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  1. <?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?><rss xmlns:atom="http://www.w3.org/2005/Atom" xmlns:content="http://purl.org/rss/1.0/modules/content/" xmlns:dc="http://purl.org/dc/elements/1.1/" xmlns:sy="http://purl.org/rss/1.0/modules/syndication/" xmlns:media="http://search.yahoo.com/mrss/" version="2.0"><channel><title><![CDATA[Estadão | As Últimas Notícias do Brasil e do Mundo]]></title><link>https://www.estadao.com.br</link><atom:link href="https://www.estadao.com.br/arc/outboundfeeds/feeds/rss/sections/geral/" rel="self" type="application/rss+xml"/><description><![CDATA[As principais e as últimas notícias do Brasil e do mundo com credibilidade na informação sobre política, economia, esportes, cultura, tecnologia, estilo de vida e muito mais.]]></description><lastBuildDate>Mon, 06 May 2024 07:16:15 +0000</lastBuildDate><language>pt-br</language><copyright>Grupo Estado© Todos os direitos reservados.</copyright><ttl>1</ttl><sy:updatePeriod>hourly</sy:updatePeriod><sy:updateFrequency>1</sy:updateFrequency><image><url>https://statics.estadao.com.br/s2016/portal/logos/estadao-logo-200x200.png</url><title>Estadão | As Últimas Notícias do Brasil e do Mundo</title><link>https://www.estadao.com.br</link></image><item><title><![CDATA[Os 88 anos do poeta Paulo Bomfim]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/os-88-anos-do-poeta-paulo-bomfim/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/os-88-anos-do-poeta-paulo-bomfim/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Tue, 23 Jun 2015 18:27:30 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>O poeta fez aniversário em 30 de setembro último e uma festa surpresa aconteceu para ele na sede do Tribunal de Justiça, onde no lugar, como funcionário do órgão, dá expediente e faz de sua sala de trabalho quase uma segunda residência porque ali está sendo guardado todo o acervo que sua família preservou da Revolução de 1932. O pai médico atendia aos feridos de guerra, enquanto tios e primos foram à frente de luta. Já uma tia, Nicota Pinto Alves, depois de encerrado o movimento, cuidou da família dos exilados e foi homenageada com a honra de ser a primeira mulher a ser sepultada no Mausoléu do Soldado Constitucionalista, entre os heróis da revolução, no Ibirapuera.</p><p>Na homenagem do tribunal estiveram presidente vários amigos entre os quais os atores Lima Duarte e Juca de Oliveira que interpretaram seus poemas e, como ilustração, foi exibido um filme que o homenageado não mais se lembrava de sua posse na Academia Paulista de Letras, em 1960, com a presença de Ibrahim Nobre, o grande tribuno da revolução, pessoa a quem poeta dedica especial veneração. Poucos devem saber mais sobre São Paulo e sua história do que esse artífice de palavras aclamado "Príncipe dos Poetas Brasileiros". Humildemente, entretanto, guarda muita informação consigo ou atribui a terceiros um saber maior a respeito de fatos marcantes ligados à terra bandeirante. Além disso, conviveu com personalidades que ajudaram a escrever a história paulista.</p><p>Paulo Lébeis Bomfim tem recordações da São Paulo de sua infância e são muitas, uma delas de Vila Buarque, na casa da Rua Rego Freitas, 59, onde morou quando pequeno e que no seu entender era quase um "centro cultural", que girava em torno das tias Cecília e Magdalena Lébeis, que mantinham contato com intelectuais como os poetas parnasianos Coelho Neto e Martins Fontes, que Paulo chegou a conhecer embora menino, além de Guilherme de Almeida e do maestro Heitor Villa - Lobos, ao qual Magdalena, pianista, foi uma de suas grandes intérpretes. "Daquele bairro que conheci nada mais existe a não ser a Igreja da Consolação, única referência ainda viva dos meus dias de menino", nos disse certa vez o poeta.</p><p>Ajudando resgatar essas lembranças a historiadora Ana Luiza Martins se pôs a compilar as crônicas e as poesias de Paulo Bomfim preparadas ao longo de sete décadas e as inseriu em "Insólita Metrópole" (Ateliê Editorial), livro publicado em 2013, onde casos interessantes são descritos, alguns dos quais ouvidos pessoalmente dele.</p><p>Em uma reportagem para a Rádio Eldorado no Cemitério da Consolação, entrevistando o especialista em memória cemiterial, Délio Freire dos Santos, o poeta seguiu a meu lado complementando as informações sobre pessoas ilustres ali sepultadas. Após a gravação, Paulo me contou que quando vai a esse cemitério, deixa uma rosa para a marquesa de Santos, sobre o túmulo onde ela descansa. "Certa vez quando eu depositava uma flor para dona Domitila, vi uma preta velha ajoelhada rezando. Ela virou-se para mim e perguntou se eu era devoto da marquesa. Eu disse que sim e ela me falou que havia recebido um milagre dela porque pediu à marquesa que intercedesse junto ao professor Pietro Maria Bardi, então diretor do Museu de Arte de São Paulo, que autorizou uma exposição dela no Masp. A mulher estava lá pagando a promessa".</p><p>Paulo Bomfim conviveu com Anita Malfatti que pintou seu rosto em 1946, para a capa de seu primeiro livro, Antonio Triste, com prefácio de Guilherme de Almeida. Mário de Andrade frequentou sua casa na Vila Buarque quando ele era menino e ao vê-lo, certa vez, com seis anos de idade, caminhando com a mãe pelo antigo Viaduto do Chá, cujo piso era de madeira, brincou e disse: "Vamos precisar de você para entregar cartas aos soldados na batalha constitucionalista". Paulo diz que ficou eufórico com o convite e passou a pedalar intensamente seu triciclo. "Eu acreditava que aquilo me deixaria forte a ponto de começar logo a fazer as entregas". Poucos anos depois Mário foi a uma festa de Ano - Novo da família e tudo parecia meio desanimado. "Foi então que ele puxou um cordão pela sala, as tias na frente e eu criança no fim da fila e ficamos todos alegres ao final." Outra coisa que o poeta disse não esquecer foi o dia em que Mário de Andrade morreu. "O velório aconteceu na casa dele, na Rua Lopes Chaves e Leonor Aguiar, uma mulher inteligentíssima que declamava russo, entrou com uma roupa e quando se aproximou do caixão resolveu trocar. Tirou o vestido, ficou de combinação na frente do morto e de todos os presentes e colocou outro sem a menor cerimônia".</p><p>Fez seus estudos no tradicional Colégio Rio Branco e um de seus colegas de sala de aula, no primeiro ano do antigo curso primário, foi o empresário Antonio Ermírio de Moraes. A primeira professora dos dois foi dona Soledad pela qual tinham muito carinho e com quem mantinham um contato carinhoso que se estendeu pelo restante da vida dela. Vez por outra, já adultos, mandavam bilhetinhos carinhosos à professorinha que em um determinado dia pediu que eles comparecessem à sua casa. Os dois para lá foram e preocupados acreditavam tratar-se de algum problema de saúde, achando que a antiga mestra precisava de ajuda, mas para a surpresa não foi bem isso. Ela cobrou atenção de Paulo Bomfim e Antonio Ermírio pela forma "desleixada" como eles estavam escrevendo e saiu dizendo: "Tenho lido os bilhetes que vocês me mandam e percebo que a letra de vocês está cada vez pior. Quero que vocês venham aqui mais vezes para que eu possa dar novamente a vocês, aulas de caligrafia."</p><p>Na infância Paulo Bomfim frequentou a Biblioteca Infantil da Vila Buarque onde pegou gosto por escrever e lá se tornou poeta, mas não sabe bem por quê. "A poesia me procurou e não eu a ela", costuma dizer. Em seu primeiro livro escreveu, <em>"...lembrava-me de um balão que, multicor, se vê no firmamento, não se sabe donde veio, não se sabe aonde vai, não era velho, não era moço, não tinha idade, ... Antônio Triste." </em></p><p>Como não se vive só de poesia, Paulo Bomfim se tornou jornalista, se destacando a partir da década de 1950, nos Diários e Emissoras Associados, do empresário Francisco de Assis Chateaubriand, o Chatô. Na TV Tupi apresentou o "Mappin Movietone", um noticioso que precedeu no formato ao Jornal Nacional. Teve ainda outro programa, "Universidade na TV", que foi ao ar na TV Cultura que pertenceu aos Associados. O poeta publicou durante anos uma crônica semanal no "Diário de São Paulo", passando depois para o Correio Paulistano e Diário de Notícias e assina agora uma coluna no jornal forense "Tribuna do Direito", mantendo-se assim na ativa. Dessas publicações a historiadora Ana Maria Martins retirou as crônicas que compõem o novo livro. Nele, em sua sensibilidade poética, Bomfim procura dizer de seu amor pela cidade de São Paulo explicando que, <em>"o corpo de São Paulo foi formado pelo sangue e a carne de João Ramalho e Bartira, filha de Tibiriçá. O pensamento é de Manuel da Nóbrega, mas a alma é de José de Anchieta. Já o governo veio de Santo André, a vila dos parentes de João Ramalho". </em></p><p>Na vida boêmia Paulo conheceu a Praça Marechal Deodoro antes que o Minhocão a deteriorasse e diz que ali costumava encontrar amigos, entre eles o Quincas, irmão do cantor Nelson Gonçalves, o próprio Nelson, vez em quando e Abelardo Pinto, mais conhecido como o palhaço Piolim. Do meio artístico também foi amigo de Aracy de Almeida, a cantora que melhor interpretou as canções de Noel Rosa. Ele conta que recém-casado com Emy (Emma Gelfi Bomfim) recebeu Aracy em sua casa modesta. "Ela disse que se sentia triste no hotel e me pediu para passar uns dias em casa", contou Paulo acrescentando que não houve dúvidas, as crianças deixaram o quarto e ela se instalou nele e foi ficando. Voltava das boates de madrugada e ficava fazendo interurbanos intermináveis para o Rio de Janeiro e assim ia até o amanhecer. Quase três meses depois trouxe uma arara que ganhou de presente na boate Jangada, levou o bicho para o quarto e com o bico a arara começou a morder os móveis. "Não aguento mais!" E o poeta expulsou a ave e como resultado ouviu de Aracy: "Se é assim, também me retiro". Foi a única vez que o refinado Paulo Bomfim admite ter perdido a paciência. Mas sobram-lhe qualidades, por exemplo: Duvido que alguém já tenha ouvido ele falar mal de alguma pessoa, se tiver que elogiar, aí sim, mas prefere ficar calado a ter que criticar. Paulo Bomfim é um homem extremamente bom e muito amigo também. Se houvessem mais pessoas como ele o mundo seria melhor. Para finalizar, sua poesia respira cidade.</p><p><strong>Minha Insólita Metrópole</strong> (Paulo Bomfim)</p><p><em>Minha insólita metrópole, capital de todos os absurdos! Música eletrônica em fundo de serenata, paisagem cubista com incrustações primitivas, poema concreto envolto em trovas caboclas. Cidade feita de cidades, bairros proclamando independência, ruas falando dialetos, homens com urgência de viver. Oceano feito de ilhas. Ilhas chegando, ilhas sangrando, ilhas florindo. Os céus cansados do concreto que arranha. Cresce o mar das periferias. No barco dos barracos navega um sonho. No fundo de cada um dos cidadãos do mundo, dorme a província. Ali a velha igreja com seu campanário esperando a mantilha da noite. Anúncios luminosos piscam obsessões. O asfalto é irmandade de credos. No centro, todos os vícios e todas as virtudes convivem nas esquinas da São João. Os domingos são quadrados. Cabem dentro da tela de cinema, do aparelho de televisão, da página do jornal, do campo de futebol. O metrô é mergulho no inconsciente urbano. Nele o mesmo silêncio dos elevadores. Convívio de sonâmbulos, de antípodas da fila de ônibus e do trem de subúrbio onde há tempo para o cansaço florir num sorriso. Aqui o verde é esperança cobrindo o frio de existir. Teatros e o ballet da multidão, museus contemplando o quadro dos que se agitam, orquestras e a sinfonia de uma época em marcha. Nestes tempos modernos, Carlito operário ou estudante, comerciário ou burocrata, é técnico em sobreviver. Planalto dos desencontros, porto dos aflitos, rosa de eventos onde até o futuro tem pressa de chegar. Mal-amada cidade de São Paulo, EU TE AMO!</em></p><p><strong>Serviço:</strong> INSÓLITA METROPOLE - SAO PAULO NAS CRÔNICAS DE PAULO BOMFIM Formato: Livro Organizador: MARTINS, ANA LUIZA Baseado vida/obra: BOMFIM, PAULO Idioma: PORTUGUES Editora: ATELIÊ Assunto: LITERATURA BRASILEIRA - CONTOS E CRÔNICAS Preço: R$ 78,00</p><p><strong>Ouça o programa Estadão Acervo: </strong>http://radio.estadao.com.br/busca/acervo</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Os 89 anos do poeta Paulo Bomfim]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/os-89-anos-do-poeta-paulo-bomfim/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/os-89-anos-do-poeta-paulo-bomfim/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Wed, 30 Sep 2015 06:09:54 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>O poeta Paulo Bomfim, no meu entender, é o mais brilhante entre todos os que integram a Academia Paulista de História - APH, da qual também faço parte. Parece não haver tema que ele desconheça, quando o assunto é São Paulo.