das fontes originais, estivesse o domínio das línguas<i> </i>nas quais foram escritos os documentos objeto de estudo, pois a tradução, tal como um<i> </i>documento de “segunda mão” traz vícios de quem os fabrica. Muito embora, ressalte que na<i> </i>ausência das fontes originais, é possível fazer uso de fontes secundárias e terciárias,<i> </i>cabendo, evidentemente, ao estudioso fazer uso do intelecto para estabelecer uma ligação<i> </i>com a fonte original. Isto posto, passemos a falar sobre o Estado, das maneiras como ele se<i></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">impõe no seio de um povo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É preciso, levar em consideração que onde e como principia o Estado, conforme exposto anteriormente, é impossível de se precisar. Mesmo tendo isso claro, Burckhardt faz uma pequena digressão sobre as causas que teriam levado ao surgimento do Estado, abominando, sob qualquer hipótese, a idéia de surgimento através de um contrato social aos moldes do que idealizou Rousseau; ao contrário, a violência determinou e determinará sempre o surgimento do Estado, havendo sempre conquista e escravização dos subjugados. Esse reconhecimento se dá quando se ignora e invalida-se o direito dos mais fracos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Quantos às formas das constituições políticas do Estado, a validação que o mundo Antigo deu à teoria aristotélica do Estado perdeu sua validade com o advento da complexidade dos estados, principalmente na Época Moderna. Mesmo diante desta complexidade, Burckhardt nomeia uma divisão básica do Estado em dois tipos, o grande e</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">o pequeno com suas atribuições correspondentes:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;">“A missão do Estado grande é a de realizar grandes feitos históricos, a fim de manter e assegurar a sobrevivência de certas culturas que sucumbiram de outro modo, de fazer avançar certos componentes passivos de sua população, que se atrofiaram se entregues a si mesmos, formando Estados minúsculos e, finalmente, de estruturar e desenvolver grandes energias coletivas. O estado pequeno existe a fim de que haja um pequeno espaço sobre a face da Terra no qual a maior parcela possível de pessoas pertencentes à mesma nacionalidade sejam cidadãos desse Estado no sentido mais pleno do termo”(BURCKHARDT, 1961, p. 39-40).</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.5pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span>Ao classificar o Estado pequeno dessa maneira, Burckhardt fazia refletir em sua cidade as imagens de dois momentos de ápice da Cultura na História: a polis grega e as cidades-estado do Renascimento Italiano. O Estado pequeno cobre as vantagens do Estado grande exatamente por proporcionar aos seus cidadãos a verdadeira e concreta liberdade. Liberdade esta que Burckhardt acreditava gozar em plenitude.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Independente da forma que se origine ou da forma como se configure, pequeno ou grande, o Estado, em sua estrutura interna, constitui-se da ampliação de egoísmos individuais estabelecidos ao nível da esfera pública. Esses egoísmos mascaram o seu interesse próprio, transformando-o aos olhos de todos em interesse coletivo; por este motivo, esses egoísmos buscam compensação <i>“... permanece no próprio Estado, a ponto</i> <i>de fundir o seu destino com o da coletividade por ele representada”</i>(BURCKHARDT, 1961, p.43). É exatamente essa ação de egoísmos individuais transformando-se em coletivo que transforma a violência do Estado em energia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O Estado, desse modo, surge da necessidade de um povo, na tentativa de legitimá-lo criando para isso normas jurídicas e direito. O Estado não tem o domínio sobre si, ao contrário, o indivíduo é que determina as bases da sua existência. Há o Estado porque o ser humano dele necessita para ser servido, e se há uma força que age além do conhecimento racional do homem, ela não age de fora para dentro, determinado a ação humana na direção da formação de um Estado como finalidade, ao contrário, os homens são, nas palavras de Schopenhauer, “marionetes puxados não por fios exteriores(...) mas movidos por um mecanismos interior”(SCHOPENHAUER, 1996, apud BRUM, 1998, p. 31), mecanismo este que no entendimento do historiador suíço é o espírito humano que, de forma diferente da História, mantém uma continha linha de evolução. O Estado, então, evolui não por haver um progresso na História e sim por haver uma evolução do espírito humano. Apesar dessa evolução por causa dela, o Estado, por si só, não seria capaz de potencializar os homens a se ilustrarem. Vejamos, então, o que o historiador suíço nos diz sobre a Religião.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><b><span style="font-size: 13.5pt;">1.2 RELIGIÃO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Ao falar do Estado, Burckhardt deixa claro que quem faz o seu desenvolvimento é a humanidade e não o inverso, e essa capacidade do ser humano torna-se mais evidente no seu relacionamento com a Religião. Dotado de espírito, o ser humano tem nas religiões <i>“...</i> <i>a expressão das eternas e indestrutíveis necessidades metafísicas...” </i>(BURCKHARDT, 1961, p. 45) de sua natureza. Tudo aquilo que o homem não pode dar a si mesmo faz vir a si através da religião, que se torna perene ao longo do tempo através da projeção de civilizações sobre outras. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A exemplo do que foi expresso com relação à Potência anterior(o Estado), a Religião também não permite um estudo do seu princípio, nem mesmo por via da comparação com povos em estágio de civilização diferentes. Um radical sentimento de superioridade racial é proferido pelo historiador suíço quando retoma o tema das origens, tanto da Religião quanto do Estado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;">“Eliminemos, desde já, portanto, as religiões das raças menos importantes, das populações negras etc., dos selvagens, semi-selvagens, já que elas nos explicam menos sobre a formação espiritual dessas populações do que o Estado fundado pelos negros explica a formação do Estado civilizado.” (BURCKHARDT, 1961, p.45)</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Seria cômodo suprimirmos essa passagem de flagrante racismo. Evidentemente que devemos levar em conta o momento histórico vivido por Burckhardt, o crescente temor da perda iminente de seu status de civilização superior, bem como a inadiável decadência da aristocracia alemã que muito refletia sobre a parte da Suíça em que vivia. Mesmo assim, o sentimento de superioridade existia, o que é contraditório em sua obra, pois em alguns momentos chega a condenar a arrogância que alguns possuem em se considerar como superiores, mas mesmo esse seu sentimento não invalida as suas teorias sobre a História, e, afinal, a utilização que vai ser feita dos seus sentimentos independem de seus sentimentos individuais.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Fechando esses parênteses e voltando ao surgimento de uma religião, na opinião do professor suíço, ele se dá de forma repentina e a partir de um indivíduo, seja ele líder. Apoiando nas religiões historicamente conhecidas, afirma todas como extrato de momentos de crise que têm o seu apogeu coroado por uma auréola triunfante. Burckhardt refere-se não somente às três grandes religiões monoteístas e líderes correspondentes, mas também às que donomina como parcialmente naturais e politeístas. O que faz, então, que essas religiões surgidas repentinamente, a partir da experiência individual de um único ser humano façam convergir ao seu encontro tantas pessoas atinja enormes proporções de crescimento? Para Burckhardt, por dois motivos principais:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;">“Uma parte da humanidade adere a elas porque o fundador ou o acontecimento em si tocou exatamente o ponto vulnerável da sua necessidade metafísica. A massa, em geral, adere também porque não pode resistir ao seu fascínio, porque tudo que é claramente delimitado possui um direito incontestável sobre tudo que é incorreto, vago e anárquico.” (BURCKHARDT, 1961, p.48)</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A religião age sobre a massa de forma semelhante ao Estado, partindo do desejo suprime o mesmo tipo de sentimento que toda uma coletividade poderia vir a ter. E se preciso for, como veremos mais adiante, a Religião utilizará um dos artifícios que é característica do Estado, a violência.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.5pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span>Essa predisposição de um povo para absorção da Religião em seu seio ocorre evidentemente de formas diferentes, de acordo com o tipo de desenvolvimento cultural que apresenta, podendo tanto desenvolver um culto próprio bastante complexo ou, por outro lado, importar ou deixar-se influenciar por culturas que possuem uma Religião mais desenvolvida. Como um exemplo dessa segunda hipótese, estão colocados os gregos e romanos. Burckhardt refere-se aqui ao princípio da Era Cristã, que tiveram seus olhos cultos religiosos substituídos pelas religiões judaica e cristã. Havendo, a fusão de elementos das culturas envolvidas, com predominância dos elementos das culturas que em princípio eram consideradas inferiores.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Ora, nesses momentos de fusão de uma Religião existe um <i>“estado de alma, ainda que a sua duração seja brevíssima, decisivo... que em certos casos até lhe transmite as suas instituições e seu prelado.”</i>(BURCKHARDT, 1961, p. 49-50). Burckhardt alerta<i> </i>que a possibilita de chegar a tal conclusão só é possível em religiões criadas<i> </i>posteriormente, as mais antigas onde as tradições e recordações populares dominam o culto<i> </i>não permitem uma interpretação semelhante. As instituições originadas nos primórdios da<i> </i>Religião, que assemelham-na ao Estado, o que gerou inúmeras disputas entre ambos pelo<i> </i>poder temporal.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No que concerne à divisão das religiões, Burckhardt dedica maior atenção às denominadas universais, que são o Budismo, o Cristianismo e o Islamismo. Ele as considera universais porque “<i>surgiram mais tarde, seu veículo de propagação mais forte é</i> <i>quase sempre de natureza social, por predicarem a abolição de castas”</i>(BURCKHARDT, 1961, p. 54). Além disso, são expressas como religião dos pobres e escravos; ressalvando que o Islamismo não se enquadra nessas últimas características. O mais importante nestas três religiões é que o seu surgimento tardio permite uma melhor compreensão histórica, são dotadas de inúmeros documentos. É evidente que o texto sagrado seja considerado como única fonte para professar a fé; têm ações no meio social bastante visível, uma vez que propõem uma reestruturação da sociedade com base em igualdade para todos, mesmo que priorizem tal revelação da verdade muito mais ao nível espiritual. Esses motivos são suficientes para Burckhardt designá-las como principais responsáveis pelas maiores crises históricas, pois, <i>“desde o seu despertar, têm plena consciência de sua universalidade e não</i> <i>poupam esforços para atingi-la concretamente” </i>(BURCKHARDT, 1961, p. 55).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Muito embora sejam responsáveis por crises históricas, todas as religiões passam também por processos de desintegração, chegando a ser extintas, dependendo da sua capacidade de restauração do nível de envolvimento com o Estado. Um quadro de desintegração principia, normalmente, com o surgimento de uma heresia, cujo indício da Religião predominante já não mais atende às necessidades metafísicas que determinaram o seu surgimento. Essa desintegração leva, não raramente, a guerras em nome da fé. A violência, que em alguns momentos é julgada necessária por Burckhardt, especificamente no que se refere ao surgimento do Estado, é, nas dissensões religiões, abominada. E quando essas guerras realizam-se entre povos civilizados, são as mais terríveis de todas, <i>porque “...</i> <i>os meios de ataque e defesa são praticamente ilimitados, a moral normal e o direito são</i> <i>abolidos completamente para obter-se um ‘objetivo mais elevado’;... quere-se tudo ou</i> <i>nada</i>” (BURCKHARDT, 1961, p. 58).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É nesse ponto que um estágio de desintegração não se imagina outra coisa senão a possibilidade do declínio, isso nunca se dará totalmente apenas pelo surgimento de uma nova, mesmo que essa já possua uma correspondência bem maior com as necessidades metafísicas de um povo. Assim, haverá a coexistência entre duas religiões que se opõem, umas mais antigas e uma mais nova, a não ser que o Estado intervenha a favor de uma das partes, acontecendo então, a extinção de uma delas. Como exemplos da atuação do Estado em favor de uma religião, temos: a legislação de Constantino até Teodósio que suplantou o culto greco-romano; a Reforma Protestante que nos locais onde recebeu o apoio estatal foi vitoriosa, em outros onde isso não aconteceu, logo definhou.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Isto significa dizer que esses exemplos mostram, primeiro, a religião cristã vencedora sobre o culto pagão; em seguida, a religião reformada sendo ora vencedora, ora vencida. Em todos os casos a ação do Estado, por vezes violenta, foi determinante. Encerramos esta arte com uma citação em que Burckhardt lamenta o destino de uma jovem Religião, que não é outra senão a sua própria, ao menos na qual foi criado desde a infância. <i>“Assim, verificamos que até mesmo uma Religião jovem, aparentemente vigorosa, pode</i> <i>desaparecer parcialmente ou em certas regiões, em algumas das quais talvez para</i> <i>sempre”</i>(BURCKHARDT, 1961, p.62). Colocando dessa forma, o Estado e a Religião em patamar de igualdade, sobretudo no que diz respeito à não “ilustração” do ser humano; sigamos, de perto, suas considerações sobre a Cultura.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><b><span style="font-size: 13.5pt;">1.3 CULTURA</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Assim como a Religião e o Estado, a Cultura passa por fases de crescimento, apogeu e declínio, porém, possui uma diferença em relação aos dois, ela é a soma “... criações espontâneas do espírito que não reivindicam para si uma validez obrigatória universal (BURCKHARD, 1961, p. 62). No caso de galgar essa validez, não o faz por meio dos artifícios das outras duas Potências (Estado e Religião), sobretudo a violência, de outro modo, age da maneira mais natural possível, natural no sentido de não impor violentamente o seu desejo. A Cultura é responsável pelo avanço intelectual do ser humano, configurando-se em um processo de transformação das ações instintivas e espontâneas do conhecimento inteligente até os mais altos graus, que são, respectivamente, a ciência, a Filosofia e a reflexão pura. Esta é a forma interna que possui a Cultura, o que demonstra se avanço em relação ao Estado e à Religião; pois estas duas estruturas, em seu domínio, não buscam uma evolução, mas de outra forma”. permanecem o mais estável possível para que seu poder possa ser perpetuado. Externamente, a Cultura está mais estreitamente ligada com a sociedade, pois não exige dela uma submissão aos seus interesses; como já foi exposto, a Cultura nasce de maneira espontânea no ser humano.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>A Cultura é a identidade de um povo, o símbolo dessa identidade, para Burckhardt, é o idioma, <i>“ponto culminante de toda Cultura... um milagre do espírito” </i>(BURCKHARDT, 1961, p. 63), a língua é a expressão mais específica do espírito de um<i> </i>povo. Mesmo considerando a língua como ponto culminante de toda Cultura, as grandes<i> </i>obras artísticas só surgem após o florescimento total do idioma. Para que seja possível dizer<i> </i>e criar, antes é necessário atingir a perfeição do veículo que será utilizado para tais<i> </i>expressões. O idioma é o ponto culminante, mas não o melhor produto de uma Cultura.<i></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Originada no espírito humano, a Cultura possui uma dupla forma de se expressar, espiritual e material. Isto porque o espírito humano, em princípio, também necessita de um suporte material, como forma de materializar suas atividades espirituais. Burckhardt toma, como exemplo, para simbolizar essa atitude do espírito na produção artística, as narrativas homéricas sobre a Guerra de Tróia, demonstrando que o</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;">“... excedente espiritual beneficia a própria forma do objeto criado, adornando-o e aperfeiçoando-o o máximo possível - as armas e os acessórios são descritos magnificamente por Homero, antes mesmo de serem traçadas as imagens divinas da plêiade de deuses helenos.” (BURCKHARDT, 1961, p. 65)</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A expressão material se antecipa à espiritual como forma facilitadora para a compreensão do estágio de evolução do homem, que nesse exemplo é a obra homérica. Essa maneira de se exprimir que, em um primeiro momento apenas demonstra o trabalho do homem, aos poucos se apodera dele, transformando-se em arte de forma mais pura, mesmo antes que ele se aperceba disso. Sendo assim numa forma mais evoluída, o espírito toma consciência de si mesmo, realizando suas criações sem a necessidade de uma expressão material que anteceda a espiritual.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>No que se refere à hierarquia das artes, Burckhardt, assim como Schopenhauer, considera a poesia e, sobretudo, a música como superiores. Esta segunda por sua linguagem de caráter universal. Além disso, mesmo que as ciências e a Filosofia sejam estágios superiores da evolução humana, elas não possuem a função criativa contida nas artes, são <span style="font-size: 11.5pt;">apenas classificadoras e analisadoras da natureza e da vida humana. O inverso ocorre com</span> <span style="font-size: 11.5pt;">as artes:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;">“Elas não tratam de algo já existente antes delas e mesmo sem elas, por outro lado, não é sua tarefa definir leis(justamente por não serem ciências), mas, ao contrário, devem descrever ou representar uma vida mais elevada, a qual sem elas e antes delas não existiriam” (BURCKHARDT, 1961, p. 66).</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Burckhardt compreende que essa capacidade das artes permite, desde a Antiguidade, que o artista, mesmo sem nada saber dos pósteros, consegue legar grandes produções. Aceitando a opinião de Schiller, Burckhardt explica e reconhece essa capacidade a arte ao admitir que aquele que em seu tempo conseguiu satisfazer os melhores terá a vida eternizada. As palavras de Heródoto na apresentação de suas <i>Histórias</i> representam, em parte, esse poder de eternização; em parte pelo fato do historiador grego não ser exatamente um artista na compreensão de Burckhardt. Entretanto, acreditamos que Schiller pode ter ser inspirado na afirmação herodotiana que diz ter escrito seu livro <i>“para</i> <i>que feitos maravilhosos e admiráveis dos helenos e dos bárbaros nos deixem de ser</i> <i>lembrados” </i>(HERÓDOTO, 1988, p. 19). Mesmo não sendo uma obra de arte, ao menos essa afirmação, contida no livro de Heródoto, guarda um significado semelhante, qual seja, que <i>“a arte e a poesia extraem do mundo imagens válidas e compreendidas</i> <i>universalmente”</i>(BURCKHARDT, 1961, p. 66). </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Diferentemente do que ocorre tanto como a Religião quanto com o Estado, em que Burckhardt não aceita e não acredita na possibilidade de uma analogia com situações presentes para determinar suas origens e significados; com a Cultura, acredita na capacidade que o espírito humano possui para, inclusive, a partir de excetos remontar toda uma obra. A sensibilidade do estudioso, aliada à sua capacidade intelectual é fator determinante neste caso. Não sendo suficiente, entretanto, para manter a Cultura como superiores às demais potências, seu domínio, embora criativo, é sempre mais frágil tendo em vista que não possui nem busca criar estruturas que permitam a sua manutenção no <span style="font-size: 11.5pt;">poder. Sua característica maior é a espontaneidade oriunda do espírito humano que almeja</span> <span style="font-size: 11.5pt;">sempre a liberdade. Portanto, seria um contrapeso então, que tentasse se perpetuar no</span> <span style="font-size: 11.5pt;">poder. O que é lamentável, pois são os momentos de predomínio da Cultura, a exemplo o</span> <span style="font-size: 11.5pt;">Renascimento, o que o poder humano aflora com maior intensidade, proporcionando os</span> <span style="font-size: 11.5pt;">mais fortes momentos de gozo de liberdade e democracia. Conduzido o ser humano para a</span> <span style="font-size: 11.5pt;">ilustração e elevação daquilo que é realmente eterno e duradouro, o espírito.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><b><span style="font-size: 13.5pt;">2. AS CRISES NA HISTÓRIA</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.5pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span>Apesar da capacidade de elevação do espírito humano, capacidade essa intensificação pela Cultura quando esta consegue sobrepujar as demais Potências; a história não deixa de passar por crises: o problema das crises históricas é outro ponto central da obra de Jacob Burckhardt. Dois de seus livros, A época de Constantino, o Grande e A Cultura do Renascimento na Itália, tratam do estudo das grandes crises do mundo ocidental: a mudança do mundo pagão para o mundo cristão, e o nascimento do mundo moderno. Além destas duas obras, uma terceira, exatamente a que nos serviu de base para este artigo, Reflexões sobre a História, demonstra a preocupação que o velho professor guardava a respeito das crises no ser mundo contemporâneo. Ou seja, porque a história, feita por homens capazes de tão nobre elevação espiritual, não consegue se manter longe, pelo menos, das grandes crises?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Ele afirma que a resposta a essa pergunta talvez já tenha sido dada no capítulo anterior, quando afirmamos que a Cultura embora criativa é frágil e sendo frágil não cria estruturas que permitam sua superioridade sobre as demais Potências. Nesse sentido, a espontaneidade cultural do espírito humano torna-se impotente diante das estruturas do Estado e da Religião. Sendo assim, as crises históricas não são frutos diretos da Cultura, como já dissemos, as crises nascem do inter-relacionamento das três Potências e, sobretudo quando há o predomínio do Estado e da Religião.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>O lugar de destaque que ocupa o problema das crises históricas no pensamento de Burckhardt, não é meramente casual, é conseqüência direta de sua concepção da história e <span style="font-size: 11.5pt;">do sentido que por ele era atribuído a sua ocupação de historiador. Pela sua crença no</span> <span style="font-size: 11.5pt;">espírito humano, por sua natureza contemplativa, Burckhardt acreditava que a seqüência</span> <span style="font-size: 11.5pt;">dos acontecimentos singulares não era tema propício ao historiador, mas a reunião de forças</span> <span style="font-size: 11.5pt;">permanentes, oriundas da natureza humana, que na realidade constituem toda a ação</span> <span style="font-size: 11.5pt;">histórica. Burckhardt, apesar de acreditar grande valor aos documentos, não pretendia a</span> <span style="font-size: 11.5pt;">reprodução e reconstrução do passado, como era pretensão de Ranke, mas, a compreensão</span> <span style="font-size: 11.5pt;">universal da possibilidade da história. O que levava Burckhardt ao estudo das crises na</span> <span style="font-size: 11.5pt;">história era, em primeiro lugar, sua crença na sua atividade de historiador; em segundo lugar, o seu próprio destino pessoa: por um lado torna-se apolítico, por outro, era um</span> <span style="font-size: 11.5pt;">humanista convicto, em um tempo em que isto não era mais reconhecido como valoroso.</span> <span style="font-size: 11.5pt;">Esses fatores levaram-lhe a ver na história a única realidade com verdadeira substância. Ele</span> <span style="font-size: 11.5pt;">sabia bem que o que diferencia o homem civilizado do não civilizado é a consciência que o</span> <span style="font-size: 11.5pt;">primeiro tem do processo histórico.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.5pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span>É interessante assinalar que a certa altura de suas Reflexões, chega a dizer <i>que “nossa época está melhor equipada do que as anteriores para estudar o passado”</i>(BURCKHARDT, 1961, p. 22); além de ter ciência do processo histórico, sabe do<i> </i>melhor aparelhamento do seu tempo para realizar o estudo de tal processo. A reclusão a que<i> </i>se submete o historiador suíço pode ser vista não apenas como causada pela melancolia de<i> </i>não poder ver na sua Basiléia a Florença da Itália Renascentista, ou então, a Atenas<i> </i>Clássica, mas como parte de seu método: se afastar do presente, assim como estava<i> </i>afastado do passado, para melhor compreender a crise pela qual a Europa passava.<i></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O conceito que Burckhardt tinha de Crise, era o de modificação brusca, não das Potências integrantes da história, mas da relação mútua que havia entre elas. Sendo assim, uma Revolução, a queda de um Estado ou de um sistema de formas culturais são crises no sentido que dá Burckhardt. Entretanto, seu método, atípico, principalmente para a época em que vivia, não nos remete a exemplos em suas “Reflexões”, ao priorizar a causalidade da natureza humana como motor da história, nos priva de maiores exemplos a respeito dessas modificações. Podemos dizer, que as duas obras históricas citadas no princípio desse aspecto trazem as exemplificações das crises. Reflexões sobre a História trazem, por outro lado, a tipificação destas crises.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Burckhardt busca compreender o seu tempo como verificação de suas próprias possibilidades históricas. Essas possibilidades são correntes no mundo moderno, mostram-se de forma definitiva no Renascimento, alcançando sua realização última no processo iniciado com a Revolução Francesa. O acontecimento essencial à existência nos séculos modernos é o afastamento do homem europeu das vinculações que determinaram a existência ocidental e, como conseqüência, o desaparecimento da liberdade. Em uma carta pessoal Burckhardt escreve:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 10pt;">“Tenho uma premonição, que mais parece uma perfeita loucura e, no entanto está decidida a não me abandonar: o estado militar deverá tornar-se uma grande fábrica. Aquelas hordes de homens nos grandes centros industriais não ficarão indefinidamente entregues à sua ganância e à sua vontade. Pela lógica, deverá seguir-se uma restrição fixa e supervisionada da miséria, controlada por promoções e uniformes, começando e acabando todos os dias ao som de tambores...” ( BURCKHARDT, 1872, apud LÖWITII, 1991, p. 36)</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A perda da liberdade no mundo Moderno, descrita da forma mais pessimista nessa sua premonição, é para Burckhardt o fenômeno decisivo na crise do mundo Moderno. Sua expressão clássica se encontra na Revolução Francesa, na qual a liberdade substantiva do homem individual é substituída pela liberdade meramente negativa do homem como cidadão. Para Burckhardt, as individualidades desaparecem absorvidas por uma massa instruída, além disso, o homem converte cada vez mais como finalidade de sua existência a atividade econômica e o mundo pessoal. Essa redução paulatina da existência humana à esfera do privado, e sua conseqüência no terreno político, a potencialização do Estado e sua conversão em um aparato como finalidades próprias e independentes, determinam as características de uma época cuja essência se encontra no caráter provisório de todas as formas por onde se enxergue a sua existência.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Por assim entender a crise de seu tempo, Burckhardt pôde também lançar o seu olhar sobre o futuro. Não em um gesto profético, mas com um saber histórico da trajetória do seu presente. Para Burckhardt, o futuro contido no presente de seu tempo era a barbárie civilizada <i>“que nunca transcende a própria esfera cultural limitada” </i>(BURCKHARDT, 1961, p. 16), uma época em que se perpetuam os elementos artificiais e tão somente externos da cultura tradicional, pois já havia desaparecido o tipo humano que fez nascer essa cultura e que fez dela seu destino individual. Fruto desta época será a constituição de um novo poder político que combinará em si a disciplina militar e a técnica industrial. Ao Estado assim tipificado, com o poder de aniquilamento da individualidade humana, Burckhardt acredita que caberá o encerramento do atual ciclo da cultura ocidental. Cultura que representa os interesses do Estado e, por isso, não tem meios de subvertê-lo; é um momento em que o espírito humano encontra-se estagnado, pois a Cultura está subordinada ao Estado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><b><span style="font-size: 13.5pt;">CONCLUSÃO</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Após termos expostos e analisado a interpretação do processo histórico de Jacob Burckhardt, por meio de seu entendimento acerca das Potências que interferem de forma direta neste processo, bem como das crises a que a história está sujeita; reiteramos que a história para o estudioso suíço não possui uma continuidade, posto que ela está sujeita a modificações causadas pela ascenção e declínio das Potências: se, por exemplo, o Estado domina os rumos da história e posteriormente é subjugado pela Cultura, todo aquele sistema baseado na imposição de uma vontade individual refletindo sobre o desejo coletivo, é substituído por uma necessidade espiritual universal humano, invalidando toda uma estrutura de poder e coação em favor da liberdade do ser humano. Ora, o Renascimento Italiano é exatamente o exemplo acima descrito, é um momento da história em que a Cultura substitui uma velha forma de poder do Estado e abre caminho para o Estado moderno, uma vez que, como expomos, a Cultura não detém meios de coação e força que <span style="font-size: 11.5pt;">permitem sua manutenção no poder, além de não lhe dar importância por se tratar da mais</span> <span style="font-size: 11.5pt;">espontânea forma de expressão do espírito humano, não buscando então respostas materiais</span> <span style="font-size: 11.5pt;">ao seu impulso criador, tão somente buscam a evolução do espírito humano que é de onde</span> <span style="font-size: 11.5pt;">ela se origina.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.5pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Por outro lado, o fato de a Cultura não conseguir manter-se acima das demais Potências, é uma prova a mais da impossibilidade de se crer em um progresso da história, e, mesmo que Burckhardt expresse que crê no fim da civilização ocidental e no seu estágio atual de cultura, quando assim fala, não está se referindo ao fim da Cultura enquanto Potência modificadora como também não da Religião e do Estado, mas do estágio em que a sua sociedade vivia, dominada pela força do Estado subjugado tanto Cultura quanta Religião, o que causa então uma retratação dessas duas, levando o homem a abdicar, forçosamente, dos mais valiosos sentimentos: a satisfação da necessidade metafísica, por parte da Religião; e evolução do espírito, através do desenvolvimento artístico e científico, por parte da Cultura.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O reinado da Cultura é, para Burckhardt, o momento pleno do desenvolvimento do ser humano, o único caminho a seguir para atingir os maiores anseios do ser humano, a igualdade e a liberdade, sendo errôneas as interpretações que indicam o Estado como fonte proporcionadora desses elementos da vida humana. Realizando seu trabalho em fins do século XIX, priorizando a cultura, Burckhardt transcende o modo de fazer história do seu tempo, vai além da narrativa de fatos político e do Estado, dando à interpretação da história uma mobilidade que foge à mera cronologia e sequenciamento dos fatos; e assim, sem acreditar no progresso, dotava a história de uma real mutabilidade. E, quando descreve “mais as tendências do que (narra) os acontecimentos” (BURKE, 1992, p. 18), Burckhardt se antecipa, em parte, aos trabalhos que posteriormente seriam desenvolvidos pela nova história, a partir de 1929, com Lucien Febvre e Marc Bloch com a fundação da revista Annales.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Pelo que foi exposto, acreditamos na validade da forma de interpretação da história de Jacob Burckhardt, não apenas porque desvinculada essa interpretação de estruturas como estado e economia, mas, sobretudo, porque aponta o ser humano como ponto central e o seu envolvimento em sociedade, como fundamental para o progresso humano, que independe da possibilidade de um progresso da história.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><b><span style="font-size: 11.5pt;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>BLOCH, Marc. <b><i><u>Apologia da História, ou, o ofício do Historiador</u></i></b><u>.</u> Trad. De André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>BRUM, José Tomaz. <b><i><u>O pessimismo e suas vontades: Schopenhauer e Nietzsche</u></i></b><u>.</u> Rio de Janeiro: Rocco, 1998.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>BURCKHARDT, Jacob<b><i>. <u>A Cultura do Renascimento na Itália</u></i></b><u>.</u> Trd.de Vera Lúcia de Oliveira Sarmento e Fernando Azevedo Corrêa. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1991.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>BURCKHARDT, Jacob. <b><i><u>Reflexões sobre a história</u></i></b>. Trad. De Leo Gilson Ribeiro. Rio de</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">Janeiro: Zahar Editores, 1961.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>BURKE, Peter(org<u>.). <b><i>A escrita da história: novas perspectivas</i></b>.</u> Trad. De Magda Lopes. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>COSTA, Marcos Roberto Nunes. <b><i><u>Manual para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos: monografias, dissertações e teses</u></i></b><u>. </u>Recife: INSAF, 2003.<b><i></i></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>GARDINER, Patrick<b><i>. <u>Teorias da História</u></i></b><u>.</u> Trad. De Vítor Matos e Sá. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>GAY, Peter. <b><i><u>O estilo na história: Gibbon, Ranke, Macaulay, Burckhardt</u></i></b><u>.</u> Trad. De Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>HEGEL, Georg F. W. <b><i><u>Temas históricos. In:. Textos dialéticos.</u> </i></b>Trad. De Djacir Menezes. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1969(pp. 39-73).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>HEGEL, Georg F. W. <b><i><u>Estética</u></i></b>.Trad. de Orlando Vitorino, apresentação de Paulo Eduardo Arantes. 5. ed. São Paulo: Nova Cultura, 1991. Os Pensadores.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>HERÓDOTO<b><i>. <u>História</u></i></b><u>.</u> Intr. e trad. de Mário da Gama Kury. 2. ed. Brasília: Editora Universidade Fontes, 1992.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>HUNT, Lynn. <b><i><u>A nova história cultura</u></i></b><u>.</u> Trad. de Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1992.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span>KANT, Immanuel. <b><i><u>Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita. In: GARDINER, Patrick. Teorias da História</u></i></b><u>. </u>Trad. de Vítor Matos e Sá. 4.ed. Lisboa:<b><i> </i></b>Fundação Calouste Gulbenkian, 1995, pp. 28-41.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span><span style="color: black;">LÖWITH, Karl<b><i>. <u>O sentido da História</u></i></b><u>.</u> Trad. de Maria Georgina Segundo. Lisboa: Edições 70, 1991.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span><span style="color: black;">SCHOPENHAUER, Artur<b><i>. <u>O Mundo como Vontade e Representação – Livro IV</u></i></b><u>.</u> Trad. de Heraldo Barbuy. Brasil: ACRÓPOLIS, 2001. Disponível em: </span><span style="color: blue;">http://br.groups.yahoo.com/group/acropolis/</span><span style="color: black;">. Acesso em 15/11/2007.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span><span style="color: black;">SCHORSKE, Carl E. <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Pensando <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">com a história: indagações na passagem para o modernismo</span></b>.</u></i> Trad. de Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol;">· </span><span style="color: black;">WHITE, Hayden. <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Meta-História: <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">a imaginação histórica do século XIX</span></b>.</u></i> Trad. de José Laurênio de Melo. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995.</span></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/reflexoes-sobre-historia-de-jacob.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-2705082572951317294</guid><pubDate>Wed, 05 Jan 2011 12:48:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-05T04:48:18.648-08:00</atom:updated><title>KANT, O JUÍZO DE GOSTO COMO FUNDAMENTO SUBJETIVO DA ESTÉTICA.</title><description><div class="article_cnt"><div class="KonaBody" style="text-align: center;"><strong>KANT, O JUÍZO DE GOSTO COMO FUNDAMENTO </strong><strong>SUBJETIVO DA ESTÉTICA.</strong></div><div class="KonaBody"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: right;"><em><a href="mailto:lucianoagra@hotmail.com[1">lucianoagra@hotmail.com<strong>[1</strong></a>]</em></div><div class="KonaBody" style="text-align: right;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><strong>Resumo</strong>: O artigo analisa o que é a estética na filosofia em Kant? De que falamos quando falamos de Estética? Muitas perguntas, muitas respostas.... Primeiramente o artigo expõe questões da releitura de Lyotard das meditações em Kant, com grande destaque para a idéia de que sem o juízo estético reflexionante o sistema das três Críticas perderia o enfoque em torno da sua criticidade. Percebe-se que a incompatibilidade da estética com a razão teórico-instrumental não é sinal de sua fraqueza ou menoridade, frente ao conceito, e sim o indício de sua profundidade na expressão do que este não consegue atingir. Concluímos que a estética revela-se como crítica da crítica, sem a qual não há razão possível alcançar a sua reflexão. Até o presente momento, utiliza-se neste artigo a palavra estética com considerável freqüência. Mas, afinal, o que vem a ser estética?</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><strong>Palavras-Chave: Estética Moderna – Kant – Filosofia.</strong></div><div class="KonaBody"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><strong>Abstract:</strong> The article analyzes the aesthetics in philosophy in Kant? We are talking about when we talk about Aesthetics? Many questions, many answers.... Firstly the article sets out issues of rereading of Lyotard of meditation on Kant, with great emphasis on the idea that without jus aesthetic reflexionante the system of three criticisms would lose the focus around its criticality. Perceives-that the incompatibility of aesthetics with the theoretical-instrumental reason is not a sign of its weakness or nonage, front of the concept, but rather the indication of its depth in the expression of that this cannot achieve. We concluded that the aesthetics shows-as criticism of criticism, without which there is no reason possible to achieve its reflection. Until this moment, uses-this Article the word aesthetics with considerable frequency. But, after all, that is to be aesthetics?