</p><p>Certa vez ocupando a tribuna, em reunião alusiva às comemorações de mais um aniversário da Revolução de 1932, junto aos colegas de sodalício, o poeta evocou a figura do jurista Ibrahim Nobre, contando uma passagem interessante sobre esse intelectual em breve discurso:</p><p>"Oito de julho de 1932, no Largo da Sé, o comício fervia indignação. Corria de boca em boca a notícia que Oswaldo Aranha, porta - voz do ditador Getúlio Vargas, encontrava-se em São Paulo, na Vila Kyrial, em Vila Mariana, residência de seu parente Freitas Valle. Os manifestantes enfurecidos saem rumando para esse local. O tribuno Ibrahim Nobre fala a seu amigo Menotti Del Picchia que o acompanhava: - Vamos pegar um carro e ir para lá. No relato que o autor de 'Juca Mulato' me fez, - conta Paulo Bomfim - chegaram quando o povo se preparava para arrombar os portões da histórica mansão. Ibrahim sobe numa mureta e encostando o revólver na têmpora brada: - 'Paulistas, se vocês mancharem as mãos num gesto de covardia eu me mato de vergonha!' A multidão que o venerava, respeita sua voz e pouco a pouco vai se dispersando. O orador com aquele gesto salvara a vida do inimigo político. Anos mais tarde, conta Paulo Bomfim, indaguei a ele o que haveria acontecido se sua ordem não fosse cumprida. E ele me diz: - Eu teria me matado, porque há passos que não tem retorno. Este era Ibrahim Nobre, que quando promotor, a partir de 1930, bradava no Tribunal do Júri: 'Eu acuso ditadura!' Plantava-se no Palácio da Justiça a semente da revolução que lutaria pela lei e pelos brios de nossa gente."</p><p>Após a breve explanação, o lendário poeta é aplaudido efusivamente. Lembranças à parte, neste 30 de setembro seguimos nós comemorando mais um aniversário dele, o Príncipe dos Poetas Brasileiros e especialmente, o Poeta da cidade de São Paulo. Paulo Bomfim, que Deus lhe conceda ainda muitos de vida para que continue a nos brindar com sua genialidade.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[São Paulo mantém, mas não preserva a lenda do DC-3]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/sao-paulo-mantem-mas-nao-preserva-a-lenda-do-dc-3/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/sao-paulo-mantem-mas-nao-preserva-a-lenda-do-dc-3/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Fri, 18 Sep 2015 11:43:44 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Um saudoso modelo do avião Douglas DC-3, que permitiu o desenvolvimento da aviação comercial brasileira, trazendo pujança para São Paulo e para o Brasil no período pós-guerra (década de 1940), encontra-se estacionado em um canto do pátio do Palácio das Indústrias, no Parque Dom Pedro II, onde funciona o Projeto Catavento, voltado às crianças.</p><p>O aparelho deveria estar em melhor estado de conservação para ser mais visto e visitado, até mesmo ter alguém para explicar o seu funcionamento e a importância que teve ao desbravar os mais distantes e isolados rincões do país, em especial o Norte, o Centro-Oeste e o Nordeste, levando malotes do Correio Aéreo Nacional, dinheiro para os bancos, medicamentos, passageiros e encomendas diversas, permitindo a integração e o desenvolvimento irradiados a partir do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.</p><p>Única vantagem em se ter um DC - 3 parado em uma área do centro paulistano é que ao fotografá-lo, aparece ao fundo o edifício Altino Arantes, mais conhecido como "prédio do Banespa", um dos cartões postais da cidade de São Paulo em qualquer parte do mundo. Inspirado nesse visual é que busquei informações sobre esse avião com um amigo chamado Wanderley Duck, que me mandou um texto de um antigo aviador, Camilo R. C. Fernandes Costa, com mais detalhes desse aparelho.</p><p>Camilo conta que a maioria dos treze mil DC-3 fabricados pela Douglas, em Long Beach, na Flórida (E.U.A.), está atualmente em museus e hangares, mas ainda existem quatrocentos DC-3 em serviço comercial no mundo. No Brasil, os DC-3 começaram a operar em 1935 e viveram mais de três décadas de glória. A antiga Pan Air do Brasil chegou a ter 23 aparelhos DC-3 e a Real Aerovias operou 70 DC-3. A Varig utilizou-os até fevereiro de 1973 e a Vasp empregou aviões DC-3 em sua Rede de Integração Nacional, subvencionada pelo governo federal. Pequenas linhas regionais fizeram uso do DC-3 no Brasil até 1985, embora pertencem a uma época em que havia romantismo e glamour nas viagens de avião. "Viajar de avião era sempre um grande acontecimento na vida das pessoas, principalmente porque o custo das viagens era elevado. Os DC-3 tinham 28 lugares, em 14 fileiras, mais o acento do comissário", explica Camilo Costa, avisando que a aeronave não subia além de três mil metros de altitude, por não ser pressurizada. Como não subia acima das nuvens, os pilotos precisavam encarar as tempestades debaixo d'água, e os consequentes raios e trovoadas. "Assim, uma viagem do Rio de Janeiro a Natal, por exemplo, levava oito horas. São Paulo a Rio Branco ou São Luis, dois dias, com pernoite, voando somente durante o dia. Os pernoites eram em Cuiabá ou em Goiânia", informa.</p><p>Em abril de 1945 a Pan Air recebeu sua primeira aeronave DC-3 (prefixo PP-PBU), marcando época em suas operações. A partir da década de 1970, os DC-3 passaram a ser vistos como obsoletos, pois estavam entrando no mercado os aviões turbo -hélice e a jato puro. Mas foi um DC-3, denominado "Clipper", da Pan American, com o Comandante Wood, entre outros aviões, que deixou a estação de passageiros do Aeroporto de Congonhas e inaugurou sua torre de controle em agosto de 1945. Os DC-3 eram resistentes e pousavam até em pistas precárias, de cascalho ou de terra batida. Possuíam dois motores Pratt &amp; Whitney R-1830-92 a hélice, robustos, a gasolina, com 1.050 HP cada um. "Tanta capacidade, o ajudava enfrentar os piores solavancos em mãos inexperientes ou nas más condições dos campos de pouso, pois eram a versão comercial do avião militar C-47 usado pela Força Aérea dos Estados Unidos na Segunda Guerra para o transporte de tropas, equipamentos, armas e munição. Terminado o conflito, o excedente de produção foi vendido a companhias aéreas brasileiras por preços irrisórios, esclarece Camilo.</p><p>Convém lembrar que as Bases Aéreas do Nordeste Brasileiro, em especial a Base de Natal, serviram de maneira eficaz aos países aliados, proporcionando o sobrevoo do território africano, então em poder do inimigo. "Nessa época, formou-se no nosso Nordeste o chamado "Trampolim da Vitória", onde o DC-3 exerceu papel vital, visto que os Estados Unidos haviam perdido sua rota aérea para a Austrália, cortada pelo inimigo, com a tomada da Ilha Wake que impossibilitava o acesso ao Pacífico Ocidental, colocando em risco as forças aliadas naquela região", escreve o especialista, acrescentando que "as bases no Brasil permitiram enviar os reforços necessários ao Pacífico e foi graças à munição embarcada em nosso Nordeste que o Marechal Rommel recuou em El Alamein. Tão importante foram as bases do Nordeste, que o General Henry H. Arnold, comandante da Força Aérea dos Estados Unidos, declarou, em banquete oferecido pelo Ministro Salgado Filho, "ter sido impossível vencer sem as bases do Brasil". Com a venda dos equipamentos aéreos de guerra ao Brasil, muitos rádio-amadores vieram a possuir um receptor BC-348 usado no DC-3. Esses aviões levavam na tripulação, um rádio-operador telegrafista.</p><p>Aos poucos, os DC - 3 foram sendo substituídos por outros aviões, como os YS-11, de fabricação japonesa, em época que os Bandeirantes, da Embraer, já começavam a operar no território nacional. O então presidente da Vasp, Luiz Rodovil Rossi, chegou a entregar alguns DC-3 para o Projeto Rondon, como doação para objetivos altamente patrióticos, levando universitários em período de férias a regiões remotas da Amazônia, para prestar socorro médico e odontológico. Foi num DC-3 que o ditador Fulgêncio Batista partiu de Cuba para o exílio após a vitória de Fidel e Guevara na Revolução de 1959. Em alguns lugares do Brasil, voava-se de DC-3 sem radar a bordo, onde o único auxílio de terra eram as emissoras comerciais de rádio AM.</p><p>Um rádio-goniômetro a bordo (Automatic Direction Finder - ADF) indicava ao piloto o rumo da estação. "Os DC-3 foram a grande escola dos futuros pilotos e comandantes dos turbo-hélices e jatos que viriam em seguida", conclui Camilo R.C.Fernandes Costa em seu artigo a nós oferecido. Por essas informações e tantas mais é que os exemplares existentes do avião Douglas DC - 3 de longas asas que possibilitavam continuar voando mais algum tempo, como um planador, mesmo sem combustível, merecem melhor preservação.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Os 50 anos do TUCA -- Teatro da Pontifícia Universidade Católica]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/os-50-anos-do-tuca-teatro-da-pontificia-universidade-catolica/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/os-50-anos-do-tuca-teatro-da-pontificia-universidade-catolica/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Fri, 11 Sep 2015 12:08:03 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Contamos aos ouvintes no programa Estadão Acervo que em abril de 1965, cartazes espalhados pelo campus da PUC de São Paulo anunciavam: O Tuca vem aí. O Tuca - Teatro da Pontifícia Universidade Católica, além de um espaço cultural se tornou conhecido no Brasil todo como foco de resistência ao regime militar e completa agora 50 anos neste mês de setembro.</p><p>Para a montagem do teatro foram feitas três contratações: Roberto Freire como diretor geral do grupo de teatros, Silnei Siqueira, profissional vindo da TV Record, seria o diretor de atores e José Armando Ferrara responderia pela cenografia. Depois de um contrato de liberação de verbas pela Secretaria de Estado da Cultura, a peça escolhida para a inauguração foi Vida e Morte Severina, de João Cabral de Melo Neto. Os motivos da escolha se deram pelo fato do autor ser brasileiro e o tema tratava de uma realidade social que ia ao encontro da ideologia estudantil, além do que, havia atores interessados no texto. A música tema da peça Morte e Vida Severina é uma composição de Chico Buarque de Hollanda que se chama "Funeral de um Lavrador". Ele também elaborou as demais trilhas sonoras do espetáculo.</p><p>O jornalista e professor universitário, Jorge Claudio Ribeiro, conta que o espaço surgiu graças ao esforço de várias pessoas, em um período de censura e ditadura, para a montagem de espetáculos, "o próprio Chico Buarque vendeu um Fusca que tinha para ajudar na montagem da peça", contou Ribeiro ressaltando o empenho do artista na elaboração das músicas da peça que lhe deram muito trabalho. A trama fala da viagem de um retirante nordestino que foge da seca no sertão e vai a Recife na busca de melhores condições de vida. No dia da estreia a Polícia Federal compareceu de forma a intimidar o público que comparecia, mas o espetáculo transcorreu normalmente.</p><p>Mas não foi apenas a peça de João Cabral de Melo Neto que marcou a trajetória política do Tuca nesses 50 anos, houve ali uma das edições do Festival Internacional da Canção, em 1968, onde Caetano Veloso entra em discussão com o público que o vaiava por estar cantando "É proibido proibir". O público não entende o sentido da letra e vaia. Caetano encerra a canção e questiona: "Mas é essa a juventude que quer assumir o poder? Vocês não estão entendendo nada!" Rebate. Houve outras frases profundas naquele desabafo de Caetano Veloso visto que muitos acontecimentos na área política e social não eram informados à população devido à censura e as pessoas se sentiam confusas em se posicionar politicamente, em especial os jovens.</p><p>Aquele ano terminaria sob a vigência do Ato Institucional no. 5, promulgado a 8 de dezembro de 1968, proibindo e autorizando a repressão policial a manifestações em lugares públicos, antes porém Caetano cantou o que viria e o público não entendeu. Naquele dia do festival, Caetano Veloso precisou sair do Tuca pelos fundos, escondido em meio às obras de construção do restaurante universitário para não ser agredido pelos estudantes.</p><p>A censura e a repressão da ditadura militar continuariam de olho no Tuca por muito tempo. Henrique Suster, diretor do Teatro da Universidade Católica, entre 1969 e 1974, fala de um show de Chico Buarque, onde ele e o artista enfrentaram a truculência da Polícia Federal depois do espetáculo. "Eles se dirigiram aos camarins e nos cercaram, fizeram um discurso contra a subversão a mim e ao Chico, deram alguns empurrões e pontapés em nós e foram embora, mas não prenderam ninguém.</p><p>Outro acontecimento marcante e hoje parte da história do Brasil, aconteceu em 22 de setembro de 1977, quando aproximadamente 500 policiais da tropa de choque, invadiram o campus da PUC, em São Paulo, espancaram e prenderam, conforme os jornais, aproximadamente 2 mil estudantes que participavam de um ato público. Alguns foram arrastados para fora do campus e outros ficaram feridos a golpes de cassetete e pontapés.</p><p>Foram explodidas cinco bombas de gás lacrimogênio e lançados vários "petardos" deixando 15 pessoas feridas, cinco delas com queimaduras de terceiro grau. A operação bélica visava impedir manifestações pela reorganização da União Nacional dos Estudantes - UNE, tema daquela reunião estudantil que acontecia na parte de dentro do campus universitário, local considerado território independente, que não poderia mesmo naquela época de vigência do AI-5 ser ocupado pelo Estado.</p><p>O comandante da invasão da PUC foi o coronel Erasmo Dias, então secretário da Segurança Pública. Após a confusão estudantes de outras universidades anunciaram que no dia seguinte fariam uma grande passeata pelas ruas do centro da cidade exigindo o fim dos atos institucionais e a anistia aos presos políticos. Não havia redes sociais, a manifestação foi marcada para as cinco da tarde pelos próprios estudantes e havia o temor de que a repressão poderia ser ainda maior que na PUC.</p><p>A Praça da República já amanheceu policiada pelo Batalhão de Choque da PM. A caminhada estudantil teve início no horário marcado saindo dos fundos do Teatro Municipal, subindo a Avenida São João no sentido República e Sé. O policiamento era grande, mas a passeata transcorreu sem incidentes, apesar das palavras de ordem e provocações ao regime militar que preferia agora não dar alarde ao exterior que havia de fato repressão no país.</p><p>Tais acontecimentos se somaram a outros que levaram o governo a promover uma abertura política, mesmo assim, o Tuca ainda seria vítima de outro atentado. Em 22 de setembro de 1984, um incêndio considerado criminoso destruiu quase que completamente o teatro. Uma campanha de reconstrução mobilizou a sociedade para reabri-lo de forma precária, quatro anos depois. No primeiro espetáculo após a volta ainda não havia poltronas e só em 2003 o prédio seria modernizado por completo, mantendo nas paredes, as marcas do fogo, de forma a mostrar às novas gerações a importância do Teatro da Pontifícia Universidade Católica no engrandecimento da cultura nacional e na conquista das liberdades democráticas.</p><p>Tudo isso é parte da história do Tuca, uma referência para o país. Desde 2006 existe um Centro de Documentação e Memória do teatro e para conferir as novidades do cinquentenário, acesse o portal: www.teatrotuca.com.br</p><p>Para ouvir a reportagem que preparamos sobre o Tuca para a Rádio Estadão clique no link abaixo e vá ao terceiro bloco do programa.</p><p><a href="http://radio.estadao.com.br/audios/detalhe/radio-estadao,ouca-a-integra-do-estadao-acervo,468681">Estadão Acervo</a></p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Os 20 anos do Windows 95 e o museu brasileiro do computador]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/os-20-anos-do-windows-95-e-o-museu-brasileiro-do-computador/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/os-20-anos-do-windows-95-e-o-museu-brasileiro-do-computador/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Sun, 30 Aug 2015 15:36:35 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Há 20 anos os computadores passariam em definitivo a fazer parte do cotidiano das pessoas. Era lançado o Windows 95 que pelas facilidades e benefícios que trazia, conquistou seu espaço não só nas empresas, mas dentro das casas, nos lares de cada um de nós. Em julho último, a Microsoft lançou o Windows 10 que pode ser baixado gratuitamente e entre os dois, claro, existe um abismo de capacidades.</p><p>O Windows 95 era vendido em lojas especializadas e chegava em uma caixa contendo oito disquetes a serem instalados no PC. Com o Windows 95 as pessoas começaram a armazenar fotografias e gravações e o computador deixou de ser um objeto de uso exclusivo do escritório, entrando para dentro das residências. Um empresário de informática que pesquisa a evolução dos computadores desde 1961, José Carlos Valle, guarda em um galpão, em Itapecirica da Serra, cerca de 125 mil itens entre computadores, programas e peças digitais que ele pretende transformar no Museu do Computador. Para isso ele busca parcerias porque sua proposta é bem ousada e abrange uma viagem no tempo mostrando a evolução não só dos computadores, mas também dos videogames. Por isso admite que classificar o projeto apenas de museu é algo simples demais, "na verdade será uma arena - tech", afirma.</p><p>José Carlos Valle decidiu preservar também os computadores fabricados no Brasil na fase da reserva de mercado, entre 1984 e 1992, quando o país proibia a utilização de tecnologia estrangeira para projetos digitais. A proposta era formar e desenvolver tecnologia brasileira, especializada na montagem microeletrônica de computadores, arquiteturas de hardware, desenvolvimento de software básico e de suporte, entre outros. Mas não havia no país conhecimento suficiente para se desenvolver algo competitivo com o exterior e hoje tudo aquilo que foi fabricado não serve para absolutamente nada. "Até uma máquina de escrever tem, cronologicamente, mais tecnologia que os PCs nacionais da Cobra, Cisco e Sharp colocados à venda nessa fase, mesmo assim preservo para efeito de pesquisa histórica, pois a ideia do museu abrange informação do passado, educação e conhecimento", avalia o pesquisador digital.</p><p>O Museu do Computador por enquanto não está aberto ao público, mas o objetivo é abri-lo o quanto antes. Valle sugere parcerias que vão da doação de máquinas antigas por parte de empresas até financiamentos com base na lei de incentivo a cultura. "Recolher lixo eletrônico para nós é importante porque uma parte vai para o acervo do museu e outra parte nós vendemos e com esses recursos ajudamos na manutenção do projeto".</p><p>Única pergunta que o empresário e curador do Museu do Computador, José Carlos Valle, ainda não pode responder é se o Windows 10 terá alguma chance de no futuro ser tão amado quanto o Windows 95 foi, em sua época. "Essa é uma questão que só o tempo saberá responder", conclui deixando à disposição dos interessados em parcerias, palestras ou exposições, bem como aos simplesmente curiosos os seus contatos: <a rel="nofollow" href="http://www.museudocomputador.org.br">www.museusdocomputador.org.br</a> ou pelo telefone 11- 4666-7545</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Estados Unidos reabrem embaixada com festa e desconfiança mútua]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/estados-unidos-reabrem-embaixada-com-festa-e-desconfianca-mutua/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/estados-unidos-reabrem-embaixada-com-festa-e-desconfianca-mutua/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Mon, 24 Aug 2015 07:02:46 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Um dia histórico, 14 de agosto de 2015. Depois de 54 anos, a bandeira dos Estados Unidos voltava a tremular em solo cubano e numa cerimônia com a presença do secretário de Estado norte - americano John Kerry e autoridades cubanas, uma cerimônia marcou a reabertura da embaixada em Havana.</p><p>Decidimos contar pelo rádio de modo ilustrado e musical a trajetória desses acontecimentos envolvendo EUA e Cuba desde 1959 até os dias atuais, com sucessos de época não só da música americana, mas do repertório cubano repleto de ritmos latinos como a salsa, o mambo e a rumba.</p><p>Tudo foi ao ar no Estadão Acervo programa que apresentamos nos finais de semana pela Rádio Estadão, mas que você pode ouvir novamente em nosso portal, acessando:</p><p>http://radio.estadao.com.br/busca/acervo</p><p>Entre os convidados estavam três fuzileiros aposentados que em 1961 baixaram a bandeira americana pela última vez. Décadas depois esses mesmos soldados passaram uma nova bandeira aos jovens que hoje servem o exército dos Estados Unidos que a hastearam a bandeira de listras brancas e vermelhas e 48 estrelas no jardim do prédio da embaixada em frente para o mar.</p><p>Falando em espanhol aos presentes, John Kerry reconheceu que o isolamento, segundo ele mútuo, entre Estados Unidos e Cuba não foi o correto e que o momento de se seguir a uma direção mais promissora, complementou John Kerry. Se novos tempos sinalizam para um convívio pacífico, quais os motivos que levaram a um rompimento de relações que durou tanto?</p><p>A Revolução Cubana foi um movimento armado e guerrilheiro que culminou com a destituição de um presidente que tinha apoio dos Estados Unidos. Os cubanos estavam descontentes com a política do ditador Fulgêncio Batista, que na verdade havia sido eleito pelo voto popular em 1951, mas destituído do cargo, retornara ao comando do país com poderes ditatoriais a partir de 1955. Foi quando um grupo guerrilheiro comandado por Fidel Castro, opositor do regime, entrou em luta armada em Sierra Maestra, contra a guarda nacional do presidente e a 1º. de janeiro de 1959, enquanto o mundo saudava mais um ano novo, Fidel e seus liderados se apossaram de Havana, capital do país e destituíram Batista que por sua vez, se refugiaria nos Estados Unidos.</p><p>Outro comandante do exército rebelde era, Ernesto "Che" Guevara, médico e argentino que ajudou os guerrilheiros a se tornarem mais populares. Se referindo aos Estados Unidos, Guevara dizia que a Revolução Cubana significava a vitória do menor sobre o maior bem como a primeira derrota do imperialismo na América Latina.</p><p>Guevara era um político diferente dos demais. Dono de um carisma excepcional, emocionava as plateias com seu discurso firme e ao mesmo tempo romântico em que citava por vezes versos poéticos escritos por ele ou outros autores. Chegou a ser condecorado no Brasil, pelo então presidente Jânio Quadros , que se dizia seu admirador. É o autor da célebre frase "seja duro, mas sem perder a ternura." Acredita ser possível ampliar a revolução a outros países, passando a organizar um movimento guerrilheiro na Bolívia, onde foi morto pelo exército boliviano em La Higuera, a 7 de outubro de 1967.</p><p>A política de Cuba especialmente na área econômica desagradava os Estados Unidos, pois até a revolução se mantinha no país uma verdadeira máfia que administrava hotéis, cassinos e casas noturnas. Eram muitas as pressões de ambos os lados e os Estados Unidos acabaram rompendo relações diplomáticas até que 1962, espiões americanos descobrem a presença de mísseis nucleares em Cuba. Este é o princípio da chamada "crise dos mísseis" com os Estados Unidos bloqueando a costa cubana.</p><p>Havia o prenúncio de um confronto entre russos e americanos de sérias conseqüências. O impasse começa a 23 de outubro de 1962 e após 13 dias à beira de uma guerra nuclear, o impasse é resolvido em 16 de novembro com o governo soviético concordando em retirar seus aviões pousados em Havana.</p><p>Mesmo com o impasse solucionado os norte - americanos decidem impor um embargo ao comércio e repor definitivamente relações comerciais com os cubanos, situação que ainda permanece. Este embargo dificulta outros países que mantêm relações com os Estados Unidos estabelecer relações comerciais com Havana.</p><p>Fidel Castro se tornaria o inimigo número um de Washington nos anos 60 pela reputação de esquerdista, especialmente nos países latino-americanos onde por precaução os militares assumem o comando em diversos países do cone - sul. Ao povo cubano Fidel fazia discursos que duravam seis até oito horas sempre criticando os Estados Unidos. No Brasil falar em Cuba era querer ser comunista até que um jornalista brasileiro resolve em plena ditadura visitar a ilha de Fidel Castro. Fernando Morais visitou Cuba e escreveu um best-seller, "A Ilha" virou ícone da esquerda brasileira e entre os estudantes universitários após a abertura política.