</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><strong>Key-words:</strong> Aesthetics Modern – Kant – Philosophy.</div><div class="KonaBody"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O termo estética vem da origem grega[αισθητική ou aisthésis], que significa percepção, sensação, ou seja a estética é um ramo da filosofia que tem por objeto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. No que se segue, ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como as diferentes formas de arte e do trabalho artístico; a idéia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo. Como se pode perceber, a estética trabalha com a arte, em suas mais variadas formas, quais sejam, arquitetura, escultura, pintura, literatura [poesia e prosa], teatro, música [vocal e instrumental], dança, fotografia, cinema, em suas múltiplas possibilidades de expressão. Essas questões mencionadas acima que emergem para quem se aproxima da estética são abrangentes, polissêmicas, mas o que é arte? Em que consiste a arte? E qual é o seu propósito? O que é belo? O que caracteriza uma obra de arte como medíocre, boa ou genial? Como interpretar uma obra de arte de forma adequada? E quanto ao seu aspecto moral?</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Este estudo procura discutir a relevância da abordagem do sistema kantiano a partir da primeira e da segunda Críticas, quando Kant põe ênfase na razão legisladora no âmbito da natureza e da moral, momento em que o mundo sensível é apenas subsumido às categorias do entendimento e às idéias da razão prática, de sorte que o singular só pode se manifestar como suporte da norma universal, preso, de um lado, à força de demonstração de hipóteses e, de outro, à força de realização de imperativos.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Em conseqüência disto Gerd Bornheim, argumentou que o século das Luzes inventou o mundo sensível, conduzindo-o à maioridade, mas isso foi na filosofia de Immanuel Kant (1724-1804), e é por isso que esse movimento histórico atingiu sua maior expressão, como é o caso o homo aestheticus e finalmente ele conquistou o seu lugar, ao lado da razão e do entendimento. É neste contexto que Bornheim disse que "[...] a estética conquista aos poucos a sua identidade específica e os seus altos lugares: sua medida situa-se então nada menos do que na reinvenção da realidade humana" (BORNHEIM, 1996, p. 75). Salvar esse momento sensível da filosofia de Kant significa indagar, interrogar o papel da estética em seu sistema, mas responder a essa questão é não somente expor a importância do estético na filosofia contemporânea, e sim a possibilidade da própria filosofia enquanto pensamento que se sente permanentemente a si mesmo, como parece indicar Kant, em sua primeira Crítica, no início da Lógica transcendental: O ponto de vista de Kant (1989) a respeito da natureza da lógica transcendental foi expresso de uma forma bastante sintética: "Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceito são cegas. Pelo que é tão necessário tornar sensíveis [...] as intuições [...] O entendimento nada pode intuir e os sentidos nada podem pensar.[...]" (KANT,1989, p. 89).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Procuraremos expor que, sem a reflexão estética o sistema kantiano perderia sua criticidade, mas relembremos o que diz Kant em sua introdução à terceira Crítica. Assim, a tradicional interpretação da Crítica do juízo tem se inspirado na escrita dessa introdução, no que se refere à acentuação do papel da teleologia e não da estética na tarefa de unificação da filosofia, partilhada nas duas primeiras Críticas entre a busca do conhecimento empírico dos objetos e a realização da liberdade sob a lei moral incondicional, independente da experiência. Tomamos, por exemplo, a interpretação de Louis Guillermit acerca da unidade das três Críticas. Partindo da afirmação de que o belo é reduzido ao estatuto de símbolo da moralidade, ou seja, afirma ele, ainda, que podemos:</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">[A] visão da natureza sob a espécie de uma organização de fins ordenados a um fim último, do qual a razão prática exige a possibilidade de realização sob o nome de ‘soberano bem'. Essa natureza prepara de algum modo o leito da liberdade: a beleza simboliza a ação desta última, pois libera da atração sensível e desperta o interesse pela moralidade[...] (GUILLERMIT, 1974, p. 32).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; De acordo com Guilhermit, em sua dedução transcendental da faculdade de julgar, percebemos que ao tratar do sistema das faculdades superiores do conhecimento, enquanto fundamento da filosofia, Kant inclui justamente a faculdade de julgar, ao lado da razão e do entendimento. É interessante assinalar que a faculdade de julgar é definida como a faculdade da subsunção do particular sob o universal, a razão, como a faculdade da determinação do particular pelo universal, legisladora das leis da liberdade na Crítica da razão prática e o entendimento, como a faculdade legisladora das regras, das leis da natureza que permitem o conhecimento do universal no mundo fenomênico, objeto da Crítica da razão pura teórica.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Isto significa dizer que apesar do seu estatuto de faculdade superior, a faculdade de julgar não produz os conceitos, como o entendimento, nem idéias, como a razão. Assim, acredita-se que uma faculdade de conhecimento particular e sem autonomia, que opera a subsunção sob conceitos dados, provindos do entendimento. É importante perceber que a faculdade de julgar não funda nem um conhecimento teórico da natureza, nem um princípio prático da liberdade; ele pressupõe uma unidade formal das leis da natureza de acordo com os conceitos do entendimento. Essa unidade fornece um princípio para se operar a subsunção de experiências particulares sob as leis universais a priori, o que permite a vinculação sistemática dos dados empíricos, possibilitando uma leitura coerente do que, até então, se apresentava de forma contingente. Neste ponto,o discurso de Kant ilustra bem seus propósitos:</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">O [...] Juízo e próprio a ele é, pois o da natureza como arte, em outras palavras, o da técnica da natureza quanto a suas leis particulares, conceito este que não funda nenhuma teoria e, do mesmo modo que a lógica, não contém conhecimento dos objetos e de sua índole, mas somente dá um princípio para o prosseguimento segundo leis de experiência, pelas quais se torna possível a investigação da natureza. [...](KANT, 1980a, p. 172)</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Este discurso revigora as definidas faculdades superiores do conhecimento, Kant apresenta, em seguida, as faculdades do conhecer segundo os tipos de relações existentes entre o sujeito e o objeto. Assim, quando o sujeito constrói representações que se referem ao objeto, está em ação a faculdade do conhecimento em sentido estrito; quando as representações são causa da efetividade do objeto, age no sujeito a faculdade de desejar; e quando, finalmente, essas representações referem-se ao sujeito, produzindo efeito positivo ou negativo sobre sua força vital, está em ato o sentimento de prazer ou desprazer. Estabelecidos os dois sistemas de faculdades, Kant, aplicando seu método transcendental, opera a relação de um com o outro, deduzindo os princípios a priori da faculdade de julgar, ao lado dos princípios a priori do entendimento puro e da razão pura, já deduzidos, respectivamente, nas duas primeiras Críticas. Enquanto o entendimento e a razão referem-se a objetos, o juízo refere-se exclusivamente ao sujeito, não produzindo nenhum conceito de objetos. Ainda discorrendo sobre isto, Kant argumentou que: "[...] o sentimento de prazer e desprazer é somente a receptividade de uma determinação do sujeito, de tal modo que, se o Juízo deve, em alguma parte, determinar algo por si mesmo [...]" (KANT, 1980a, p. 174).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Portanto, a pressuposição subjetivamente necessária de que a natureza, longe de ser um amontoado de leis empíricas ou de formas heterogêneas, é um sistema empírico, é o princípio transcendental da faculdade de julgar, uma vez que a idéia de ordem e coerência é apenas reguladora, sem a qual o ato de julgar torna-se impossível. Além de simplesmente subsumir o particular sob o universal, cujo conceito já esteja dado, o juízo pode fazer o percurso contrário, isto é, encontrar para os dados empíricos singulares uma lei natural pressuposta a priori. Isso, só o Juízo pode fazê-lo. Para Kant, o discurso do juízo:</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">[...] Nem o entendimento nem razão podem fundar a priori tal lei natural. [...] ela é uma mera pressuposição do Juízo, em função de seu próprio uso, para remontar do empírico-particular cada vez mais ao mais universal igualmente empírico, em vista da unificação de leis empíricas. (KANT, 1980a, p. 175-176).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Nesta citação acima, Immanuel Kant se esmiúça sobre o estudo do juízo reflexionante em sua natureza própria, que é a de refletir, ou seja, analisar e sustentar juntas determinadas representações com o intuito de viabilizar conceitos. Estamos no domínio do juízo reflexionante ou da faculdade de julgamento propriamente dita; seu princípio transcendental é o que permite considerar, a priori, a natureza como um sistema lógico; é o princípio por meio do qual a natureza especifica a si mesma: "A natureza especifica suas leis universais em empíricas, em conformidade com a forma de um sistema lógico, em função do Juízo" (KANT, 1980a, p. 179). De acordo com as colocações da autor, pode-se afirmar que na verdade, temos discorrido sobre uma pressuposta finalidade da natureza, ou seja, de um fim não posto no objeto, mas no sujeito, no uso de sua faculdade de refletir. Nesse sentido, o juízo é uma técnica que fornece finalidades à priori à natureza, rejeitando-a enquanto diversidade sem fundamento unificador.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Vejamos em que consiste essa técnica no âmbito da faculdade de conhecimento em seu sentido estrito. Do mesmo modo, ela realiza três ações diante de cada conceito empírico: a imaginação é responsável pela apreensão do diverso das representações singulares que se apresentam na intuição; o entendimento, pela compreensão, ou seja, pela unidade sintética da consciência desse diverso no conceito de um objeto; e o juízo, pela exposição do objeto correspondente a esse conceito na intuição. Nesse caso, por se tratar de um conceito empírico, o juízo assume papel determinante.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; No entanto, se a forma de um objeto dado na intuição for capaz de provocar que a sua apreensão na imaginação coincida com a exposição de um conceito do entendimento, de modo a não ser possível determinar-se qual seja esse conceito, estaremos diante de um acordo mútuo dessas faculdades no ato de uma operação reflexionante em que a finalidade do objeto é percebida subjetivamente, não sendo requerido nenhum conceito determinado dele. Aqui, o juízo não é de conhecimento, mas um juízo de reflexão estética (KANT, 1980a, p. 182). De outra parte, há um tipo de juízo reflexionante sobre a finalidade objetiva da natureza que Kant considera como um juízo de conhecimento, embora não determinante: é o juízo teleológico. Definidos os dois tipos de juízo reflexionante [estético e teleológico], Kant passará a abordá-los separadamente. Estética, na primeira Crítica, significa a apreensão dos dados sensíveis nas formas a priori do espaço e do tempo, formas puras de nossa intuição.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Nesse sentido, entendemos que a estética apresenta-se como faculdade passiva da sensibilidade, a serviço do entendimento legislador, na terceira Crítica ganha estatuto ativo. Assim, na Crítica do juízo, Kant diz o seguinte: "Pela denominação de um Juízo estético sobre um objeto, está indicado [...] que uma representação dada é referida, por certo, a um objeto, mas, no Juízo não é entendida a determinação do objeto, mas sim a do sujeito e de seu sentimento" (KANT, 1980a, p. 184).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Como se vê, Kant subdivide o juízo estético em juízo de sentido estético e em juízo estético universal. O primeiro exprime a referência de uma representação imediatamente ao sentimento de prazer; o segundo contém as condições subjetivas para um conhecimento em geral e tem a sensação subjetiva de prazer ou desprazer como o fundamento de sua determinação. Desses juízos não se pode predicar nenhum conceito do objeto, pois não pertencem à faculdade de conhecimento. O juízo estético possui autonomia subjetiva. Sua pretensão à validade universal legitima-se em seus princípios a priori. Kant designa essa autonomia de heautonomia e ele frisou o seguinte: "[...] o Juízo dá não à natureza, nem à liberdade, mas exclusivamente a si mesmo a lei, e não é uma faculdade de produzir conceitos de objetos, mas somente de comparar, com os que lhes são dados de outra parte[...]" (KANT, 1980a, p. 185).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Tratemos agora do julgamento teleológico, o segundo tipo de juízo reflexionante. Kant o define como o juízo sobre a finalidade em coisas da natureza ou, se quisermos, um juízo sobre os fins naturais (KANT, 1980a, p. 190). O conceito dos fins naturais é exclusivo do juízo teleológico reflexionante, que o utiliza para ocupar-se da vinculação causal no mundo fenomênico. Esse juízo pressupõe um conceito do objeto e julga sobre sua possibilidade segundo uma lei da vinculação das causas e efeitos. Há, então, uma ‘técnica orgânica' da natureza que fornece a finalidade das coisas, uma finalidade objetiva para um juízo objetivo (KANT, 1980a, p. 191). O julgamento teleológico estabelece um fio condutor entre a natureza e a razão, entre o sensível e o inteligível, uma vez que o conceito dos fins naturais assenta-se no acordo da razão com o entendimento. Enquanto o juízo reflexionante estético é o único que tem seu fundamento de determinação em si mesmo, sem unir-se à outra faculdade de conhecimento, o juízo teleológico só pode ser emitido por meio da vinculação da razão a conceitos empíricos (KANT, 1980a, p. 198). O fim natural deriva das idéias da razão, ao mesmo tempo que tem um objeto dado.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Apesar da ênfase do juízo de gosto que essa ‘Introdução' dedica à Teleologia de tal é a sua objetividade, reservando à estética o estatuto de uma faculdade particular que opera sem conceitos, Lyotard resgata a importância do julgamento estético, considerando-o o modo de proceder do pensamento crítico em geral. Este deve observar uma pausa, uma suspensão da investigação, entrando em estado reflexivo, colocando-se à escuta dos sentimentos de prazer e de desprazer, que é o que orienta o exame crítico. Mas como Lyotard pode rejeitar o caráter teleológico exposto na estética de Kant? Em que consiste o seu argumento para desviar a interpretação desse objetivo? Ora, para Lyotard, os sentimentos de prazer e desprazer são o princípio subjetivo de diferenciação da reflexão estética na ausência de todo princípio objetivo do conhecimento e fora do campo de influência de inúmeras, seja, teórica ou prática. É nesse contexto que Lyotard disse que: "[...] a terceira Crítica pode cumprir sua missão de unificação do campo filosófico, não é principalmente porque expõe no seu tema a idéia reguladora de uma finalidade objetiva da natureza[...]" (LYOTARD, 1993, p.15).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O autor esclarece que nessa perspectiva, a sensação é que informa o espírito sobre seu estado, realizando julgamento imediato do pensamento sobre si mesmo; este julgasse bem ou mal durante sua atividade. "O afeto é como o ressoar interior do ato, sua ‘reflexão'" (LYOTARD, 1993, p. 17). Herman Cohen (1842-1918), da Escola de Marburgo (1871-1933) interpreta a Crítica da razão pura de modo a ressaltar o conceito, a objetividade, o triunfo do pensamento puro sobre a intuição. Philonenko notou que:</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">Cohen [...] se separa de Kant ao conferir à filosofia transcendental, como ponto de partida, não a intuição pura, mas o pensamento puro. A filosofia [para Cohen] deve se constituir originalmente como lógica transcendental e não se apoiar sobre a estética transcendental (PHILONENKO, 1974, p. 198-199).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;Em contraposição a essa interpretação de Cohen, para Lyotard, pensar criticamente é afetar-se, é deixar-se orientar pelos sentimentos de prazer e desprazer antes de se fazer qualquer inferência acerca da verdade e falsidade de um determinado conhecimento ou do justo e injusto de determinadas ações. É a partir disto que reside à condição subjetiva de toda objetividade. Para Philonenko o juízo estético legisla sobre si mesmo, sendo ao mesmo tempo a lei e o objeto, a forma e o conteúdo, independentemente da razão e do entendimento, que possibilitam todo juízo de conhecimento e quando a razão e o conhecimento intervêm, o juízo deixa de ser reflexionante, assumindo papel determinante na esquematização dos conceitos.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; No entendimento de Lyotard denomina essa característica da reflexão estética de tautegoria, e é ela que prepara o advento crítico das categorias do entendimento. Neste sentido podemos destacar com efeito, na primeira Crítica, a Lógica Transcendental é precedida pela Estética Transcendental, compondo, ambas, a Doutrina Transcendental dos Elementos. Conseqüentemente vemos que após concluir, na Estética Transcendental, que os juízos sintéticos a priori nunca podem ultrapassar os objetos dos sentidos, Kant reafirmou que na Dedução transcendental dos conceitos puros do entendimento. Kant, assim declarou: "[...] toda a intuição possível para nós é sensível (estética) e, assim, o pensamento de um objeto em geral só pode converter-se em nós num conhecimento, por meio de um conceito puro do entendimento[...]"(KANT, 1989, p. 145-146).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Este posicionamento, o juízo de gosto é formal e, apesar de subjetivo, é universal e necessário: a forma deve agradar a todos. Mas não se trata aqui de um imperativo categórico, incondicional, objetivo, como estabelecido na segunda Crítica; estamos diante de uma universalidade mediata, subjetiva. Nesse sentido, o juízo sobre o belo não é determinante ou fundado numa norma abstrata e antecipatória do mundo do ser; é, por assim dizer, o juízo da espera e da promessa, pois não pode impor seus veredictos, cingindo-se a partilhar seus julgamentos a partir do exemplo, do fenômeno particular, na esperança de que a comunidade dê o assentimento à sua crítica.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Pode-se dizer que o juízo de gosto promete validade universal com base em julgamento exemplar, sendo a necessidade expressa a partir do exemplo e a universalidade na promessa da partilha da crítica. Eis os monstros lógicos produzidos pela tópica reflexiva, que, segundo Lyotard, apoiado na leitura do Apêndice da Analítica da primeira Crítica – Da anfibolia dos conceitos da reflexão, resultante da confusão do uso empírico do entendimento com o seu uso transcendental, são modos subjetivos de síntese, provisórios, preparatórios às categorias. A distorção resulta da pretensão ao universal e ao necessário de um juízo singular, refletido e reflexivo.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; É importante destacar, que essa pretensão, o senso comum estético, no entanto, será legítima na presença de um princípio subjetivo, um senso comum que seja o efeito do livre jogo das faculdades de conhecer. É então, aqui que se destaca o entendimento e imaginação, com efeito, que concordam entre si, harmonizam-se diante do julgamento estético dos objetos. Vêem-se, então, que o senso comum engendrado nesse acordo a priori das faculdades é que torna possível o sentimento do prazer estético, mas se os julgamentos de gosto possuíssem um princípio objetivo determinado, aquele que os pronunciasse segundo este princípio pretenderia para seu julgamento uma necessidade incondicionada e se fossem desprovidos de todo princípio, como os julgamentos do simples gosto dos sentidos, não se teria nunca a idéia de que pudessem ter a menor necessidade e é por isso, precisam ter um princípio subjetivo que determine unicamente por sentimento, não por conceitos, mas de uma maneira universalmente válida, o que apraz ou não apraz.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Contudo, Pretendo desencorajar uma leitura sociológica ou antropológica desse senso comum, afirma Lyotard que o prazer do belo somente traz em si uma promessa de felicidade a ser partilhada, a partir do exemplo singular de realização dessa felicidade em um indivíduo qualquer. Diante das belas formas da natureza da arte, sentimos um prazer que prometemos aos outros, embora jamais possamos comprovar se de fato houve a partilha de nosso sentimento, isso porque o juízo de gosto não é determinante. Com o intuito de estender que se ele exige uma partilha, é porque expressa o sentimento de uma harmonia possível das faculdades de conhecimento, independentemente do conhecimento.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Para Lyotard, no entanto, o senso comum estético não é mais que a harmoniosa proporção entre entendimento e imaginação, diante do desafio de se apropriarem da forma do objeto, fonte do prazer, um jogo livre das faculdades de conhecimento, curto circuitando as imposições do conhecimento e da moralidade. Outro aspecto importante neste item, e que, o senso comum estético expressa um acordo subjetivo das faculdades de conhecimento e não somente um acordo objetivo entre os sujeitos. Desta forma Kant colocou que esta validade universal não deve se apoiar na recoleção de opiniões, nem na investigação sobre o que os outros ressentem, mas deve se fundar, por assim dizer, sobre a autonomia do sujeito que julga a partir do sentimento de prazer, não devendo se restringir dos conceitos.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Cabe, ainda, ressaltar que não é possível uma leitura sociológica ou antropológica desse senso comum. Ademais, para Lyotard, a união das faculdades de conhecimento só ocorre cada vez que o prazer do gosto é sentido; acontece aqui e agora, de modo singular e imprevisível. Assim, a matriz espaço-temporal-estética é o aqui e o agora. Dela é que surge a promessa de um sujeito que – diferentemente do sujeito formal da primeira e segunda Criticas - se encontrará nascendo a cada vez que existir o prazer do belo; todavia, não permanecerá nascente, pois o tempo estético não possui passado, nem futuro que possa escorar uma identidade do sujeito. Encontramos, aqui também, que o mesmo se pode dizer do sentimento do sublime; no ato do confronto entre a razão e a imaginação, esta se descobre impotente para apreender os dados sucessivamente, em virtude da natureza do objeto não-apresentável, a liberdade, que ela se esforçará por apresentar. Quanto a este último ponto, Lyotard argumentou que:</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">O gosto promete a cada um a felicidade de uma unidade subjetiva cumprida, o sublime anuncia a alguns uma outra unidade, menos completa, naufragada de certo modo e mais ‘nobre, edel'. [...] O sentimento estético na singularidade de sua ocorrência é o subjetivo puro do pensamento, isto é, o Juízo refletido em si mesmo (LYOTARD, 1993, p. 30).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;Pode-se afirmar contudo, a maneira reflexiva de pensar não é somente acompanha por todos os atos do pensamento, mas ela guia-os, por intermédio de uma tópica pré-conceitual, em direção à sensibilidade ou ao entendimento. É esse o seu traço heurístico, que a transforma no laboratório subjetivo de todas as objetividades. É interessante também notar que essa tópica opera por meio de comparações das representações que precedem o conceito das coisas, e é essas comparações, de acordo com o Apêndice da analítica dos princípios da primeira Crítica, são feitas a quatro títulos, quais sejam: identidade e diversidade; conveniência e inconveniência; interno e externo; determinável e determinação. Porém, esses títulos são subjetivos, isto é, as relações de representações engendradas por eles ocupam imediatamente lugares num estado de espírito, até que sejam referidas a uma faculdade, entendimento ou sensibilidade. É nesse ponto que essas relações, que indicam modos espontâneos de síntese, até então localizadas de modo provisório e preparatório, são definitivamente domiciliadas e legitimadas a operar objetivamente no plano das formas ou categorias.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Kant denominou os títulos de conceitos de reflexão, em razão de sua capacidade de transformar seus lugares imediatos em autênticos lugares transcendentais, condições de possibilidade das sínteses. O aspecto heurístico da reflexão pode percebê-lo com clareza nas duas seguintes definições de Kant para o termo reflexão, a saber, sendo que o estado de espírito no qual nos preparamos primeiro para descobrir as condições subjetivas que nos permitam chegar a conceitos, ou seja, a consciência da relação de representações dadas às nossas diferentes fontes de conhecimento. Segundo Lyotard, Kant utiliza, geralmente, o termo consciência no sentido de reflexão. Assim, o pensamento está consciente enquanto sente. Logo, descoberta e consciência são dois termos-chave para entendermos porque a maneira reflexiva de pensar é o ponto nevrálgico do pensamento crítico. Sobre este pensamento crítico Lyotard destacou o seguinte: "[...] a reflexão, o pensamento parece bem dispor da arma crítica inteira. Porque a reflexão é o nome que porta na filosofia crítica a possibilidade desta filosofia.[...] isto é, a legitimidade, de um juízo sintético a priori[...]" (LYOTARD, 1993, p. 35).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Além disso, Lyotard acredita que a função tautegórica para que se atinja essa legitimidade, é necessário que se recorra a juízos sintéticos de discriminação. Em outras palavras a existência desses juízos só é possível em razão do aspecto tautegórico da reflexão, isto é, aquilo que o pensamento se sente enquanto pensa, julga, sintetiza. &nbsp;Assim, o autor defende que tais juízos são primeiramente reflexos de reuniões espontâneas de representações, comparações fluidas pré-criadas, sentidas, ainda não domiciliadas, agrupadas sob títulos subjetivos, que a reflexão poderá legitimar ou deslegitimar, realizando ou não a passagem para a objetividade das sínteses provisórias. Como pode ser observado no seguinte fragmento:</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">O pensamento crítico dispõe, na sua reflexão, [...] de uma espécie de pré-lógica transcendental. [...] uma estética, posto que é feita só da sensação que afeta todo pensamento atual enquanto é simplesmente pensado, o pensamento se sentindo pensar e se sentindo pensado, juntamente. [...](LYOTARD, 1993, p. 36).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; A partir do fragmento supracitado, é possível verificar, que se no âmbito das categorias do entendimento ou das formas da intuição a reflexão preenche uma função predominantemente heurística, legitimadora dos lugares transcendentais que contêm as condições a priori do conhecimento, à medida que o pensamento crítico afasta-se desses lugares seguros, o aspecto tautegórico da reflexão passa a manifestar-se mais intensamente, a ponto de, nos juízos estéticos, predominar sobre a função heurística. Aqui, a sensação não prepara o pensamento para nenhum conhecimento possível; ela é, por si mesma, a totalidade do gosto e do sentimento sublime. Ao revelar sua função heurística, a reflexão é estética no sentido da primeira Crítica, ou seja, é o modo de apreensão dos dados da intuição sensível nas formas a priori do espaço e do tempo. A sensação cumpre, nesse plano, papel legitimador das condições de possibilidade de um conhecimento objetivo em geral, possuindo uma finalidade cognitiva de oferecer informações espontâneas sobre o objeto, por meio dos títulos ou conceitos de reflexão.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Por outro lado, em sua função tautegórica, a reflexão é estética no sentido da terceira Crítica, ou seja, como sentimentos de prazer e de desprazer, nos quais a sensação é voltada para informar o espírito sobre seu estado afetivo, momento em que a finalidade cognitiva deixa de ser preponderante. O pensamento torna-se juiz de si mesmo, por isso, crítico; crítico e desinteressado em conceder qualquer informação sobre o objeto, educado para resistir, por assim dizer, às pressões identificadoras. A reflexão manifesta-se em seu estado puro, imune a quaisquer determinações das outras faculdades de conhecimento em geral. O juízo é que se mostrará como faculdade emancipada, heautônoma, isto é, portadora de autonomia subjetiva. Esse é o juízo reflexionante estético, que possui o seu próprio princípio a priori, transcendental, que pressupõe uma finalidade da natureza com base no sujeito e não no objeto.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; A reflexão no campo teórico está presente em todos os campos do pensamento; ela é o ingrediente que o torna crítico. No campo teórico, as categorias do entendimento não bastam para orientar o pensamento. É preciso que a transcendentalidade teórica seja legitimada, tomando-se por base o empírico, as sensações. Estas se agrupam em títulos reflexivos, de modo provisório e subjetivo, funcionando como princípio de diferenciação das sínteses de representações. As sínteses que forem legitimadas para se legislar no campo teórico serão domiciliadas no entendimento. Nem todos os conceitos de reflexão e títulos são conceitos do entendimento, legitimados a operar objetivamente. Para Lyotard:</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">A reflexão é bem discriminatória, ou crítica, porque se opõe à extensão inconsiderada do conceito fora do seu campo próprio. Domicilia as sínteses com as faculdades, ou, o que dá no mesmo, determina estes transcendentais que são as faculdades pela comparação das sínteses que cada uma pode efetuar aparentemente sobre os mesmos objetos (LYOTARD, 1993, p. 41).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Pela definição acima, pode-se compreender que a reflexão no campo prático não é diferente o papel que a reflexão exerce. Assim, acredita-se que o uso da categoria da causalidade no campo da moralidade sofre a devida restrição, uma vez que o ato moral não deve ser efeito de causa natural. É possível perceber que a liberdade é causa de si mesma, sendo causa incondicional, sem conteúdo, e é por isso que essa idéia de causalidade é legitimada a operar no campo da razão e é por intermédio da reflexão que é realizada essa discriminação, esse domiciliamento. Na moralidade, o pensamento também é advertido imediatamente de seu estado, graças ao único sentimento moral, que é o respeito, único título de uma síntese subjetiva que corresponde às exigências de uma legalidade formal. Como argumentou Kant, o sentimento moral é o "[...] efeito subjetivo que a lei exerce sobre a vontade e do qual só a razão fornece os princípios objetivos" (KANT, 1980b, p. 160). Estamos perante uma região reflexiva, legitimada criticamente a legislar no campo da moralidade. Segundo Lyotard: "[...]A moralidade sendo pensada como obrigação pura, a Achtung é o seu sentimento. Eis a pura tautegoria do sentimento, que lhe confere seu valor heurístico.[...]" (LYOTARD, 1993, p. 43).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Por fim, a reflexão no campo estético, este "modo conseqüente de pensar" (LYOTARD, 1993, p. 44) apresenta-se plenamente tautegórico, isento de toda tarefa. Mas como legitimar o uso do juízo reflexionante se a própria reflexão se encontra desprovida de uma heurística, visto que a faculdade de julgar é desinteressada? Ora, se o sentimento estético puro não detém os meios de construir as condições a priori de sua possibilidade, por ser imediato e desvinculado da natureza e da liberdade, os papéis invertem-se. O pensamento empreende a heurística da reflexão por meio das categorias, que servem de princípios de discriminação para orientá-lo no âmbito do sentimento estético puro. O preço dessa inversão é a deformação das categorias em virtude do gosto. Lyotard denomina de anamnese essa interferência do teorético no estético. A lógica dá lugar a uma analógica no momento em que as sensações se desinteressam em fornecer quaisquer informações sobre os objetos, referindo-se apenas ao espírito. Lyotard traz uma valiosa reflexão sobre a linguagem: "[...] as categorias podem e devem ser empregadas assim para domiciliar as condições a priori do gosto, o domicílio buscado não é o entendimento [...] E também não a razão, mesmo no sublime.[...]" (LYOTARD, 1993, p. 48).</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; A esse respeito, Lyotard comentou que apesar da mediação das categorias na constituição da legitimidade do juízo reflexionante, elas não exercem seu efeito determinante no campo estético. Os efeitos colocados em ação são distorcidos, manobrados pela reflexão, gerando, assim, monstros lógicos, tais como necessidade exemplar ou universalidade subjetiva, exigências do gosto que busca ser partilhado; esses monstros lógicos são análogos à necessidade e à universalidade objetivas, presentes no entendimento. Estamos, pois, numa situação aporética, caracterizada pela impossibilidade de a razão teórica apresentar respostas eficazes à peculiaridade do estético.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Concluímos que essa interpretação de Lyotard abre novos caminhos para as ciências humanas, convidando-as a refazer criticamente a arqueologia de seus conceitos, sem descuidar dessa vez da estética [aesthésis], o incontornável momento sensível da razão. O retorno da razão sensível exige, por assim dizer, revolução copernicana das categorias normativas, principalmente naqueles saberes em que a idéia de norma é enfática, como no domínio da moral e do direito. Nesse passo, a leitura de Lyotard, na linha das investigações de Platão, Aristóteles, Alexander Baumgarten, Immanuel Kant, Hegel, Benjamin, Gadamer, Theodor Adorno, Lukács, Luigi Pareyson, Remo Bodei, Schopenhauer, Nietzsche, Heidegger e Adorno, reabre a possibilidade de um diálogo respeitoso entre os homens, na medida em que estes recuperam a capacidade de relacionar-se com as coisas, sem destruí-las. Defendendo a postura de Kant, Lyotard comentou que no contexto atual da filosofia de Kant está diretamente relacionada com a releitura de seu sistema a partir da terceira Crítica, sem o que a expressão da dor do particular, nas figuras da História e do mundo sensível, poderá continuar em eterno compasso de espera das condições de sua possibilidade.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;"><strong>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA</strong></div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">ADORNO, T. W. <strong>Teoria estética</strong>. 2006. Tradução Artur Morão, Lisboa: 70</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">BAUMGARTEN, A. G. <strong>Estética: a lógica da arte e do poema.</strong> 1993. Tradução Miriam Sutter Medeiros, Petrópolis-RJ: Vozes.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">BENJAMIN, W. <strong>A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica</strong>. Obras escolhidas. 1993. Tradução Sérgio Paulo Rouanet, São Paulo: Brasiliense.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">BORNHEIM, G. O bom selvagem como ‘philosophe' e a invenção do mundo sensível. In: NOVAES, A. (Org<strong>.). Libertinos libertários</strong>. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 59-75.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">GUILLERMIT, L. Kant e a filosofia crítica. In: CHÂTELET, F. (Org.). <strong>História da filosofia: idéias, doutrinas: a filosofia e a história. </strong>Rio de Janeiro: Zahar, 1974. p. 30-41.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">JIMINEZ, Marc. <strong>O que é estética?</strong> 1999. Tradução Fulvião M. L. Moretto, São Leolpoldo-RS.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">KANT, I. <strong>Primeira introdução à crítica do juízo</strong>. São Paulo: Abril, 1980a.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">KANT, I. <strong>Fundamentação da metafísica dos costumes</strong>. São Paulo: Abril, 1980b.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">KANT, I<strong>. Crítica da razão pura</strong>. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">LYOTARD, J<strong>. Lições sobre a analítica do sublime</strong>. São Paulo: Papirus, 1993.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">PHILONENKO, A. A Escola de Marburgo. In: COHEN, H.; NARTOP, P.; CASSIRER, E. (Ed.). <strong>História da filosofia: idéias, doutrinas: a filosofia do mundo científico e industrial. </strong>Rio de Janeiro: Zahar, 1974. p. 190-204.</div><div class="KonaBody" style="text-align: justify;">[1] Graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB] e Graduando em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB].</div></div><div class="printfooter" style="text-align: justify;">Retrieved from "<a href="http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/kant-o-juizo-de-gosto-como-fundamento-subjetivo-da-estetica-3970957.html" jquery1294226633640="39"><span style="color: #444444;">http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/kant-o-juizo-de-gosto-como-fundamento-subjetivo-da-estetica-3970957.html</span></a>"</div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/kant-o-juizo-de-gosto-como-fundamento_05.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-3222671166362965280</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 20:20:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T12:20:42.857-08:00</atom:updated><category domain="http://www.blogger.com/atom/ns#">http://www.poemas-de-amor.net/fazer_amor_com_voce</category><title>Fazer amor com você</title><description>Te fazer um poema é te deitar<br />
Sobre os versos que faço e te querer<br />
Nas palavras que fogem e te beijar,<br />
Na ausência do teu, no meu prazer.<br />
<br />
Te fazer esse amor é me fazer<br />
Um poema querendo te abraçar<br />
E em meio às palavras me perder<br />
No corpo sobre os versos a te amar.<br />
<br />
E te fazer o mesmo amor,<br />
Ao fazeres dos versos a leitura,<br />
E perderes de todo algum pudor.<br />
<br />
Te querendo um prazer que se afigura,<br />
O sexo que o orvalho faz com a flor,<br />
Um cortejar de mãos pela cintura.<br />
<br />
[Poema publicado na&nbsp;<span class="submitted">Terça-Feira,&nbsp;03/01/2006&nbsp;às 04:42] </span><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/fazer-amor-com-voce.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>1</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-3219835340946249632</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 14:11:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T06:11:32.989-08:00</atom:updated><title>(RE)PENSANDO A CENTRALIDADE DA EDUCAÇÃO ESCOLAR A PARTIR DAS CONTRIBUIÇÕES DO PENSAMENTO MODERNO.</title><description><div class="PostContent" style="text-align: justify;">Resumo: O que é a educação moderna? Em outras palavras o autor propõe esta reflexão buscar, enfatizar a questão educativa em meio às grandes transformações que ocorreram no período de transição da Idade Média para a Idade Moderna. No período de transição feudal para o capitalista, que adentra a modernidade, a educação é posta a equilibrar os desajustes oriundos das mudanças nas formas de ser e de pensar do homem, em momentos de crises agudas e de rupturas com os valores e princípios da Idade Média, ou seja que vai do século XVI ao XVIII. Percebe-se que educar o ser para o exercício de uma vida útil, para as necessidades apresentadas no interior do processo de existência humana, foi a tónica de muitos discursos sobre a educação, apresentadas nas idéias de muitos pensadores. Formar o indivíduo com mérito pessoal e uma personalidade enriquecida pela cultura geral e universal, em contato estreito com a prática existente no cotidiano do homem, esteve presente no discurso sobre educação. A utilidade da educação corresponde aos anseios de formação do ser aberto às diversidades do mundo e ao resgate da dignidade, da moral e da ética, consideradas por muitos perdidas em meio às turbulências da sociedade em transição. E aí cabe a pergunta: quais são os fundamentos sociológicos da educação? </div><div class="PostContent" style="text-align: justify;">Palavras – Chave: Escola – Modernidade – História. </div><div class="PostContent" style="text-align: justify;">&nbsp;</div><div class="PostContent" style="text-align: justify;"><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;"><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Esta reflexão busca enfatizar a questão educativa em meio às grandes transformações que ocorreram no período de transição da Idade Média para a Idade Moderna. No período de transição feudal para o capitalista, que adentra a modernidade, a educação é posta a equilibrar os desajustes oriundos das mudanças nas formas de ser e de pensar do homem, em momentos de crises agudas e de rupturas com os valores e princípios da Idade Média. Percebe-se que educar o ser para o exercício de uma vida útil, para as necessidades apresentadas no interior do processo de existência humana, foi a tónica de muitos discursos sobre a educação, apresentadas nas idéias de muitos pensadores. Formar o indivíduo com mérito pessoal e uma personalidade enriquecida pela cultura geral e universal, em contato estreito com a prática existente no cotidiano do homem, esteve presente no discurso sobre educação. A utilidade da educação corresponde aos anseios de formação do ser aberto às diversidades do mundo e ao resgate da dignidade, da moral e da ética, consideradas por muitos perdidas em meio às turbulências da sociedade em transição.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Todos os grandes pensadores da época também assumiram tal atitude por considerarem a escolástica como uma praga pública. Assim, no século XVI a tradição escolar pára de se desenvolver na mesma direção do passado, para tomar um rumo inteiramente novo, o que significava não apenas enunciar o pensamento novo, mas elaborar a sua teoria, o que fez eclodir, pela primeira vez na história, segundo Durkheim, a “educação é fato social que exige mais que opiniões para que seja apreendida na sua totalidade e que depende de ciência social com método apropriado e análise rigorosa para ser compreendida na sua complexidade”. (SOUSA, 2007, p. 112) </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Para durkheim a educação tinha o papel de coesão e formador de uma sociedade/nação, ela era tão importante que ele pregava que deveria ser controlada, ordenada e regulada somente pelo estado. A escola tinha a função coletiva de preparar os jovens para a vida social e de adaptá-los aos meios para os quais eles entendiam e viviam em seus grupos sociais distintos. Para Durkheim, as diferentes camadas e grupos sociais formavam um organismo chamado sociedade e para mantê-la unida, controlada e regulada era preciso, através da educação definir os caminhos que esta sociedade deveria seguir e qual papel cada indivíduo deveria ter dentro dela. O coletivo valia mais que o individual. E, portanto a educação ou a falta dela servia para definir o papel do cidadão no grupo social que vivia, conseqüentemente a função deste grupo dentro do organismo maior que seria o estado/nação. Segundo Durkheim, a educação é também e, deve ser entendida como uma Instituição Social. E como tal, necessita de regras, deveres e direitos que são partilhados socialmente. Nesta perspectiva, a educação era entendida como uma composição cujas ordens e estratégias eram fortemente determinadas por uma estrutura social, e que via-se contra mudanças que abalassem a manutenção da ordem. Esta seria um dos pontos mais importantes para a evolução desta Instituição. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Já fazendo uma correlação com o conceito de anomia, esta era vista como uma "inimiga" para o desenvolvimento social. A ausência de leis, normas, prejudicaria a sociedade quanto ao alcance da Liberdade. Faço esta relação porque, segundo Epicteto, -" só a educação liberta" - assim, para alcançar e assegurar a liberdade, o indivíduo precisa obedecer a um conjunto de regras, direitos e deveres. Caso contrário, a educação estaria prejudicada, "doente" e enfraquecida, pois, a desordem debilitaria a Instituição. A divisão do trabalho social surge na tentativa de estabelecer meios para combater a anomia através da repartição de ações especializadas, onde cada indivíduo sentir-se-ia como parte integrante de um todo orgânico e interiorizado e não meramente mecânico.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Na concepção durheimiana o papel do professor é de transmissor de saberes e, por sua responsabilidade na formação de indivíduos, na construção do ser social, feita em boa parte pela educação, a assimilação de uma série de normas e princípios sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento que balizam a conduta do indivíduo no grupo. Assim sendo ele criador de condições para que a educação cumpra seu papel social e político. Muitos pensadores apresentam suas idéias pedagógicas ao longo dos séculos que configuram o que se chama, de modo geral, de “moderno”, “modernidade”, “modernização”, e “modernismo” contudo, neste artigo, destacamos algumas delas, partindo do século XVI. O texto visa discutir algumas idéias educacionais que se desenvolveram na modernidade e como essas idéias se apresentam na modernização da instrução pública no Brasil, no final do século XIX e início do século XX, manifestadas na renovação da concepção de educação e na implantação de novos métodos de ensino, destacando-se o ensino mútuo/monitorial. O que é o moderno? Desde a sua origem, por volta do século V, a palavra moderno significa a produção do novo em relação ao antigo. O autor nos mostra em “A centralidade da escola no mundo moderno”, que:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A palavra “modernidade” é muito mais recente, isto é, do final da Idade Moderna – alguns vão situá-la no século XIX – e se refere à produção do novo em larga escala, num período de tempo cada vez mais curto, atingindo um número cada vez maior de pessoas, a cada momento com maior intensidade. [...] a modernidade ultrapassa a própria Idade Moderna e como a dialética da modernização e do modernismo está no centro da dinâmica social que faz do mundo onde vivemos um lugar em que já não é tão difícil perceber porque é que “tudo que é sólido desmancha no ar”. Finalmente, veremos alguns dos elementos constitutivos da modernidade como projeto e como a educação estava no centro desse projeto. (SOUZA, 2003, p. 114)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Como se pode perceber neste fragmento acima, a palavra modernidade é muito mais recente (século XIX) e refere-se à ampliação da produção do novo, isto é, ao fato de a novidade passar a ser produzida em larga escala, num período cada vez mais curto, e a atingir um número cada vez maior de pessoas. Contudo, entende-se que é no contexto das Revoluções Burguesas, que traziam novidades tanto no modo de produzir quanto no modo de pensar, a modernidade passou a expressar, ao mesmo tempo, a percepção de que as pessoas partilhavam novas experiências e o desejo que essas experiências fossem ampliadas para todo o mundo. Isto significa dizer que a idéia de progresso, tal qual a conhecemos hoje, é herdeira dessa concepção de produção do novo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A palavra modernização é ainda mais recente. A partir do final do século XIX, com a consolidação do capitalismo, modernizar passou a significar universalizar o modo capitalista de organizar a produção e o saber, isto é, expandir o modo de produção capitalista. A modernização é vista, portanto, como o motor que dá vida às mudanças, no contexto do modo de produção capitalista. A modernização passou a se associar, cada vez mais, à relação entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos, uma relação em que estes últimos passaram a ser forçados a se organizar nos mesmos moldes daqueles.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>Modernizar quer dizer, também, racionalizar, isto é, submeter toda a organização da produção de bens materiais e do saber a critérios definidos racionalmente. Ficamos pasmados diante das mídias, dos fatos, do excessivo volume de informação. Estagnados estamos ou ficamos diante do medo, da solidão e "tudo que é sólido desmancha no ar", famosa frase de Karl Marx, que virou título de uma excelente obra de Marshall Berman. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Souza coloca que Marshall Berman simplificou o texto de Marx (1977) que era mais complexo no original. Na melhor tradução a que tive acesso, Marx escreveu que tudo o que era sólido e estável evaporou-se no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e por fim os homens são obrigados a encarar com serenidade suas verdadeiras condições de vida e suas relações com os demais homens. Encarar com serenidade suas verdadeiras condições de vida e suas relações com os demais homens, depois de derrubados todos os ídolos e mitos, eis uma intenção de descrever a situação de há 150 anos atrás, mas não pode haver descrição melhor da situação enfrentada hoje pela humanidade, apesar de todas as mudanças ocorridas. Uma das preocupações em “Tudo que é Sólido Desmancha no Ar” é a de que as pessoas possam reivindicar a rua e a cidade onde vivem como o seu lugar, ou seja, o cientista político norte-americano Marshall Berman realiza “um estudo da dialética da modernização e do modernismo”, tentando encontrar nesse estudo, por “inúmeros caminhos de leitura”, em alguns dos diversos “sentidos possíveis da modernidade”, a modernidade como o conjunto de experiências compartilhadas por homens e mulheres dentro do espaço ambiental da modernidade em todo o mundo, no presente momento, mas para ele a modernidade é, sobretudo, paradoxo, contradição, ambigüidade, incerteza e angústia. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>E o modernismo? Num sentido bem genérico e primário, vamos tomar o modernismo como o modo pelo qual esses processos de modernização são apreendidos e expressos na arte, na literatura, na filosofia ou na pedagogia. A arte moderna expressa uma sensibilidade do artista aos acontecimentos do seu tempo, assim como toda e qualquer expressão artística, literária, filosófica ou pedagógica. Todavia, que tipo de sensibilidade caracterizou os pedagogos modernos, a ponto de podermos falar em uma pedagogia moderna, ou estabelecer tão íntima associação entre educação e modernidade?<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Você já deve ter percebido que tudo o que já leu sobre o século XVIII refere-se a ele como o "Século das Luzes", "Idade da Razão", "Era da Ilustração", "Iluminismo", etc. São termos que remetem à idéia de "luz" em contraposição às "trevas" da Idade Média. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>É interessante assinalar que os grandes pensadores desse período são conhecidos como Iluministas, porque todos estavam imbuídos da concepção racionalista de René Descartes (1596-1650), segundo a qual a razão é uma luz natural inata, que nos permite conhecer a verdade. A lógica cartesiana dá conta de entender a cultura moderna? O projeto iluminista (racionalista) abarca todos os anseios das atuais sociedades ocidentais? Essa perspectiva racionalista, associada aos avanços da ciência moderna, permitiu a esses pensadores como Francis Bacon, Galileu Galilei, Isaac Newton, Durkheim, Jacques Lê Goff, Maquiavel, Max Weber, Immanuel Kant, Marshall Berman, e muito outros realizadores de grandes descobertas que revolucionária no campo da ciência e da tecnologia, particularmente formularam um juízo bastante otimista em relação ao futuro da humanidade. Emergia e se consolidava a idéia de que o homem é o sujeito da história, bastando para isso que ele desenvolvesse a sua capacidade de planejar racionalmente o seu futuro e de compreender o mundo. Se a razão era algo natural nos indivíduos, todos deveriam desenvolvê-la. E o lugar onde essa capacidade racional seria desenvolvida era a escola. Daí a reivindicação da educação como direito do cidadão e dever do Estado. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em conseqüência disto, os pensadores modernos, entretanto, trouxeram algo novo a esse respeito. Eles trouxeram a idéia de que havia uma igualdade natural e universal entre os homens. O fato de haver servos e nobres, escravos e senhores era um acidente histórico, um desvio que deveria ser corrigido por meio da luta política. E uma das formas de realizar essa correção era educando os indivíduos e garantindo-lhes liberdade e autonomia. Afirma o filósofo Sérgio Paulo Rouanet, este foi o propósito do projeto civilizatório da modernidade, ou Ilustração. É neste sentido que os filósofos que elaboraram essas idéias foram os iluministas. O que pretendia esse projeto? O que havia de elevado e grandioso nos ideais do projeto civilizatório da modernidade e seu ideal emancipacionista, e que, ainda hoje, continuam inspirando muitas lutas no interior da escola e na sociedade em geral? Havia o ideal da universalidade. A universalidade foi um dos mais elevados ideais trazidos pela modernidade. A filosofia de René Descartes segundo a qual a razão é uma luz inata, permitiu estabelecer um princípio de igualdade natural entre os homens, isto é, permitiu afirmar que todos são iguais diante da razão. Por isso Rouanet afirma que o projeto civilizatório visava a todos os seres humanos, independentemente de fronteiras nacionais, étnicas ou culturais. Desde então, intensas lutas foram travadas na tentativa de realizar esse ideal de igualdade entre todos os homens. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Havia, também, o ideal da individualidade. O indivíduo tal qual conhecemos é produto da modernidade. No mundo medieval, o indivíduo só existia como produto da matriz coletiva, seja a aldeia, o reino ou a Igreja. Quando o indivíduo ousava fugir às determinações, as punições eram severas, como demonstra a sangrenta história da Inquisição. Lutero, na época da Reforma protestante, por meio da defesa do livre-arbítrio, desencadeou a luta pelas liberdades individuais, mas a sua luta resumia-se à defesa da liberdade de crença do fiel. Com o desenvolvimento do capitalismo, a defesa da livre iniciativa, do indivíduo empreendedor e da livre concorrência foram constituindo elementos cada vez mais fortes de "liberação" do indivíduo, condição necessária à existência do próprio capitalismo. Vem daí o termo liberal, a partir do qual se formula a doutrina do liberalismo. E havia, ainda, o ideal da autonomia. Segundo diz Rouanet, a autonomia significava que os indivíduos deveriam ser aptos a pensar por si mesmos, sem a tutela da religião ou da ideologia, a agir no espaço público como membros participantes e ativos do contrato social e a adquirir, pelo seu trabalho, os bens e serviços necessários à sua sobrevivência. Dentre esses ideais, o da autonomia é o que mais se ligou ao mundo da educação, porque dela reivindicou-se, a partir de então, a formação de cidadãos críticos, livres, autônomos e participativos da vida em sociedade. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Diversos autores discutem o papel que Sociologia da Educação para uma compreensão crítica da realidade social, política, econômica e cultura na qual a escola e a educação estão inseridas e contribui para uma formação de educadores com uma visão crítica que possa formar indivíduos para compreenderem e transformarem a realidade onde vivem. A educação entendida como uma prática social que busca formar indivíduos para a vida em sociedade deve proporcionar uma visão que os permita uma compreensão da sociedade em todas as suas dimensões. Para tanto se torna necessário um currículo que em seus conteúdos e em suas práticas possibilitem uma problematização e reflexão crítica das relações sociais, das relações de poder existentes na sociedade.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Concluímos que a partir desta perspectiva buscaremos entender o papel que a educação cumpri na Sociedade Capitalista através dos clássicos da sociologia. Em Karl Marx podemos encontrar em vários de seus escritos referências críticas ao papel da educação na sociedade capitalista e sua superação, apesar de não ter escrito nenhuma obra específica sobre educação. Como diria Marx, talvez o aprisionamento no horizonte burguês. Eu diria que pensam a educação sem enfrentar a condição essencial da estrutura da sociedade capitalista. Vários limites da educação escolar nas sociedades modernas estão precipuamente ligados às desigualdades econômicas e sociais produzidas pelas relações de produção baseadas na acumulação e apropriação privada dos bens materiais e espirituais.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Com relação a Émile Durkheim, a educação tem papel fundamental na própria constituição e manutenção da sociedade. A educação no pensamento sociológico do autor é fundamental, pois é através dela que o homem se socializa, se constitui enquanto ser social. A diferença da sociologia em relação à filosofia, afirma Durkheim é que a sociologia deve identificar como é a educação nas diferentes sociedades ao longo dos tempos. Durkheim a vê como um fato social, uma coisa, que existe externamente ao individuo e se impõe a ele de modo irresistível. A filosofia se ocupa de pensar como a educação deveria ser e propõe modelos de homem, sociedade e de educação, portanto. É nesse sentido, a sociologia tende a “incomodar” porque sempre está buscando desnaturalizar o que parece natural. Até bem pouco tempo, a maioria dos nossos costumes eram vistos como algo natural, com existência mágica. O iluminismo traz a razão para a história e propaga que tudo é criação dos homens. Quando Giambatista Vico, no século XVIII, afirmou que o homem é sujeito da história, provocou uma revolução em termos da compreensão dos fenômenos sociais. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A idéia durkheiminiana de que a consciência coletiva se impõe ao indivíduo não é de toda descartável, como faz a crítica do funcionalismo. As sociedades criam as religiões, a moral e o direito que são homogeneizados e internalizados nos processos de socialização, sobretudo nos processos educativos implícitos nos ambientes sociais e explícitos em ambientes especializados nas artes de ensinar, doutrinar e domesticar. As diferentes teorias sociológicas pensam a escola e o sistema de ensino a partir de projetos sócio-educativos coerentes com seus pressupostos. Dessa forma, a sociologia que se inspirou em Durkheim, destacou a educação escolar como fator essencial do equilíbrio, da harmonia e do progresso da sociedade capitalista.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Por último, cabe anunciar a contribuição de Max Weber, ele não produziu muitos estudos específicos sobre a educação e a escola se comparado com o que produziu Durkheim. Entretanto, nos seus estudos sobre racionalização, desencantamento, burocratização do Estado e das empresas, formação dos quadros para as burocracias, problematizou sobre os rumos da educação racional e burocratizada das sociedades modernas. Weber era “pessimista” com esses processos de racionalização porque aprisionava os indivíduos em processos técnicos sofisticados, mas com o fim em si mesmos. Com o tempo os esquemas racionais, como as burocracias, passavam a ter autonomia relativa em relação às necessidades sociais, tornando-se máquinas centradas em sua própria reprodução.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>Fugindo ao pessimismo weberiano, propõe que a sociologia sirva de embasamento teórico para educadores e educandos no objetivo de compreenderem a situação educacional moderna. Concordava com Weber que a educação escolar moderna levou a um declínio da formação do homem integral, porém, a democratização da educação arejou as relações sociais, permitindo a criação de personalidades mais racionais e mais democráticas. Se os Estados convocassem intelectuais para organizarem e planejarem detalhadamente os serviços sociais, entre eles a educação, a racionalização se efetivaria em favor do desenvolvimento da democracia, da paz e da prosperidade.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 35.7pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -17.85pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7pt 'Times New Roman';">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></span></span>SOUZA, João Valdir de. A centralidade da escola no mundo moderno. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">In Introdução à Sociologia da Educação. Belo Horizonte</b>: Autêntica, 2007. p. 11-135.</div><br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/31384/1/REPENSANDO-A-CENTRALIDADE-DA-EDUCACAO-ESCOLAR-A-PARTIR-DAS-CONTRIBUICOES-DO-PENSAMENTO-MODERNO/pagina1.html#ixzz1A4VU3FRd" style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/31384/1/REPENSANDO-A-CENTRALIDADE-DA-EDUCACAO-ESCOLAR-A-PARTIR-DAS-CONTRIBUICOES-DO-PENSAMENTO-MODERNO/pagina1.html#ixzz1A4VU3FRd</a></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/repensando-centralidade-da-educacao.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-7839071031123957803</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 14:08:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T06:08:05.474-08:00</atom:updated><title>A teoria do conhecimento fenomenológico na contemporaneidade.</title><description><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Resumo: Falar em fenomenologia trata-se de uma leitura bastante polissêmica, abrangente, contextual, epistemológica, e intertextualizada na concepção fenomenológica de Edmund Husserl, Robert Sokolowski, André Dartigues, Hans Gadamer, Danilo Marcondes, Martin Heidegger, e assim sucessivamente, ou seja, este conceito para estes autores mencionados acima, tornaram um exercício de compreensão para a filosofia transcendental. A partir daí releva-se, assim, o campo positivo da aquisição da atitude fenomenológica, no sentido do fundamento de uma ciência do homem e para o homem, na abertura de suas possibilidades livres e responsavelmente determinadas para a construção da fenomenologia em torno de uma teoria do conhecimento pelo contexto histórico/filosófico. O surgimento da fenomenologia, apontando as relações entre a perspectiva de Husserl, Sokolowski e outros. É interessante assinalar os autores fazem inúmeros relatos dos focos principais de suas obras de Husserl, destacando sua progressão, de uma crítica ao psicologismo à estruturação de uma atitude natural, atitude fenomenológica ou fenomenologia transcendental. Palavras - Chave: Fenomenologia - Teoria do conhecimento – Metafísica. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O que é a fenomenologia? Muitas perguntas, muitas respostas. A fenomenologia é o estudo da consciência e dos objetos da consciência. É neste contexto que a redução fenomenológica, é o processo pelo qual tudo que é informado pelos sentidos é mudado em uma experiência de consciência, em um fenômeno que consiste em se estar consciente de algo. Assim, acredita-se que quando intencionamos as coisas, situações, fatos e quaisquer tipos de objetos como imagens, fantasias, atos, relações, pensamentos eventos, memórias, sentimentos, e assim sucessivamente, que constituem nossas experiências de consciência, ou seja, é o modo como o conhecimento do mundo acontece, a visão do mundo que o indivíduo tem. Como se vê, é certo que o método fenomenológico se define como uma volta às coisas mesmas, isto é, aos fenômenos, aquilo que aparece à consciência, que se dá como objeto intencional. Para esclarecer, Danilo Marcondes analisa em seu texto "Os Herdeiros da Modernidade" que " O lema básico da fenomenologia é "de volta às coisas mesmas", procurando com isso a superação da oposição entre realismo e idealismo, entre o sujeito e o objeto, a consciência e o mundo." ( MARCONDES, 2004, p. 257 – 258). </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A Fenomenologia é uma corrente filosófica que concebe ao pensamento a certeza de reter só o essencial do fenômeno em questão, e o método fenomenológico é aquele que oferece uma técnica de busca da essência dos fenômenos. Apesar da fenomenologia estar caracterizada como uma filosofia essencialista a sua finalidade era a de ser uma solução objetiva para todo o subjetivismo intelectual em voga na época de sua idealização. O seu precursor, Edmund Husserl, objetivava criar uma corrente filosófica que desse uma base sólida para a filosofia e para as ciências, sendo uma solução definitiva para o caos intelectual do final do século XIX e do início do XX. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Vale salientar que <span>a fenomenologia para Husserl almeja o estudo das essências, isto é, respondo-as na existência, pois ela não existe independente do objeto sendo invariável. A mesma é a ciência das essências, que são maneiras que relatam o fenômeno, por isso, não é adquirida da comparação e da abstração dos objetos em si. Com isso, é necessário ao retorno da coisa mesma, que busca filosofar seguindo os problemas que estão na vivência da consciência prescindido o mundo exterior e às discussões feitas por outros teóricos, essas teorias podem ser de grande ajudas para se chegar aos fenômenos, ou seja, a coisa mesma.</span></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">No âmbito da história da filosofia, o termo fenomenologia é muito anterior a Husserl e transita na obra de grandes pensadores. Martin Heidegger (2005a) em a "Introduction to phenomenological research: Indiana" coloca que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><span>A expressão 'fenomenologia' aparece pela primeira vez no século XVIII na escola de Christian Wolff, no Neues Oragnon de Lambert, diretamente ligada à desenvolvimentos análogos populares naquela época, tais como dianologia e alethiologia, e significava a própria teoria da ilusão, uma doutrina para evitar as ilusões. Algo parecido aparece em Kant. Em uma carta à Johann Heinrich Lambert, ele escreve: 'Isso (a fenomenologia) aparece de um modo bastante particular, como uma disciplina propedêutica que deve preceder a metafísica, onde os valores e limites do principio da sensibilidade são determinados.' Mais tarde, 'fenomenologia' é título da maior obra de Hegel. (...) 'Fenomenologia' aparece também nas conferencias de Franz Bretano acerca da metafísica." (HEIDEGGER, 2005a.:3)</span></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Neste fragmento acima, podemos perceber que todo caminho traçado pelo sentido da expressão não rejeitava o passado ao dar um passo à frente. É evidente que desde o tempo em que foi apresentado o termo fenomenologia, suas conceituações se transformaram sem descarte. Trata-se de uma maneira de pensar que procura tanto evitar as ilusões quanto driblar a superficialidade da metafísica em relação à compreensão do saber pelos sentidos. Desta forma, ao propor seu conceito de fenomenologia, Edmund Husserl o apresenta como um contraponto à crise das ciências modernas, a saber, o naturalismo e o psicologismo puramente empirista emergente na época, que desejava ser à base de todas as ciências humanas. A fenomenologia husserliana difere das constituídas por Kant e Hegel, de modo estrutural, isto é, no que diz respeito à própria questão do ser ou, ainda, em relação a uma teoria do ser absoluto ou ontologia. Diante disto, em seu livro "O que é a fenomenologia?" André Dartigues (1992) coloca o seguinte:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><span>Se, no entanto, compararmos Husserl a Kant e a Hegel, com os quais seria permitido aproximá-lo quanto aos vários pontos particulares, podemos notar que, com respeito ao problema ontológico, sua tentativa representa algo como uma terceira via: enquanto a fenomenologia de tipo kantiana concebe o ser como o que limita a pretensão do fenômeno ao mesmo tempo em que ele próprio permanece fora de alcance, enquanto inversamente, na fenomenologia hegeliana, o fenômeno é reabsorvido num conhecimento sistemático do ser, a fenomenologia husserliana se propõe como fazendo ela própria, as vezes, de ontologia pois, segundo Husserl, o sentido do ser e o fenômeno não podem ser dissociados. Husserl procura substituir uma fenomenologia limitada por uma ontologia impossível e outra que absorve e ultrapassa a fenomenologia por uma fenomenologia que dispenda a ontologia como disciplina distinta, que seja, pois, a sua maneira, ontologia - ciência do ser. (DARTIGUES, 1992, p.4)</span></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O fenômeno, portanto, segundo Hegel, citado por Dartigues, é reabsorvido num conhecimento sistemático do Ser. Em sua introdução, Dartigues reporta-se como Kant, Hegel e Husserl concebem o fenômeno. Em primeiro lugar Kant concebe o Ser como o que limita a pretensão do fenômeno, e ao mesmo tempo em que ele próprio permanece fora do alcance. No segundo lugar Hegel enfoca que a fenomenologia é uma filosofia do absoluto ou do espírito enquanto que o fenômeno é reabsorvido num conhecimento sistemático do Ser, e por fim Husserl propõe-se como fazendo ela própria (a fenomenologia) de Ontologia, pois o sentido do Ser e do fenômeno não podem Ser dissociados.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Com isso, a base da idéia da fenomenologia de Husserl é o próprio afronte à tradição metafísica, ou seja, a contraria a separação estrutural das coisas do mundo, da consciência, do espírito e do saber em sujeito e objeto. Em outras palavras, Husserl motivado pela inquietude da insatisfação com a superficialidade das ciências modernas e a tradição metafísica, que há tempos fechava-se em construções teóricas e interpretações antecipadas, propõe seu método investigativo pautado na extinção do dualismo tradicional que cristaliza e segmenta os entes como coisas e o ser destes como um ente também. No caso, tudo passa a ser estratificado para objetificar, para ser capaz de conhecer e, dessa forma, teorizar para saber, separando o ser do ente e, conseqüentemente, o fenômeno ele mesmo de seu sentido/essência primordial.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Para Robert Sokolowski (2004), esta atividade de dar conta é o significado do termo fenomenologia. Esta atividade de dar conta proporciona um logos, de vários fenômenos e dos vários modos em que as coisas podem aparecer. Podemos explorar todos os fenômenos, quando percebemos a intencionalidade de nossa consciência em direção ao fenômeno. Analisando o que nos revela o autor entendemos que a fenomenologia se preocupa tão somente com o fato isolado, puro, desprezando as bases cognitivas do sujeito, mas também como seu processo histórico e seus valores culturais. Robert Sokolowski (2004) nos traz que a analise fenomenológica parte da intencionalidade. A Fenomenologia afirma a importância dos fenômenos da consciência os quais devem ser estudados em si mesmos, tudo que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a esses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua "significação". Os objetos da Fenomenologia são dados absolutos apreendidos em intuição pura, com o propósito de descobrir estruturas essenciais dos atos (noesis) e as entidades objetivas que correspondem a elas (noema). </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A Fenomenologia representou uma reação à pretensão dos cientistas de eliminar a metafísica. É interessante assinalar que Robert Sokolowski (2004) em seu texto " Introdução à Fenomenologia: Uma Declaração inicial do que é a fenomenologia", dizendo o seguinte:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><span>O termo "noema" se refere aos correlatos objetivos das intencionalidades; refere-se a tudo o que é intencionado pelas intenções de nossa atitude natural: um objeto material, um retrato, uma palavra, uma entidade matemática, outra pessoa. Porém, mais especificamente, refere-se a tais correlatos objetivos precisamente como sendo vistos desde a atitude transcendental. Refere-se a eles como tendo sido postos entre colchetes pela redução transcendental-fenomenológica. [...] O uso do termo "noema" é sinal de que estamos na fenomenologia, no discurso filosófico, e de que as coisas que estão sendo ditas estão sendo debatidas a partir de um ponto de vista filosófico, não de um ponto de vista da atitude natural. ( SOKOLOWSKI, 2004, p. 68)</span></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Nesse modo de conceber a realidade, vemos a coexistência de aspectos subjetivos e objetivos. Noesis, que se refere ao aspecto subjetivo, é a atividade da consciência na experiência vivida e a atividade intelectual da interpretação e comunicação. Noema, que se refere ao objetivo, é o produto da vivência, não é o próprio objeto, mas o complexo de predicados dele. Assim, a descrição, a mais fiel possível da realidade percebida, requer uma reflexão sobre o vivido, o realizado. Requer um movimento que parte do Noema para o Noesis, isto é, requer dar um passo atrás e olhar a experiência vivida, para perceber como e por que vimos o que vimos. Na busca da crítica do conhecimento, transcendemos a própria experiência que o possibilitou. Esse é o sentido de transcendência da Fenomenologia. Os objetos da fenomenologia são dados absolutos apreendidos em intuição pura, com o propósito de descobrir estruturas essenciais dos atos (noesis) e as entidades objetivas que correspondem a elas (noema). Noema significa a impossibilidade de acesso ao mundo tal qual ele é. Mas significa também a possibilidade de conhecer esse mundo de um modo pessoal. Operando sobre o noema, transcendendo-o, construindo representações, comunicando-as, submetendo-as a diferentes interlocutores, seria possível construir uma certeza compartilhada. Nesse domínio das trocas entre pessoas que se comunicam, realizar a objetividade.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Todavia, Fenomenologia afirma a importância dos fenômenos da consciência os quais devem ser estudados em si mesmos tudo que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a esses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua "significação". Os objetos da Fenomenologia são dados absolutos apreendidos em intuição pura, com o propósito de descobrir estruturas essenciais dos atos (noesis) e as entidades objetivas que correspondem a elas (noema). A Fenomenologia representou uma reação à pretensão dos cientistas de eliminar a metafísica ela não pode ser confundida com o Fenomenalismo. Para Sokolowski o termo intenção é a relação da consciência que nós temos para com o objeto. Ainda ele também nos traz que para entendermos a fenomenologia devemos fazer uma distinção entre duas atitudes ou perspectivas, a atitude natural e a atitude fenomenológica. Sobre a atitude natural, Robert Sokolowski (2004) em seu texto " Introdução à Fenomenologia – Uma Declaração inicial do que é a fenomenologia", argumenta que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><span>A fim de compreender o que é a fenomenologia, devemos fazer uma distinção entre duas atitudes ou perspectivas que podemos adotar. Devemos distinguir a atitude natural da atitude fenomenológica. A atitude natural é o foco que temos quando estamos imersos em nossa postura original, orientada para o mundo, quando intencionamos coisas, situações, fatos e quaisquer outros tipos de objetos. [...] A atitude fenomenológica, por outro lado, é o foco que temos quando refletimos sobre a atitude natural e todas as intencionalidades que ocorrem dentro dela. É dentro de atitude fenomenológica que levamos a cabo as análises filosóficas. A atitude fenomenológica é também algumas vezes chamada de atitude transcendental. (SOKOLOWSKI, 2004, p. 51)</span></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Nessa visada, a tarefa da Fenomenologia Transcendental seria justamente a de preparar o terreno para o aparecimento de uma compreensão mais apurada dos atos intencionais que constituem a consciência, e isto de tal modo a se poder instituir um conhecimento filosófico independente do conhecimento produzido pelas ciências da natureza. Trata-se, no caso, de um projeto transcendental capaz de validar uma autêntica ciência filosófica, ciência ocupada com a "crítica da própria consciência", que se impõe a tarefa de esclarecer cada vez mais e melhor a própria consciência dos objetos na sua constituição fenomenal. Segundo Husserl, a chamada redução fenomenológica proporciona o acesso ao "modo de consideração transcendental", ou seja, o "retorno à consciência". Assim, através da "redução fenomenológica" os objetos se revelam na sua constituição. Retornando à consciência, os objetos aparecem na sua constituição, ou seja, como correlatos da consciência. O retorno, portanto, permite dissolver o ser na consciência, isto é, permite que o ser se torne consciência</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">No caso, esse retorno pressupõe a redução fenomenológica. Trata-se, portanto, de um pôr-se no caminho das próprias coisas, isto é, de "retornar" a elas. Neste sentido, a "redução" se confundiria com o próprio método fenomenológico, pois seria um "caminho" para se alcançar e clarificar filosoficamente a essência universal do conhecimento absoluto. Entretanto, na "atitude fenomenológica" a "atitude natural" é posta em questão, o que significa o exercício crítico do próprio conhecimento. Assim, uma das grandes tarefas da "redução fenomenológica" é a superação do próprio horizonte do "conhecimento natural", o que implica no aparecimento de complexas tensões e obscuros problemas gnosiológicos.É interessante notar que a concepção de intencionalidade de Husserl é entendida como um modo de estabelecer a relação entre subjetividade e objetividade. A primeira é vista como atos transcendentais, no entanto, a segunda refere-se aos objetos ideais. Esse entendimento se respalda, tendo como ponto de partida fundamentação da gnosiologia, na qual não seria possível sem o entendimento do que seria a idéia de lógica pura. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É evidente que a atitude filosófica, por outro lado, refere-se a uma meta-perspectiva, uma atitude que é a atitude natural em que nos encontramos é comumente despreendida e uma reflexiva são assumidas a partir do qual a atitude natural e tudo nele, incluindo a sua crença no mundo subjacente, são refletidas. Assim, acredita-se que é dentro da atividade filosófica que habita a fenomenologia. É preciso lembrar ainda que é através da adoção de uma atitude filosófica, que a fenomenologia tornou-se uma ciência verdade dos estudos. Vale ressaltar que é preciso um passo para trás com a intervenção racional da atitude natural. É nesse ponto que a fenomenologia, ao que parece, tem como foco as percepções subjetivas e realidades internas de indivíduos e mantém a hipótese de que uma experiência particular é melhor contada e entendida do quadro de referencia do indivíduo experimental</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Ressalte-se, ainda, que a fenomenologia, entende-se por fenômeno o mesmo que vivência intencional, mas o modo como são vividos. Isto significa dizer que não se trata, pois, de descrever objetos de uma consciência intencional, mas as vivências que suportam o objeto assim intencionado. Note-se, em terceiro lugar, que descrever as vivências intencionais é torná-las explícitas, temas da atenção de uma consciência, ao contrário do que sucede na atitude natural em que "passam" de forma inapercebida. Por isso, distingue-se uma atitude fenomenológica de uma atitude natural. Por fim, passar desta áquela atitude é o trabalho da reflexão em sentido fenomenológico e todas as intencionalidades que ocorrem dentro dela, não é o mesmo que introspecção; antes consiste em tomar um ato de consciência, um ato intencional, como tema de um outro ato de consciência que, dessa maneira, o conseguem visar. Sobre a nossa postura original entendemos que todo o conteúdo que temos de alguma coisa naturalmente, podem ser considerados de atividades naturais. Para o Robert Sokolowski as atitudes fenomenológicas partem das atitudes naturais. Robert Sokolowski (2004) pontua:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><span>A volta à atitude fenomenológica é chamada de redução fenomenológica, um termo que significa a "retirada" dos alvos naturais de nosso interesse, "em direção" ao que parece ser mais um ponto de vista restritivo, simplesmente um daqueles alvos das intencionalidades mesmas. (SOKOLOWSKI, 2004, p.58)</span></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Desse modo, pode-se dizer que a redução fenomenológica é o estudo da consciência e dos objetos da consciência. Como já se disse, a redução fenomenológica é o processo pelo qual tudo que é informado pelos sentidos é mudado em uma experiência de consciência, em um fenômeno que consiste em se estar consciente de algo, tomando, por exemplo, coisas, imagens, fantasias, atos, relações, pensamentos eventos, memórias, sentimentos, e assim sucessivamente, que a constituem nossas experiências de consciência.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Por outro lado, as reduções, através da "epoché" visavam basicamente à mudança de atitude fenomenológica, contudo, é um movimento do tipo "tudo ou nada" que se liberta completamente da atitude natural e se fixa, de um modo reflexivo, em tudo da atitude natural, incluindo a subjacente crença no mundo, ou seja, percorrer para atitude fenomenológica não é tornar-se um especialista em uma forma de conhecimento ou outro, e sim, tornar-se um filósofo. A epoché na fenomenologia é simplesmente a neutralização das intenções naturais que deve ocorrer quanto contemplamos essas intenções. Compartilha-se a afirmação de que a atitude natural, onde vivemos espontaneamente e consideramos os objetos como exteriores à consciência, existentes em si, deve transformar-se, pelas reduções, numa atitude transcendental para a qual a realidade exterior, dos objetos era colocada entre parênteses, pela suspensão do juízo sobre sua existência real, sendo, então, estes objetos considerados como meramente significados dos objetos intencionados. Considerando este horizonte de sentido, que Hans - Georg Gadamer em seu texto " 2. Fenomenologia, hermenêutica e metafísica (1983) analisa que: </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><span>Para tais verdades essenciais, Husserl valeu-se do termo evidencia, denominado uma tal configuração essencial do objeto o objeto intencionado, isto é, aquilo que é visado enquanto tal pela consciência e por seu ato intencional. Fenômenos são tais "dados essenciais", cuja descrição a partir da intencionalidade da consciência é ao mesmo tempo a sua única justificação possível. Hesserl acreditava poder constituir dessa maneira aquilo que é fenomenologicamente sustentável nas grandes realizações de pensamento da história da filosofia. Assim, ele viu no caráter contínuo dos sombreamentos, nos quais um objeto da percepção "aparece", o sentido fenomenológico da "coisa em si". (GADAMER, 2007, p. 31 – 32) </span></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Em suma, a concepção do senso comum é chamada por Husserl de atitude natural. Compreender a atitude natural à consciência (ingênua) vê os objetos como sendo exteriores e reais. Nessa linha do pensamento, afirma-se com convicção que a atitude natural Husserl opõe a atitude fenomenológica, segundo a qual o mundo é simplesmente o que ele é para a consciência, ou seja, fenômeno. Verifica-se então que se, por um lado, a atitude fenomenológica não nega o mundo, apenas não se preocupa com que ele seja real.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Daí poder-se dizer que a redução fenomenológica ou transcendental é também chamada de epoqué, palavra que significava "suspensão do julgamento" na filosofia grega. Levando-se em conta que o que está sendo referido no conceito da redução fenomenológica é o método básico da investigação fenomenológica, tal como Husserl o desenvolveu, tendo trabalhado nele durante toda sua carreira. Assim, podemos perceber que Husserl desenvolveu dois modos de redução que são o ontológico e o cartesiano.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Pode-se vislumbrar, portanto, que na redução fenomenológica, suspendemos nossas crenças na tradição e nas ciências, com tudo que possam ter de importante, que são colocados entre parêntesis, juntamente com quaisquer concepções, e também todas as crenças acerca da existência externa dos objetos da consciência. É importante destacar que o mundo natural não fica negado, nem se duvida de sua existência. Destacamos também que a redução fenomenológica não se compara nem com a dúvida cartesiana, nem com a negação da realidade.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Evidencia-se que a fenomenologia surge como uma tentativa de reconciliar homem e mundo, pois uma cisão entre ambos não entende a íntima relação entre historicidade, natureza e ego. Deste modo o novo modo de conceber noções filosóficas de sujeito, objeto e também a de transcendental, fazendo com que delas brote aquilo que há de mais bruto, no sentido daquilo que se acha intocado, inalterado, que está como existe na natureza, enfim, é o que se conhece como o ir às coisas mesmas da fenomenologia. A fenomenologia tem por idéia fundamental, básica, a intencionalidade da consciência, entendida como a direção da consciência para compreender o mundo. Mediante a intencionalidade da consciência todos os atos, gestos, hábitos e qualquer ação humana têm um significado.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Nota-se que a descrição fenomenológica é o momento resultante da relação dos sujeitos pesquisados com o pesquisador. Isto significa dizer que deve retratar e expressar a experiência consciente do sujeito. É importante perceber que a redução fenomenológica é o momento em que são captadas as partes da descrição que são consideradas essenciais e aquelas que não são, por meio da variação imaginativa, ou seja, a compreensão e a interpretação fenomenológica trata-se de interpretar o que foi descrito, de descobrir o sentido da existência. Portanto, Gadamer em seu texto " 2. Fenomenologia, hermenêutica e metafísica (1983) aponta que " a fenomenologia é incontestável umas das correntes essenciais na filosofia do século XX".(GADAMER, 2007, p. 29), e ainda Gadamer coloca que "Husserl, o fundador do movimento fenomenológico, ajudou uma vez mais o apriorismo clássico da tradição idealista a alcançar uma vitória, ao pôr um termo na invasão da filosofia por elementos alheios oriundos da psicologia orientada pela ciência natural." (GADAMER, 2007, p. 29) </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</b></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><ul type="disc"><li><strong><span>DARTIGUES, André.</span></strong> <b>O que é a fenomenologia?.</b> Trad: Maria José J.G. de Almeida: São Paulo. Ed. Moraes, 1992.</li>
</ul></div><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">GADAMER, Hans – Georg. " 2. Fenomenologia, hermenêutica e metafísica (1983)". In.: <b>Hermenêutica em retrospectiva</b>; tradução Marco Antônio Casanova. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;"><strong><span>HEIDEGGER, Martin.</span></strong><span> <b>Introduction to phenomenological research: Indiana</b>. </span><span>Indiana</span><span>University</span><span> Press, 2005a.</span></div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">MARCONDES, Danilo. <b>Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein.</b> 8ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. Parte IV, Capítulos 2: "Os Herdeiros da Modernidade" pg. 257 – 258.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;"><strong><span>SOKOLOWSKI, Robert.</span></strong><b><span> Introdução à Fenomenologia: Uma declaração inicial do que é a fenomenologia</span></b><span>. São Paulo. Loyola, 2004, p. 51 – 73.</span></div></li>
</ul><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/26349/1/A-teoria-do-conhecimento-fenomenologico-na-contemporaneidade/pagina1.html#ixzz1A4UlqpUp" style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/26349/1/A-teoria-do-conhecimento-fenomenologico-na-contemporaneidade/pagina1.html#ixzz1A4UlqpUp</a></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/teoria-do-conhecimento-fenomenologico.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-7063941628989308663</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 14:05:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T06:05:50.867-08:00</atom:updated><title>O Trigésimo Aniversário por uma Geografia Nova: Uma reflexão geográfica para a historiografia social crítica</title><description><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Resumo: O que Geografia Humana? O que ela estuda? Muitas perguntas, muitas respostas. Podemos perceber que é um conceito polissêmico, abrangente, complexa, ou seja, este conceito está interligando a própria conceito historiográfico da geografia é que apresenta questões teóricas da Geografia que já receberam uma proposta de solução consistente à 30 anos permanecem vivas no discurso geográfico brasileiro, embora nenhuma crítica tenha sido feita às formulações de Milton Santos, e ninguém tenha feito uma proposta clara de retorno ao passado. As críticas feitas por Milton Santos à definição da Geografia como ciência de síntese, ou à pretensa interdisciplinaridade sem disciplinaridade desta disciplina permanecem ignoradas por parcela significativa da Geografia brasileira, que ainda parece tentada por aquele delírio, denunciado por Lucien Febvre em 1922, de que a Geografia comportaria todos os conhecimentos humanos. Na medida em que a preocupação com a posição da Geografia frente às demais ciências sociais, ou quanto ao objeto da disciplina permanecem ignoradas. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Palavras – Chave: Geografia Humana – Historiografia – Conceitos. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A Geografia Humana deve trabalhar apoiando-se sobre uma base territorial. Em todos os lugares onde vive o homem, seu modo de existência implica uma relação necessária entre ele e o substrato territorial. É precisamente a consideração deste laço territorial que diferencia a Geografia Humana da Sociologia. Os sociólogos têm tendência a perceber apenas os aspectos psicológicos dos grupamentos humanos, a esquecer as relações dos homens com a terra, a tratar do homem como se ele estivesse desligado da superfície terrestre. Albert Demangeon </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Este estudo procurar analisar, contextualizar, intertextualizar, o que é a geografia humana? Isto significa dizer que a Geografia Humana é o estudo dos grupamentos humanos em suas relações com o meio geográfico. A expressão de meio geográfico é mais compreensiva que a de meio físico; ela engloba não somente as influências naturais que podem-se exercer, mas ainda uma influência que contribui para formar o meio geográfico, o ambiente total, a influência do próprio homem. No início de sua existência, a Humanidade foi certamente escrava, pela sua dependência da natureza<b>. </b>Dessa maneira, as obras humanas oriundas de todo o passado da Humanidade contribuem para constituir o meio, o ambiente, o meio geográfico que condiciona a vida dos homens. Assim, podemos adotar como definição da Geografia Humana o estudo das relações dos grupamentos humanos com o meio geográfico.Esta definição da Geografia Humana permite-nos conceber de maneira concreta qual é seu objeto e determinar os quadros e os limites. Ela compreende quatro grandes grupos de problemas que resultam precisamente das relações das sociedades humanas com o meio geográfico.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A Geografia, enquanto Ciência tem dois ramos principais, a geografia física e a geografia humana. Este artigoexamina a diferença fundamental entre ambas. Ao passo que a geografia física aborda todos os aspectos relacionados com o ambiente, a geografia humana trata questões muito mais sensíveis, tais como a capacidade do ser humano, enquanto individuo e em grupo se fundir com o meio em que vive e como certos processos se desenvolvem em tais grupos. Também analisa quão mais detalhadamente a geografia humana se ocupa de aspectos políticos, econômicos, sociais ou demográficos e com tudo o que esteja relacionado com a atividade humana e a sua envolvência num contexto geográfico.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Há mais de meio século, Demangeon afirmou que <i>"a Geografia Humana é o estudo dos grupamentos humanos em suas relações com o meio geográfico"</i>. Sendo a expressão <i>"meio geográfico"</i> mais compreensiva que a de meio físico, pois, <i>"[...] ela engloba não somente as influências naturais que podem-se exercer, mas ainda uma influência que contribui para formar o meio geográfico, o ambiente total, a influência do próprio homem"</i>. Haja vista, <i>"[...] as obras humanas oriundas de todo passado da Humanidade contribuir]em para constituir o meio, o ambiente, o meio geográfico que condiciona a vida dos homens"</i> (demangeon, 1982, p. 52 - 53). Podemos perceber que esse autor (1982, p. 54 a 57) ainda estabelece três princípios básicos, vale ressaltar: a) em Geografia Humana deve-se evitar os determinismos absolutos, as fatalidades, antes saber que tudo se trata de vontade humana; b) a Geografia Humana deve trabalhar apoiando-se sobre uma base territorial, sendo o solo o fundamento de qualquer sociedade, de qualquer homem; e c) para ser compreensiva e explicativa a Geografia deve encarar a evolução dos fatos, remontando ao passado, recorrendo à História, e não apenas ater-se à consideração do estado atual das coisas. É interessante assinalar que Milton Santos elucida as potencialidades e os deveres de um verdadeiro trabalho interdisciplinar, e diz que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A interdisciplinaridade não é algo que diga respeito às disciplinas, mas à metadisciplina. Uma geografia, uma sociologia, uma economia, uma antropologia que não tenham o mundo como inspiração na produção própria de conceitos, não se prestam a nenhum trabalho interdisciplinar. Este não é o resultado de trabalhar juntos, mas da possibilidade de um discurso intercambiável, com a fertilização mútua dos conceitos que, apesar dos jargões respectivos, não serão impenetráveis. A globalização vai facilitar essa tarefa. Dir-se-ia mesmo que só na globalização as inter-relações entre disciplinas cabalmente possíveis e a interdisciplinaridade se afirmam plenamente. (SANTOS, 2000, p. 49 – 50)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Assim, afirma Moraes (2005, p. 66), La Blache dessocializava o saber, descomprometendo a Geografia com a prática social. Praticava uma Geografia colonial. Em termos metodológicos, a proposta lablacheana foi um prosseguimento das formulações ratzelianas, entretanto La Blache era mais relativista que aquele e menos generalista. Compartilhavam, sobretudo, o fundamento positivista e metodologias oriundas das ciências naturais, apesar de acentuar o propósito humano da Geografia em seus estudos da paisagem e nas relações homem-natureza, não abordava as relações entre os homens, para quem, inclusive, a Geografia era <i>"uma ciência dos lugares e não dos homens"</i> (MORAES, 2005, p. 61). De outra maneira, saibamos distinguir as diferenças existentes nos trabalhos de Vidal de La Blache, aqueles do início de sua carreira e outros de um Vidal mais amadurecido. Lacoste reconhece este fato quando escreve que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É preciso perceber que o modelo vidaliano clássico, o do <i>Quadro</i>, essa concepção da geograficidade que elimina os problemas econômicos, sociais e sobretudo os problemas políticos, não foi Vidal de La Blache que o formulou sobre um plano teórico, mas um historiador da envergadura de Lucien Febvre, cujo livro <i>A terra e a evolução humana. Introdução geográfica à história</i> (1922) exerceu uma influência considerável sobre a corporação dos geógrafos. Foi, de fato, durante muito tempo, a principal reflexão epistemológica sobre a geografia e sua evolução, prova capital da carência epistemológica dos geógrafos universitários. Foi na realidade Lucien Febvre quem formulou as posições teóricas que se imputam depois a Vidal, em particular a do "possibilismo". "Vidal não é um construtor de teorias", escreveu Lucien Febvre, que as agenciou em seu lugar. (LACOSTE, 1988, p. 118 – 119)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O trabalho interdisciplinar se coloca como primeira ordem do dia e nem mesmo a Geografia poderá fazê-lo desvinculada de outros saberes, se não for complexa, se não transcender seus consensos e se não se (re)conhecer-(re)completar-(re)encontar no outro, se não se auto-criticar não poderá se reelaborar, e ficará muito aquém do entendimento da complexidade ambiental interdisciplinar. O desejo de a tudo gerir, Moraes aponta que, pode resultar numa gestão ineficaz, e continua:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O abandono do exclusivismo holístico permite que se acate a variedade de ações e a conseqüente necessidade de formações diversificadas para uma boa atuação. O abandono da ética uniformizadora da interdisciplinaridade permitiria um rico equacionamento da questão ambiental num patamar multidisciplinar, o qual poderia fornecer as bases para a definição de efetivos campos transdisciplinares. (Moraes, 1997, p. 32).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Recentemente comemoram - se os 30 anos da publicação do livro "Por Uma Geografia Nova" de Milton Santos, ou seja, tornou-se o marco da Geografia Crítica brasileira. É neste contexto que propomos a fazer uma análise, contextualialização e a intertextualização desta obra, enfatizando mais os três aspectos que são o contexto de sua publicação, as contribuições para o pensamento geográfico e por fim a sua assimilação pela Geografia brasileira.Em nosso pensamento, este conjunto de reflexões, indagações e meditações se fazem necessária para as contribuições de grande importância para a consolidação de um corpo teórico da geografia crítica. Em conseqüência disto, o avanço teórico presente nesta obra permanece sem receber a devida importância. Por Uma Geografia nova nos traz a base do que podemos chamar de pensamento miltoniano. Trata-se de uma obra abrangente que procurou dar resposta a questões que permaneceram pendentes durante a maior parte do século XX. Embora o pensamento de Milton Santos nas publicações da década de 1990 e do início da década atual tenha caminhado rumo a uma teoria mais bem elaborada, mais refinada acerca do espaço geográfico, os fundamentos de seu pensamento certamente estão em Por Uma Geografia Nova, que consegue resolver o problema da inserção da Geografia no conjunto das ciências sociais quando define seu objeto e a coloca no mesmo nível que as demais ciências sociais. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Milton Santos considera a década de 1970 considera como o marco do advento do período da "infoera global". Este novo período histórico, caracterizado por mudanças técnicas, principalmente nas telecomunicações, expansão das infra-estruturas de transporte, acompanhada por novas formas de gestão e planejamento por parte das grandes empresas. Durante o século XX, as mudanças técnicas e sociais ocorreram com grande intensidade, e as novas realidades sociais que surgem vão recebendo diversas interpretações por parte da Geografia, disciplina que também se modifica e cria novas formas de abordagem, através de perspectivas teóricas diversas que foram sendo incorporadas à disciplina. No final do século XX, passamos a viver um período em que estas mudanças são amplificadas, em que ocorre um enorme aumento na intensidade e velocidade no acontecer das relações, e que nos fizeram assistir ao surgimento de um novo período histórico, o período histórico global.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Nesta época ocorreram grandes mudanças no funcionamento do capitalismo, bem como evoluções técnicas que tornaram possíveis o aumento do intercâmbio entre lugares, países e regiões. O grau de tecnificação do território passa por um aumento exponencial. Estas mudanças técnicas, em conjunto com as mudanças econômicas, sociais e políticas têm sua expressão espacial na forma do meio técnico-científico-informacional. Falamos de um período em que as diferenciações e desigualdades espaciais têm uma importância central para a definição das estratégias por parte do capital, que se concretizam através do uso das inovações técnicas, particularmente das redes. Como conseqüência da necessidade de se interpretar esse novo momento, diversas ciências sociais passam a se preocupar com o espaço e a incorporá-lo em suas teorias. Para explicar o mundo contemporâneo foi necessária uma reformulação conceitual da Geografia, que acabou por incorporar um novo corpo conceitual, uma nova abordagem em que a teoria crítica, dialética e marxista passou a ser imprescindível para uma interpretação do novo meio geográfico que então surgia.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Entretanto, a incorporação da teoria crítica ao pensamento geográfico não se deu sem problemas, pois muitas vezes acabou ocorrendo a absorção de idéias e conceitos de áreas como a Sociologia, a Economia, a Filosofia, sem se tomar o devido cuidado de se levar em conta que se tratam de noções vindas de áreas diferentes do conhecimento, que possuem métodos e conceitos particulares. Portanto, as preocupações das diversas ciências sociais com o espaço, suas metodologias e formas de abordagem se contextualizam dentro do conjunto de preocupações de cada uma destas áreas. Quando cientistas sociais não geógrafos se referem ao espaço social não estão trabalhando com a idéia de espaço geográfico, pois a compreensão de questões relacionadas ao espaço possui, na concepção destes cientistas, somente um papel secundário na explicação dos objetos de estudo dessas diversas ciências. Na Geografia, ao contrário, historicamente a preocupação tem sido a de explicar o espaço geográfico. Assim, é comum algo que parece óbvio não ser levado em conta: se referir ao espaço social não é sinônimo de fazer Geografia, da mesma forma que se referir ao tempo não é fazer História, e assim sucessivamente, para outras áreas do conhecimento.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O resultado é que, formulações teóricas que poderiam ser contribuições próprias da Geografia para a análise social acabam por ser abortadas, substituídas pela assimilação fácil daquilo que já foi produzido por outras ciências sociais. A falta de preocupação com o rigor teórico e com as metodologias particulares da disciplina acabou por colaborar para que o discurso de muitos geógrafos permanecesse centrado na capacidade da Geografia de importar, organizar e inter-relacionar os instrumentais teóricos de outras disciplinas, numa aparente tentativa de suprir a ausência de discussão sobre o objeto da disciplina e a construção de seu próprio referencial teórico. Ganharam força as proposições de que a Geografia seria uma ciência de síntese e portadora de um caráter interdisciplinar superior ao das demais ciências. Parcela significativa da produção geográfica acabou abandonando a tradição da disciplina em tratar temas que no final do século XX se tornaram fundamentais para a compreensão do funcionamento do capitalismo contemporâneo. A tradicional preocupação com meio geográfico, com as técnicas que vinha desde os estudos sobre a formação da região paisagem, os estudos da geografia da circulação, ou mesmo as mais recentes preocupações com as telecomunicações foram freqüentemente ignoradas, trocadas por um discurso pretensamente crítico mas estéril, por ser incapaz de dar uma interpretação geográfica para as estratégias atuais do capital. A interdisciplinaridade emergencial é iminente no âmbito do ensino de Geografia. Já dizia Lacoste que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Ainda louvar-se-ão, daqui para a frente, as virtudes do <i>aproche</i> <i>pluridisciplinar </i>(inter – ou transdisciplinar). Mas este não é cômodo e não é suficiente <i>justapor </i>as relações estabelecidas por diferentes especialistas para perceber, de forma eficaz, a complexidade de situação e a superposição de fenômenos que eles abordam separadamente. Nesses empreendimentos que se querem pluridisciplinares, os geógrafos têm, na verdade, um papel propriamente crucial a desempenhar e é preciso destacar que sua utilidade, na ocorrência, procede justamente (e paradoxalmente) daquilo que lhes vale ser frequentemente denegrido pelos especialistas das outras disciplinas. Os geógrafos, mais que todos os outros, por serem iniciados nos métodos e nas linguagens de bem diversas disciplinas, logram um trunfo numa experiência pluridisciplinar. (LACOSTE, 1988, p. 226 - 227).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O trabalho interdisciplinar se coloca como primeira ordem do dia e nem mesmo a Geografia poderá fazê-lo desvinculada de outros saberes, se não for complexa, se não transcender seus consensos e se não se (re)conhecer-(re)completar-(re)encontar no outro, se não se auto-criticar não poderá se reelaborar, e ficará muito aquém do entendimento da complexidade ambiental interdisciplinar. Temos também uma definição clara do objeto da disciplina, bem como dos limites e possibilidades da interdisciplinaridade. Esta obra não se perde numa discussão da Geografia em si mesma, nem sobre qual seria o papel da disciplina. A preocupação central foi a definição do objeto da Geografia, e o conteúdo do livro se desdobra em discussões sobre esse objeto. É somente a partir desse tipo de clareza que Milton Santos entende ser possível o diálogo da Geografia com as demais ciências. Ross coloca a questão da interdisciplinaridade e multidisciplinaridade de maneira exemplar ao afirmar que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É evidente que não se pode tratar a pesquisa científica como fragmentos da ciência, bem como não se deve adotar a postura corporativista de muitas categorias profissionais; entretanto também não se pode rotular o tornar-se proprietário de algo que não se pode escriturar em cartório. As ciências da natureza e, sobretudo as chamadas ciências da terra ou geociências, não são independentes e também não têm proprietários. (ROSS, 2000, p. 18)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Permanecem como heranças históricas da Geografia a discussão acerca de sua fragilidade teórica, a fuga da discussão sobre o objeto da disciplina, onde geógrafos ainda se detem na discussão sobre a própria Geografia, relegando a discussão de seu objeto, quando esta ocorre, a um segundo plano. Permanece ainda a fé em seu caráter interdisciplinar superior e na idéia de que a geografia poderia fazer uma síntese do conhecimento das demais ciências. Entre estas permanências, destacamos dois problemas que, embora tenham recebido uma proposta de resolução bastante consistente no livro <i>"Por uma Geografia Nova"</i>, continuam tendo uma sobrevida que pode ser constatada facilmente quando consultamos os anais de grandes eventos acadêmicos da Geografia brasileira. São estas, primeiramente,as crenças em que a Geografia seria uma ciência de síntese e, em segundo lugar, como decorrência desta interpretação, a idéia de que a Geografia possua um caráter interdisciplinar superior ao de outras disciplinas acadêmicas. Entendemos que estas concepções são fruto da antiga idéia de que a geografia se encarregaria de estudar inter-relações de fenômenos de natureza diversa e, para entender tais fenômenos, faria uso de instrumentais teóricos de diversas outras ciências. Ao contrário do que normalmente se diz a respeito da Geografia, temos, no livro "Por Uma Geografia Nova", sobre o que concretamente foi a interdisciplinaridade para a Geografia, pois</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A geografia padece, mais do que as outras disciplinas, de uma interdisciplinaridade pobre e isso está ligado de um lado à natureza diversa e múltipla dos fenômenos com que trabalha o geógrafo e de outro lado, a própria formação universitária do geógrafo [...] Na realidade, ainda está para ser analisada mais profundamente a coerência de uma autêntica preocupação interdisciplinária entre os geógrafos, potencialmente agravada pelo fato de todos, ou quase todos, estarem absolutamente certos de que trabalham de forma interdisciplinar. Como na realidade isso não se passa, a geografia não se beneficia dessa forma de enriquecimento (SANTOS, 1986, p. 100-101).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Milton Santos ainda discorre sobre as diversas tentativas, na Geografia, de se criar uma interdisciplinaridade, sobre o papel da interdisciplinaridade e conclui que a contribuição da Geografia nessa construção deve se dar a partir de uma contribuição própria, uma contribuição disciplinar da Geografia, e não no papel de ciência de síntese ou articuladora da interdisciplinaridade, que é algo que a Geografia nunca foi, e nunca buscou desenvolver um instrumental para que isso se efetivasse. Para Santos, a idéia de que a geografia seria uma da ciência de síntese, onde, na articulação do conhecimento das diversas disciplinas científicas o seria uma espécie de "maestro", que se encarregaria de reger a orquestra formada pelas outras áreas do conhecimento humano, em que seus especialistas desempenhariam o papel de "músicos". O autor vê nesta abordagem como problemática, pois, entre outros motivos, enfatiza uma discussão da Geografia em si mesma, e não do objeto da disciplina, além de permanecer alheia aos conhecimentos, práticas e teorias geográficas que foram produzidas por diversas gerações de geógrafos. É neste sentido que Vidal de La Blache entendia que a geografia é o estudo dos lugares. Dando ênfase a esta noção, Rui Moreira acrescenta que o modo de vida é <i>"uma forma de estruturar sua existência que o homem realiza através de seu gênero de vida, gênero que varia de acordo com a criatividade do homem com relação ao meio",</i>[onde a técnica tem um papel central] mas, <i>"o gênero de vida depende da técnica e do quadro de intercâmbios do homem entre si e com o meio" </i>(MOREIRA, 2008, p. 68). </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Esta preocupação com o meio, com a constituição dos gêneros de vida através da mediação da técnica permanece presente nos desdobramentos da obra vidalina, em autores como Max Sorre ou Jean Brunhes, e entre outros. É importante salientar que, nesses autores, a preocupação quanto ao objeto de estudo se mantém na interpretação dos lugares, das paisagens, das regiões, logo do espaço geográfico. O estudo da inter-relação entre fatores podia aparecer enquanto instrumento de trabalho, mas não como objeto ou função da disciplina. O mesmo raciocínio vale para Richard Hartshorne, geógrafo americano que, com seu método regional, cria uma nova escola de pensamento na geografia. Ele em seu livro "Propósitos e Natureza da Geografia", analisou que a:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">diferenciação de áreas", pois "Sejam ou não válidas as objeções ao termo, tudo parece evidenciar que a expressão, por si mesma, é inadequada. E ainda, ela denota mais do que é necessário. Efetivamente, se examinarmos as definições de outras ciências, podemos concluir, por analogia, ser supérfluo afirmar que a Geografia estuda 'diferenças' Todas as ciências consistem no estudo de diferenças. No caso contrário, pouco estudo seria necessário. (HARTSHORNE, 1978, p. 22)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Na década de 1930, Richard Hartshorne, apesar de ter afirmado que <i>a "geografia deveria ser definida antes pelo método próprio e particular de aproximação do que em termos de seu objeto"</i> (HARSTHORNE, 1939, Apud. SANTOS, 1986, p. 119) entendia que a geografia deveria ser definida como o estudo da diferenciação de áreas. Assim, <i>"diferenciação de áreas passa a se considerar o resultado do método geográfico e, simultaneamente, o objeto da geografia"</i> (CORRÈA, 1990, p. 15). Com o aparecimento da geografia teorética, o estudo de inter-relações retorna a ganhar grande importância, e ao mesmo tempo em que a preocupação com o objeto da disciplina e sua constituição ao longo do tempo acaba se "perdendo". Acreditava-se que a geografia quantitativa seria ao mesmo tempo um paradigma e um método, indissociáveis entre si. O resultado acabou por ser uma obsessão com a quantificação e uma confusão entre método quantitativo e análise espacial, que chegaram a ser pensados como se fossem sinônimos. H. BROOKSFIELD apud SANTOS, 1986, p. 50, afirma que "inúmeros dentre os melhores trabalhos derivados da aplicação das matemáticas à análise das distribuições nada mais são que um refinamento e uma sofisticação da descrição gráfica mais simples".</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A diminuição da preocupação com o objeto da Geografia a partir de meados do século XX irá aparecer até mesmo na obra de geógrafos como Pierre George que, em 1970, publicou o livro <i>"Os Métodos da Geografia"</i>, onde nos apresenta a Geografia como <i>"uma ciência de síntese na encruzilhada dos métodos de diversas ciências"</i> (GEORGE, 1978, p. 7), esta <i>"ciência de relações, implica um processo de pensamento específico, que parte da descrição para chegar à explic</i><i>ação, em três termos principais:</i><i> observação analítica, detecção das correlações, fusca das relações de causalidade"</i> (GEORGE, p. 7 - 8). George afirma ainda que <i>"a unidade da geografia não pode ser metodológica: a pesquisa geográfica recorre sucessiva ou simultaneamente aos métodos de cada uma das ciências de que se vale para chegar ao conhecimento analítico dos dados incluídos nas combinações que constituem o objeto de seus estudos fragmentários ou globais"</i> (GEORGE, p. 8 - 9). A preocupação com estudos de inter-relação entre fenômenos, a nosso ver a semente de uma noção equivocada de interdisciplinaridade e da atribuição à geografia do papel de ciência de síntese, como se vê da pré-história da Geografia e ganha força quando é buscada sua individualização como ciência, quando </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">os geógrafos tiveram a pretensão de que ela fosse, antes de tudo, uma ciência de síntese, insto é, capaz de interpretar os fenômenos que ocorrem sobre a face da terra, com a ajuda de um instrumental proveniente de uma multiplicidade de ramos do saber científico tanto no âmbito das disciplinas naturais e exatas, quanto no das disciplinas sociais e humanas (SANTOS, 1986, p. 97).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Também se acreditava que a Geografia seria a única ciência capaz de realizar esta síntese. Milton Santos entende que se tratava, de fato, de uma mania de grandeza que não se justifica, uma pretensão insuportável, pois a Geografia jamais desenvolveu o instrumental teórico necessário para realizar a síntese, e porque seria uma tolice reservar esse papel para uma só disciplina. Apesar de tanta pretensão, o que vimos foi o isolamento da Geografia frente a outras ciências, particularmente das ciências sociais.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Com a geografia, além do mais, estamos diante de um paradoxo que, ao mesmo tempo, é uma ironia. Na verdade essa ciência de síntese é, seguramente, aquela que, na sua realização cotidiana, mantém menos relações com outras disciplinas. Tal isolacionismo é mesmo responsável pelas dificuldades que ela encontra para evoluir. Essa falha já havia sido observada por Ackermann (1963 p. 431-432), para quem somente alguns geógrafos ultrapassaram penosamente o nível das generalidades mais banais acerca da universalidade do método científico. Esse nível de generalização paralisou o desenvolvimento da ciência e impediu a busca de uma verdadeira teoria e de uma verdadeira metodologia geográfica (SANTOS, 1986, p. 98 - 99).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Uma contribuição disciplinar só pode acontecer a partir da existência da clareza quanto ao objeto da disciplina, e das possibilidades da contribuição da própria Geografia ao conhecimento das diversas disciplinas. Em "Por Uma Geografia Nova", temos uma bem acabada proposta nesse sentido. Na verdade uma proposta que já vinha sendo construída pelo menos desde o início da década de 1970, e que continua a ser aperfeiçoada e reelaborada nas décadas seguintes. A partir do início dos anos 1970 ocorreu uma aproximação entre a geografia e o marxismo ocidental. Com essa aproximação, o espaço começa a assumir um papel fundamental na teoria social. É neste sentido que Soja afirma o seguinte: </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">a própria sobrevivência do capitalismo, afirmou Lefebvre, estava baseada na criação de uma espacialidade cada vez mais abrangente, instrumental, e também socialmente mistificada, escondida da visão crítica sob véus espessos de ilusão e ideologia. O que distinguia o gratuito véu espacial do capitalismo das espacialidades de outros modos de produção eram sua produção e reprodução peculiares de um desenvolvimento geograficamente desigual, através de tendências simultâneas para a homogeneização, a fragmentação e a hierarquização... "esse espaço conflitivo dialetizado é onde se realiza a reprodução, introduzido nela suas contradições múltiplas<span>[1] - contradições que deveriam ser analítica e dialeticamente 'reveladas', para nos permitir ver o que se esconde por trás do véu espacial (SOJA, 1993, p. 65).</span><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/24053/1/O-Trigesimo-Aniversario-por-uma-Geografia-Nova-Uma-reflexao-geografica-para-a-historiografia-social-critica/pagina1.html#ixzz1A4U8TIXX" style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/24053/1/O-Trigesimo-Aniversario-por-uma-Geografia-Nova-Uma-reflexao-geografica-para-a-historiografia-social-critica/pagina1.html#ixzz1A4U8TIXX</a></div></div><div align="justify" style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;">Entre os geógrafos e outros pensadores sociais houve uma certa hesitação em admitir que espaço desempenha um papel central na explicação da sociedade. David Harvey e Manuel Castells, apesar de reconhecerem a contribuição de Lefebvre, no início da década de 1970, insinuaram que este tinha ido longe demais, elevando a <i>"problemática espacial urbana a uma posição intoleravelmente central e aparentemente autônoma"</i> (SOJA, 1993, p. 97). Também de acordo com Edward Soja, a partir desses anos 70, até meados da próxima década, ocorrem diversos avanços e recuos nas obras dos geógrafos, no que se refere à importância dada ao espaço para a elaboração da teoria social crítica. Castells promove duas mudanças em aspectos essenciais de suas posições no início da década de 1970. <i>"A primeira vem de um abrandamento de sua postura contra Henri Lefebvre e de uma disposição maior de aceitar a importância de uma problemática assertivamente espacial na interpretação da política e da sociologia urbanas"</i> (SOJA, 1993, p. 89). A segunda é que o estudo do consumo coletivo deixa de ter o papel central que possuía em seus primeiros estudos sobre industrialização urbana. Milton Santos, já questionava que: </div><div align="justify" style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;">é possível falar em Formação Econômica e Social sem incluir a categoria do espaço. Trata-se de fato de uma categoria de Formação Econômica, Social e Espacial mais do que uma simples Formação Econômica e Social (F.E.S.), tal qual foi interpretada até hoje. Aceitá-la deveria permitir aceitar o erro da interpretação dualista das relações Homem-Natureza. Natureza e Espaço são sinônimos, desde que se considere a Natureza como uma natureza transformada, uma Segunda Natureza, como Marx a chamou" (SANTOS, 1977, p. 82).</div><div align="justify" style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;">Ainda em "Por Uma Geografia Nova", o espaço como uma estrutura da sociedade, ao mesmo título que as demais, é defendida em uma crítica à postura de Manuel Castells, que considerava o espaço uma estrutura subordinada. Milton Santos argumenta <i>que "o melhor é guardar no espírito o fato de que nenhuma relação dialética pode excluir da ação um dos seus componentes. Desse modo nos recusamos a imaginar que possa haver estruturas cujo movimento subordinado seria devido exclusivamente às determinações econômicas" (</i><i>SANTOS, 1988, </i><i>p. 147)</i>. Mais adiante, acrescenta a idéia de inércia dinâmica, embrião da noção de rugosidade. <i>"Se o espaço organizado é também uma forma, um resultado objetivo da interação de múltiplas variáveis através da história, sua inércia é, pode-se dizer, dinâmica. Por </i><i>inércia dinâmica</i><i> queremos significar que as formas são tanto um resultado como uma condição para os processos. A estrutura espacial não é passiva mas ativa, embora sua autonomia seja relativa. Como acontece às demais estruturas sociais" </i><i>(SANTOS, 1988, </i><i>p. 148).</i>A essência do espaço é social, e este não é apenas formado pelas coisas, os objetos geográficos, naturais e artificiais, cujo conjunto nos dá a Natureza, é tudo isso, mais a sociedade (SANTOS, 1985, p. 1).</div><div align="justify" style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;">Em suma, a sociedade não pode operar fora do espaço para o estudar, temos que levar em conta sua relação com a sociedade, mas é esta dita compreensão dos efeitos dos processos e especifica as noções de forma, função estrutura, elementos fundamentais para a compreensão do espaço. É desta forma, que o aspecto visível da coisa, a função, sugere uma atividade esperada de uma forma, pessoa, instituição, é a atividade elementar de que a forma se reveste. A estrutura implica a inter-relação de todas as partes de um todo, ao passo que o processo pode ser definido como uma ação contínua, desenvolvendo-se em direção a um resultado qualquer, implicando conceitos de tempo e mudança. Por fim do século XX, consideram que o espaço para o entendimento das relações sociais é uma postura que ganha grande importância, o espaço geográfico passa a se situar na ordem do cotidiano. Como já foi dito anteriormente, nas últimas décadas a teoria miltoniana se tornou mais complexa, mais ampla e bem fundamentada, além de ter acompanhado as mudanças pelas quais o mundo passou nesse período, isto é em grande parte dessa evolução da teoria, destacamos que o espaço geográfico passou a ser definido como um conjunto indissociável de sistemas de objetos e de sistemas de ação, ou seja, um conjunto indissociável de sistemas porque o que interessa é os territórios usados, sinônimos de espaço geográfico. Conseqüentemente, o estudo do espaço geográfico só pode ocorrer através do estudo de seu uso.</div><div align="justify" style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;"><br />