</p><p>O livro aborda a Cuba pós-revolução sob diversos aspectos: cotidiano dos anos 70; cultura e relações com o mundo, urbanização, eleições ou a falta delas, reforma agrária e economia. O livro ressalta: "Cuba eliminou o analfabetismo e reduziu a mortalidade infantil acima de qualquer outro país latino - americano, bem como nos aspectos educação; saúde e esportes.</p><p>Por causa do boicote americano, Cuba estabeleceu um rigoroso racionamento, inclusive de comida que persiste até agora. Isso tornou a economia cubana dependente da União Soviética. A queda do Muro de Berlim, que estabeleceu o fim do regime comunista, representou um duro golpe ao que se mostrava no livro de Fernando Morais. Toda a ajuda financeira recebida por outros países comunistas desapareceu. Atualmente em Cuba os empregos são escassos, o comércio é pequeno, não há lojas de grife e o principal produto de exportação continua sendo a cana de açúcar.</p><p>A internet ainda é discada e só há banda larga só nos hotéis de turismo internacional. O salário médio de um cubano é 480 pesos ou US$ 20 aproximadamente. Por isso os automóveis continuam sendo a principal atração de quem circula por Havana. São quase todos fabricados nos Estados Unidos antes de 1959, ano da revolução. Também há carros soviéticos como o Lada e o Moscovich. Ter um carro em Cuba é como ter uma casa ou apartamento, é um bem passado de pai para filho. Por isso todos consideram que uma viagem a Cuba pode significar uma viagem no tempo, mas é importante citar que a embaixada cubana em Washington reabriu, mas o secretário de Estado, John Kerry, também deixou claro que, apesar do histórico acontecimento, seu país ainda mantém críticas à política de Cuba no que diz que respeito aos direitos humanos. Por outro lado, o ex-presidente Fidel Castro veio a público defender uma indenização pelos prejuízos do embargo imposto há mais de 50 anos.</p><p>Vale lembrar que apenas 90 milhas de mar separam Miami de Havana e agora as portas estão abertas novamente para ir e vir, mas só a passeio. Dificilmente cubanos voltarão a fixar residência com facilidade nas terras de Tio Sam.</p><p>Ouça o Estadão Acervo aos sábados às 6 e 18 horas com reprise no domingo também às 6 da manhã na Rádio Estadão - FM 92,9 mHz.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Funcionário vai auxiliar deficientes em supermercados]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/funcionario-vai-auxiliar-deficientes-em-supermercados/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/funcionario-vai-auxiliar-deficientes-em-supermercados/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Mon, 17 Aug 2015 07:49:46 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Os supermercados devem servir também como área de convívio social da população. Até por esse motivo, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da Câmara dos Deputados, aprovou proposta que obriga os supermercados, varejões e estabelecimentos semelhantes a disponibilizar funcionários para, em caso de necessidade, auxiliar pessoas com deficiência e mobilidade reduzida a realizar suas compras.</p><p>O texto aprovado é o substitutivo da relatora, deputada Conceição Sampaio (PP-AM), ao projeto do deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP). A relatora apresentou substitutivo para que a medida integre a Lei de Acessibilidade. "É mais interessante que tal legislação faça parte de um projeto maior em lugar de ficar uma lei isolada das outras, o que facilita sua consulta e difusão", afirmou.</p><p>Conceição Sampaio também retirou do texto descrição detalhada das atividades de apoio que o funcionário deveria realizar. A proposta aprovada determina que os estabelecimentos tenham faixa de piso tátil na entrada para clientes até uma área plana que esteja no interior do recinto.</p><p>A fiscalização da medida caberá aos órgãos de defesa do consumidor. No projeto original, essa atribuição estava prevista para os órgãos municipais. "Os órgãos de defesa do consumidor são os mais bem equipados para a fiscalização do cumprimento desta lei", afirmou Sampaio. A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Desenvolvimento Econômico e de Constituição e Justiça. Tal prática já é exercida em supermercados de outros países, como o Canadá, por exemplo.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Constellation: Um passeio aéreo e musical pelas ondas do Rádio]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/constellation-um-passeio-aereo-e-musical-pelas-ondas-do-radio/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/constellation-um-passeio-aereo-e-musical-pelas-ondas-do-radio/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Tue, 11 Aug 2015 08:53:00 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>No programa Estadão Acervo fizemos uma viagem maravilhosa nos universos da música e da aviação. Antes de convidá-lo para viajar nos sons da Rádio, peço a você que leia esse nosso texto que fala de nostalgia.</p><p>O hino da cidade do Rio de Janeiro é chamado "Cidade Maravilhosa", uma marcha composta por André Filho e arranjada por Silva Sobreira para o Carnaval de 1935. Esse adjetivo para a cidade foi dado pelo escritor maranhense Coelho Neto em razão das belezas naturais desse lugar que parece ter sido escolhido por Deus para ser o mais belo entre todos. Na década de 1960, a marchinha de André Filho foi "oficializada" como hino. Se o Rio é bonito de se ver hoje, imagine em 1955. Mas por que 1955?</p><p>É que no dia 2 de agosto daquele ano, ou seja, 60 anos atrás, o mundo se tornava menor para os cariocas. Naquela data a Varig, maior companhia aérea brasileira, inaugurava uma nova rota entre Rio e Nova York utilizando sua nova aquisição, o avião Super Constellation G, a aeronave mais moderna entre todas já construídas até então. Antes do Constellation, uma viagem entre o continente sul americano e os Estados Unidos consumia 72 horas e diversas escalas. Com a nova aeronave o tempo de viagem caia para 20 horas com escalas em Belém, Trinidad - Tobago, República Dominicana para finalizar na "Big Apple".</p><p>Essa parte da história da aviação comercial virou tema de um espetáculo musical de teatro em cartaz em São Paulo cujo nome é Constellation - Uma viagem musical aos anos 50. Escrita por Cláudio Magnavita, a peça é ambientada no bairro de Copacabana, em 1955.</p><p>Era uma fase em que o Rio, ainda capital da República, permanecia sendo uma cidade encantadora de belezas naturais que maravilhava os olhos de celebridades internacionais. O ator Jarbas Home de Mello - diretor do espetáculo -informa que o enredo retrata uma viagem de avião de uma garota de 20 anos que ganha um concurso da Rádio Nacional para o voo inaugural do Super Constellation G. O cenário remonta a imaginação para o bairro de Copacabana onde essa moça reside com a mãe e uma tia e tem um noivo tenente da Marinha. "O conflito da história está no fato dessa moça fazer uma viagem para Nova York e abrir seus olhos para o mundo, em plenos anos 50, ou optar apenas por um futuro marido", explica o diretor, enfatizando que canções de sucesso naqueles anos dourados foram integradas à peça e interpretadas pelos próprios atores de acordo com a situação e os acontecimentos.</p><p>O avião fabricado pela Loockheed, o Super Constellation G, deu início às viagens de luxo da Varig. "Os avanços técnicos que possibilitaram encurtar a duração de uma viagem entre o Rio e Nova York foram os quatro motores de 18 cilindros cada um e injeção mecânica de combustível, além de uma potência de 3.400 cavalos, a maior obtida em motores a pistão" conta o comandante Antonio Carlos Volpin, um antigo piloto da Varig, ressaltando que o Constellation era uma aeronave com muitos requintes a bordo como espaçosas mesas que permitiam jogar cartas durante a viagem. Foi também o primeiro avião com largas poltronas reclináveis na "first class" e em alguns casos até com cabines privativas por encomenda, lembra o comandante Volpin, acrescentando que um cozinheiro especialmente contratado preparava os pratos em terra para serem servidos aos passageiros durante o voo com aquecimento em forno elétrico. Em preços atuais uma passagem Rio - Nova York no Constellation custaria em torno de R$ 9 mil.</p><p>Hoje uma viagem de avião nesse mesmo trajeto leva apenas 8 horas. Durante a peça Constellation - Uma viagem musical aos anos 50, a personagem principal, Regina Lúcia, que decide pela viagem, embarca ao lado de Jorginho Guinle, famoso socialite e playboy daquela época.</p><p><strong>Repertório: </strong> Heaven on Earth (Buck Ram) He's Mine (Buck Ram) My Prayer (G. Boulanger) Blueberry Hill (Lewis / Stock / Rose) Blue Moon (Richard Rodgers / Lorenz Hart) When I Fall In Love (V. Young / E. Heyman) Jambalaya (On The Bayou) The Great Pretender (Buck Ram) Donna (Ritchie Vallens) Surfin' USA (Chuck Berry / Brian Wilson) Only You (A. Rand / Buck Ram) Unchained Melody (A. North / H. Zareth) Stand By Me (B. King / J. Leiber / M. Stoller) Smoke Gets In Your Eyes ( J. Kern / O. Harbach) Unforgettable (I. Gordon) Happy Day</p><p>Todos os direitos reservados por Blah Cultural 2014. Este texto está protegido contra cópias. Se deseja obter nossa matéria, entre em contato com nossa redação através do email: redacao@blahcultural.com ou contato@blahcultural.com.</p><p><strong>Serviço:</strong> Constellation - Uma viagem musical aos anos 50, está em cartaz em São Paulo no Teatro Espaço Promon De Quinta e Sexta 21h | Sábado 19h | Domingo 19h30 Até o dia 27 de Setembro de 2015 O teatro fica na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1830 - Vila Olímpia - São Paulo - SP</p><p>Agora sim, Ouça o Estadão Acervo copiando e colando esse link: http://radio.estadao.com.br/busca/Acervo</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Quem souber pode me ajudar a explicar o Brasil]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/quem-souber-pode-me-ajudar-a-explicar-o-brasil/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/quem-souber-pode-me-ajudar-a-explicar-o-brasil/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Thu, 06 Aug 2015 10:04:43 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Procuro fazer da programação em meus horários na Rádio Estadão um espaço para que todos interajam e façam perguntas sobre todos os assuntos e os ouvintes questionam cada vez mais os motivos que levaram a nação a chegar a este ponto de quase insolvência governativa. Perguntam: Se a Polícia Federal trabalha para o governo, porque a Operação Lava - Jato, no momento em que começou a incomodar os integrantes do partido governista, não entrou na política do "abafo" como em tantas outras crises?</p><p>Realmente é estranho em país corrupto como o nosso. Tentando explicar, rememorei aos ouvintes que a Operação Lava - Jato começou próxima do início da campanha eleitoral, em março de 2014, para desvendar um grande esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobrás, grandes empreiteiras e políticos. Durante o ano passado foi discutida e votada uma MP que retirava de militares o comando da PF passando para as mãos dos delegados que evoluíam na carreira MP 657 aprovada pelo Congresso e sancionada pela Dilma resultado na lei 13047.</p><p>A partir daí talvez o governo tenha perdido o controle do comando da PF e a queda de braço entre Dilma e Eduardo Cunha ocupou os governistas logo após a eleição. O PT queria como presidente da Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) que já havia presidido a casa, com a intenção de se desvencilhar do PMDB que sempre apoiou o governo em troca de cargos e comando de ministérios.</p><p>A tentativa, errada por sinal, do ponto de vista político, foi de dar mais poder a partidos aliados menores como PR e PP. O PMDB fechou questão e elegeu Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como presidente por saber que ele, ligado a ala dos evangélicos inimigos dos petistas, seria uma pedra no sapato da presidente.</p><p>O governo tomou posse e já na primeira semana, Dilma teve problemas por causa do novo Ministro da Educação, Cid Gomes, indicado pelo PR, que se indispôs com os parlamentares chamando-os de "achacadores" sendo imediatamente destituído sendo nomeado um novo ministro fora dos quadros do PMDB, Renato Janine Ribeiro, um educador sem vínculos partidários.</p><p>Em seguida surgiu a tal lista do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que indicaria os nomes dos políticos que estariam no crivo da operação Lava - Jato, entre os quais Eduardo Cunha e o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-RJ).