</div><div align="justify" style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;"><b>Referências Bibliográficas.</b></div><div align="justify" style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;"><ul type="disc"><li>CORREA, R.L. <b>Região e organização espacial</b>. São Paulo:Editora Ática, 1990.</li>
</ul></div><ul type="disc"><li><div align="justify">demangeon, Albert. Uma definição da Geografia Humana. <i>In</i>: cristofoletti, Antonio. <b>Perspectivas da Geografia</b>. Difel: São Paulo, 1982.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">GEORGE, P. <b>Os métodos da Geografia</b>. São Paulo:Difel, 1978.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">HARSTHORNE, R. <b>Propósitos e Natureza da Geografia</b>. São Paulo: Hucitec, 1978.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">LACOSTE, Yves. <b>A Geografia – isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra.</b> Campinas - SP: Papirus (5ªed.), 1988.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">Moraes, Antonio C. R. <b>Meio Ambiente e Ciências Humanas</b>. São Paulo: Hucitec, (2ª ed.), 1997.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">Moraes, Antonio C. R. <b>Geografia: Pequena História Crítica. </b>São Paulo: Annablume (20ª ed.), 2005.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">MOREIRA, R. O pensamento geográfico brasileiro: as matrizes clássicas originárias. São Paulo:Contexto, 2008.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">ROSS, Jurandyr L. S. <b>Geomorfologia: Ambiente e Planejamento</b>. São Paulo: Contexto (5ª ed.), 2000.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">SANTOS, Milton. <b>Território e Sociedade. Entrevista com Milton Santos</b>. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2000.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">SANTOS, M. <b>Espaço e método</b>. São Paulo: Hucitec, 1985.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">SANTOS, M. <b>Por Uma Geografia Nova</b>. São Paulo: Hucitec, 1988.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">SANTOS, M. <b>Metamorfoses do espaço habitado</b>. São Paulo: Hucitec, 1986.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">SANTOS, M. <b>Técnica, Espaço Tempo</b>. São Paulo: Hucitec, 1994.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div align="justify">SOJA, E. W. Geografias Pós-Modernas: a reafirmação do espaço na teoria social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.</div></li>
</ul><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/o-trigesimo-aniversario-por-uma.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-1114183206294891622</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 14:03:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T06:03:22.317-08:00</atom:updated><title>ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A HISTORICIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA.</title><description><div class="PostContent" style="text-align: justify;">Resumo: Como inserir a memória dentro do ensino de história? Que gradações devem ser observadas no ensino de história? Aplica-se diversidade cultural no ensino de história? O presente artigo tem como objetivo levantar questões acerca do Ensino de História na formação dos alunos e alunas do Brasil tendo em vista a criação dos novos Parâmetros Curriculares Nacionais. Diante disto, friso temas específicos em que no ensino de história e na pesquisa predominou uma dada concepção historiográfica, a saber, a História Tradicional, o Marxismo e os Annales e, por fim, a História Cultural, além de analisar as condições encontradas para a execução desse ensino de história em vários aspectos da sociedade, tendo como pano de fundo a questão da cultura neoliberal no Brasil. </div><div class="PostContent" style="text-align: justify;">Palavras-chave: Ensino de História –Historiografia – Pesquisa. </div><div class="PostContent" style="text-align: justify;">&nbsp;</div><div class="PostContent" style="text-align: justify;"><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;"><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Primeiramente, devemos considerar que História é a ciência humana básica na formação do aluno, pela possibilidade de fazê-lo compreender a realidade que o cerca e, conseqüentemente, dotá-lo de espírito crítico, que o capacitará a interpretar essa mesma realidade. Todavia, formação de espírito crítico não significa, necessariamente, levar alunos a posições ideológicas extremadas, mas capacitá-los a discernir as várias linhas e correntes de interpretações, que se podem dar aos fatos históricos, em seus devidos contextos, e, a partir daí, permitir aos discentes realizar suas escolhas políticas, sociais, econômicas e culturais. Por outro lado, a ciência histórica tem seus métodos e instrumentos de análise que se querem respeitados. O ensino de História, necessariamente, deve levar em consideração essas premissas, também, com a finalidade de estimular vocações para esse ramo do conhecimento humano. Assim, o estudo de documentos e as várias interpretações, suscitadas pela História, são pontos fundamentais no estudo dessa disciplina. É neste sentido que Selva Guimarães Fonseca em seu texto “A constituição de saberes pedagógicos na formação inicial do professor para o ensino de história na educação básica” afirma que: </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Do movimento historiográfico e educacional, nesse período, é possível aprender uma nova configuração do ensino de História. Houve uma ampliação dos objetos de estudo, dos temas, problemas e fontes históricas. Os referenciais teórico-metodológicos são diversificados, questões, até então, debatidas apenas na universidade chegam à educação básica, mediadas pela ação pedagógica de professores que não se contentam mais com o papel de reprodução dos velhos manuais. (FONSECA, 2004, p. 149)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Nesta afirmação, o movimento historiográfico no contexto educacional está muito difundido, por certas correntes, segundo a qual, a educação não é neutra; no fundo, embute a idéia segundo a qual História deveria ser desenvolvida a partir de uma linha ideológica vinculada à realidade social, injusta e exclusiva, da qual são vítimas, vastas parcelas da população brasileira e mundiais. Ora, tal interpretação tende a criar a idéia, segundo a qual, somente ações radicais teriam o condão de eliminar tais desigualdades e injustiças, o que desqualifica a possibilidade da existência de vias democráticas de transformação nos países que enfrentam tais problemas. Até aí nada demais, posto que, num sistema democrático, no qual vivemos, os professores têm o direito de adotar essa ou aquela linha de interpretação histórica, em sala de aula. Ocorre que, ao adotar "uma linha" de interpretação dos fatos históricos", negam-se aos alunos os instrumentos necessários para desvelar o outro ou os outros lados da questão, ou seja, deixam-nos impossibilitados de refletir sobre outras interpretações, que poderiam enriquecê-lo culturalmente. Por outro lado, a linha única no desenvolvimento de conteúdos históricos, cria, na mente dos jovens, um preconceito odioso contra formas políticas, sociais e econômicas vigentes e um sectarismo, extremamente, perigoso.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Quando os pensadores de esquerda criticam o capitalismo, por exemplo, alguém poderia objetar que o socialismo constituiu-se, comprovadamente, em experiências fracassadas, em países cuja ineficiência econômica e totalitarismo político acabou por fazê-los ruir, totalmente, nas últimas duas décadas do século XX, e que o segundo, ainda que imperfeito, criou as mais sólidas economias e democracias mundiais, além de sociedades de elevado bem-estar social do mundo contemporâneo. Seriam verdadeiras as afirmações acima expostas? É o que deveriam perguntar-se os professores de História, quando de discussões sobre o tema com suas classes, normalmente, os do ensino médio, realmente, interessados em formar o espírito critico dos alunos, oferecendo-lhes diversificadas bibliografias e diferentes instrumentos de análise histórica. Podemos perceber que a questão do ensino da história do Brasil, no Ensino Fundamental e Médio muito se discute, sobre a importância de os alunos conhecerem a realidade brasileira. Todavia, sem um estudo do Brasil contemporâneo, a partir de suas estruturas sociais, políticas econômicas e culturais, isso se torna de difícil concretização.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Qualquer estudo de História do Brasil, nos ensinos Fundamental e Médio, deveria começar pela situação atual do país a partir de noticiários televisivos, pesquisa em jornais, revistas, livros didáticos e para-didáticos, filmes históricos, entrevistas com membros de determinados segmentos sociais, de acordo com a localização e possibilidades de cada escola. Buscar as conexões entre presente e passado da História brasileira, enriquecerá, sobremaneira, os conhecimentos dos alunos dos vários Ciclos do Ensino Básico. Entretanto, o que se observa, é o hábito de muitos professores montarem seus programas utilizando-se da cronologia tradicional, Colônia, Império e República, selecionando excessiva quantidade de conteúdos, durante o planejamento. Em decorrência desse fato, os alunos nunca chegam a estudar o Brasil, no qual estão, realmente, inseridos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Dada a liberdade de construção dos currículos de História, durante o planejamento, nada impede que os professores iniciem seu trabalho em História do Brasil a partir da análise das estruturas: sociais, políticas, econômicas sociais e culturais, atuais para, a partir daí, estabelecer as conexões necessárias entre o presente e o passado.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Assim procedendo, o professor teria a oportunidade de selecionar os aspectos mais significativos dos diversos períodos da História do Brasil, explorando-os com a necessária pertinência. Essa seleção eliminaria os conteúdos supérfluos e enxugaria os programas, tornando-os factíveis para o ano letivo. Mas ao propor o ensino de História como tema de discussão na abertura e no encerramento dos eventos realizados em uma semana que se volta para a reflexão acerca do curso de História, penso que se abre um canal para que todos os envolvidos com o ensino da História se inscrevam em uma dada ordem e se autorizem a produzirem as suas falas. Sentindo-se, portanto, autorizada, elege a pesquisa e a prática do professor de História para refletir sobre a historicidade deste ensino por acreditar que as temáticas presentes nas investigações indicam uma dada relação tanto com a concepção de história quanto com o fazer cotidiano do professor. Muitos debates e inúmeros estudos sobre a história ensinada nas universidades brasileiras e escolas serviram de subsídios para publicações de livros, teses, dissertações e artigos especializados. Ocorreram apresentações em simpósios, congressos, seminários e encontros, com o foco centrado para o ensino de História. É neste sentido que Maria Auxiliadora Shmidt e Marlene Cainelli argumentam o seguinte:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">[...] As reflexões apresentadas nesse período apontam a existência de diversas abordagens e temáticas para o ensino de história, além de questionamento acerca dos conteúdos curriculares, das metodologias de ensino, do livro didático e das finalidades do ensino. As questões epistemológicas do conhecimento histórico e a problemática da reprodução do conhecimento no ensino da História para a escola fundamental e média também tornaram-se objeto de discussão [...] (SCHMIDT, CAINELLI, 2004. p.11).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>As disputas acirradas nos debates e reivindicações feitas por alguns historiadores permitiram que especialistas diagnosticassem as condições do ensino de história em escolas brasileiras, como também possibilitou traçar um perfil do professor de história, cuja formação era dividida, nesse período, entre os cursos de graduação, de licenciatura em História curta ou plena, além do curso de Estudos sociais. Criou-se um dilema sobre a maneira reprodutivista de se trabalhar a história, criticou-se a atuação do professor de mero transmissor e o aluno como receptor passivo do conhecimento histórico, bem como o conteúdo programado do livro didático, o qual é material de estudos e críticas até hoje. Travou-se um embate contra o ensino do conhecimento histórico, anacrônico, positivista e temporalmente estanque.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>A década de 1980, ficou marcada pelo propósito de debater e reivindicar a retomada da disciplina de história, voltada para temáticas sobre o cotidiano do aluno, seu trabalho e sua historicidade, objetivando fazer do aluno sujeito produtor da História. A eminência de novas perspectivas para o ensino de história foi surgindo com as mudanças e transformações ocorridas ao longo do processo. O ensino de história brasileiro abriu precedência para um novo enfoque almejado com a contribuição da memória, quando colocou nas tendências atuais como função do ensino, a apreensão da pluralidade de memórias e não somente da memória nacional, a visão da ciência fez a análise do fato histórico ser substituída por outras possibilidades, como análise do processo histórico e da experiência dos sujeitos da história, incorporou novos temas e objetos como o da história das mulheres, a das crianças e a dos movimentos sociais.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Nessa temática o professor deixa de ser o transmissor da história verdadeira e acabada para ser o mediador entre aluno e conhecimento histórico, passa a ser o responsável na orientação do percurso, pela produção do conhecimento histórico e fica comprometido com o aluno. Já o aluno de mero ouvinte expectador assume a função de sujeito da história, do próprio conhecimento e do conhecimento histórico. Em relação ao ensino de História, a redefinição do papel do professor a partir dos anos 80, fora uma das mudanças mais aparentes na questão do trabalho pedagógico, pois conferiu aos educadores e educadoras mais autonomia no trabalho, não os deixando sumariamente presos a um rol de conteúdos. É interessante assinalar que o objetivo era recuperar o aluno como sujeito produtor da História, e não como mero espectador de uma história já determinada, produzida pelos heróicos personagens dos livros didáticos. Advindo os anos 90, o ensino de História tem novos paradigmas teóricos que são propostos e incorporados às produções historiográficas, respondendo assim, aos temas mais significativos da sociedade. Para a historiadora e pesquisadora Circe Bitencourt: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">"um dos objetivos centrais do ensino de história na atualidade, relaciona-se à sua contribuição na constituição de identidades. A identidade nacional, nessa perspectiva, é uma das identidades a ser constituída pela história escolar, mas por outro lado, enfrenta o desafio de ser entendida em suas relações com o local e o mundial"(BITENCOURT, 2004, p. 121)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Portanto, a constituição das identidades está totalmente relacionada com a questão da cidadania, que é um problema essencial na atualidade brasileira. Nesse aspecto, fundamentalmente, é que se encontra nos PCN's a afirmação de que a História deve contribuir para a formação do "cidadão e cidadã críticos" mostrando a importância política da disciplina. Nesses aspectos discutidos e tendo como fundamento todo o debate teórico intrínseco nos PCN's, é que devemos repensar a questão de como os professores e professoras irão trabalhar com esse material, principalmente, pelo fato de quê muitas vezes a realidade encontrada nas escolas dificulta-lhes muito o trabalho. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">"As mudanças curriculares devem atender a uma articulação entre fundamentos conceituais históricos, provenientes da ciência de referência, e as transformações pelas quais a sociedade tem passado em especial as que se referem às novas gerações. Diversidade cultural, problemas de identidade social e questões sobre as formas de apreensão e domínio das informações impostas pelos jovens formados pela mídia, com novas perspectivas e formas de comunicação, têm provocado mudanças no ato de conhecer e aprender o social "<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>(BITTENCOURT, <span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>1992, p. 135)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>A proposta do PCN's acabou por deixar de lado algumas questões de ordem primordial na questão da prática, pois faltou uma abordagem mais incisiva sobre a realidade das escolas, dos professores e das professoras que colocam em prática cotidianamente, as teorias de ensino referentes aos conteúdos propostos nos Parâmetros Curriculares, principalmente no que refere-se à questão de infra-estrutura e no perfil psicológico dos próprios alunos e alunas que serão responsáveis por disseminar estes conhecimentos no decorrer da vida escolar. Trabalhar fundamentalmente com base na experiência do aluno e aluna, valorizar o conhecimento espontâneo, sem ser espontaneista, isto é, considerar-se-á a importância de relacionar os acontecimentos históricos cotidianos, vinculando-os com o conhecimento da História Contemporânea, elaborada e sistematizada. Não deixar de trabalhar com cronologia, mas, inseri-la gradativamente de acordo com os conteúdos estudados, principalmente no que refere-se à inter-relação com os acontecimentos cotidianos e experiências pessoais do alunado.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Quando começamos a refletir sobre o ensino de História, lá pelos idos dos anos de 1980, tínhamos um argumento indefectível para justificar o “receio de iniciar” a escassez de estudos e de pesquisas que tomassem aquela temática como objeto e que pudessem se constituir em fundamentação teórica para nossas próprias investigações. Então, sempre que discutíamos aquele ensino nos valíamos dessa litania e iniciávamos nossas falas pela constatação de uma ausência, qual seja a falta de bibliografia específica sobre o ensino da História. É claro que a estratégia justificava-se, de fato, pelo estado da arte de nossas pesquisas naquele momento, quando o ensino da História e a reflexão sobre esse ensino eram temáticas que ainda não se faziam presentes de forma efetiva em nossas pesquisas. Lembro-me, ainda hoje, que as referências mais constantes que empregávamos para fundamentar nossas análises eram buscadas em Cabrini, Silva e Fenelon. Pode ser que alguns tenham sido esquecidos, mas, em geral, eram a esses autores que recorríamos para refletir sobre o ensino de História. Mas, por outro lado, é indubitável, igualmente, que o discurso acerca da escassez de pesquisas na área era um argumento indefectível para eximir-se de responsabilidades maiores, argumento da mesma natureza daquele que discutimos no início desse texto, ou seja: não temos bibliografia suficiente para refletir sobre o ensino de História, portanto não esperem muito desta comunicação.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>Bem, depois que fazíamos as advertências e que “iniciávamos”, havia, naquele momento, um outro problema com o qual nos debatíamos e que, igualmente, se fazia presente em nossas análises como uma salvaguarda para nos inscrevermos em uma dada “ordem do discurso”, ou seja, uma cisão entre o ensino de história e a pesquisa e, por conseguinte, o afastamento entre o ensino da História, ministrado pelos professores do 1º e 2º graus e a produção do saber histórico que se dava no interior das academias. Subjazia aos textos relativos ao ensino da História, nas mais diferentes perspectivas, bem como às discussões entre os professores e entre nós, à época alunos da graduação e estagiários, a constatação de uma profunda dissensão entre o que aprendíamos na academia e o que deveríamos ensinar aos nossos alunos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Desta maneira, a dimensão crítica que perpassava o ensino da História nos cursos superiores era obliterada no âmbito do 1º e 2º graus. Nestes níveis, em lugar da problematização entrava em cena a história ordinária dos fatos, da linearidade, dos <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">“nomes próprios”,</i></b> como a definiu Rancière. Por conseguinte, os primeiros contatos com o ensino da História, sobretudo para aqueles egressos dos cursos de licenciatura plena, eram seguidos por esta desestimulante constatação, que ensinar História no 1º e 2º graus significava romper com o que se apreendera na academia. Decorria desta cisão, uma outra segmentação: aquela que mantinha o ensino de História afastado do cotidiano dos alunos. As queixas sobre a monotonia das aulas de História e sobre a falta de sentido de se estudar apenas o passado eram freqüentes por parte daqueles que estavam sentados nos bancos escolares.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Portanto, a relativa carência de publicações sobre o ensino de História não significava, evidentemente, a ausência de problemas. Deve-se atentar para o fato de que o recorte cronológico empregado para realizar esta reflexão inicia-se na década de 1980, período marcado no âmbito da formação dos professores de História pelas discussões acerca dos problemas emanados dos cursos de Licenciatura Curta em Estudos Sociais e Licenciatura Plena em História. No que diz respeito ao ensino da História em nível de 1º e 2º graus, o mesmo período marcou o início das propostas de reformas curriculares que conferiam à história ensinada uma dimensão crítica. O momento caracterizava se pelas influências na academia, de um lado, do pensamento crítico de conotação marxista e, de outro, pelas inovações advindas da historiografia francesa, em particular das contribuições do movimento dos Annales e por sua conseqüente penetração nas discussões acerca das mudanças que se faziam necessárias na História ensinada, fosse nas Universidades fosse nas escolas de Educação Básica.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span>Na década seguinte, anos de 1990, começaram a se produzir deslocamentos tanto no que diz respeito à ausência de pesquisas sobre o ensino de História quanto no que concerne à cisão entre a academia e o ensino desta disciplina. Ou seja, estas duas realidades produziram desdobramentos que imprimiram marcas na trajetória do ensino de História. Será justamente sobre essas implicações que passaremos a discorrer. Nesse sentido, transcorrida uma década, aproximadamente em meados dos anos de 1990, já não podíamos nos valer mais, sob pena de sermos desmascarados, da justificativa da carência de estudos e de pesquisas sobre o ensino de História. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Era necessário “iniciar” sem a salvaguarda daquela proteção, pois, gradativamente, esta temática começou a se insinuar em nossas pesquisas, tanto em nível nacional quanto em uma perspectiva mais restrita, situada localmente. Data deste período a emergência de teses e de dissertações relativas ao tema, bem como a publicação e divulgação destes estudos em forma de artigos, livros, revistas e assim sucessivamente. As pesquisas começaram, então, a ser produzidas e divulgadas. Os temas emergentes naquele momento se caracterizavam primeiramente pelas preocupações em analisar a história do ensino de História e, por conseguinte, em discutir o currículo do ensino desta mesma disciplina. Conforme ressaltado anteriormente, o contexto justificava a emergência dessas modificações. Ao lado dessas discussões, uma outra preocupação, já antiga, começou a adquirir visibilidade como campo de pesquisa, como no caso a relação entre a formação do professor e a História que este ensinava aos seus alunos. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;</span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>Via de regra, o enfoque aí recaía sobre uma suposta defasagem existente entre os conteúdos ensinados em nível de 1º e 2º graus e a produção acadêmica do saber histórico. De um lado, estes estudos, que buscavam apreender a relação entre a concepção de História do professor e sua formação, possibilitaram o aprofundamento da crítica no que diz respeito à formação do professor, sobretudo aquela realizada nas licenciaturas curtas. Em virtude da escassez de tempo para se formar o professor, da diversidade de conteúdos presentes na grade curricular e da própria concepção de História subjacente aos cursos ministrados na modalidade de licenciatura curta, os professores daí egressos apresentavam, de fato, uma enorme fragilidade teórico-conceitual, que os impossibilitava de superar a História “tradicional” e de empregar criticamente bibliografias e recursos didáticos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;</span>Em pesquisa realizada na segunda metade da década de 1990 foram entrevistados professores de História oriundos das licenciaturas curta e plena e constatou-se que entre os primeiros persistia a concepção de uma história linear e factual, além de uma dependência do livro didático. O mesmo não se verificava entre o segundo grupo, pois os professores demonstravam a tentativa de superar concepções tradicionais de História e de trabalhar em uma perspectiva “renovada”. Esses docentes revelavam iniciativas de empregar esta concepção em suas aulas tanto no que diz respeito ao conteúdo “mais crítico” quanto no que concerne a uma maior autonomia em relação ao uso do livro didático.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>Mas, de outro lado, as pesquisas que tomavam como objeto de investigação os liames existentes entre a formação do professor de História e os conteúdos que este ensinava em sala de aula partiam do pressuposto de uma defasagem destes em relação àquela. Nesse sentido, fundamentava a análise uma compreensão hierarquizada que submetia o conteúdo “transmitido” nas aulas de História do ensino fundamental e médio ao saber produzido na academia; o que se fazia nas escolas era avaliado em termos de alinhamento ou não com as pesquisas produzidas. A partir daí:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 117pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">O ensino seria aperfeiçoado na medida em que mais semelhante, coerente e atualizado fosse em relação à produção científica. (...) Ao ser radicalizada, esta crítica levou muitos a considerar o saber escolar um saber “de segunda classe”, inferior ao conhecimento científico, porque resultante de simplificações necessárias para o ensino de crianças e adolescentes, ou adultos ignorantes. (MONTEIRO, 2005,<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>p. 439) </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Perpassava, portanto, a noção de que o conteúdo trabalhado com os alunos dos ensinos fundamental e médio deveria estar subordinado ao que se produzia academicamente e, quando isto não se verificava, recaía sobre o professor a responsabilidade pelo distanciamento existente entre o que ele fazia em suas aulas e o que teria aprendido na academia. Os indícios de superação destas abordagens começaram a aparecer ao final dos anos de 1990, quando mais pesquisas foram sendo produzidas e o ensino de História passou a ser apreendido em uma dimensão mais ampliada. Para tanto, concorreu a aproximação das pesquisas com os pressupostos da História Cultural. Decorre daí, por exemplo, o emprego das noções de representação e apropriação, tomadas de empréstimo a Chartier. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Nestas pesquisas, o ensino da História analisado sob o prisma do aspecto cultural emerge como objeto privilegiado de investigação, sendo abordado nos mais diferentes ângulos: a avaliação, o currículo, a formação docente, o emprego de novas tecnologias, etc. A crescente publicação de artigos em revistas especializadas, que também tomam o ensino de História, a partir da dimensão cultural, como foco privilegiado de análise e discutem o emprego nas aulas de História de recursos alternativos ao livro didático, tais como linguagens tomadas de empréstimo da literatura, do cinema e das artes plásticas, da música e outros. As preocupações deslocaram-se, pois, das questões relacionadas à hierarquização entre a produção do saber acadêmico e sua transmissão na educação básica para os aspectos que apreendem o fazer do professor, no caso em particular, do professor de História como elemento constituinte de uma dada “cultura escolar”. Como conseqüência, as pesquisas têm buscado compreender o ensino de História em uma dimensão que incorpora a prática docente a partir das noções de representação, apropriação e das diferenças. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Desta maneira, os estudos sobre a produção e os usos do livro didático, assim como de outros manuais escolares, gradativamente abandonam as perspectivas ora de condenação a priori do seu emprego ora de mimeses, para tentar compreender como a comunidade escolar o utiliza, quais os significados que lhe atribui, quais sentidos constrói a partir de suas leituras. Seguem nesta mesma perspectiva os textos que discutem o emprego de recursos didáticos alternativos aos impressos. Refiro-me aqui, em particular, aos estudos sobre a dimensão pedagógica que se pode verificar nas letras de músicas, nos ritmos e até mesmo em artefatos que povoam o universo das crianças. Tornou-se fundamental incorporar aos conteúdos trabalhados em salas de aulas elementos do cotidiano das crianças tais como as músicas escutadas e dançadas, os programas de TV, manifestações culturais e, até mesmo, as charges. Neste aspecto, configura-se uma tentativa de acolher o saber que o aluno incorpora, produz e leva para o interior das escolas.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Acreditamos que a aproximação com a História cultural tem implicado para a pesquisa sobre o ensino de História, uma renovação na problemática discutida, que agora enseja um reposicionamento do papel do professor desta disciplina nas escolas do ensino fundamental e médio. Esse redirecionamento implica olhares diferenciados tanto para as temáticas quanto para as fontes empregadas. De acordo com o referencial tomado de empréstimo da História Cultural, pode-se pensar na superação das concepções hierarquizadas entre o ensino e a pesquisa em História; pode-se apreender o fazer cotidiano do professor como constituinte da própria História e não como um desvirtuamento de princípios e de pressupostos colocados por outras instâncias. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>O alargamento da análise e da prática docente poderá se efetivar por meio do emprego de categorias como, por exemplo, cultura escolar, entendida na acepção que lhe atribui Julia, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“... como um conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar, e um conjunto de práticas que permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses comportamentos”(JULIA, 2001, p. 9)</i>. Assim, pode-se olhar para as escolas e apreendê-las como universos multifacetados que se compõem de normatizações, de elementos oriundos da formação docente assim como de apropriações cotidianas que alunos e professores fazem do conhecimento. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Pensamos, em suma, que a compreensão desta trilogia, qual seja, normas, formação docente e representações e apropriações do saber, como elementos indissociáveis da constituição da escola, está sendo transposta para as análises e discussões acerca do ensino da História. Desta forma, interessa estudar e criticar os currículos, assim como é imprescindível sugerir mudanças; mas importa, igualmente, não ignorar as particularidades que conformam a formação do professor de História e, sobretudo, compreender a relação desse professor com o conteúdo ensinado a partir das noções de representação e de apropriação. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Desta feita, mais do que colocar o ensino de História e seu professor no banco dos réus, a fim de que se defendam contra as acusações de defasagem, impostura e outros pecados cometidos contra a academia, o momento convida para uma reflexão que leve em conta a noção de saber histórico como saber escolar que se fundamenta não apenas nas produções oriundas da academia, mas que se constitui também a partir da imbricação entre os valores que conferem sentido à vida coletiva e se expressam na e pela escola e os saberes que os sujeitos produzem cotidianamente. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; tab-stops: 83.0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Em nossas considerações finais dentro dessa discussão nos posicionamos de forma favorável ao dever da escola e principalmente, do ensino de História em dar sua contribuição para a formação de pessoas que realmente venham a se tornar agentes históricos, cidadãos, ao longo da história o conceito de cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão, e não apenas reprodutores de uma realidade vigente, mas, transformadores desta mesma realidade. O ensinar História é exclusivamente trabalhar com a cidadania em diferentes tempos e espaço. Ensinar alunos e alunas a pensar criticamente, questionando a cultura de massas que lhes é transmitida gratuitamente, é um dever da escola enquanto instituição de ensino, portanto a formação ética, moral e de consciência política, vem à frente de uma formação unicamente técnica. É nesse sentido que o ensino de História torna-se fundamental, pois é dialogando com o passado que entendemos melhor nossa própria realidade atual.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; tab-stops: 83.0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</span>O ensino da história, portanto é um processo em contínua transformação e adaptação à realidade dos alunos e da sociedade como um todo. Neste processo, é indispensável que o professor acompanhe as transformações e procure continuamente se adaptar as novas demandas do ensino. Par isto o professor deve procurar desenvolver novas competências para ensinar. Dentro desta conjuntura as contribuições exclusivas do ensino de História, na formação da cidadania, ultrapassam a questão cívica e de valorização de heróis fabricados.<span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp; </span>A História ensina a conhecer, entender e pensar o presente com olhos no passado, afinal, entender as transformações ocorridas tanto no campo estrutural como no campo das ideologias é fundamental para a consolidação de uma sociedade mais justa. Uma proposta pedagógica para o ensino de História que não se prenda apenas aos fatos, e que tenha como objeto principal o estudo dos conceitos, certamente, proporcionaria novas possibilidades, além de um processo de evolução no ensino e aprendizagem dos alunos e alunas no ensino básico, afinal, através de uma visão crítica dos conceitos presentes na experiência pessoal de cada um, nasce uma maior compreensão da própria realidade. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span>Cabe ao professor e professora de História, resgatar estas experiências, dar-lhes sentido concreto e, possibilitar a apropriação, tanto por parte de alunos e alunas, possibilitando-lhes a compreensão de tais conceitos para a vida e, não simplesmente para preparar alunos e alunas para ingressarem nas Faculdades. Ensinar História é trabalhar com identidades, com cultura e, por que não com a formação dos cidadãos e cidadãs que exercem papeis distintos na vida e na sociedade brasileira. Portanto, é indispensável o empenho de todos na formulação de uma nova educação no Brasil. Uma educação que contemple todas as áreas do conhecimento e não apenas o setor técnico que é a única preocupação da sociedade neoliberal.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA&nbsp;</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">ALMEIDA, Maria de Fátima Ramos. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Saber e prazer no ensino de história</u></i></b>. Cadernos de História. Uberlândia, v. 2, n. 2, p. 33-6, jan. 1991.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 18pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">BITENCOURT, Circe Maria Fernandes. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Ensino de História: Fundamentos e métodos</u></i></b>. São Paulo: Cortez, 2004, p. 121</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">BITENCOURT, Circe Maria Fernandes. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Os confrontos de uma disciplina escolar: da História sagrada à História profana. IN: Revista Brasileira de História</u></i></b>. São Paulo: ANPUH. V. 13; n. 25/26; set. 1992/ago. 1993.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">FONSECA, Selva Guimarães. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>A construção de saberes pedagógicos na formação inicial do professor para o ensino de história na educação.; In: Ensino de história: sujeitos e práticas</u></i></b>/ Ana Maria F. C. Monteiro, Arlette Medeiros Gasparelho, Marcelo de Souza Magalhães, organizadores. – Rio de Janeiro: Manud X: FAPERJ, 2007. Trabalhos apresentados no V Encontro Nacional Perpectiva de Ensino de História, Ensino de história: sujeitos, saberes e práticas, realizado no Rio de Janeiro, de 26 a 29 de julho de 2004. p. 149 – 156)</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">JULIA, D. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>A cultura escolar como objeto histórico</u></i></b>. Trad. Gisele de Souza. Revista Brasileira de História da Educação, n. 01, Sociedade Brasileira de História da Educação SBHE, jan-jul. 2001, p. 9.<span style="mso-tab-count: 1;">&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">MONTEIRO, Ana Maria F.C. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Ensino de História e história cultural</u></i></b>: diálogos possíveis. In:</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">RANCIÈRE, Jacques. Os <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>nomes da história: um ensaio de poética do saber</u></i></b>. São Paulo: EDUC; Pontes, 1994.<span style="mso-tab-count: 1;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; </span></li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Ensinar História</u></i></b>, SP, Scipione, 2004.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">SOIHET, Rachel; BICALHO, Mª. Fernanda Baptista; GOUVÊA, Mª. de Fátima Silva (Orgs.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><u>Culturas Políticas: ensaios de história cultural, história política e ensino de história.</u></i></b> Rio de Janeiro: Mauad, 2005, p. 439.</li>
</ul><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/21349/1/ALGUMAS-REFLEXOES-SOBRE-A-HISTORICIDADE-NO-ENSINO-DE-HISTORIA/pagina1.html#ixzz1A4TbDInU" style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/21349/1/ALGUMAS-REFLEXOES-SOBRE-A-HISTORICIDADE-NO-ENSINO-DE-HISTORIA/pagina1.html#ixzz1A4TbDInU</a></div></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/algumas-reflexoes-sobre-historicidade.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-5085529029521831192</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 14:00:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T06:00:10.445-08:00</atom:updated><title>''Vidas Secas'': A Relação com a Idéia de Identidade Regional no Contexto na Década de 1960, na Segunda Metade do Século XIX</title><description><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Resumo: O que é identidade regional? A identidade regional é apresentada como essencialista, natural, e desterritorializada de poder, ou seja, corpos, mentes e paisagens fixas. O que isto quer dizer? Iniciamos o nosso artigo com esta citação acima, retirada do texto, “O poder Simbólico de Pierre Bourdieu”, de 1989, não por acaso, mas por acreditarmos que ele carrega em si o peso das transformações paradigmáticas e teóricas de seu contexto, e que nos ajudará a demarcarmos em nosso artigo uma análise historiográfica que de forma sistematizada e epistemológica articule a relação entre identidade regional e o nosso objeto temático do seminário referente a terceira unidade da disciplina “Construção da história regional e local”, o filme “Vidas Secas” de Nelson Pereira dos Santos de 1963. Pois só a partir dos anos 1980 e 1990 é que surgem as primeiras abordagens no campo simbólico e cultural que passam a reconfigurar e resignificar tanto o conceito de identidade regional quanto a produção fílmica, como objetos de estudo das ciências humanas, principalmente no campo da história. Encerramos o nosso artigo com está nossa proposta, perceber “Vidas Secas” e sua relação com a idéia de identidade regional como constructo do contexto da década de 1960, que nasce nos fins do século XIX, e que é reconfigurado como “documento monumento” a cada contexto. Palavras – Chave: Vidas Secas – Historiografia - Identidade regional. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A intenção de submeter os instrumentos de uso mais comum nas ciências sociais a uma crítica epistemológica alicerçada na história social da sua gênese e da utilização encontra no conceito de região uma justificação particular. Com efeito, aqueles que vissem neste projecto de tomar para objecto os instrumentos de construção do objecto, de fazer a história social das categorias de pensamento do mundo social, uma espécie de desvio perverso da intenção científica, poder-se-ia objectar que a certeza em nome da qual eles privilegiam o conhecimento da &lt;&lt;realidade&gt;&gt; em relação ao conhecimento dos instrumentos de conhecimento nunca é, indubitavelmente, tão pouco fundamentada como no caso de uma &lt;&lt;realidade&gt;&gt; que, sendo em primeiro lugar, <i>representação, </i>depende tão profundamente do conhecimento e do reconhecimento. (BOURDIEU, 1989, p. 107 – 108)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Iniciamos o nosso artigo com esta citação acima, retirada do texto, "O poder Simbólico de Pierre Bourdieu", de 1989, não por acaso, mas por acreditarmos que ele carrega em si o peso das transformações paradigmáticas e teóricas de seu contexto, e que nos ajudará a demarcarmos em nosso artigo uma análise historiográfica que de forma sistematizada e epistemológica articule a relação entre identidade regional e o nosso objeto temático do seminário referente a terceira unidade da disciplina "Construção da história regional e local", o filme "Vidas Secas" de Nelson Pereira dos Santos de 1963. Pois só a partir dos anos 1980 e 1990 é que surgem as primeiras abordagens no campo simbólico e cultural que passam a reconfigurar e resignificar tanto o conceito de identidade regional quanto a produção fílmica, como objetos de estudo das ciências humanas, principalmente no campo da história. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Ainda no contorno da citação acima, podemos ir mais além, pois perceber as ciências humanas como parte integrante das relações e conflitos sociais, é compreendê-la como instituição de poder, saber, inclusão e exclusão de falas de discursos que tornam dizível e visível dentro de uma posição de privilégio até as últimas do século XX, o que é região e o que a constituem enquanto tão, seja cultural, política, econômica, geográfica, étnica, lingüística e etc. Ou seja, é como se as ciências humanas estivessem em uma posição supralunar, mas na perspectiva do poder simbólico ela desloca-se para uma posição sublunar, logo epistemologia destituída do lugar de verdade, essencialismo e naturalismo construídos desde o catersianismo do século XVII, passando pelo positivismo do século XIX, até chegar ao século XX onde passa por transformações profundas como observamos na citação. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Esta breve contextualização se faz necessária para não cometermos o temível anacronismo de querermos cobrar do passado o que não lhe é de direito, ou seja, cobrarmos durante a análise de nosso artigo certos posicionamentos teóricos ou metodológicos da produção de Nelson Pereira. Primeiro porque trata-se de um diretor e cineasta, que tem uma linguagem e olhares diferentes de um(a) historiador(a). Segundo, porque o seu lugar social é um, o dá década de 1960, e o nosso que estarmos a analisá-lo com o olhar de historiador(a) é outro, contexto 2009. Mas mesmo levando em consideração essas duas observações importantíssimas, acreditamos que ao partimos do presente enquanto historiadores(as), ao nos propormos a analisar "Vidas Secas" enquanto tal, tomaremos o seu texto como "documento monumento" que é e deve ser reconfigurado e relido sob o víeis das abordagens atuais do presente de quem se dispuser ao ler. Daí a importância dos textos estudados na disciplina e das discussões realizadas em sala de aula, que serão utilizados em nossa pesquisa como ferramentas metodológicas possíveis a nossa fabricação e ofício. Sendo assim, procuraremos a pós este esclarecimento, dá seqüência a nossa pesquisa de forma coerente com a proposta da apresentação do nosso grupo, na abordagem, da película em sala, pois do contrário nos contradizeríamos com tudo aquilo que foi articulado anteriormente. Primeiro discutiremos o lugar social de Nelson Pereira. Segundo a produção fílmica de "Vidas Secas", como representação e construção de imagens e paisagens de um Nordeste que dói nos olhos e nas mentes de quem o ouve e o ver. E o terceiro e último ponto será uma análise da relação do filme com o conceito de identidade. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Toda produção prescinde primeiramente de um lugar. Nelson Pereira do Santos nasceu em 22 de Outubro de 1928 na cidade de São Paulo. Em 1952 com o I congresso Paulista de Cinema Brasileiro, Nelson Pereira já havia deixado para trás a carreira de Direito e iniciara suas produções cinematográficas. Durante o congresso aproxima-se e troca informações com produtores como Glauber Rocha, Cacá Diegues, Ruy Guerra, Joaquim Pedro de Andrade, e etc, e dão início ao chamado Cinema Novo, um movimento cinematográfico brasileiro influenciado pelo Neo-realismo italiano, que após a Segunda Guerra Mundial, produtores cinematográficos fazem enormes críticas às desigualdades sociais da Europa, bem como a aversão xenofóbica dos regimes nazi-fascistas que levaram a Segunda Guerra Mundial. O Cinema Novo influenciado pelo Neo-realismo tem como características, produções fílmicas de baixo custo e valores agregados, atores e atrizes anônimos, cenários gigantescos a céu aberto, e principalmente uma busca contundente de seus diretores em quererem representar de forma verossímil a realidade das desigualdades sociais do Brasil. Esta busca sedenta por justiça social leva a sinopse do filme "Vidas Secas", a representar o Nordeste Brasileiro na entrega do "Oscar" de melhor filme no ano de 1963, no festival de canes como, (no paupérrimo Nordeste Brasileiro). Dentro desta conjuntura, podemos dizer que "Vidas Secas" traz as marcas sociais e ideológicas do contexto de seu Diretor, tomado pela influência da teoria marxista, onde conceitos como opressor, oprimido, ideologia, dialética, sistema, exploração, e etc permeiam os códigos sociais e culturais estabelecidos em torno da produção fílmica de 1963. Mas, </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Os filmes, assim com as cartas, os livros, os comerciais de televisão, são feitos <i>para</i> alguém. Eles visam e imaginam determinados públicos. Entretanto, os diretores de cinema, os roteiristas, os produtores e os proprietários de salas de cinema estão, com freqüência, distanciados dos espectadores "reais" ou "concretos". As distâncias podem ser econômicas, temporais, sociais, geográficas, ideológicas, de gênero, de raça. ( ELLSWORTH, 2001, p. 13)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Tomando esta observação de Elizabeth Ellsworth e a pergunta presente em seu texto, "Modo de endereçamento: uma coisa de cinema; uma coisa de educação também", "quem este filme pensa que você é?". Teremos. Este filme pensa que eu sou nordestino , explorado pelo Estado, condenado pelo sol castigante que resseca o solo, mata o gado e as pessoas de fome e sede, que sou alienado, mas mesmo assim, um cabra macho ou mulher forte que resiste a todas a estas dificuldades. Como vimos na citação acima do texto "Modo de Endereçamento", o diretor pode errar o seu alvo de endereçamento por vários motivos, mas isto será retomado mais adiante, agora problematizaremos o segundo ponto destacado na introdução. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">As paisagens compõem-se "tanto de camadas de lembranças quanto de estratos de rochas", portanto, podemos dizer na trilha de Michel Foucault que as paisagens carregam consigo formas de visibilidade e regras de dizibilidade, as paisagens são construções do olhar humano sempre orientado por valores, costumes, concepções políticas, éticas e estéticas, interesses econômicos e sociais, e são ditas a partir de conceitos, metáforas, tropos lingüísticos, palavras que pertencem a uma dada trama histórica a uma dada temporalidade, a lugares de sujeito, a lugares sociais. (MUNIZ, 2001, p. 1)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Sob esta citação após discutirmos o lugar social de Nelson Pereira, nos aprofundaremos nas paisagens representadas na película vista em sala de aula. As percebendo como construções perceptíveis de espaços em imagens que se pretendem tornar dizível e visível o que é o sertão nordestino, ou seja, elas querem atingir o seu alvo. Mas como vimos na citação, as paisagens não são uma percepção do devir nem tão pouco do transcendental que nos irrompe saberes atemporais. Como construções as paisagens sustentam-se do acúmulo de valores, costumes, tramas políticas, jogos econômicos, relacionamentos de gênero, cultura, linguagem, e etc, enfim, construções que emergem de disputas e relações sociais ao longo da história, portanto, mais uma vez como vimos na apresentação da película. A caminhada inicial, longa e dramática de Fabiano, Sinhá Vitória, seus dois filhos, a cachorra Baleia e o seu papagaio em meio ao sol castigante e flamejante ao som da gemedeira ao fundo, ou a morte do papagaio para saciar a morte da família, os leitos secos dos rios rachados, a morte do gado de fome e sede, o cinza predominante da vegetação, a chuva que cai de forma repentina e logo se evapora, e o próprio fim do filme com a mesma caminhada dolorosa dos retirantes ao som da gemedeira, enfim, tais imagens como ratifica a citação acima, "são construções do olhar humano sempre orientado por valores, costumes,...". </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A obra literária de Graciliano Ramos publicado em 1938 é reconfigurada por Nelson Pereira em 1963, e serve de um ótimo exemplo em percebermos como o olhar sobre o Nordeste e sua paisagem processam-se por um acúmulo de valores e costumes, concepções políticas e lugares de sujeito, intersubjetivados nas produções referentes ao Nordeste desde o fim do século XIX, como vimos no livro a "Invenção do Nordeste" de Durval de Muniz, que é um historiador atualizado com as propostas historiográficas de seu tempo, que passa a pensar tanto a região quanto a idéia de paisagem como lugares de conflito e disputas sociais.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O espaço não preexiste a uma sociedade que o encarna. É através das práticas que estes recortes permanecem ou mudam de identidade, que dão lugar à diferença; é nelas que as totalidades se fracionam, que as partes não se mostram desde sempre comprometidas com o todo, sendo estetodo uma invenção a partir destes fragmentos, no qual o heterogêneo e o descontínuo aparecem como homogêneo e contínuo, em que o espaço é um quadro definido por algumas pinceladas. ( MUNIZ, 1999. p. 25) </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Quanto ao terceiro e último ponto a ser problematizado, a produção cinematográfica e sua relação com a identidade regional, podemos voltar a citação inicial, onde o poder simbólico passa a desconstruir discursos de lugares antes inquestionáveis. A literatura, música como vimos em seminário realizado na sala, cordel, foto, construções de mitos políticos, religiosos, artísticos e etc... fazem parte da teia de significados que componhõe tanto o discurso regionalista quanto o fortalecimento de noções de identidades referentes ao Nordeste, a própria produção cinematográfica como percebemos em "Vidas Secas", faz parte desta teia de significados que remete a região como espaço que carrega em si, um radical indivisível de essência. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Para concluímos o nosso artigo, podemos perceber que "Vidas Secas" de Nelson Pereira tem em sua produção um acúmulo histórico de códigos culturais, que de forma aparente, a identidade regional é apresentada como essencialista, natural, e desterritorializada de poder, ou seja, corpos, mentes e paisagens fixas. Mas </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O grupo cria e conserva linguagens, códigos, imagens, eventos e personagens históricos, datas históricas; relaciona-se de uma forma particular com o meio ambiente, com outros grupos; estabelece o que o caracteriza, o que são as suas referências internas externas. O grupo constrói discursivamente a própria imagem, inventa-se e passa a conviver com esse "espelho externo" como se fosse a própria essência. É a sua própria vida. Os termos "invenção", "imaginário", "construção narrativa" não querem dizer que a nação seja irreal. Pelo contrário, querem dizer que é uma realidade profunda, que envolve as mais vicerais paixões de um indivíduo. ( REIS, 2006, p. 17) </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Fizemos questão de expor esta última citação para esclarecermos um ponto importantíssimo. Existem homossexuais homofóbicos, mulheres maxistas, negros racistas, políticos corruptos e etc. O que isto quer dizer? Voltemos, quem este filme pensa que eu sou? Dentro das discussões de modo de endereçamento feita em sala e em nossas leituras anteriores, nos promos a refletir. <i>"Para Foucault nós somos diferenças: nossa razão é a diferença dos discursos, nossa história é a diferença dos tempos, nosso eu é a diferença das máscaras". (REIS, 2006, p. 12)</i>, ou seja, tomando o conceito de pulverização das identidades de Derridá, temos que, "Ei, você aí!", "Quem, eu?", "Sim. Você", "Eu não!", "Sim, eu(1) e eu (2) e eu(3) e...", "Nós... quem?".Isto estabelece que eu, você e nós, somos aquilo que nos tornamos e mudamos constantemente, nunca o que permanecemos em essência, logo eu posso me identificar ou não com a fome, seca, mendicância, brutalidade e a rusticidade da paisagem de "Vidas Secas", pois entre o meu eu é o que me é apresentado existe uma enorme lacuna aos olhos das ciências humanas e das produções cinematográficas por exemplo. Pois eu sou dotado de sentidos pessoais, códigos culturais indeléveis do meu ser, de minha psicologia, percepção sobre os objetos, enfim, eu sou eterna diferença daquilo que se pretenda unanimidade, essência, naturalidade e verdade, pelo contrário somos diferença e alteridade. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Encerramos o nosso artigo com está nossa proposta, perceber "Vidas Secas" e sua relação com a idéia de identidade regional como constructo do contexto da década de 1960, que nasce nos fins do século XIX, e que é reconfigurado como "documento monumento" a cada contexto.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA</b></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><ul type="disc"><li>ALBUEQUERQUE JR. Durval Muniz. A invenção do nordeste e outras artes. Recife: FJN/Massangana; São Paulo: Cortez, 1999.</li>
</ul></div><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">ALBUQUERQUE JÚNIOR, D. M. Nordeste: uma paisagem que dói nos olhos e nas mentes. São Paulo: Editora do SESC/São Paulo, 2003 (Cordel).</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">BOURDIEU, Pierre. <i><u>" Capítulo V: A identidade e a representação – Elementos para uma reflexão crítica sobre a idéia de região".</u></i> In.: "O poder simbólico". Lisboa, Difel/Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1989. pp. 107 – 132.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">ELLSWORTH, Elizabeth. Modo de endereçamento: uma coisa de cinema; uma coisa de educação também. IN: SILVA, Tomaz Tadeu da. <i><u>Nunca fomos humanos – nos rastros do sujeito</u></i>/ organização e tradução de Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">REIS, José Carlos. As identidades do Brasil 2: de Calmon a Bonfim: a favor do Brasil: direita ou esquerda?. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. </div></li>
</ul><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/20492/1/Vidas-Secas-A-Relacao-com-a-Ideia-de-Identidade-Regional-no-Contexto-na-Decada-de-1960-na-Segunda-Metade-do-Seculo-XIX/pagina1.html#ixzz1A4SpnHiw" style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/20492/1/Vidas-Secas-A-Relacao-com-a-Ideia-de-Identidade-Regional-no-Contexto-na-Decada-de-1960-na-Segunda-Metade-do-Seculo-XIX/pagina1.html#ixzz1A4SpnHiw</a></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/vidas-secas-relacao-com-ideia-de.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-2717806863560253468</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 13:58:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T05:58:19.542-08:00</atom:updated><title>O OLHAR DO HISTORIADOR NO ENSINO IMAGÉTICO NA SALA DE AULA.</title><description><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Resumo: O que é uma imagem fotográfica? Onde emerge a fonte iconográfica? Percebemos que a fotografia como qualquer outra fonte de registro, por si só não constitui uma fonte de informação precisa e completa, isoladamente é como um ínfimo fragmento da história, precisando interagir com outros complementos ou fontes, quer sejam escrita, quer sejam visual ou de outras naturezas para uma verdadeira apreciação de seus registros. É sabido que "uma imagem vale por mil palavras", mas esta frase só faz sentido se de fato o intérprete conseguir extrair a maior quantidade de palavras ocultadas na fotografia, não apenas as ligadas ao primeiro contato visual. A fotografia memorizou com fidelidade uma parcela da realidade que se situava no campo da objetiva. Quando observamos uma fotografia, devemos ter a consciência de que a interpretação do real será forçosamente influenciada por várias interpretações anteriores. Apesar da ampla potência de informações contidas em uma imagem, ela apenas traz informações visuais de um fragmento do real selecionado. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Palavras - Chave: Imagens fotográficas - história - fontes iconográficas.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Segundo Eduardo França Paiva em seu capítulo "A iconografia na História – indagações preliminares" do Livro "História &amp; Imagens", coloca que o uso de ilustrações, imagens e desenhos no estudo da história, recentemente vem ganhando uma perspectiva positiva, diferente do que ocorria outrora, em que a iconografia somente era vista como "gravuras", "figuras" e "desenhos" com função meramente ilustrativa. No livro integra a série "História e Reflexões", uma coleção, publicada pela Editora Autêntica, que pretende oferecer ao leitor instrumentos que o guiem introdutoriamente nos temas lacunares da História, principalmente nos teóricos-conceituais e metodológicos do campo da História Cultural. O autor de História &amp; Imagens esclarece que, se antes a iconografia era usada apenas como ilustração e gravura que temperava o texto histórico, hoje ela é fonte privilegiada para a disciplina. Segundo o autor diz o seguinte:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A iconografia é tomada agora como registro histórico realizado por meio de ícones, de imagens pintadas, desenhadas, impressas ou imaginadas (...). São registros com os quais os historiadores e os professores de História devem estabelecer um diálogo contínuo. É preciso saber indagá-los e deles escutar as respostas. (PAIVA, 2006, p. 17)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Neste fragmento acima, em seu texto, "A iconografia na História - indagações preliminares", refere-se à capacidade profissional que o historiador atual tem demonstrado em relação à iconografia, que deixa de ser vista como simples "ilustrações" que serviam para distrair o leitor e passaram a ser utilizadas como fonte importante de pesquisa. Dessa forma a iconografia ganha novo significado, sendo caracterizada como fonte histórica. Nessa nova perspectiva é necessário que os historiadores e professores de história saibam dialogar e investigar esses símbolos que dão sustentação ao passado e o presente.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Porém, o autor aponta também os riscos de uma má utilização da iconografia. Ora, a iconografia, como fonte histórica, proporciona diversas informações, nas quais estão embutidos os pontos de vista de quem a produziu, por isso tomá-la como verdade é um grave erro que transforma a história em algo pré-concebido conforme interesses, quando se sabe que a História, embora passada, é dinâmica. As mais diversas formas de iconografia históricas foram criadas no sentido de impressionar o leigo, passando uma imagem para provocar impacto ao longo do tempo.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Por tal motivo é que se devem observar os limites da iconografia para interpretar a História, pois, senão, corre-se o risco de inventar realidades históricas. Harmonizar outros elementos históricos, como as mais diversas espécies de documentos, com a iconografia seria o fundamental para se criar uma interpretação mais real dos fatos históricos, bem como os valores que vieram a contribuir para a sua formação. Paiva deixa claro que, embora útil, apenas a iconografia, para delinear um fato histórico, não basta. O argumento de autoridade do autor, transportado para a realidade concreta da escola demonstra que, realmente, entre os próprios professores é crescente a conscientização de que as imagens, ou em outros termos, a iconografia, podem auxiliar bastante, não apenas como fonte histórica para o historiador, mas também como fonte de conhecimento e de apreensão do conhecimento pelos alunos. Sem esquecer, entretanto, dos limites que devem existir a essa utilização. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Ainda discorrendo sobre isto, o historiador inglês Peter Burke, mostra em seu livro "Testemunha Ocular – história e imagem", que a imagem é uma fonte rica para investigar os acontecimentos. Porém o autor faz uma ressalva e alerta para como os fatos históricos e seus personagens construíram essas documentações, procurando ressaltar os aspectos que não necessariamente eram os fatos reais. Exemplificando Burke mostra como pintores consagrados da história da arte como Ticiano, que modifica a aparência de determinado rei, papa ou príncipe no intuito de disfarçar possíveis deformidades daqueles que haviam encomendado o retrato. Desta forma as imagens contribuíram para criar uma outra imagem do real. Na perspectiva de Burke, deveríamos voltar a ver as imagens, já que antes da utilização da escrita como forma de comunicação para todos, essa era a única maneira de difundir idéias e leis. A sociedade atual preocupa-se em produzir imagens e não em lê-las e descobrir o que seus enunciados simbólicos estão afirmando.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É interessante observar que Peter Burke reflete sobre o desafio na utilização de imagens para compreender outras épocas. É neste sentido que ele argumenta nas páginas de "Testemunha ocular", que as imagens não devem ser consideradas simples reflexões de suas épocas e lugares, mas sim extensões dos contextos sociais em que elas foram produzidas. O autor ainda retoma os historiadores da arte e seus métodos utilizados na análise das imagens procurando demonstrar que muitas vezes eles são insuficientes para descrever as complexidades da linguagem visual. Nesse ponto, ressaltamos a definição de Paviani para a função da teoria que a vê como auxiliar nos atos de descrever ou de explicar.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Outro ponto importante,entendemos que a literatura de viagem, as aquarelas e a historiografia compõem um mosaico para a compreensão de um período da história do Rio Grande do Sul. O pressuposto teórico do qual nos utilizaremos para a análise das aquarelas de Hermann já foi enunciado por Burke e não é novo, ele parte da concepção de que os documentos, os testemunhos orais e as imagens se constituem indícios que "lidos em conjunto", nesse caso, diário de viagem e aquarelas, tornam-se evidências históricas permitindo a compreensão de aspectos culturais do cotidiano de uma sociedade, a província de São Pedro do Rio Grande do Sul. De acordo com as colocações de Peter Burke, pode-se afirmar que as: </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Imagens nos permitem 'imaginar' o passado de forma mais vivida. Como sugerido pelo crítico Stepaen Bann, nossa posição face a face com uma imagem nos coloca 'face a face com a história'. O uso de imagens em diferentes períodos, como objetos de devoção ou meios de persuasão, de transmitir informação ou de oferecer prazer,permite-lhes testemunhar antigas formas de religião, de conhecimento, crença, deleite, etc. Embora os textos também ofereçam indícios valiosos, imagens constituem-se no melhor guia para o poder de representações visuais nas vidas religiosa e política de culturas passadas (BURKE, 2004, p. 17).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A partir daí podemos entender que os historiadores buscando o entendimento do processo histórico das sociedades incorporaram, como objetos de pesquisa, novas fontes. Assim, a literatura, a cartografia, o vestuário e as imagens dialogam com as fontes "tradicionais" utilizadas pela história. Considerando que a relação entre o historiador e o objeto de pesquisa ou sua fonte se estabelece via problematização no uso das imagens também isso pode ser observado. Essa problematização se dá em dois níveis. Primeiramente o natural no processo de pesquisa, pois é através da elaboração das hipóteses e perguntas norteadoras que o conhecimento sobre a fonte se constrói. Dentre os autores que estudam trabalham teoricamente a questão das imagens, Burke defende e reafirma que <i>"as imagens, assim como textos e testemunhos orais, constituem-se numa forma importante de evidência histórica. Elas registram atos de testemunho ocular" (BURKE, 2004, p. 17)</i>. Adverte que, ao tratar as imagens como evidência, devemos estar alertas para a questão de que muitas delas não foram elaboradas com esse propósito, mas para cumprir uma função estética, religiosa, política, e assim sucessivamente. Mas fiquemos na análise de Testemunha ocular, história e imagem. Podemos perceber ainda que o uso crescente de fotografias como fontes históricas pode enriquecer o conhecimento do passado desde que desenvolvamos técnicas de "crítica da fonte" semelhantes às usadas para avaliar depoimentos escritos.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Costumava-se dizer que "as câmeras nunca mente". De fato, um dos motivos do entusiasmo pela fotografia na época de sua invenção foi exatamente a sua objetividade. Por volta do século XIX a fotografia era considerada o produto do "lápis da natureza", pois os próprios objetos deixam traços na chapa fotográfica quando ela é exposta à luz, sem outras intervenções da parte do fotógrafo. Desde aquela época, a objetividade da fotografia tem sido muito criticada. Lewis Hine, um norte-americano famoso por sua "fotografia social" de trabalhadores, imigrantes e cortiços, disse que, <i>" as fotografias não mentem, mas mentirosos podem fotografar"(BURKE, 2004, p. 25)</i>. Mas a ilusão de ver o mundo diretamente quando se olha para fotografias o "efeito realidade" , como o chamou Roland Barthes (1915-1980), continua difícil de evitar. Esse efeito, parte do que Barthes chamou de "retórica da imagem", é explorado nas imagens de fatos recentes que aparecem nos jornais e na televisão e é particularmente vívido no caso de antigas fotos de ruas das cidades. Quando essas fotos são ampliadas, como no caso de algumas fotografias de São Paulo exibidas numa mostra na avenida Paulista alguns anos atrás ou como as fotos da cidade feitas por Claude Lévi-Strauss nos anos 30 e expostas há alguns meses, é difícil resistir à sensação de que estamos realmente parados no lugar onde o fotógrafo esteve e que podemos entrar na fotografia e caminhar pela rua no passado. Um dos motivos para a dificuldade de nos afastarmos desse efeito de realidade é sem dúvida a "cultura do instantâneo": nossa prática cotidiana de tirar fotografias da vida, registrando a história de nossa família e de amigos e também, é claro, moldando nossas lembranças dessa história.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Então por que não devemos confiar nos fotógrafos? Afinal, os tribunais consideram as fotos e os vídeos provas cabais de furto, assassinato ou violência policial (como no notório caso em Los Angeles alguns anos atrás).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O escritor francês Paul Valéry (1871-1945) sugeriu que nossos próprios critérios de veracidade histórica passaram a incluir a pergunta: "Poderia tal fato, assim como é narrado, ter sido fotografado?". Ele não teria ficado surpreso ao saber que os historiadores estão cada vez mais conscientes de que as fotografias, pinturas, filmes e outras imagens podem ajudá-los em suas tentativas de reconstrução do passado.Por exemplo, um historiador norte-americano do Brasil, Robert Levine, publicou vários livros de fotografias com comentários sobre sua possível utilidade para escrever história social. Outros, como Robert Rosenstone, defendem a "escrita" da história por meio da realização de filmes, o que foi chamado de "historiofotia", substituindo ou se aliando à "historiografia". Alguns estudiosos, intelectuais, defendem com entusiasmo essa tendência, enquanto outros a rejeitam, alegando que a câmera não é confiável. Nesse debate, minha opinião é que o uso crescente de fotografias e outras imagens como fontes históricas pode enriquecer muito nosso conhecimento e nossa compreensão do passado, desde que possamos desenvolver técnicas de "crítica da fonte" semelhantes às que foram desenvolvidas há muito tempo para avaliar depoimentos escritos.Como já notou o crítico inglês John Ruskin no século XIX, o depoimento de fotografias, assim como o de testemunhas no tribunal, "é muito útil se soubermos fazer um exame cruzado". Enquanto aguardamos a elaboração de uma crítica sistemática das evidências fotográficas e cinemáticas, vale a pena lembrar cinco pontos, não apenas aos historiadores, mas a qualquer pessoa tentada a ver nas fotografias registros precisos do passado. Gostaria de destacar, ainda, que Eduardo França Paiva, afirma que a iconografia traz embutidas as escolhas do produtor e todo o contexto no qual foi concebida, mas que constitui um acervo de possibilidades e por isso tem que ser explorada com muito cuidado.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A imagem não se esgota em si mesma. Isto é, há sempre muito mais a ser apreendido além daquilo que é, nela, dado a ler ou a ver. Para o pesquisador da imagem é necessário ir além da dimensão mais visível ou explícita dela. Há, como já disse antes, lacunas, silêncios e códigos que precisam ser decifrados, identificados e compreendidos. (PAIVA, 2004, p.19)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Faz-se necessário afirmar, que não são raros os casos em que as fotografias são tomadas como verdade, pois estariam retratando fielmente uma época. Os historiadores não devem se deixar levar por essa armadilha. De acordo com o autor, é importante lembrar que, quanto mais colorida, mais bem traçada, mais pretensamente próxima da realidade, mais perigosa a imagem se torna. O documento iconográfico se apresenta como fragmento do real, cheio de intenções explícitas ou ocultas, voluntárias ou involuntárias de seus produtores. Cabe ao pesquisador interpretar os sentidos que os atores sociais quiseram atribuir a seus atos. A história se desloca do fato para versões sobre o fato.Também, quando lidas a posteriori, as imagens são reconstruídas. A cada época, aplicam-se à leitura valores do presente, fazendo com que ela possa significar uma coisa diferente. Às imagens, são agregados novos significados e valores.A história, portanto, não é definitiva. É, sim, resultado das escolhas e dos olhares que os produtores, atores sociais e pesquisadores lançam sobre a fonte. A história é sempre a construção do presente e não do passado. Um exemplo de como as fotografias podem ser utilizadas como fontes de pesquisa para observação do passado são as imagens do início da colonização das cidades. Os municípios de Apucarana e Arapongas surgiram em meados da década de 1930, no norte do Paraná. A análise de fotografias pertencentes a historiadores e pioneiros destas cidades revela detalhes que se confirmam pelos depoimentos das pessoas que viveram naquela época, mas que nem sempre são lembrados ou descritos em outros tipos de documentos do período.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Em sua produção fotográfica entram as concepções técnicas, políticas, sociais, culturais e estéticas do fotógrafo e da sociedade à qual ele pertence. A fotografia é uma imagem ambígua e polissêmica, passível de múltiplas interpretações de acordo com o meio que a veicula, seu intérprete, os contextos e os tempos de sua produção e recepção. Observando a história da fotografia é possível perceber que as câmeras ficaram cada vez menores, mais automáticas, simples e baratas, o que torna as pessoas potências fotográficas, desde o mais solene evento ao mais banal, instante tudo passa a ser fotografado. A fotografia propiciou, assim como outros meios de comunicação, um grande processo de globalização. Monumentos, pessoas, costumes, mitos, cerimônias religiosas, fatos sociais e políticos foram documentados pelas máquinas fotográficas de todo o mundo. Os retratos se tornaram a maior febre do século XIX, dividindo-se em vários formatos e processos. O homem então pôde trocar figurinhas, isto é, conhecer outras realidades que não lhe eram comuns, até então transmitidas por quadros, livros e imprensa escrita. Logo uma gama infindável de detalhes passaram a ser conhecidos através da apresentação fotográfica. Com o advento das tecnologias digitais no tratamento da imagem, essa manipulação torna-se mais evidente, os meios de comunicação social, não são exceção a essa adoção de novas tecnologias, onde pode-se enviar fotos de um ponto ao outro sem perda de qualidade e de tempo, e eliminam o processo de revelação química do filme convencional.