</p><p>Dilma comete mais um erro porque já estava indisposta com o presidente da Câmara e aí se indispõe com o presidente do Senado também. O ministro da Justiça conversa com representantes da Polícia Federal. Ao sair do encontro, o ministro Cardoso diz que não iria interferir no andamento das investigações. A Lava - Jato prosseguiu culminando na prisão de José Dirceu com Eduardo Cunha levando adiante sua fúria indomável contra os que o acusam de envolvimento em propinas.</p><p>O governo para fechar o caixa no azul em 2014 praticou "pedaladas fiscais" e se o Tribunal de Contas da União, em futuro próximo, vetar as contas de Dilma, fatalmente surgirão motivos para se pedir o impeachment. Entendo que seria melhor para a Dilma renunciar, mas o orgulho a impedirá de fazer isso porque se continuar irá somente administrar crises até o final de seu governo. Michel Temer já propõe um "chamamento" à nação para que o país volte a funcionar. A economia pode parar como já há uma porção de obras públicas paradas também.</p><p>Para o ex-presidente Lula, nada mais será como antes. Numa eventual nova eleição terá que enfrentar agora o PMDB frente a frente com candidato próprio, especialmente se Michel Temer por algum motivo vier a assumir. Quanto ao PSDB? Bem, como sempre em cima do muro esperando os acontecimentos para se posicionar, disputar a eleição e mais uma vez chegar ao segundo turno e perder. Se alguém tiver algo a acrescentar tem aqui espaço aberto. Assim me ajuda a explicar esse Brasil sem solução.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Da maioridade de Dom Pedro II aos dias atuais, o Brasil sempre foi um país de "pedaladas"]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/da-maioridade-de-dom-pedro-ii-aos-dias-atuais-o-brasil-sempre-foi-um-pais-de-pedaladas/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/da-maioridade-de-dom-pedro-ii-aos-dias-atuais-o-brasil-sempre-foi-um-pais-de-pedaladas/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Tue, 28 Jul 2015 09:43:28 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Um país não acostumado com a democracia leva seus habitantes e especialmente sua classe política a agir sempre em defesa dos próprios interesses. Começou com a independência proclamada pelo filho do rei de Portugal de quem todos queriam se livrar, mas para que "nenhum aventureiro lançasse mão", decidiu - se por uma proclamação realizada por quem já estava no poder. Depois desse momento, outro fato histórico, ocorrido há exatos 175 anos, levava adiante a regra das "pedaladas" com a qual convivemos até hoje. Em 23 de julho de 1840, o príncipe herdeiro do trono, dom Pedro I era declarado maior de idade.</p><p>Para explicar essa situação é preciso retornar ainda mais na história. A 7 de abril de 1831, dom Pedro I abdicava do trono em favor do filho Pedro de Alcântara, então com cinco anos de idade, porque desejava voltar a Portugal para governar aquele país.</p><p>Óbvio que o herdeiro era muito jovem para gerir ainda que fosse o poder moderador e para governar o país foi criada uma regência trina. José Bonifácio, escolhido para ser o tutor do jovem príncipe, chefiou essa regência, sucedido por Diogo Feijó e posteriormente Lima e Silva. "A antecipação da maioridade de dom Pedro aconteceu devido a pressões políticas de todo tipo, houve até quem pedisse a volta de dom Pedro I", analisou Célio Debes, historiador que ocupa as cadeiras de número cinco das academias paulistas de Letras e História, explicando que a saída de consenso para o impasse político sobre quem era o verdadeiro mandatário da nação, acabou levando à decisão de se antecipar a maioridade de Pedro II, então com 14 anos.</p><p>Afinal, numa monarquia parlamentarista o jovem príncipe só decidiria questões em último caso e assessorado por um corpo jurídico. Mesmo assim os conflitos de ordem política continuavam a ponto de Feijó que havia exercido a regência comandar em São Paulo, ao lado Tobias de Aguiar, a Revolta dos Liberais, em 1842.</p><p>O historiador avalia que o Brasil de hoje em alguns aspectos se assemelha ao mesmo país do passado, pela falta de equilíbrio político e administrativo que nos leva a situações hora mais grave ou menos grave. "Basta abrir um jornal brasileiro de qualquer época, a página política sempre revela assuntos envolvidos em tensão e impasse", observa. Célio Debes ressalta que a única diferença entre o Brasil atual e o do século XIX está no fato de hoje existir liberdade de imprensa o que não ocorria em períodos anteriores.</p><p>De fato, o jogo de interesses e as dificuldades econômicas, sem contar as roubalheiras, fazem com que o país viva a mercê das inumeráveis manobras políticas. Recentemente a Câmara dos Deputados discutiu a proposta de redução da maioridade penal de 16 para 18 anos que acabou rejeitada em uma seção e aprovada em outra no dia seguinte pela mesma casa legislativa e isto também é uma "pedalada".</p><p>No Brasil, entre 1822 e 1927, qualquer menor de idade que praticasse algum tipo de delito receberia o mesmo tratamento dispensado a bandidos, capoeiras e vadios. Uma vez capturados, todos eram atirados indiscriminadamente na cadeia. Em março de 1926, os jornais trouxeram uma estarrecedora história do menino Bernardino, de 12 anos, que ganhava a vida como engraxate no Rio de Janeiro. Ele foi preso por ter atirado tinta num cliente que se recusara a pagar pelo polimento de suas botinas.</p><p>Nas quatro semanas que passou trancafiado numa cela com 20 adultos, Bernardino sofreu todo tipo de violência. Os repórteres encontraram o garoto na Santa Casa "em lastimável estado" e "no meio da mais viva indignação dos médicos que o atenderam, contou o jornal. Foi a comoção causada por essa notícia que levou em 12 de outubro de 1927, o então presidente Washington Luiz a assinar uma lei que ficaria conhecida como Código de Menores.</p><p>Foi esse conjunto de leis que estabeleceu que o jovem é penalmente inimputável até os 17 anos e que somente a partir dos 18 responderá criminalmente podendo ser condenado à prisão. O que está em debate agora no país é a redução da maioridade penal para 16 anos.</p><p>Mas prestem atenção porque mudanças na lei poderão trazer de volta casos como o ocorrido com Bernardino, mesmo tendo se passado 89 anos. Afinal, o Brasil das manobras e das pedaladas ainda é o mesmo.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[O Rádio segue vivo e com ouvintes fiéis, confirma o IBOPE.]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/o-radio-segue-vivo-e-com-ouvintes-fieis-confirma-o-ibope/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/o-radio-segue-vivo-e-com-ouvintes-fieis-confirma-o-ibope/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Sun, 19 Jul 2015 14:04:37 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Para quem acha que o rádio é um veículo de massa superado, seguem resultados de uma pesquisa recente publicada no Portal dos Jornalistas e realizada pelo IBOPE Media, entre janeiro e março deste ano, revelando que o alcance do rádio (quantidade de pessoas que foram expostas ao meio) nas 13 principais regiões metropolitanas do País atingiu quase 52 milhões de brasileiros. Esse total é maior do que a população de países como Espanha, Coreia do Sul, Argentina ou Canadá.</p><p>Análise feita a partir da pesquisa regular de rádio mostra também que o pico de audiência do rádio ocorre entre 10h e 11h e alcança 64% das pessoas nestas praças, o que equivale a 37 milhões de pessoas. Por meio do Target Group Index, outro estudo do IBOPE Media, foi possível apontar o que as pessoas escutam no rádio: 70% dos ouvintes gostam de qualquer estilo de programação não musical.</p><p>Dos noticiários mais ouvidos 50% são locais, já os noticiários nacionais respondem a 40% da audiência e de trânsito 35%. Os programas religiosos ganham a atenção de 17% dos ouvintes e as transmissões esportivas ao vivo, 14%. Também segundo a pesquisa, 91% afirmaram ouvir música no rádio. O gênero sertanejo responde por 47% da audiência. Já a parada de sucesso, ou as mais pedidas: nacional (37%), MPB (33%) e samba/pagode (32%) são os mais ouvidos entre esse público.</p><p>As cidades pesquisadas foram: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, Campinas e Vitória.</p><p>Com o surgimento dos aplicativos que permitem ouvir a emissora preferida em qualquer parte do mundo através dos aplicativos a partir dos aparelhos celulares de terceira geração, a tendência é que a audiência do rádio venha crescer ainda mais para o desapontamento daqueles que consideram o rádio um veículo de comunicação superado. Os inimigos que se preparem porque com o imediatismo e a credibilidade não se brinca. O leão ainda ruge.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Estatuto da Pessoa com Deficiência: agora começa luta para qualificar a mão de obra]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/estatuto-da-pessoa-com-deficiencia-agora-comeca-luta-para-qualificar-a-mao-de-obra/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/estatuto-da-pessoa-com-deficiencia-agora-comeca-luta-para-qualificar-a-mao-de-obra/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Mon, 13 Jul 2015 06:50:23 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>A Lei Brasileira de Inclusão, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidente Dilma Rousseff é sem dúvida um avanço. A proposta inicial da lei surgiu em 2003 pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e após tramitar por vários anos, houve uma série de contribuições de parlamentares atuantes neste segmento, dentre outros, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) e o senador Romário (PSB-RJ). Agora esses parlamentares devem estar cientes que começa uma nova etapa, a de qualificar a mão de obra que parte desse segmento social.</p><p>Pela nova lei de inclusão haverá um benefício às pessoas desse segmento que ingressarem no mercado de trabalho, é o "auxílio-inclusão", para ajudar a pessoa a se manter diante do custo de vida, com a contratação de um "cuidador", mas ainda falta uma regulamentação mais específica. Também está prevista uma reserva de 10% das vagas em exames de seleção de cursos de ensino superior para pessoas com deficiência. As novas regras definem ainda pena criminal de um a três anos por atos de discriminação contra deficientes. O número de matrículas de pessoas com deficiência em escolas regulares cresceu mais de 400% nos últimos 12 anos no Brasil, passando de 145 mil, em 2003, para 698 mil em 2014. Somente nos últimos cinco anos, foram registradas mais 214 mil entradas de estudantes especiais em classes comuns. Na rede federal de educação superior, esse índice quintuplicou: de 3.705 alunos para 19.812 no ano passado.</p><p>Segundo Walter Borges dos Santos, coordenador-geral de política de acessibilidade na escola da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, o aumento é resultado de políticas inclusivas. "O direito à educação especializada se fortaleceu com a legislação a partir de 2012, determinando que os sistemas públicos e privados de educação básica e superior assegurem a matrícula", afirma. O coordenador refere-se ao artigo 7º da Lei 12.764, de 2012, que determina punição a gestor escolar ou autoridade competente que recusar matrícula de aluno com transtorno do espectro autista ou qualquer outro tipo de deficiência. Outro avanço legislativo foi o artigo 5º do Decreto nº 8.368, de 2014, que regulamenta a aplicação de punição aos que não cumprirem.</p><p>Entre 2011 e 2014, cerca de, 153 mil pessoas com deficiência chegaram ao mercado de trabalho, por ação direta da fiscalização. De acordo com os dados da última Relação Anual de Informações Sociais (Rais), em 2013 foram criados 27,5 mil novos empregos para pessoas com deficiência, o que representa um aumento de 8,33%, na participação desse grupo no mercado de trabalho. Com o resultado, se chegou a 357,8 mil o número vagas ocupadas. Os homens representam 64,84% dos empregados enquanto as mulheres com deficiência ocupam 35,16% das vagas. Uma parte, entretanto, chega sem a devida qualificação e o aperfeiçoamento da mão obra acaba se dando na prática do dia a dia entre o gestor e o empregado.</p><p>A lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, conhecida como a Lei de Cotas, estabelece que empresas com mais de 100 empregados são obrigadas a preencher entre 2 a 5 por cento de seus quadros de empregados com beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência. O cumprimento por parte dos empresários tem gerado mais oportunidades de trabalho a esse segmento social, embora ainda falte aos deficientes cursos voltados à qualificação ou aperfeiçoamento da mão de obra. A Volkswagen desenvolve programas de aperfeiçoamento específicos aos deficientes na área de informática mas ainda são poucas as empresas com programas de aperfeiçoamento voltados exclusivamente aos portadores de deficiência que se iniciam no mercado de trabalho.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Conheça a verdadeira história da Revolução Constitucionalista]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/conheca-a-verdadeira-historia-da-revolucao-constitucionalista/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/conheca-a-verdadeira-historia-da-revolucao-constitucionalista/</guid><dc:creator><![CDATA[Redação]]></dc:creator><description></description><pubDate>Thu, 09 Jul 2015 06:48:52 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>A Proclamação da República, em 1889, ao contrário do que muitos imaginam não implantou a democracia em nosso país. Os bem intencionados republicanos do século XIX, como Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva e José do Patrocínio, não imaginavam que por trás do golpe promovido pelos militares que surpreendeu até Dom Pedro, havia fazendeiros e comerciantes ligados ao café paulista com intenções somente de ampliar o comércio do produto no exterior.</p><p>São Paulo deixava de ser a província interiorana afastada dos negócios e dos interesses da capital federal. A partir da República, a metrópole insurgente passou a ser reconhecida como a "locomotiva do Brasil", embora os políticos nordestinos rebatessem dizendo que a "locomotiva seguia puxando 20 vagões vazios". Verdade é que durante os 41 anos da República Velha a política foi a mesma: se mudavam os presidentes, mas o objetivo era sempre o de defender a autonomia do café paulista e o leite mineiro cuja produção excedente era comprada pelo governo. No caso do café, para se manter os preços no mercado internacional, queimava-se o que era produzido a mais. Pouco se fazia pelo povo e pouco pensava no povo. A política do café com leite promovia as eleições cujo voto precisava ser assinado pelo eleitor, ou seja, quem votasse contra um político próximo poderia ser descoberto. Era o voto de cabresto, sempre acompanhado das denúncias de fraude. O Partido Republicano Paulista - PRP, não tinha sequer um programa e atuava unicamente em benefício dos agricultores.</p><p>Nesse tempo, para se ter uma ideia de como a participação popular era diminuta, apenas 5% da população tinha direito ao voto. Na época da República Velha não havia grandes expectativas de progresso pessoal nem mesmo para a classe média que sem oportunidade de empregos via seus filhos seguirem para a carreira eclesiástica ou a carreira militar, daí a quantidade de tenentes, oficiais de menor patente mas em maior número que os oficiais mais graduados integrantes da burguesia.</p><p>Em 1929 a Bolsa de Nova York quebrou e o abalo na economia afetou os preços do café aumentando ainda mais o desemprego e a fome, especialmente no nordeste. Os fazendeiros de São Paulo se desentendem com os de Minas e Washington Luiz decide que o seu sucessor seria um outro paulista, Julio Prestes, mas os tenentes e os demais militares considerados praças, como - sargentos, cabos e soldados, que já haviam tentado destituir o governo, nos levantes de 1922 e 1924, se insurgem novamente, dessa vez dominando quartéis no Brasil todo. Washington Luiz acaba destituído e enviado ao exílio e em seu lugar os tenentes colocam aquele que havia enfrentado os republicanos no pleito vencido por Júlio Prestes e perdido numa eleição considerada fraudulenta. Seu nome: Getúlio Vargas.</p><p>Em São Paulo o PD - Partido Democrático que fazia oposição ao PRP - Partido Republicano Paulista apóia Getúlio que desfila em carro aberto pela cidade deixando nos integrantes do PD a esperança de que ele nomeasse para o governo do Estado um integrante do partido, o professor Francisco Morato. Em vez disso Getúlio nomeia como interventor, João Alberto, um tenente pernambucano, deixando irritados os liberais paulistas.</p><p>João Alberto coloca seus colegas, tenentes de outros Estados, em cargos importantes do funcionalismo, abusando do poder e constrangendo pequenos comerciantes com atitudes como ir a uma barbearia e não pagar pelo serviço por ser do governo. Os nomeados por João Alberto costumeiramente almoçavam em restaurantes nobres e depois penduravam a conta em nome da revolução de 1930. Getúlio Vargas seguia governando por decretos, sem casas legislativas e sem uma constituição.</p><p>Em 1º. de janeiro de 1931, uma quinta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo publica um editorial propondo a realização de uma assembleia constituinte lembrando que já era hora do país retomar a normalidade democrática. Getúlio responde ao jornal através de um porta - voz de sua confiança, Juarez Távora, e diz que ainda era cedo para isso porque os antigos republicanos poderiam reacender a manipulação das eleições acrescentando que os paulistas só pensavam em si e não no Brasil. Ao atacar São Paulo, o porta - voz uniu os paulistas contra os tenentes e contra Getúlio. Estudantes da faculdade de direito passaram a promover comícios propondo uma constituição e João Alberto deu início à repressão, tendo o cuidado antes de retirar as armas dos quartéis de São Paulo para evitar uma reação.</p><p>As propostas constitucionalistas ganharam adeptos no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. O Partido Democrático rompeu com Getúlio e criou uma frente única propondo um governador paulista. Em 25 de janeiro de 1932 houve um grande comício na praça da Sé e em várias partes do país havia descontentes porque os tenentes estavam mandando mais que os generais. No Rio Grande do Sul e em São Paulo se iniciaram mobilizações visando a retirada de Getúlio do poder.</p><p>Em São Paulo os generais Isidoro Dias Lopes e Euclides Figueiredo articulavam com o general Bertholdo Klinger, do Mato Grosso, um plano para destituir Getúlio. No Rio Grande do Sul, o general Flores da Cunha prometeu enviar tropas em apoio e o governo de Minas Gerais anunciava que também enviaria tropas contra o ditador. Essas informações chegaram até o gabinete de Getúlio que prometeu eleições e uma constituinte para o ano seguinte, mas já era tarde. Em 22 de maio, estudantes se municiaram de armas e se dirigiram à Praça da República para invadir a sede política dos tenentes que ali ficava.</p><p>Houve tiroteio e a batalha terminou na madrugada do dia 23 maio com quatro corpos de estudantes estendidos na calçada da Praça da República com a Rua Barão de Itapetininga, eram os de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Um deles tinha apenas 14 anos. Houve comoção popular e já no dia seguinte foi criado o movimento MMDC, com as iniciais dos estudantes, tendo por missão conclamar as pessoas à guerra por uma constituinte já.</p><p>A data marcada para o ataque era 14 de julho, data da revolução francesa, mas como Getúlio destituiu o general Klinger do comando no Mato Grosso, Isidoro sugeriu se antecipar o ataque, mas se temia que não desse tempo dos gaúchos e mineiros chegarem a tempo, porém a tese de Isidoro acabou prevalecendo.</p><p>Alguns jornais passaram a anunciar que haveria guerra e a convocar os jovens paulistas para o alistamento e a adesão foi total. O historiador Hernâni Donato, conta no livro "Breve História da Revolução Constitucionalista" que até as jovens solteiras conclamavam à luta dizendo a seus noivos ou namorados, "Quem não vestir a farda, deve então vestir uma saia". Houve mais de 200 mil inscritos, muitos jamais haviam sequer pego em uma arma, mas foram com coragem e disposição, como verdadeiros heróis.</p><p>Depois de iniciada a luta as mulheres residentes em São Paulo, em número acima de 100 mil, ofereceriam serviços às organizações de apoio, como por exemplo, na costura dos uniformes dos voluntários e na confecção de agasalhos, pois o inverno de 1932 foi dos mais rigorosos, além dos trabalhos de enfermagem. Foram mais de 440 mil fardas confeccionadas de graça, com as costureiras se revezando em turnos diurnos e noturnos à frente de 800 máquinas de costura. A Associação Comercial se mobilizou na manutenção dos salários às famílias dos voluntários em guerra.</p><p>Na madrugada de 9 de julho tropas comandadas pelo general Euclides Figueiredo seguem até a divisa entre os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro bloqueando o túnel ferroviário e impedindo a passagem do Rio para São Paulo e ali ficam esperando o reforço das tropas que viriam em apoio, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Getúlio revida determinando a interdição do Porto de Santos e impedindo a chegada ou a saída de qualquer tipo de embarcação ou mercadoria, ao mesmo tempo em que negociava no sentido de demover os comandantes militares dos outros Estados da ideia de se associar ao movimento constitucionalista de São Paulo.</p><p>O noticiário de guerra dava conta aos jornais de São Paulo que a cada dia os paulistas avançavam na direção do Rio de Janeiro, mas Hernâni Donato, em seu livro, registra que as notícias eram estranhas - na verdade inverídicas - porque citavam avanço das tropas mas ou se andava em círculos ou se recuava. "Um dia diziam que os soldados paulistas estavam no município de Lavrinhas, outro dia em Piquete, não havia na verdade um avanço efetivo", escreve Hernâni. Verdade é que o general Euclides Figueiredo cometeu um erro estratégico ao conduzir as tropas até a divisa com o Estado do Rio de Janeiro e ali ficar parado aguardando pelos gaúchos e mineiros. Isso deu tempo a Getúlio de se articular e armar o contragolpe.</p><p>A Rádio Record seria a porta-voz dos paulistas na revolução, com as narrações de notícias escritas por Guilherme de Almeida tendo ao fundo a marcha Paris Belfort, escolhida aleatoriamente pelo técnico de som, virando depois um símbolo da revolução constitucionalista. As tropas provenientes de Minas Gerais chegaram como se esperava, mas atirando nos paulistas, pegando-os pelas costas e de surpresa, o mesmo acontecendo em Itapeva e Buri, no sul do Estado, diante de forças gaúchas. Houve ataques também em outras localidades do interior paulista por tropas provenientes do Mato Grosso e aviões chegaram a bombardear o Campo de Marte impedindo a saída da pequena aviação pertencente à Força Pública. A população começou a ficar temerosa com o risco da cidade de São Paulo ser bombardeada como já acontecera na Revolução de 1924. Ao final as tropas federais, entram por São José do Barreiro, atacam as trincheiras tomando para si o controle do túnel ferroviário. Não havia mais o que fazer, São Paulo perdia a guerra nas armas.</p><p>Em 3 de outubro de 1932, uma segunda - feira, o Estadão publicava em primeira página os termos de um armistício que punha fim à guerra. Ao lado, na primeira página do jornal, o governador aclamado pelos paulistas, Pedro de Toledo, publicava uma mensagem onde explicava: "Tudo o que e se pôde fazer foi feito, até uma moeda paulista foi emitida quando os recursos federais foram cortados..." Uma campanha com valores em ouro de fato foi feita para dar valor ao novo dinheiro emitido durante a revolução: "Ouro para o bem de São Paulo", se chamou o movimento. Após a revolução, o que sobrou desse montante arrecadado se aplicou na construção de um prédio no centro da cidade, existente até hoje, cujo formato lembra o da bandeira paulista. Ao final todos os que comandaram a revolução foram exilados.</p><p>Mas o ideal constitucionalista ultrapassou as fronteiras do Estado e o país passou a exigir uma posição do governo a esse respeito. Por isso é que se diz que São Paulo não venceu nas armas, mas venceu nos ideais. Isto é verdade. Foram aproximadamente mil mortos na revolução, mas somente 634 foram devidamente identificados. Em 1934 o Brasil ganharia uma Constituição que assegurou o voto secreto com dignidade e o direito de voto à mulher.</p><p>Para entender o sentido daquela revolução é importante lembrar que, até então, não se sabia no Brasil o que é democracia, daí o histórico que fizemos desde a Monarquia até fim da República Velha. Quando pensarmos em democracia, transparência, cidadania e estado de direito estaremos seguindo os ideais da revolução constitucionalista. Sempre que aparecerem coisas que não seguem esses princípios, estaremos fora do sentido democrático da transparência. Por isso procuro sempre lembrar a frase do poeta Paulo Bomfim: "A trincheira de 32 foi a pia batismal da democracia em nossa terra".