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Nem tudo são flores, as tecnologias digitais arrastam consigo um perigo, o aumento considerável da capacidade de modificação e deturpação da imagem. Na verdade, a possibilidade técnica de modificar elementos visuais presente na imagem fotográfica existe praticamente desde que a mesma foi criada no século XIX, através de processos químicos feitos em laboratórios, mas com o advento das técnicas digitais configura-se uma maior capacidade de manipulação, através de diversos programas informáticos, que permitem alterações de todas as espécies. Programas cada vez mais poderosos permitem falsificar qualquer imagem aparentemente real. Com as atuais tecnologias, a modificação das imagens deixam de ser um privilegio dos fotógrafos experientes, e tornam-se acessíveis ao público leigo. Os resultados obtidos são por vezes tão eficazes que se tornam identectáveis mesmo ao olhar de profissionais da fotografia.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Algumas dessas fotografias são feitas com puro objetivo de brincadeira, outras delas são no entanto mais perigosas são feitas com objetivos militares ou políticos. Há outras no entanto que são construídas com o objetivo de conseguir uma imagem espetacular e de grande impacto de algo que não existiu dessa forma. Algumas dessas imagens chegaram mesmo a ser publicadas na imprensa, levando mesmo ao despedimento de alguns repórteres fotográficos, com a justificação de manipulação de imagens. O problema que se coloca é que a imagem fotográfica pode ser modificada de forma a transformar a realidade inicialmente registrada. A fotografia é considerada uma falsificação quando se descobre que engana quem a vê quanto à cena que afirma representar. Esta deturpação pode ocorrer em momentos distintos, antes do registro da imagem, no momento do registro, e após a imagem ser sido registrada. Nos últimos anos, têm chegado ao conhecimento público diversos casos em que as imagens foram de alguma forma modificadas</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O poder que uma imagem possui, em muitos casos passa despercebido por nós. O historiador inglês Peter Burke, em seu livro "Testemunha Ocular", mostra que a imagem é uma fonte rica para investigar os acontecimentos. Porém o autor faz uma ressalva e alerta para como os fatos históricos e seus personagens construíram essas documentações, procurando ressaltar os aspectos que não necessariamente eram os fatos reais. Exemplificando Burke mostra como pintores consagrados da história da arte como Ticiano, que modifica a aparência de determinado rei, papa ou príncipe no intuito de disfarçar possíveis deformidades daqueles que haviam encomendado o retrato. Desta forma as imagem contribuíram para criar uma outra imagem do real. Na perspectiva de Burke, deveríamos voltar a ver as imagens, já que antes da utilização da escrita como forma de comunicação para todos, essa era a única maneira de difundir idéias e leis. A sociedade atual preocupa-se em produzir imagens e não em lê-las e descobrir o que seus enunciados simbólicos estão afirmando.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Portanto, os autores falam da dependência da sociedade contemporânea em relação às imagens, que são usadas a todo tempo, sendo imprescindíveis no cotidiano das pessoas que as consomem, na maioria das vezes sem se preocuparem em refletir de forma crítica para compreendê-las. É interessante notar que as imagens são importantes quando bem utilizadas para se conhecer melhor a história e a realidade do tempo presente. Os textos retomam e sistematizam algumas teses já desenvolvidas antes por Burke. Uma delas é a de que a história sempre privilegiou a documentação escrita, deixando de lado as fontes visuais. Os historiadores são céticos quanto ao uso de imagens como evidência histórica, afirmando que elas freqüentemente são ambíguas e podem ser "lidas" de muitas maneiras. Os historiadores argumentam que a ambigüidade presente está praticamente inserida em todos os textos. A proposta destes historiadores é justamente encorajar o uso da evidência da imagem, essa "testemunha ocular da história", retomam as questões da subjetividade, abordadas no capítulo 1, ao mencionar autores contemporâneos como Foucault, que buscou noções mais dinâmicas e menos fronteiriças sobre o sujeito. Santaella concebe as diferentes maneiras de subjetivação, como ensaio, como processo ético e estético, que buscam produzir modos de existência inéditos. Aliás, esta passagem desse texto parece-nos trazer um diagrama semiótico, já que sabemos que a semiótica é antecedida primeiro pela estética e depois pela ética. A cada capítulo vão engrossando as diversas manifestações do corpo que encarnam diferentes sintomas até chegar ao corpo volátil, exorbitante, flagelado, amputado, siliconizado, enxuto, erotizado, firme, longilíneo, proposto e sustentado pela sociedade do espetáculo. A moda, que explodiu nos meados do século XX junto com a cultura de massa, é vista como fantasia e frivolidade sedutora, como no evento de moda Fashion Week, que apresentou um desfile no qual aos modelos vestiam roupas de papel rasgadas em plena passarela. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Percebemos que a fotografia como qualquer outra fonte de registro, por si só não constitui uma fonte de informação precisa e completa, isoladamente é como um ínfimo fragmento da história, precisando interagir com outros complementos ou fontes, quer sejam escrita, quer sejam visual ou de outras naturezas para uma verdadeira apreciação de seus registros. É sabido que "uma imagem vale por mil palavras", mas esta frase só faz sentido se de fato o intérprete conseguir extrair a maior quantidade de palavras ocultadas na fotografia, não apenas as ligadas ao primeiro contato visual. A fotografia memorizou com fidelidade uma parcela da realidade que se situava no campo da objetiva. Quando observamos uma fotografia, devemos ter a consciência de que a interpretação do real será forçosamente influenciada por várias interpretações anteriores. Apesar da ampla potência de informações contidas em uma imagem, ela apenas traz informações visuais de um fragmento do real selecionado.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA</b></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><ul type="disc"><li>BURKE, Peter. Testemunha Ocular: História e Imagem. Bauru, Edusc, 2004. (p. 11 – 56)</li>
</ul></div><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">PAIVA, Eduardo França. História &amp; imagens – 2 ed., 1. reimp. – Belo Horizonte: Autentica, 2006. (p. 11 – 34)</div></li>
</ul><div style="text-align: justify;"><br />
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Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/20490/1/O-OLHAR-DO-HISTORIADOR-NO-ENSINO-IMAGETICO-NA-SALA-DE-AULA/pagina1.html#ixzz1A4SPRCXf" style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/20490/1/O-OLHAR-DO-HISTORIADOR-NO-ENSINO-IMAGETICO-NA-SALA-DE-AULA/pagina1.html#ixzz1A4SPRCXf</a></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/o-olhar-do-historiador-no-ensino.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-8349133881511273276</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 13:56:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T05:56:36.092-08:00</atom:updated><title>Democracia Direta versus Democracia Representativa: Uma Divisão Incompatível com Algumas Reinvenções.</title><description><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Resumo: O que é a democracia representativa? A democracia direta é realmente possível? Muitas perguntas, muitas respostas. Na democracia direta o povo exercita o poder democrático de forma direta sem representante, ele que elabora as leis, administra e julga. O povo exerce todos os poderes ao mesmo tempo. Na democracia indireta ou também chamada de democracia representativa, o povo elege seus representantes, que passam a responder em nome dele para administrar e conduzir o Estado na efetivação dos direitos. A consolidação da democracia representativa, porém, não impediu o retomo à democracia direta. Embora sob formas secundárias. Ao contrário, o ideal da democracia direta como a única verdadeira democracia jamais desapareceu, tendo sido mantido em vida por grupos políticos radicais que sempre tenderam a condenar democracia representativa não como uma inevitável adaptação do princípio da soberania popular às necessidades dos grandes Estados, mas como um condenável ou errôneo desvio da idéia originária do governo do povo, pelo povo e através do povo. Bobbio também apresenta uma sistemática a respeito dos quais seriam as principais formas de democracia: a democracia direta e a democracia representativa. Por democracia direta entende-se como a participação de todos os cidadãos em todas as decisões governamentais. Já um Estado representativo é um Estado no qual as deliberações políticas são tomadas por representantes eleitos. Entretanto, assim como afirma Bobbio, democracia direta e representativa podem se integrar reciprocamente, conformando a democracia íntegra e que, entre estes dois tipos de democracia, há um continuum de formas intermediárias. No Brasil, análises sobre iniciativas de governos locais apontam para a concretização de novos formatos que aliam democracia direta e representativa. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Palavras-Chave: Norberto Bobbio - Democracia - Historiografia política. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Este estudo procura discutir, intertextualizar, compartilhar, contextualizar a relevância da democracia direta que se realiza em ato sob o aspecto do sufrágio universal, bem como, restritamente, pelos segmentos organizados da sociedade civil. É preciso destacar ainda que a democracia representativa ou liberal enfatiza a liberdade. Considera-se relevante às diferenças individuais e as singularidades, que, no entanto, é pluralista. É conduzida pelos representantes mandatários da coletividade, que devem prestar contas de suas ações. Exige-se transparência e visibilidade, qualidades imprescindíveis para a constituição do regime democrático. Aliás, "uma das razões da superioridade da democracia diante dos estados absolutos, funda-se sobre a convicção de que o governo democrático poderia finalmente dar vida à transparência do poder, ao 'poder sem máscara'". Nos Estados constitucionais como o brasileiro, o caráter público deve ser a regra, e o segredo, a exceção. A constituição brasileira prevê no seu Artigo 37, que a administração pública, obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade etc. Portanto, o que é de interesse público deve ser do conhecimento coletivo. Isto significa dizer que: </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Parto de uma constatação sobre a qual podemos estar todos de acordo: a exigência, tão freqüente nos últimos anos, de maior democracia exprime-se como exigência de que a democracia representativa seja ladeada ou mesmo substituída pela democracia direta Tal exigência não é nova: já a havia feito, como se sabe, o pai da democracia moderna, Jean-Jacques Rousseau, quando afirmou que " a sabedoria não pode ser representada" e, portanto, "o povo inglês acredita ser livre mas se engana redondamente; só o é durante a eleição dos membros do parlamento; uma vez eleitos estes, ele volta a ser escravo, não é mais nada".(BOBBIO, 2000, p. 53)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É neste fragmento acima em seu texto <i>"Democracia representativa e democracia direta"</i>, que Norberto Bobbio discute as relações entre democracia representativa e democracia direta e afirma que tal exigência já havia sido feita por Jean-Jacques Rousseau, quando salientou que a soberania não pode ser representada e, por esse motivo, o povo inglês acredita ser livre, mas só o é durante a eleição dos membros do parlamento. Após a eleição, o povo voltava a ser escravo, como argumentava Rousseau, acrescentando que uma verdadeira democracia jamais existiu, nem existirá, pois demanda muitas condições difíceis de serem reunidas. Faz necessário afirmar, que a primeira delas seria um estado muito pequeno, onde fosse fácil reunir o povo e onde cada cidadão pudesse facilmente conhecer todos os demais, e em segundo lugar, uma grande simplicidade de costumes, de tal modo que evitasse a multiplicação dos problemas e as discussões mais difíceis. Seria necessária, também, uma igualdade de condições e fortunas, ainda segundo Rousseau, para quem, se existisse um povo de deuses, seria governado democraticamente. Mas um governo assim perfeito não é feito para os homens.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Desta maneira, pode-se entender que este consenso vem buscando freqüentemente a maior democracia representativa, ou seja, complementada ou até mesmo substituída pela democracia direta. É interessante notar que a democracia direta se entende literalmente a participação de todos os cidadãos nas decisões coletivas, mas a proposta é insensata, pois estaríamos diante de um cidadão total, que é a outra face do ameaçador estado total, onde tudo se reduz aos interesses da polis. Por isso, a teoria crítica deve denunciar soluções meramente verbais, transformando-as em propostas factíveis. Como se vê, é certo que esse raciocínio, começa-se por diferenciar "democracia representativa" de "estado parlamentar", uma vez que a primeira significa que as decisões coletivas são tomadas por pessoas eleitas, e não diretamente, que tanto pode ser por um parlamento, pelo presidente ou conselhos regionais. Dentro desta perspectiva Norberto Bobbio argumenta o seguinte:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Do mesmo modo que nem todo Estado representativo é um Estado parlamentar, o Estado parlamentar pode muito bem não ser uma democracia representativa. Se por democracia entendemos, como devemos, um regime no qual todos os cidadãos adultos têm direitos políticos [...], devemos considerar que historicamente os parlamentos vieram antes da extensão do sufrágio e que, portanto, por muito tempo existiram Estados parlamentares que eram representativos mas não democráticos.(BOBBIO, 2000, p. 57)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O autor salienta neste fragmento que nem toda democracia é representativa e nem todo estado representativo é democrático, bem como nem toda crítica à democracia representativa leva diretamente à democracia direta. Aliás, ele argumenta que nas democracias representativas, os representantes se caracterizam pela irrevogabilidade do mandato e pelo fato de que o mesmo não é responsável diretamente perante os eleitores, pois é representante de toda a sociedade e não de grupos. A citação dessas características é importante porque a crítica à democracia representativa geralmente recai sobre elas, ou seja, crítica à proibição do mandato imperativo e crítica à representação dos interesses gerais. Vale lembrar que em todo caso, as críticas ao sistema representativo clássico não transformam a democracia representativa em democracia direta. É importante, entretanto, que exista democracia direta propriamente dita, onde o indivíduo participa ele mesmo das deliberações, é necessário a inexistência de intermediários. Ressalte-se, ainda, que entre a democracia representativa pura e a democracia direta pura não existe um salto qualitativo, além do que, entre os extremos, há inúmeras possibilidades, de forma que não uma escolha excludente entre as duas propostas, mas sim a possibilidade de integração recíproca. Até porque ninguém imagina a possibilidade de se governar um estado com contínuo apelo ao povo, salvo se cada cidadão puder transmitir seu voto sem sair de casa, apenas apertando um botão. No que diz respeito, o que parece acontecer é que o processo de democratização está expandindo para outras esferas das relações humanas e seus papéis específicos, o que leva à conclusão que a democracia deve ser vista por um novo ângulo, considerando-se a ocupação de espaços até agora dominados por organizações hierárquicas e burocráticas. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Dessa maneira, vê-se que uma coisa é a democratização do Estado, outra é a democratização da sociedade e, portanto, para se apontar o índice de desenvolvimento democrático deve-se buscar não o número de pessoas com direito a votar, mas o número de instâncias onde se pode exercer esse direito. Aliás, enquanto a empresa e administração pública não forem tocadas pelo processo de democratização, a transformação democrática da sociedade não estará completa. Por outro lado, é preciso também lembrar que sociedade pluralista e sociedade democrática são coisas distintas, apesar de que um estado moderno só pode ser uma democracia pluralista. Nesse sentido, a teoria democrática se contrasta com o poder autocrático, enquanto a teoria pluralista se o contrasta com o poder monocrático, ou seja, no estado moderno o abuso de poder é combatido em dois fronts. No contexto, a falha da democracia representativa consiste na formação de oligarquias, o que somente pode ser corrigido pela existência de uma pluralidade de oligarquias, o que faz com que o poder não seja apenas distribuído como também controlado, demonstrando-se a importância da liberdade no dissenso.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Em suma, a liberdade em discordar precisa de uma sociedade pluralista, o que permite maior distribuição de poder e, assim, viabiliza a democratização da sociedade civil, o que, em última análise, alarga a democracia política, mas afinal quais foram as alternativas à democracia representativa? </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><b>REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</b></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">BOBBIO, Norberto. "Democracia representativa e democracia direta". In.: <i><u>O futuro da democracia</u></i>. Tradução de Marco Aurélio Nogueira, São Paulo: Paz e Terra, 2000. p. 53 – 76.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
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Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/20489/1/Democracia-Direta-versus-Democracia-Representativa-Uma-Divisao-Incompativel-com-Algumas-Reinvencoes/pagina1.html#ixzz1A4RxOXYR" style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/20489/1/Democracia-Direta-versus-Democracia-Representativa-Uma-Divisao-Incompativel-com-Algumas-Reinvencoes/pagina1.html#ixzz1A4RxOXYR</a></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/democracia-direta-versus-democracia.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-925072768609491954</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 13:54:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T05:54:49.249-08:00</atom:updated><title>A separação da lógica clássica Aristotélica (XIX) em relação à lógica simbólica (XX).</title><description><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Resumo: O que é a lógica? Que sistemas formais são os sistemas lógicos? O que assim os fazem? Trata-se de questões filosóficas profundas e difíceis, mas inevitáveis diante da pluralidade de lógicas com que nos defrontamos. A importância de Frege na lógica dos séculos XIX e XX é indiscutível. Frege é reconhecido amplamente como um dos dois maiores lógicos desde Aristóteles. A Frege é atualmente atribuída a criação da lógica moderna, ou seja, entre outros feitos, ele foi a primeira pessoa a investigar os fundamentos lógicos da matemática e o primeiro a construir um sistema dedutivo e formal da lógica. Husserl classifica como lógica tradicional aquela que tem seus fundamentos nas teorias aristotélicas sobre a lógica formal. Husserl descreve-a como um sistema racional de leis que regem a derivação de conseqüências lógicas. Husserl chamava esta espécie de lógica de simbólica e destacou a sua importância desde os estudos sobre a filosofia da aritmética e a geometria euclidiana. Além disso, a formulação das conclusões filosóficas de Husserl utilizando os recursos das lógicas e das matemáticas do século XX poderia permitir qualificar melhor as suas conclusões, oferecendo um alcance mais amplo ainda para a teoria das multiplicidades husserlianas, aparecendo de maneira primordial a importância dos matemáticos. Além disso, a descoberta do que se caracterizou como o “paradoxo de Russell”, a “teoria das descrições definidas” e a “teoria dos tipos”, exerceram grande influência no pensamento do Wittgenstein do Tractatus. <br />
Palavras – chave: Lógica clássica aristotélica – Lógica simbólica - Wittgenstein. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Wittgenstein nasceu no dia 26 de Abril de 1889 em Viena e faleceu no dia 29 de Abril de 1951 em Cambridge, ele foi um gênio atormentado, filósofo austríaco matemático considerado um dos maiores do século XX, tendo contribuído com diversas inovações nos campos da lógica durante a década de 1920 do século XX na esteira de Frege e Russell, ou seja, considerado um dos precursores da filosofia analítica, da filosofia da linguagem, epistemologia, e assim sucessivamente. É importante frisar que a maior parte de seus escritos foi publicada postumamente, mas o seu primeira obra foi publicado na vida foi o "Tractatus Logico-Philosophicus", em 1921 sob a influência do positivismo lógico, assim como pelos novos sistemas de lógica idealizados por Russell e Frege. O filósofo austríaco Wittgenstein considerava a filosofia especulativa, sempre em busca dos "fundamentos", como uma espécie de doença provocada por uma incompreensão da "lógica de nossa linguagem". Em seu livro "Wittgenstein" na ótica de François Schmitz, esforçou-se para pôr em evidência essa "lógica", à qual não se conformam às gramáticas das linguagens ordinárias: estas permitem, segundo ele, construir frases gramaticalmente corretas que são, entretanto, desprovidas de sentido. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Neste livro, François Schmitz abre uma passagem para este período moderno. Podemos perceber que na pequena biografia inicial, é exposta a curiosa trajetória do herdeiro de uma das maiores fortunas austríacas, que abdica dela para tornar-se jardineiro, professor primário, professor em Cambridge, e na atualidade está vivendo os últimos anos de vida em casa de amigos, sem emprego, nem rendimento fixos. Em seguida o livro nos mostra sobre a "reforma" da Lógica, da qual o filósofo austríaco Wittgenstein foi um dos mais importantes personagens, e examina em profundidade a sua única obra publicada em vida, "Tractatus Lógico Philosophicus" referente ao ano de 1921. Para finalizar o filósofo estuda as inflexões, principalmente nas "Investigações filosóficas", na ótica de Schmitz. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Segundo o autor em seu texto <b><i>"O Tractatus: preliminares"</i></b> reporta-se que à análise argumentativa do "Tractatus" de "Wittgenstein" é imenso, cobrindo em maior ou menor grau todo o leque de problemas filosóficos tradicionais. Das considerações iniciais sobre a estrutura da realidade, passando por uma teoria da lógica silogista Aristotélica, da linguagem gramatical e do discurso valorativo, até a reflexões críticas finais sobre a natureza da própria atividade filosófica, abre-se um campo de investigações tão complexa, polissêmica e variada que parece de antemão destinar ao fracasso qualquer tentativa de abrangê-lo em um plano interpretativo contínuo, especialmente porque, apesar da aparência de sistematicidade do método de numeração dos aforismos, a exposição filosófica de "Wittgenstein" está muito distante dos procedimentos pelos quais os textos filosóficos comumente introduzem suas teses, desenvolvem seus argumentos e estabelecem suas conclusões.Nos últimos anos, em todo o mundo, tem florescido uma verdadeira indústria de obras sobre o pensamento filosófico dos escritos de "Wittgenstein". Muitos têm canonizado sua filosofia, enquanto que outros vêem nela apenas um inimigo destruidor da verdadeira filosofia. Esta preocupação com a lingüística inicia com os trabalhos de Frege, ainda no final do século XIX. Um dos pensadores que mais contribuiu na reflexão da linguagem dentro do contexto filosófico foi "Wittgenstein". O pensamento filosófico de François Schmitz do escrito em "Wittgenstein" é atual e obrigatório para quem quer estudar a filosofia da linguagem filosófica da passagem do século XIX para o século XX. Tanto a filosofia da linguagem da tradição analítica, como as dos filósofos que não seguem esta tradição, está ligada ao pensamento filosófico de "Wittgenstein", mas na verdade François Schmitz em seu pensamento filosófico de "Wittgenstein" não escreveu uma filosofia da linguagem, e sim, no entanto, as suas pesquisas e os escritos são de grande interesse neste campo, tendo em vista que a linguagem foi sempre o centro de sua problematização filosófica. Ainda discorrendo sobre isto, François Schmitz coloca em seu texto <b><i>"O Tractatus: preliminares"</i></b> que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É difícil, evidentemente, não cair nas armadilhas preparadas pela gramática de nossa linguagem ordinária; e é justamente por isso que " em grande medida o trabalho em lógica consiste em lugar contra os defeitos lógicos da linguagem", para retomar uma fórmula de Frege. A isso faz eco a observação do Tractatus: "Toda filosofia é crítica da linguagem", pois, acrescenta Wittgenstein fazendo referência a Russell, "a forma lógica aparente de uma proposição não precisa ser sua verdadeira forma lógica". Em contrapartida, como Frege freqüentemente observa para censurá-lo, Aristóteles se deixou levar erroneamente pela gramática: a forma lógica S-P não é mais que a retomada da estrutura gramatical de base das sentenças de nossas linguagens ordinárias. Eis por que, aliás, a reformulação das proposições para colocá-las na forma S-P de Aristóteles, que indicamos antes, não nos faz abandonar a linguagem ordinária. (SCHMITZ, 2004, p. 74)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É importante chamar a atenção para o fato de que a argumentação crítica da linguagem gramatical ordinária constitui uma operação suicida que desemboca no contra-senso. Mas, a fim de entendermos o modo pelo qual o autor do <b><i>"Tractatus: Preliminares"</i></b> concebe a atividade filosófica como crítica da linguagem, é preciso atentar, em primeiro lugar, para o que poderíamos chamar de aspecto "positivo" de sua concepção de filosofia no primeiro sistema. O autor ainda argumenta que o pensamento filosófico de "Wittgenstein" não somente atribui uma finalidade para a filosofia, concedendo a ela uma tarefa, uma função, uma utilidade, como também, ao fazê-lo, vem alinhar-se à clássica visão que põe a filosofia a serviço de uma busca por esclarecimento.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Trata-se duma operação necessária, porém, pois é apenas através dela, da tentativa desesperada de encontrar a forma correta para expressar aquilo que não pode ser dito, que se consegue obter, no momento da "morte" do dizer, o "renascer" para a clarificação que ocorre no âmbito do silêncio. Assim, acredita-se que as bases filosóficas do método se encontram nas teorias pragmatistas contemporâneas, principalmente o pensamento filosófico de "Wittgenstein", de onde foi extraída a idéia de que não existe "a" argumentação, como querem os filósofos tradicionais, que seguem a inspiração socrática, mas sim tipos contingentes de argumentação, que variam com o autor e a época histórica e que apresentam, no máximo, semelhanças de família. Neste sentido podemos frisar que a relação entre lógica e filosofia no "Tractatus" parece ser apresentada de modo a garantir a confluência de duas tradições importantes na história da filosofia, a saber, a tradição crítica e a tradição lógica.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">As concepções de linguagem e lógica desenvolvidas por Frege e Russell foram as principais influências no pensamento filosófico de "Wittgenstein". Vale lembrar que os autores como Russell e Frege consideravam a linguagem lógica mais adequada do que a linguagem comum para representar o pensamento, mas esses autores desenvolveram estudos fundamentais sobre o significado. Nesta tradição, pode-se inserir o pensamento da primeira fase do pensamento filosófico de "Wittgenstein". Dentro da chamada filosofia analítica, destacou-se a "escola do positivismo lógico", que se inspirou no "Tractatus de Wittgenstein". </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Isto significa dizer que a tradição crítica seja constantemente caracterizada como contrária ao tema das relações entre linguagem gramatical, pensamento e realidade, é com singular destreza que "Wittgenstein" organiza os objetos de investigação da tradição crítica tais como o essencial, o necessário, o absoluto, o incondicionado, a totalidade e assim sucessivamente, por um lado, e, por outro, os objetos da investigação empírica como o aparente, o casual, o contingente, o relativo, o condicionado, o incompleto. Esta grande manifestação rápida de "Wittgenstein" no "Tractatus" consiste em mostrar que todas as questões formuladas a partir destes conceitos repousam sobre o mau entendimento das "formas lógicas" de nossas sentenças declarativas ("Sujeito/cópula/Predicado) e da linguagem gramatical que fornecem as suas expressões lingüísticas. Com isto, mostram que a pretensão filosófica comete por ultrapassar os limites de seu domínio ao tentar discursar acerca dos problemas científicos. Ao fazer isso "Wittgenstein" aproxima-se dessa passagem da lógica à ontologia na tradição lógica aristotélica, pois discurso sobre as condições essenciais de toda a representação enunciativa da própria estrutura "metafísica" da realidade, de tal modo que essa correspondência entre forma da sentença e estrutura da realidade garante a possibilidade de que uma sentença seja verdadeira. A primazia da lógica em relação à realidade parece ser uma conseqüência da rígida distinção entre os domínios empírico e lógico que "Wittgenstein" estabelece no "Tractatus". Em grande parte de seus argumentos em favor desta distinção consiste em demonstrar que as proposições da lógica não podem ser confirmadas pela experiência, do mesmo modo que não podem ser refutadas por ela. É neste sentido que François Schmitz coloca em seu texto <b><i>"O Tractatus: preliminares"</i></b> o seguinte:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Até o fim do século XIX, era comum admitir-se que a lógica havia brotado completamente acabado do cérebro genial de Aristóteles no século IV a.C. Os trabalhos de Frege e Russell mostraram que não era assim, e que a silogística de Aristóteles era, no máximo, um pequeno fragmento da lógica. Quando procuramos estabelecer a verdade de uma proposição, podemos proceder de duas maneiras radicalmente distintas. A maneira mais simples e mais usual consiste em informar-se sobre a realidade do que é afirmado pela proposição (SCHMITZ, 2004, p. 54)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Neste fragmento podemos entender que tanto para Frege como para Russell chegaram à filosofia da lógica pela matemática. Ambos contribuíram para uma doutrina conhecida como logicismo, segundo a qual a matemática é à parte da lógica, sendo assim tão inquestionável quanto a lógica. Em busca desse objetivo, eles desenvolveram a base do que hoje consideramos a lógica moderna. Cada um deles considerava a sua linguagem ordinária que se encontra a "forma lógica" universal mais adequada para representar a linguagem ordinária do pensamento comum. Posteriormente diz que o problema da filosofia reduz-se apenas à distinção entre o que pode ser dito por meio de proposições, isto é, mediante a única linguagem que existe, e o que não pode ser dito, mas apenas mostrado. Diante disto, podemos perceber que o autor em seu pensamento filosófico de "Wittgenstein" parece acreditar que, além da linguagem ordinária, haveria também uma linguagem primária, ou seja, um simbolismo que fosse realmente apto à expressão daquilo que realmente conheceríamos, algo que, assim deduzimos, as linguagens ordinárias, que não se mostraria apta a realizá-lo. É nesta passagem do texto em <b><i>"Tratactus: preliminares" </i></b>inserida no pensamento filosófico de "Wittgenstein", que podemos frisar que do mesmo modo de seus mestres Frege e Russell, descarta a possibilidade da linguagem ordinária ser um instrumento adequado à apreensão da essência da lógica, por isso a necessidade da utilização de uma linguagem menos completa, digamos que um simbolismo "primário", relativamente à linguagem ordinária a fim de alcançarmos a lógica da linguagem e por extensão, o que efetivamente conheceríamos.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Em todo caso em seu texto <b><i>"Tractatus: preliminares"</i></b> mencionado no pensamento filosófico de "Wittgenstein", o autor pensava que a linguagem ordinária estava em perfeita ordem lógica. E é por isso, que o autor nunca propôs uma reforma lógica na linguagem ordinária e ainda nunca propôs a construção de uma linguagem ideal. Mas o que o autor achava imperfeito na linguagem ordinária foi a sua expressão, que ocultava as formas lógicas e é, por isso, que era um obstáculo para a expressão clara dos pensamentos absolutamente determinados que constituem os sentidos das suas frases. Por isso, o que o autor propunha uma notação ideal de um sistema de sinais que expressava com absoluta clareza a "forma lógica" de cada afirmação.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Ainda o autor argumentava em seu pensamento filosófico de "Wittgenstein" que a lógica era pertinente como uma linguagem ideal, mas entendia que a investigação essencial de uma proposição revelaria a natureza e os limites da linguagem, os limites de todos os mundos possíveis e os limites do pensamento, já que o pensamento filosófico representa e simboliza uma linguagem "metafísica" da verdadeira natureza da linguagem. Enquanto que na lógica das proposições se expressaria à lógica da linguagem, assim como toda a lógica do pensamento. Na verdade, o pensamento, as proposições e a linguagem se fundem em uma só imagem dos fatos, que seria a figura lógica da realidade. A filosofia teria como tarefa, portanto, analisar a linguagem para que se revelasse a sua verdadeira "forma lógica" e, assim, a relação desta com os fatos. Desse modo, então, para o filósofo, os problemas surgiam de uma má compreensão da linguagem pelo desconhecimento de sua "forma lógica" autêntica e da maneira pela qual esta se relaciona com o real. Para o autor o pensamento filosófico de "Wittgenstein", representa e simboliza a essência na descrição de um estado de coisas por meio de uma proposição. Na medida em que nós descrevemos como as coisas são na realidade por meio de proposições, a proposição mais simples deve conter as características essenciais requeridas para a descrição. Assim, por meio da investigação da essência de uma proposição elementar, se conseguirá a essência de toda descrição que, por sua vez, se apropriará da essência do mundo.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Essa concepção gerou a noção de "forma lógica" das sentenças declarativas, que teve um papel crucial no desenvolvimento da análise lógica do discurso filosófico de Aristóteles na passagem do século XIX para o século XX. Cada um deles foi levado a discussões fundamentais sobre o sentido. Nas áreas em que os trabalhos coincidiram, mas eles concordaram com os problemas centrais, e ainda em muitos casos divergiram em relação ao modo de resolvê-los todo o trabalho que se desenvolve atualmente em lógica, filosofia da matemática e filosofia da linguagem assume alguma coisa tomada de um deles ou de ambos ou então julga que suas filosofias são as mais importantes para atacar ou defender. Uma das idéias fundamentais do pensamento filosófico de "Wittgenstein" no "Tractatus" é que a estrutura do mundo é espelhada na estrutura lógica da linguagem ordinária e analítica. Podemos perceber que o mundo e a linguagem "metafísica" possuem uma "forma lógica" comum, de tal modo que uma investigação acerca da estrutura das proposições na linguagem permitiria "ver" como as coisas devem estar organizadas na realidade. Este é o conteúdo ontológico da teoria da linguagem desenvolvida no "Tractatus", onde "Wittgenstein" busca exibir a estrutura das proposições como "armações lógicas" do mundo.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Outro aspecto importante acerca de partida do "Tractatus" é a idéia, também encontrada em Frege e em Russell, de que a forma gramatical portuguesa nem sempre permite reconhecer com precisão de que coisa estamos falando e o que é que dizemos dela e a forma lógica da linguagem não coincidem. Grande parte dos problemas metafísicos tradicionais, como o da possibilidade do falso, da existência do não-ser e assim sucessivamente se originaria assim de uma má compreensão da linguagem "metafísica", pelo desconhecimento de sua forma lógica autêntica e da maneira pela qual se relaciona com a realidade. Essa concepção filosófica como elucidação realizada através da análise da linguagem "metafísica" supõe, é claro, a própria concepção de linguagem do "Tractatus", para que se possa entender exatamente em que medida as proposições filosóficas tradicionais são sem sentido. As proposições que possuem genuinamente sentido são aquelas que funcionam como imagem de fatos, descrevendo de modo verdadeiro ou falsidade de uma proposição real. O caso limite das proposições com sentido verdadeiro e as falsas. Embora não violem nenhuma regra da sintaxe lógica, não são imagens do real. Sendo necessariamente verdadeiras, ou necessariamente falsas, não "dizem" propriamente nada, já que nenhum fato pode refutá-las ou confirmá-las. Na verdade, revelam a estrutura lógica do real, mostram os limites nos quais todos os mundos possíveis devem estar contidos. Essas proposições não têm sentido, uma vez que não dizem nada, não retratam fatos, não são, porém, proposições que não fazem sentido. As proposições da filosofia tradicional, da "metafísica" especulativa, são na verdade "pseudoproposições", que violam as regras da sintaxe lógica e nada dizem sobre o real, nem sequer sobre a sua estrutura. Pode-se vislumbrar, portanto, que a proposição é um complexo estruturado de uma forma que corresponde à estrutura do fato real, também um complexo estruturado. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É preciso destacar ainda que a verdade ou falsidade das proposições complexas resulta do modo como verdade e falsidade se encontram distribuídas entre os componentes elementares. Algumas proposições são verdadeiras qualquer que seja o valor de verdade dos seus componentes elementares e constituem as verdades da lógica e da matemática. Ambos acreditavam que a linguagem comum ocultava o verdadeiro conteúdo lógico das proposições complexas, que só poderia tornar-se claro mediante o tipo de redução analítica proposto. As proposições que não podem ser analisadas em asserções de fato elementares são consideradas "metafísicas". No entanto, extraíram daqui diferentes conclusões ontológicas por volta do pensamento filosófico de "Wittgenstein", que concluiu que as proposições elementares revelavam a estrutura do mundo em geral. Russell, interpretando as proposições elementares numa perspectiva empirista, defendeu que exibem os conteúdos imediatos dos sentidos e concluiu, de acordo com o monismo neutral, que só existem acontecimentos experienciáveis e as mentes que realizam as experiências e os objetos cuja existência é deste modo atestada são apenas construções com base na experiência, e não objetos dela independentes. Dentro desta perspectiva, François Schmitz, argumenta em seu texto <b><i>"O Tractatus: preliminares"</i></b> o seguinte:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A partir dessas preliminares, podemos compreender o que significa dizer que a gramática superficial de nossa linguagem ordinária mascara a "verdadeira" forma lógica de nossas sentenças, e isso de um modo que vai muito além daquilo que já dissemos a propósito de Aristóteles. (SCHMITZ, 2004, p. 70 – 71)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Neste fragmento citado acima, François Schmitz argumenta que então, rechaça a idéia da gramática enquanto um conjunto de regras de sintaxe que retrata a lógica tradicional como um âmbito metafísico externo à linguagem "bem construída" que se insere o Tractatus, apesar das rígidas críticas que ele se opõe a essa proposta, e adota a noção da gramática enquanto um conjunto de regras ancoradas não na metafísica, mas sim na pragmática da linguagem em uma certa forma de vida. Desta maneira, pode-se entender a idéia de racionalidade enquanto derivada do emprego que se faz da linguagem. Com tal ponto de vista, o autor se posiciona de maneira contrária às visões filosóficas clássicas, que proclamam, em diferentes estilos, uma acepção ontológica para balizar a linguagem ordinária, a racionalidade e a realidade. De forma similar, a autor frisa de certa forma que combateu a idéia de que uma "categoria" seria um padrão universal para a ordenação e compreensão do mundo. É preciso lembrar ainda que a gramática das línguas ordinárias wittgensteiniana não tem esse conceito como necessário. Notadamente, partindo-se de uma perspectiva pragmática, não se deve pensar numa "categorização universal" e nem mesmo em discursos "transcategoriais". O que possibilita a conformação de uma racionalidade entre distintas formas de vida é o fato de que tais formas de vida conseguem compartilhar similaridades em suas respectivas práticas sociais. Sem pressupor fundamentos últimos, a Razão funciona assentada nos jogos de linguagem. E, ainda que os critérios de julgamento sejam gramaticais, são aprimorados pelas interações entre os jogos de linguagem, pela vida concreta do discurso filosófico da lógica aristotélica.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Em suma, vimos que a linguagem "metafísica", "ordinária" é essencialmente designativa, na perspectiva de "Wittgenstein", que era a perspectiva de Russel e de Frege. A questão que se impunha para a doutrina da designação, portanto, dizia respeito à designação da forma lógica neste ambiente doutrinário. A saída heróica de Russel para a sua doutrina da designação da "forma lógica" é uma extensão da sua teoria do conhecimento por familiaridade e da teoria das relações. Com isso, Russel pensou ser possível designar a forma lógica de cada proposição, na medida em que fosse possível demonstrar que podemos designar as formas lógicas, que são relações. Podemos destacar ainda que as proposições são constituídas por elementos que designam objetos, relações e pela sua "forma lógica", que passa a ser entendida como um tipo de relação e, conseqüentemente, passa a ser designável, mesmo que tal papel designativo somente seja alcançado na própria articulação proposicional. As proposições são heróicas porque apresentam a "forma lógica" como mais um elemento designável no interior da proposição, um constituinte da proposição que somente o olhar penetrante da lógica é capaz de tornar visível. Segundo o autor aponta em seu pensamento filosófico de "Wittgenstein", que Russell não havia explicitado suficiente o tema da lógica, mas este reconhecimento se dá por não conseguir reconhecer em Russell, que adequava a explicação da necessidade lógica e ainda acreditou que a única maneira de chegar a essa explicação seria remontar aos primórdios da lógica, e em conseqüência disto o método utilizado seria examinar a fonte através da natureza da linguagem essencial das proposições.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Isto significa dizer que, Frege é considerado um dos grandes fundadores da lógica moderna, pois apresentou um simbolismo lógico suficientemente capaz de expressar as relações lógicas relevantes para o cálculo proposicional. Desta maneira, pode-se entender que a lógica formal sempre priorizou o cálculo proposicional como instrumento de análise das relações lógicas entre proposições. Faz-se necessário afirmar, que o cálculo proposicional é um ramo da lógica que se ocupa daquelas inferências que dependem da força da negação, da conjunção, da disjunção, e assim sucessivamente, quando aplicadas às proposições tomadas como um todo. O seu princípio fundamental é que o valor de verdade está determinado unicamente pelos valores de verdade que as compõem. Podemos perceber, então, que os operadores lógicos ligam nomes e predicados nas proposições. Enquanto, Russell foi o responsável pela elaboração de algumas das mais influentes teses filosóficas do século XX e, com elas, ajudou a fomentar uma importante tradição filosófica, a assim chamada Filosofia Analítica. Entre outras teses, destaco a lógica simbólica, de fundamentação da Matemática. Segundo Russell, todas as verdades matemáticas poderiam ser deduzidas a partir de umas poucas verdades lógicas, e todos os conceitos matemáticos reduzidos a uns poucos conceitos lógicos primitivos. Além disso, a descoberta do que se caracterizou como o "paradoxo de Russell", a "teoria das descrições definidas" e a "teoria dos tipos", exerceram grande influência no pensamento do Wittgenstein do Tractatus.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><b>Referência Bibliográfica</b></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">SCHMITZ, François. O Tractatus: preliminares. In.:_________. <b><u>Wittgenstein</u></b>. Tradução de José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2004. p. 54 – 82.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/19695/1/A-separacao-da-logica-classica-Aristotelica-XIX-em-relacao-a-logica-simbolica-XX/pagina1.html#ixzz1A4RTlbpT" style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/19695/1/A-separacao-da-logica-classica-Aristotelica-XIX-em-relacao-a-logica-simbolica-XX/pagina1.html#ixzz1A4RTlbpT</a></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/separacao-da-logica-classica.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item><item><guid isPermaLink="false">tag:blogger.com,1999:blog-1246164970733543870.post-9062691942638018343</guid><pubDate>Tue, 04 Jan 2011 13:52:00 +0000</pubDate><atom:updated>2011-01-04T05:52:48.730-08:00</atom:updated><title>O Multiculturalismo e a Ciência: Os Discursos e as Tendências no Contexto Entre a Filosofia e as Ciências Sociais</title><description><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Resumo: O que é multiculturalismo? O que ideologia? e o que política pública? Muitas perguntas, muitas respostas. O “multiculturalismo” é definido por regras que se estruturam nas lutas sociais através dos atores que experimentam a discriminação e o preconceito no bem estar da sociedade. Para entendê-lo, é necessário compreender, analisar, contextualizar os contextos históricos associados a uma tomada de consciência coletiva opositora a toda forma de “etnocentrismo”, como diz “Stuart Hall”, pois o seu ponto de partida é o interculturalismo das vivências culturais que moldam as interações sociais. Seus principais divulgadores são os meios de comunicação. Estes produzem um grande impacto, levando os receptores a repensar valores, a construir relações interétnicas, com sérias repercussões em seus propósitos. Entretanto, esses movimentos solidários permeiam-se por situações de tensão e conflito. O fato deste fenômeno se abrir os diferentes protestos, não significa dizer que, haja todo tipo de aliança, mas depende muito do contexto e da situação. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Palavras chave: multiculturalismo – sociedade - historiografia.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Este estudo possibilitou-me que as relações entre a cultura moderna e a pós-modernismo são equivocadas. Penso que, os homens individuais, racionais, egoísta atual, por exemplo, nasceu com o modernismo, mas o seu exagero homem muito vaidoso é um acréscimo pós-moderno. O "multiculturalismo" é definido por regras que se estruturam nas lutas sociais através dos atores que experimentam a discriminação e o preconceito nas sociedades. Para entendê-lo, é necessário compreender os contextos históricos associados a uma tomada de consciência coletiva opositora a toda forma de etnocentrismo, pois seu ponto de partida é a pluralidade das vivências culturais que moldam as interações sociais. Seus principais divulgadores são os meios de comunicação.Estes produzem um grande impacto, levando os receptores a repensar valores, a construir relações interétnicas, com sérias repercussões em seus propósitos.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É importante perceber que o homem de antigamente era o produto da civilização industrial, que mobilizava as culturas de massas para as amplas lutas políticas, ou seja, o homem de agora, está presente na sociedade pós-industrial, dedica-se que às minorias sexuais, raciais, culturais e é, por isso mesmo, que atua apenas no micro-cosmos do cotidiano. Vale lembrar que o multiculturalismo é um termo que descreve a existência de muitas culturas no contexto social, ético, econômico, político numa localidade, cidade e país, mas são partilhadas tanto no ramo historiográfico como geograficamente e até mesmo convivialmente no que se convencionou chamar de "mosaico cultural". Partindo dessa interpretação da sociedade capitalista cada vez mais diversificadas, torna-se indispensável "garantir" uma interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais a um só tempo plurais, variadas e dinâmicas, assim como sua vontade de conviver. Contudo, entende-se que as políticas que favoreçam a inclusão e a participação de todos os cidadãos garantem a coesão social, a vitalidade da sociedade civil e a paz, mas afinal como incluir os excluídos dos "excluídos"? </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É importante considerar que o multiculturalismo constituem a resposta política à realidade da diversidade cultural. Não se pode separar de um contexto democrático, mas o multiculturalismo é favorável aos intercâmbios culturais e ao próprio desenvolvimento das capacidades criadoras que alimentam a vida pública. É nesse ponto que as políticas culturais, enquanto assegurem a livre circulação das idéias e das obras, devem criar também as condições favoráveis para a produção e a difusão de bens culturais da sociedade e serviços culturais bastante abrangentes, por meio das indústrias culturais que disponham de meios de comunicações para desenvolver-se nos planos local e mundial. Cada Estado deve, respeitar as suas obrigações internacionais, definir sua política cultural e aplicá-la, utilizando-se dos meios de ação que julgue mais adequados, seja na forma de apoios de marcos reguladores apropriados. Outro ponto importante que destaco é justamente os discursos e as suas tendências nas ciências sociais. Dando ênfase a isto, Jeni Vaitsman e Sábado Girardi aponta o seguinte:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">[...] uma pequena parte de um debate que, embora antigo, sempre se desdobra em novas formulações sobre o estatuto, o método e a natureza da ciência, aí incluídas as ciências sociais; e por outro lado, de apresentar também alguns modos possíveis de fazer ciência, em se tratando as relações humanas e sociais.[...] é difícil evitar a tentação de classificar as coisas de forma disciplinar – textos que mesclam filosofia, história, antropologia, lingüística, epistemologia, sociologia, literatura: são filósofos, historiadores, médicos, lingüísticas, sociólogos, antropólogos, cada autor traz um pouco de cada um e dos habitus constitutivos de suas comunidades disciplinares e profissionais. [...] a heterogeneidade de discursos possíveis existentes nas ciências. Afinal, de certa forma, essa era nossa intenção inicial, ainda que – talvez não muito conscientemente – esperássemos maior convergência entre os pontos de vista característicos de uma certa contemporaneidade discursiva. [...] (VAITSMAN, 1999, p. 9 – 10)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É nesta pequena citação acima que o autor aborda as diversas possibilidades sobre o que constitui o fazer ciência e sobre a linguagem que diferentes cientistas usam para falar sobre o mundo e as práticas humanas. Este debate é travado, de um lado, por autores que se reivindicam herdeiros do projeto iluminista reformado e que, mesmo admitindo o caráter provisório da ciência, tratam-na como um tipo superior de conhecimento e de outro, pelos que se vinculam a uma abordagem pragmatista do conhecimento e enxergam a ciência como mais uma forma de vida, uma linguagem possível entre outras linguagens, incomensuráveis em sua lógica interna. As tendências apresentadas retomam a questão da representação pela linguagem, agora não mais como discussão sobre os fundamentos da ciência, mas sim como produtos de pesquisas empírica ou atividade reflexiva sobre suas práticas. Além da contemporaneidade dessas questões que sempre marcaram o campo da ciência, a intenção dos organizadores é que os textos possam servir como mais uma referência para tantos que se aventuram pelo campo do conhecimento em filosofia, ciências sociais e saúde.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">As ciências sociais não são uma área de ação social delimitada, autônoma, mas um segmento de uma realidade maior, as estruturas de conhecimento do mundo moderno. Além disso, elas têm sido larga, mas não perfeitamente localizadas dentro do grande enquadramento institucional do mundo moderno. É difícil discutir a construção histórica das ciências sociais, os desafios atuais ou alternativas plausíveis existentes, sem colocar as ciências sociais na evolução das estruturas de conhecimento como um todo. A construção histórica das ciências sociais ocorreu no quadro tenso que se criou da existência de "duas culturas". Mas, primeiro, as próprias duas culturas tiveram de ser criadas. A ausência de fronteiras foi dupla. Não havia muito sentido no fato de os acadêmicos confinarem suas atividades a um campo do conhecimento. E, certamente, quase não havia sentido algum em que a filosofia e a ciência fossem áreas distintas do conhecimento. As ciências sociais também foram afetadas pelo ataque à divisão trimodal do conhecimento entre ciências naturais, humanidades e ciências sociais. Havia duas correntes de conhecimento principais envolvidos, e nenhum deles havia se originado de dentro das ciências sociais. Uma é o que se chamou de "estudos da complexidade" (originada nas ciências naturais) e a outra, "estudos culturais" (originada nas humanidades). Na realidade, surgindo de diferentes pontos de partida, as duas correntes tomaram como alvo de ataque o mesmo objeto, o aspecto dominador das ciências naturais desde o século XVII, isto é, a forma da ciência que tem como base a mecânica Newtoniana.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Em síntese, o que se observa na filosofia da ciência contemporânea é um leque de posturas frente à atividade científica. Não creio que os cientistas, no dia a dia de seu trabalho, principalmente aqueles dedicados às ciências naturais, desempenhem suas práticas de uma ou de todas as maneiras que esses discursos sobre a ciência sugerem. Mas, sem dúvida, no terreno da filosofia da ciência, a perda da referência a uma lógica intrínseca como base do conhecimento científico faz com que as diferentes posições assumam o caráter retórico, de discursos argumentativos, como já apontava Kuhn. Mas não considero legítimo afirmar a redução desse debate à mera luta de força dos argumentos, a não ser considerando por trás de cada posição a opção ideológica representante de interesses divergentes na sociedade. Somente assim a filosofia da ciência põe o pé na terra e não se esvai em discursos que se substituam uns aos outros na medida de sua divulgação e de seu valor argumentativo. Ainda discorrendo sobre isto, Maria Isabel Mendes de Almeida diz o seguinte:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">A preocupação[...] é refletir sobre novas possibilidades metodológicas no âmbito das ciências sociais para a abordagem de certos objetos que, cada vez mais, vêm exigindo um tipo de olhar e investigação alternativos ao conceito clássico de representação. De certa maneira, esta preocupação está inscrita no campo de questões relativas à crucial interação(relação) sujeito/objeto no interior das ciências sociais. (ALMEIDA, 1999, p. 137)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É Nesse sentido, que a sociologia pode utilizar o conceito como importante instrumento na análise da realidade social, uma vez que ele permite vislumbrar as concepções que os grupos constroem a respeito do mundo. É possível perceber que num momento marcado por incertezas e perplexidade, as representações sociais podem atuar de forma significativa na compreensão de questões contemporâneas, tais como, violência, juventude, movimentos sociais, minorias, entre outros. Dentro deste processo, as Ciências Sociais imprimiram o caráter de cientificidade ao estudo das representações sociais e dos saberes produzidos através do processo comunicativo. É necessário ressalvar que a ciência do homem tornou-se possível pelas representações sociais em que os indivíduos ou sociedades têm de suas relações de produção, dos modos como tal produção se processa, bem como dos mecanismos que a implementam. É preciso esclarecer que estas mudanças implicam em uma outra, significativa. Acredito, que o objeto das Ciências Humanas passou a ser aquilo que é simbolizado pelo homem, e não o próprio homem. É possível dizer que os espaços sociais deixam de ser analisados pelo viés restritivo do modelo newtoniano para ganharem o status de palcos abertos de realização da criatividade humana. Estes espaços multifacetados, frutos de uma ampla gama de ações, interações, ritmos e pulsações que lançam um novo olhar sobre as práticas sociais dos grupos através do simbólico.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Segundo Adorno vem compreendendo que a Indústria Cultural, tornam-se negócios e os seus fins comerciais, que são realizados por meio de sistemática e é programada para a exploração dos bens considerados culturais. Isto significa dizer que ele dirá que é o cinema, mas antes era um mecanismo de lazer, ou seja, uma arte, agora se tornou um meio eficaz de manipulação. Portanto, podemos dizer que a Indústria Cultural traz consigo todos os elementos característicos do mundo industrial moderno e nele exerce um papel especifico, o de portadora da ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema cultural. É importante salientar que, para Adorno, o homem, nessa Indústria Cultural, não passa de mero instrumento de trabalho e de consumo. A Indústria Cultural tem como guia a racionalidade técnica esclarecida, prepara as mentes para um esquematismo que é oferecido pela indústria cultural, que aparece para os seus usuários como um "conselho de quem entende". De toda forma o consumidor não precisa se dar ao trabalho de pensar é só escolher. Ainda discorrendo sobre isto, Horkheimer coloca que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">"sob o poder do monopólio, toda cultura de massas é idêntica, e seu esqueleto, a ossatura conceitual fabricada por aquele, começa a se delinear. Os dirigentes não estão mais sequer muito interessados em encobri-lo, seu poder se fortalece quanto mais brutalmente ele se confessa de público. O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A verdade de que não passam de um negócio, eles a utilizam como uma ideologia destinada a legitimar o lixo que propositadamente produzem. Eles se definem a si mesmos como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos de seus diretores gerais suprimem toda dúvida quanto à necessidade social de seus produtos". (HORKHEIMER, 1985, p. 114).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">É possível perceber que neste fragmento Horkheimer e Adorno utilizam o termo "indústria cultural" para se referirem a mercantilização das formas culturais ocasionadas pela emergência das indústrias de entretenimento na Europa e nos Estados Unidos na segunda metade do século XIX e início do século XX. De forma geral podemos afirmar que esses teóricos discutiram, refletiram sobre os filmes, o rádio, a televisão, a música popular, as revistas e os jornais, ou seja, argumentando, contextualizando, intertextualizando o surgimento das indústrias de entretenimento como empresas capitalistas resultaram na padronização e na racionalização das formas culturais, e é neste processo, que a capacidade do indivíduo de pensar e agir de uma maneira crítica, irônica, reflexiva e autônoma. Em outras palavras, a indústria cultural através dos meios de comunicação como no caso do cinema, faz com que os indivíduos observem de forma "ilusória" a reprodução técnica dos filmes refletidas na vida cotidiana. De outra forma, a situação do espaço cultural também mostra a vida dentro da "tela" é como se tornasse um prolongamento da vida real. Esta constatação, por outro lado, segundo Adorno, o consumidor de filme tem a sua imaginação e a espontaneidade paralisadas pelos efeitos dessa máquina, que produz velozmente os fatos diante dos seus olhos. Configura-se, portanto, que as pessoas são modeladas de acordo com o estabelecido pela indústria cultural. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Diante disto, Adorno faz referência ao liberalismo político-ideológico e ao liberalismo econômico, que através de suas idéias inseridas de que o homem basta a si mesmo como indivíduo, acentua a pessoa como algo absoluto, e ao mesmo tempo é marcado por um forte individualismo e que jamais caracterizou por ser democrático e igualitário. A partir daí podemos entender que a produção capitalista controla os ideais da liberdade e ainda conduzem ideologicamente a massa, fazendo-a acreditar no "mito" do sucesso que é oferecido a todos igualmente, e que ao mesmo tempo escraviza através do poder da "ilusão" dos homens. Adorno inclui ainda que a questão ideológica é a arte séria e a arte leve, sendo esta a má consciência daquela que sofreu no "sistema capitalista" a perda da verdade, exprimindo a negatividade da cultura. Faz-se necessário afirmar, que a indústria cultural tenta da pior maneira reconciliar a contradição entre as duas, através da absorção da arte leve pela arte séria. Assim, convém ter em conta que o mesmo equivoco deste conceito se prende, por um lado, com a polissemia do conceito de cultura e, por outro, com os contextos político-sociais de emergência do fenômeno do multiculturalismo e das reivindicações políticas que o acompanham. Quando falamos, neste quadro, da polissemia do conceito de cultura, referimo-nos ao fato, por exemplo, múltiplas dimensões da natureza cultural identitária de grupos, povos, etnias, minorias, etc.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Ressalte-se, ainda, que o fenômeno do multiculturalismo surgiu na segunda metade do século XX como projeto pedagógico, sobretudo para a escola e a universidade, mas também para o emprego público e a vida associativa. Esse surgimento se deu aos países de um Estado social desenvolvido e uma escola pública que funciona em condição de um monopólio, como forma de se lidar com a diversidade cultural trazida, sobretudo, pelos filhos de imigrantes na escola, nos bairros e no mercado de trabalho. Assim, acredita-se que a atuação nos países desenvolvidos e com grande experiência nesse sentido são Suécia, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Holanda, Inglaterra e a grande parte dos Estados Unidos. Nesta época mais recente, a idéia que a diferença cultural pode ser um enriquecimento de um lugar de enfraquecimento no convívio social de uma escola, universidade, experimentos multiculturais, que estão feitos nos países de imigração mais recente, tomando, por exemplo, na Europa meridional e na América Latina. Neste último caso, trata-se de experimentos no sentido de ampliar e rever os currículos escolares, incorporando os saberes deixados de fora, como aqueles relacionados com o ser indígena. A Etno-educação têm sido os termos que caracterizam essa nova fase, mais plural, no mundo da educação. Dentro desta perspectiva, Segundo Stuart Hall aponta que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">O multiculturalismo refere-se a estratégias e políticas adotadas para governar ou administrar problemas de diversidade e multiculturalidade gerados pelas sociedades multiculturais. É normalmente utilizado no singular significando a filosofia específica ou a doutrina que sustenta estratégias multiculturais. (HALL, 2003, p. 52)</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Com isto, Stuart Hall define inúmeros tipos de multiculturalismo como o conservador, liberal, pluralista, comercial, corporativo e crítico. Pode-se afirmar que o multiculturalismo conservador pressupõe a assimilação da diferença às tradições, costumes e experiência da maioria, aceitando-as e respeitando-as. O liberal por sua vez, insere na minoria nos padrões da maioria, com as diferenças toleradas no campo particular, sem reconhecê-lo na esfera pública. Enquanto que o pluralista pondera que cada grupo deve viver dividido, ou seja, cada um com a sua identidade, mas não está inserido com os demais. De forma similar o multiculturalismo industrial argumenta que as diferenças surgem em "nichos" de mercado, dada a importância de fornecer os desejos destes nichos. É interessante notar que os anseios das minorias para estancá-las é a missão do multiculturalismo corporativo.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Primeiramente é necessário diferenciar o multiculturalismo como fenômeno do multiculturalismo como projeto ideológico, ou seja, o multiculturalismo na sua significação descritiva e o multiculturalismo na sua significação projetiva e prescritiva. Ainda o multiculturalismo como fenômeno evita confusões e talvez fosse preferível chamar simplesmente multiculturalidade, para colocá-nos diante da realidade e da multiplicidade cultural que caracteriza no contexto da sociedade em que vivemos. Isto significa que é um fato, relativamente ao qual não há que ser pró ou contra, mas aceitá-lo na sua inevitabilidade. O que acontece é que diante deste fato são ensaiadas múltiplas respostas, cobertas também pelo termo "multiculturalismo", as quais paralisam projetos diferentes de relação com os outros, na sua alteridade e na sua singularidade, que designaram como "cidadania multicultural", "cidadania diferenciada", "políticas de reconhecimento", "colonização", "assimilação", "integração" ou "pluralismo multiétnico", isto acabam por caracterizar a seu modo, mas que mobilizam também estes conceitos como multiculturalismo emancipatório que se concretizam em estratégias de resistência à assimilação e a todo e qualquer tipo de etnocentrismo.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Enquanto que no segundo momento o multiculturalismo é indispensável ter em conta toda esta discussão da problemática do multiculturalismo, que acabamos de resumir, se situa claramente num plano jurídico-político e tem fundamentalmente como objetivo de treinas as respostas às questões pertinentes pela existência dessas minorias no seio das sociedades mais vastas e englobantes, tendo em conta com as disparidades nas formas de ver e olhar o mundo, de agir com sentido e de exprimir em crenças, valores, gestos, linguagens, costumes, experiências, memórias e objetos essa relação com o mundo, com os outros e com o próprio grupo ou os próprios grupos em que se definem as pertenças identitárias. É nesta discussão que permite equacionar a questão dos direitos e dos deveres dos grupos e os respectivos membros aos quais é possível aplicar o conceito de cultura moderna e pós-moderna pressuposto, como também permite não "iludir" as relações de "poder" e "saber" que se jogam no choque cultural de culturas, freqüentemente caracterizadas por processos de domínio, exploração a violação, não apenas na esfera dos pensamentos, das idéias e dos bens culturais, e sim também sob o ponto de vista físico, econômico, militar, político e etc.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">E por fim reconhecendo alguns dos méritos já referidos que todo este equacionamento proporcionou, sobretudo nos anos 1980 até 1990, ao debate sobre as implicações da vivência numa sociedade marcada pela pluralidade de culturas, mas não podemos deixar de denunciar algumas insuficiências inerentes a estes tipos de posicionamentos e ao conceito de cultura neles pressuposto, mais evidentes nos projetos multiculturalistas formulados a partir de uma matriz liberal, mas de que mesmo outros projetos de natureza mais libertadora e emancipatória não deixam também de acusar alguns vestígios. Fazemo-lo por razões antropológico-filosóficas, por outro lado, por motivos que se prendem com o contexto histórico que, na atualidade, caracteriza a complexidade das relações culturais e das marcas identitárias com que indivíduos, grupos, povos e etnias assumem as relações de pertencimento e os seus gestos de inscrição no mundo. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Estes termos antropológico-filosóficos surpreendemos em todos estes debates e questionamentos sobre o multiculturalismo nas concepções estáticas, fixas, essencialista e substancialista de cultura. Vale ressaltar ainda que Stuart Hall considera que existem várias sociedades multiculturais e diversos multiculturalismos. De acordo com Stuart Hall, o multiculturalismo, não é algo novo, e como o sincretismo, que já estava presente no mundo helênico, em termos de interação entre o "centro" e a "periferia". É preciso destacar ainda que os "impérios" e os "sistemas coloniais" são multiculturais, mas o fenômeno tem se intensificado após a Segunda Guerra Mundial e, sobretudo nas últimas décadas. Ainda segundo Hall, o termo multicultural é qualificativo, relacionado às características sociais e problemas de governabilidade em qualquer sociedade na qual convivem diferentes comunidades culturais, enquanto o termo multiculturalismo é substantivo, referindo-se a estratégias e políticas adotadas para administrar os problemas da diversidade gerados pelas sociedades multiculturais. Existem ainda inúmeros tipos de sociedades multiculturais como os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França, a África do Sul, a Nigéria e outras, que são sociedades heterogêneas. Há sociedades multiculturais distintas e diversos multiculturalismos, ou seja, ainda, o multiculturalismo é uma idéia contestada pela direita, pela esquerda, pelos liberais, pelos modernizadores, pelos anti-racistas, e assim sucessivamente. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Diante de uma cultura determinada, aprendemos aspectos acerca de costumes locais, ações realizadas para um determinado fim e assim até mesmo nós estabelecermos uma árvore genealógica para a criação da própria identidade de certo grupo. Com a relação a este grupo ou comunidades existentes, há a incidência de um multiculturalismo, ou seja, várias culturas presentes em campo determinado momento. Mas adiante, iremos tratar sobre os aspectos do multiculturalismo como o "eurocentrismo" em que a cultura é tratada como homogeneizante, penetrando pelo conhecimento interdisciplinar, a necessidade dos estudos culturais, os significados deste multiculturalismo e o conceito de pós-colonialismo. Estes estudos mencionados sobre a cultura tomam grande importância para Giroux. Considerar algo melhor, comparado com outro, por exemplo, é perigosa, vez que toda cultura possui sua importância e deveria ser exposta de modo relacional, não competitivo. Em conseqüência disto, qualquer projeto de hierarquizar culturas deve ser instinto, sendo alguma cultura melhor, ou determinada pela política, ética, cessando que os estudos culturais ofereçam o importante de cada área. Por conseguinte, estes estudos produzem nos pesquisadores <i>"uma análise continuada de suas próprias existências"</i> (GIROUX, 1997, p. 185).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Este papel intelectual, ainda para Giroux, deveria ser o do "intelectual transformador", no sentido de proporcionar a "liderança moral, política e pedagógica", ou seja, ao invés da condição de líder intelectual, repolitizar o conhecimento e ampliá-lo não apenas para os membros de uma mesma área de atuação, mas também para os demais "pesquisadores" interessados em compreender e entender os diversos tipos de teorias dos próprios conhecimentos. Assim, este "intelectual transformador" luta contra o "status quo" e as normas estabelecidas, aumentando os horizontes das pesquisas e o espaço de ação cultural. Stuart Hall questionar que:</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Na verdade, o "multiculturalismo" não é uma única doutrina, não caracteriza uma estratégia política e não representa um estado de coisas já alcançado. Não é uma força disfarçada de endossar algum estado ideal ou utópico. Descreve uma série de processos e estratégias políticas sempre inacabados. (HALL, 2003, p. 52-53).</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Em resumo constatamos que "multiculturalismo" e o "sincretismo" são conceitos complexos, abrangentes, incompletos, imperfeitos e que sempre a algo para inovar estes elementos comuns. Ambos são "discutíveis", "contestados" e "negados", tem a ver com misturas e se opõem as "reivindicações de pureza". Ainda relacionam-se com o "hibridismo", com a diversidade étnica, cultural e religiosa e com a mestiçagem, que foram negados na época passada, mas que estão muito presentes no Brasil. Em nossa sociedade o "etnocentrismo" e os "preconceitos religiosos" são freqüentes e são sendo enfrentados em várias maneiras. Esperamos ainda que a perspectiva multiculturalista se impõe hoje, o "sincretismo religioso" seja aceito com maior naturalidade. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Como se vê, é certo que esta relação ao tipo de conteúdo do nosso multiculturalismo, isto é, teremos que ensinar, em tratando de ícones carregados de valores e emoções como África, africanos, "raças", negritude, racismo, ser índio e pensamento indígena. Enfatizar esta pluralidade, mais do que insistir em falar de cultura e identidade no singular, mas ainda na reconstrução dos currículos deve ser no sentido de mostrar a variedade de formas culturais e processos identitários, fazendo que, exatamente nessa variedade, seja visto um fator de força e criatividade. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">De acordo com as noções mais modernas as ciências humanas, a "cultura" e "identidade", mais do que como entidades, devem ser vistas e analisadas e contextualizadas como projetos e processos. E é por isso que é importante no lugar de insistir em definir o que seria, por exemplo, a cultura afro-brasileira, por meio de infinitas listas de ítens e traços que nunca conseguem incorporar a imensa variedade de orientações da grande população afro-brasileira, tornando estático algo que está sempre em movimento, se desenvolvam estes métodos que ilustrem como diferentes atores que têm produzido cultura, resistência e identidade em seus contextos diversos. O verdadeiro desafio é aplicar essas noções mais modernas daquilo que é "cultura" e "identidade" em todos os níveis do ensino, fugindo da práxis que tem deixado a sofisticação intelectual para a universidade, e feito da escola "primária" e "secundária" um ambiente onde a "cultura" e "identidade", quando abordadas, são tratadas de forma demasiada tradicional e rígida, contribuindo ainda para uma perda de interesses por essas temáticas entre muitos alunos que, com um método de ensino mais dinâmico. </div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">De fato, ensinar, por exemplo, histórias e culturas africanas pode ser algo muito divertido e estimulante, mas pode também ser algo bastante "chato", como dizem os alunos, se feito sem a devida sofisticação. Por mais que algumas práticas e teorias desenvolvam argumentos em contrário, não se pode mais negar o fato do multiculturalismo. E é nesse contexto multicultural que surgem as minorias étnicas, ou simplesmente minorias. Dentre as várias categorias minoritárias que se pode abordar, a nós desperta particular interesse a composta pelos povos indígenas brasileiros. Interessa-nos a resposta que se deve dar o seguinte questionamento. Quais são os direitos que possuem os povos indígenas brasileiros? Outro ponto importante é que a diversidade cultural brasileira é repleta de significações e representações possíveis de serem percebidas, desde que os movimentos sociais ganharam as ruas, aqueles, representantes desta pluralidade, tais como as feministas, os negros, os homossexuais, a arte das favelas, a luta dos portadores de necessidades especiais, as comunidades "indígenas" e os "quilombolas".</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;">Este pluralismo de idéias, comportamentos e sentimentos que estão nas ruas, distorcidamente se fazem presentes na mídia, naquela representante do pensamento liberal,quepassa a idéia de que a riqueza do multiculturalismo brasileiro é plenamente absorvida por toda a sociedade, principalmente quanto as "etnias", o que não é verdade. Reconhecer ainda o multiculturalismo é também entender e ver o "indivíduo" fora de seu "aprisionamento social", reconhecer a democracia, discutir seus direitos coletivos e individuais, uma vez que o cotidiano cultural está permeado de lutas, conflitos, justamente em razão das diferenças nas relações de poder refletidas na pluralidade cultural, e assim, repensar o papel da escola torna-se uma primeira condição de suporte para estas questões. Ao longo do século XX, o samba se firmou como elemento definidor da identidade cultural brasileira, somou o novo e velho para constituir dialeticamente uma nova síntese. Socialmente, não pode ser considerado simplificadamente como produto apenas da mestiçagem.</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA</b></div><div style="background-color: transparent; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><ul type="disc"><li>ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de. Subjetividade e ciências sociais: reflexões em torno do conceito de representação e seus impasses. In:. VAITSMAN, Jeni(Org). <b><u>A ciência e seus impasses: debates e tendências em filosofia, ciências sociais e saúde</u></b>./ Organização por Jeni Vaitsman e Sábado Girard – Rio de Janeiro: Editora, 1999. </li>
</ul></div><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&amp;A Ed. 2000. (Original 1992).</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais: Rumo a uma aprendizagem crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.</div></li>
</ul><ul type="disc"><li><div style="text-align: justify;">VAITSMAN, Jeni., GIRARD, Sábado. Introdução: Debates e tendências na ciência. In:. VAITSMAN, Jeni(Org). <b><u>A ciência e seus impasses: debates e tendências em filosofia, ciências sociais e saúde</u></b>./ Organização por Jeni Vaitsman e Sábado Girard – Rio de Janeiro: Editora, 1999. </div></li>
</ul><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/articles/17843/1/O-Multiculturalismo-e-a-Ciencia-Os-Discursos-e-as-Tendencias-no-Contexto-Entre-a-Filosofia-e-as-Ciencias-Sociais/pagina1.html#ixzz1A4QtfhFU" style="color: #003399;">http://www.webartigos.com/articles/17843/1/O-Multiculturalismo-e-a-Ciencia-Os-Discursos-e-as-Tendencias-no-Contexto-Entre-a-Filosofia-e-as-Ciencias-Sociais/pagina1.html#ixzz1A4QtfhFU</a></div><div class="blogger-post-footer"><a href="http://feedvalidator.org/check.cgi?url=http%3A//lucianoagra.blogspot.com/feeds/posts/default%3Falt%3Drss"><img src="valid-rss-rogers.png" alt="[Valid RSS]" title="Validate my RSS feed" /></a></div></description><link>http://lucianoagra.blogspot.com/2011/01/o-multiculturalismo-e-ciencia-os.html</link><author>noreply@blogger.com (Luciano Agra)</author><thr:total>0</thr:total></item></channel></rss>
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