</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Jogadores com nome de bicho fazem parte da história do São Paulo]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/jogadores-com-nome-de-bicho-fazem-parte-da-historia-do-sao-paulo/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/jogadores-com-nome-de-bicho-fazem-parte-da-historia-do-sao-paulo/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Mon, 06 Jul 2015 06:28:04 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Contamos essa curiosidade no programa Estadão Acervo aqui pela Rádio Estadão em FM 92,9: O São Paulo é o campeão de jogadores cujo apelido lembra um animal e isso não é de agora. Hoje no elenco são - paulino jogam Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato, mas o clube do Morumbi um dia teve também um Marreco. É o lendário Amaury Epaminondas Junqueira, carinhosamente conhecido por "Marreco", ex-meia-direita do São Paulo, jogou a decisão do Campeonato Paulista de 1957 e sagrou-se campeão vencendo o Corinthians por 3 x 1. Ele marcou o primeiro gol. Outros dois jogadores com apelidos da mesma espécie animal vestiriam a camisa tricolor, muitos anos depois e com salários bem maiores que o dele, mas decepcionariam a torcida por não conquistarem títulos e jogando mal em partidas contra adversários diretos.</p><p>No mundo animal, os patos, gansos e marrecos foram domesticados há séculos pelo homem e como aves possuem uma relação de parentesco tão próxima que são classificadas como membros de uma mesma família, a Anatidae. Em comum, patos, gansos, marrecos e cisnes têm a capacidade de flutuar sobre a água e a habilidade para nadar - apesar dos gansos normalmente preferirem ficar em terra firme. Dentro do quarteto, os patos são os mais numerosos, dividindo-se em mais de 90 espécies. Os marrecos são tão parecidos com eles que alguns biólogos os consideram da mesma espécie, apesar de haver uma diferença anatômica no bico desses dois tipos de aves.</p><p>Alexandre Rodrigues da Silva, mais conhecido como Alexandre Pato, leva esse apelido por ter nascido em Pato Branco - PR, a 2 de setembro de 1989. Ele foi para o São Paulo, emprestado pelo Corinthians que o adquiriu junto ao Milan por EUR$15 milhões, numa das mais caras transações já feitas no futebol brasileiro. Não se deu bem com a torcida alvinegra e atualmente o salário do jogador, em torno dos R$ 400 mil mensais é rachado metade a metade entre Corinthians e São Paulo.</p><p>Paulo Henrique de Chagas Lima, conhecido como Paulo Henrique Ganso, nasceu em Ananindeua - PA, a 12 de outubro de 1989 e integrou as categorias de base do Paysandu de Belém e depois se transferiu para o Santos FC onde brilhou ao lado de Neymar conquistando vários títulos, inclusive a Copa Libertadores da América. Entretanto passou por cirurgias no joelho e no São Paulo não teve o mesmo rendimento, mas custou caro ao time sãopaulino. Após uma longa negociação, o São Paulo anunciou a contratação do meia na madrugada de 21 de setembro de 2012, pagando um valor total de EUR$10 milhões ou R$ 23,9 milhões ao Santos. Ganso é titular jogando com a camisa 10 no tricolor. Sua estreia no clube ocorreu em 25 de novembro de 2012, na partida contra o Náutico no Morumbi, com um público de 62.207 pessoas.</p><p>Antes de ir para o São Paulo, Amaury Epaminondas Junqueira, o Amaury Marreco, nascido em Barretos - SP, a 25 de dezembro de 1935, teve rápida passagem pelo Vasco e em 1957 chegou ao "Mais Querido" ficando até 1961 virando ídolo da torcida porque era goleador. Nos 112 jogos em que vestiu a camisa do time do Morumbi foram 56 vitórias, 29 empates e 27 derrotas, com 68 gols marcados. Atuou inclusive na partida de inauguração do Morumbi em 1960, diante do Sporting de Portugal, onde o time venceu por 1 x 0, gol de outro "integrante do mundo animal", o jogador Peixinho. Também já passaram pelo São Paulo os volantes Edson Cegonha e Alexandre Gallo, além de um lateral direito de sobrenome Pavão. Quanto a Marreco maiores dados sobre ele constam no "Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa.</p><p>Apesar de não ter conquistado títulos em 1958, foi seu melhor ano no São Paulo. Em 60 jogos marcou 44 gols, sendo o artilheiro da equipe na temporada com uma excelente média de 0,73 gols por jogo. Ao deixar tricolor Amaury Marreco seguiu para o futebol mexicano, tendo boas passagens pelo Oro Jalisco (1962/65) e pelo Toluca (1966/68). Marreco continua vivo, morando no México e em 2010, visitou Barretos, onde iniciou sua carreira, e participou de um programa na Rádio Independente - AM 1010 - Mundo dos Esportes, produzido e apresentado pelo advogado e radialista, José Maria dos Santos. Foi por ele que chegaram as curiosas informações desse jogador que brilhou em gramados brasileiros no passado. Em Barretos, sua cidade natal, Amaury Marreco disputou o Campeonato Amador Varzeano, sendo descoberto por um olheiro que o levou para o futebol cerarense onde se profissionalizou, jogando pela equipe do Fortaleza. Depois passou pelo Vasco, Taubaté e São Paulo se consagrando como goleador. No México foi artilheiro por vários anos nas equipes onde passou. Ao encerrar a carreira voltou ao Brasil onde foi técnico do Barretos Esporte Clube, depois retornou a Toluca, no México e lá reside até hoje. Ele está com 79 anos e fala com carinho do tricolor e da inauguração do Morumbi quando atuou no time principal. Assim, além dos atuais jogadores Pato e Ganso, o São Paulo FC também já teve Marreco, Peixinho, Cegonha, Ratinho, Piau (peixe), Galo e Pavão. Todos ganharam títulos menos os atuais "craques" são-paulinos.</p><p><strong>Outros clubes:</strong></p><p>Com relação às demais equipes há também uma lista enorme de jogadores com nome de bicho. Dá até para montar uma seleção. Conheça alguns nomes:</p><p>O goleiro é Aranha, que joga atualmente no Palmeiras. O lateral direito é Coelho, que passou pelo Corinthians. Os zagueiros são Edson e Eduardo Ratinho e o lateral esquerdo é Júnior Urso, que atualmente joga na China. No meio campo, Walter Minhoca que está no CRB de Alagoas e Neto Coruja no Vitória da Bahia. No ataque jogam Flávio Caça Rato, ídolo no Santa Cruz de Recife, Kerlon Foquinha que passou pelo Cruzeiro e um outro atacante é Max Pardalzinho que jogou no Palmeiras, além de Roberto Jacaré que está no ASA de Arapiraca. O mais famoso jogador com nome de bicho foi Mané Garrincha, um pássaro de canto muito bonito que brilhou no Botafogo e na Seleção Brasileira.</p><p><strong>Outros jogadores lembrados foram</strong>: Donizete Pantera, do Botafogo; Claudio Pitbull do Corinthians e Roberto Cavalo que jogou no Guarani. Esses já encerraram a carreira. O futebol também faz parte do "Mundo Animal" e se você se lembrar de algum outro nome envie para mim: geraldo.nunes@estadao.com</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[O que é ser um startup?]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/o-que-e-ser-um-startup/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/o-que-e-ser-um-startup/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Mon, 29 Jun 2015 09:17:43 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>A Rádio Estadão nas madrugadas mantém seu espaço aberto ao ouvinte que entra em contato com a emissora pelas redes sociais, interagindo na programação. Dia desses noticiávamos um encontro de startups em São Paulo e veio uma pergunta pelo WhatsApp 994811777. Quem é ou quem pode ser um startup?</p><p>Nem tudo sei de pronto para responder e o que não sei saio a pesquisar pela internet nestes horários dedicados aos notívagos e insones. Sou do tempo em que startup era unicamente uma marca de calça jeans. Depois entrou a palavra passou a constar nos dicionários de "economês" como microempresa.</p><p>Agora pesquisando na web descubro que uma startup é aquela empresa tocada geralmente por um jovem ousado e criativo que desenvolve algo inovador com custos de manutenção muito baixos e que está crescendo rapidamente e obtendo lucros cada vez maiores. Outra definição para o startup é o da pessoa à procura de um modelo de negócio em condições de extrema incerteza e que acaba dando certo.</p><p>Assim, por exemplo, começaram os negócios do Google hoje uma das empresas que mais faturam no mundo, cobrando dos patrocinadores a cada click nos anúncios mostrados. Um outro exemplo de startup são os compradores de franquias: Paga-se um valor alto mas se tem acesso a uma receita de sucesso com o suporte do franqueador facilitando as chances de se obter lucro.</p><p>Ser um startup é buscar crescimento cada vez mais em receita e produtividade, com custos crescendo bem mais lentamente. Isso fará com que a margem de lucro seja cada vez maior. Acumulando lucros se gera a riqueza. Pode parecer difícil, mas é possível e para tudo que dê certo é necessário acima tudo muito trabalho e dedicação. Tendo dúvidas sobre qualquer assunto encaminhe suas perguntas para mim, no Estadão Notícias da Rádio Estadão em FM 92,9 da meia - noite às cinco da manhã.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Você já foi chamado de "coxinha"?]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/voce-ja-foi-chamado-de-coxinha/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/voce-ja-foi-chamado-de-coxinha/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Tue, 23 Jun 2015 18:27:27 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>O prefeito Fernando Haddad usou em uma rede social o termo "coxinha", para se referir a um crítico das ciclovias, e os ouvintes da Rádio Estadão passaram a me perguntar o que é ou quem é um "coxinha", e claro, precisei pesquisar. Descobri que a gíria não é recente e remonta às manifestações ocorridas em junho de 2013, conforme página do Observatório da Imprensa, publicada em setembro do mesmo ano em artigo assinado pelo mestre em Planejamento Urbano, Sérgio da Mota e Albuquerque.</p><p>O texto começa informando que na época dos protestos a Folha de S. Paulo, em sua revista de domingo, tentou explicar o novo significado do velho e gorduroso petisco de botequim, explicando: "trata-se de gíria paulistana." Para explicar o novo significado da palavra, a revista entrevistou pessoas que já tinham ouvido falar em "coxinhas". Logo surgiu um consenso sobre o seu significado: "coxinha" é gente engomada, certinha, que segue a maioria. Gente convencional e conservadora, em suma.</p><p>Mas foi o diário Correio do Brasil, de Curitiba - também 2013 - que apresentou a melhor explicação para o vocábulo que tomou conta dos protestos. O periódico não buscou somente a nova acepção da palavra, mas sua relação com as manifestações. Juntou o sociólogo Leonardo Rossato e o professor de português Michel Montanha, que elaboraram uma análise sociológica do "coxinha" e apresentaram uma hipótese sobre sua origem: "Coxinha, sociologicamente falando, é um grupo social específico, que compartilha determinados valores. Dentre eles está o individualismo exacerbado e dezenas de coisas que derivam disso: a necessidade de diferenciação em relação ao restante da sociedade, a forte priorização da segurança em sua vida cotidiana, como elemento do 'não me misturo' com pessoas que considero de mim, além da forte necessidade de se parecer bom moço."</p><p>Outro significado tem origem nos pobres "almoços" dos policiais nos anos de 1980, que recebiam vales-refeição tão desvalorizados que acabaram apelidados de "vale-coxinha". Com o tempo, policial e coxinha tornaram-se sinônimos. Os programas policiais no rádio e na TV acabaram por estender o novo significado da palavra a todos aqueles policiais, civis ou militares, preocupados com a segurança acima de tudo. Concluo que os "coxinhas" parecem estar identificados com São Paulo, fenômeno tipicamente paulistano daqueles que se dizem conservadores ou de direita, sem saber de fato o que é ser de direita, mas simplesmente porque não concordam com as idéias do PT. Como tal o prefeito reagiu em tom nervoso, mas disse depois que "com bom humor você desanuvia o ambiente".</p><p>Fernando Haddad reside no Paraíso, bairro vizinho à Vila Mariana, e como tal conhece o Veloso Bar, que produz a melhor coxinha de São Paulo e frequentado por um seleto público entre a juventude e a meia idade e de nível superior. Pelo twitter ele brincou. "Fui ao excepcional Veloso comer uma coxinha e um 'coxinha' reclamou das ciclovias. Fiquei confuso"... "Até tu, Brutus?" Deve ter perguntado o prefeito que não esperava tal manifestação naquele bar. Finalizando, depois de parafrasear o imperador romano Júlio César, acabei sendo questionado por um ouvinte. E você Geraldo, se considera um "coxinha"? Em dúvida sobre o que responder utilizei a frase mais conhecida de Willian Shakespeare. "Ser ou não ser, eis a questão".E você o que é?</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Livro e exposição resgatam chegada do zepelim ao Brasil]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/livro-e-exposicao-resgatam-chegada-do-zepelim-ao-brasil/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/livro-e-exposicao-resgatam-chegada-do-zepelim-ao-brasil/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Tue, 23 Jun 2015 18:27:27 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Há exatamente 85 anos - 22 de maio de 1930 - o dirigível LZ -127 Graf Zeppelin iniciava sua primeira viagem pelo Brasil visitando várias capitais brasileiras, a começar por Recife. Foi o primeiro modelo aéreo a cruzar o Oceano Atlântico, vindo da Europa rumo à América do Sul e em comemoração à data, acontece na capital de Pernambuco a exposição, "O Zeppelin no Recife" reunindo imagens sobre a passagem do dirigível pela cidade.</p><p>A exposição acontece até 26 de junho, no Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas, bairro de São José e junto ao evento se pode adquirir o livro "O Zeppelin no Recife", contendo imagens selecionadas pelo historiador Dirceu Marroquim e fotos do artista plástico Jobson Figueiredo.</p><p>O material faz parte do acervo do museu e da coleção particular de Jobson, um apaixonado pela história dos dirigíveis que, por iniciativa própria, restaurou a torre de atracação dos zepelins, instalada no Parque do Jiquiá, na zona Oeste do Recife, para ser utilizada na época. De acordo com a Prefeitura da cidade, a torre de Jiquiá é o único equipamento de atracação para esse tipo de aeronave que restou no mundo.</p><p>A mostra conta com projeções, fotografias e músicas da década de 1930, recriando o clima do Recife quando da chegada do zepelim à cidade. Os jornais da época contam que foram meses de preparativos para o grande dia e o então prefeito, Francisco da Costa Maia, decretou feriado municipal para que todos pudessem ver a chegada do dirigível. Cerca de 15 mil pessoas se dirigiram até o Jiquiá acompanhar a chegada do dirigível, de acordo com registros de jornais da época.</p><p>Em 27 de maio de 1930, uma terça - feira, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma ampla reportagem sobre o dirigível Graf Zeppellin no Brasil, que depois de adentrar ao país pelo Recife, seguiu ao Rio de Janeiro e passou por São Paulo "O Conde Zeppellin deve partir hoje para Nova York", dizia o Estadão, acompanhado de foto do dirigível fazendo evoluções no Campo dos Afonsos.</p><p><a rel="nofollow" href="http://http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19300527-18556-nac-0002-999-2-not">http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19300527-18556-nac-0002-999-2-not</a></p><p>O LZ - 127 Graf Zeppelin tinha 230 metros de comprimento e cerca de 30 metros de diâmetro. "O LZ - 129 Hindenburg era ainda maior, 245 metros de comprimento e 41, 2 metros de diâmetro", informa Jobson Figueiredo curador da exposição, acrescentando que os zepelins se tornaram marca registrada da propaganda nazista e a suástica começou a ser aplicada na fuselagem das aeronaves. Nem todos os comandantes, entretanto, concordavam em divulgar o nazismo, especialmente os de fora da Alemanha.</p><p>Mas a história dos zepelins acaba interrompida pela explosão do dirigível Hindenburg, em 6 de maio de 1937, quando 35 pessoas morreram. O acidente aconteceu no final de uma tarde chuvosa, 77 horas depois da decolagem em Frankfurt. A bordo estavam 61 tripulantes, 36 passageiros, dois cachorros, além de bagagem, cargas e correspondências. O forte vento em Lakehurst, imediações de Nova York, havia obrigado o capitão Max Pruss a sobrevoar o atracador por duas vezes. Ao mesmo tempo, ordenou que fossem soltos gás e mais de uma tonelada de água para aliviar o peso. O zepelim já estava com as escadas baixadas quando, a 60 metros do chão, iniciou-se um incêndio em sua cauda. Meio minuto depois, o corpo do dirigível caía, em chamas, com o solo.</p><p>Hoje, os técnicos têm quase certeza de que a causa está nas leis da física. O gás hidrogênio, que fazia o balão flutuar, vazou devido a uma trágica cadeia de circunstâncias e explodiu em contato com o ar, por causa da eletricidade estática acumulada na atmosfera com o temporal. O fogo espalhou-se rapidamente pela parede externa do dirigível, feita de algodão e linho e revestida por uma fina camada de alumínio.</p><p>Depois da tragédia, a indústria alemã de zepelins passou a fazer contatos com os Estados Unidos para importar hélio, gás não inflamável, produzido no Texas. Os negociadores alemães quase haviam atingido seu objetivo, um navio com milhares de garrafas do gás estava a caminho da Alemanha quando os nazistas invadiram a Áustria, a 1º de março de 1938. Mais interessado na guerra do que no pioneirismo aéreo, três anos após o acidente do Hindenburg, Hitler manda destruir o hangar de dirigíveis em Frankfurt. Hoje os zepelins perderam sentido e se tornaram obsoletos por não dispor do mesmo conforto e velocidade dos aviões.</p><p><strong>Serviço</strong> Exposição e livro "O Zeppelin no Recife" Até 26 de junho Visitação de terça a sábado, das 9h às 17h Recife - PE</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[STF marca para 10 de junho julgamento sobre biografias não autorizadas]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/stf-marca-para-10-de-junho-julgamento-sobre-biografias-nao-autorizadas/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/stf-marca-para-10-de-junho-julgamento-sobre-biografias-nao-autorizadas/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Tue, 23 Jun 2015 18:27:27 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 10 de junho o julgamento sobre a constitucionalidade da publicação de biografias não autorizadas. Os ministros vão julgar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada, em 2012, pela Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel) contra liminares que proíbem o lançamento das biografias.</p><p>A associação questiona a constitucionalidade dos Artigos 20 e 21 do Código Civil. A Anel argumenta que a norma contraria a liberdade de expressão e de informação, e pede que o Supremo declare que não é preciso autorização do biografado para a publicação dos livros.</p><p>Segundo o Artigo 20 do Código Civil, "salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da Justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais."</p><p>Um dos casos que podem ser influenciados pela decisão do Supremo é a biografia não-autorizada do cantor Roberto Carlos. A biografia Roberto Carlos em Detalhes foi escrita por Paulo César de Araújo. Em 2007, 11 mil exemplares foram recolhidos das livrarias após ação judicial impetrada pelo advogado do cantor.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Arqueólogas descobrem no Rio de Janeiro antigo caminho secreto de dom Pedro I]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/arqueologas-descobrem-no-rio-de-janeiro-antigo-caminho-secreto-de-dom-pedro-i/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/arqueologas-descobrem-no-rio-de-janeiro-antigo-caminho-secreto-de-dom-pedro-i/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Tue, 23 Jun 2015 18:27:28 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>A baronesa de Sorocaba, Maria Benedita de Canto e Melo foi atacada a tiros, certa vez, em sua carruagem quando passava pela Ladeira da Glória, no Rio de Janeiro e ao que tudo indica o atentado aconteceu a mando de sua irmã, Maria Domitila de Canto e Melo, a marquesa de Santos, amante oficial de dom Pedro I.</p><p>O motivo foi ciúmes e tal procedimento azedou as relações dela com o imperador. O fato aconteceu em 1827 e um ano antes aconteceu o falecimento de dona Leopoldina ficando vago o cargo de imperatriz. Domitila sonhava em ocupar a vaga, mas sua atitude ajudou a cair por terra seus anseios. Afinal, ela já sabia que sua irmã frequentava a cama do Imperador desde os tempos das primeiras visitas de dom Pedro à casa dos Canto e Melo em São Paulo, ainda quando este era príncipe regente.</p><p>Foi a marquesa de Santos quem de fato despertou graça ao herdeiro do trono, mas Maria Benedita, irmã mais velha engravidou um pouco antes que irmã. O romance com Domitila tornou-se rumoroso enquanto que o caso com Benedita foi tratado com mais discrição pelo fato dela ser casada, mesmo assim, já no Rio de Janeiro, o monarca usava a desculpa de sair em retiro ao Outeiro da Glória para visitar a baronesa de Sorocaba, que vivia num casarão próximo à igreja.</p><p>Agora arqueólogas que trabalham nas escavações de um terreno no entorno da Villa Aymoré, no Rio, em busca de informações sobre o passado do lugar, encontraram um trecho do antigo caminho privativo que ligava o casarão da baronesa ao outeiro. "Feito de calçamento pé de moleque, ele ainda guardava alguns dos furos usados para apoiar as tochas que iluminavam o lugar à noite e estava em ótimo estado de conservação", disseram as arqueólogas Jackeline de Macedo e Ana Cristina de Oliveira Sampaio que desde 2010 trabalham no monitoramento da área.</p><p>Elas já recolheram cerca de 30 mil peças, com vestígios do século XVIII ao século XX e um dos que mais surpreenderam foi este caminho que estava atrás de onde estão as casas da Villa Aymoré. "Trata-se de um sítio arqueológico constituído por uma estrutura de caminho de pedra de mão, com cerca de cem metros, que se conservou, apesar dos anos de abandono", disseram as pesquisadoras informando que esse caminho era utilizado pela baronesa para ir à igreja e dom Pedro seguia para lá usando o atalho.</p><p>Nas pesquisas as arqueólogas também encontraram no terreno recortes de jornal sobre a Primeira Grande Guerra descobertos dentro de um objeto de metal. O trecho encontrado estava escondido por uma camada de 2 metros e 40 centímetros de entulho e areia, que se acumularam em muitas décadas. "A área foi ocupada no início do século XX para a construção da Villa Aymoré, dez casas geminadas construídas por Maria José de Seabra, que impactaram de forma decisiva no trajeto deste caminho, pois algumas das casas, a 9 e a 10, foram construídas numa parte do trajeto levava à antiga casa da baronesa Maria Benedita", explicaram. Em 1848, a residência chegou a ir a leilão, mas não se sabe se este foi concluído. A mansão ficou abandonada e acabou sendo ocupada por mais de 80 famílias. Virou cortiço e terminou demolida na década de 1970.</p><p>No livro "1822" escrito pelo jornalista Laurentino Gomes, se explica que dom Pedro como colecionador de amantes namorava as duas irmãs ao mesmo tempo e que o marido de Maria Benedita administrava alguns bens do imperador. A casa da baronesa foi palco de muitas festas reunindo a nobreza da época. Dessa fase ficaram pedaços de alguns utensílios domésticos, achados pelas pesquisadoras. A lista do que foi encontrado inclui ainda vidros de perfume, potes de pasta de dentes, escovas de dentes e moedas antigas.</p><p><strong>Outros Achados</strong></p><p>Entre 2010 e 2015, foram recolhidas 30 mil peças do terreno onde está a Villa Aymoré, na Glória - Rio de Janeiro, das quais se destacam: Fivela de Cinto: A peça, sem data, foi encontrada no terreno junto ao caminho da baronesa. Anestésico: Um vidro com tampa conta-gotas de origem alemã, do final século XIX, também foi recolhido. Louças: A equipe descobriu um grande volume de faianças francesa e portuguesa do século XIX. Moedas: Entre as achadas, havia uma com a imagem de dom Pedro I, de 1823/1830 Cachimbos: Associados aos escravos, estão no material reunido pelas arqueólogas. Cápsula do Tempo: Foi achado um pequeno pedaço de metal com dois recortes de jornal com notícias sobre a Primeira Guerra Mundial. Joia: Anel de olho de tigre com prata, da era vitoriana.</p>]]></content:encoded></item><item><title><![CDATA[Morgado de Mateus é nome de rua e de um título de nobreza]]></title><link>https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/morgado-de-mateus-e-nome-de-rua-e-de-um-titulo-de-nobreza/</link><guid isPermaLink="true">https://www.estadao.com.br/sao-paulo/geraldo-nunes/morgado-de-mateus-e-nome-de-rua-e-de-um-titulo-de-nobreza/</guid><dc:creator><![CDATA[Geraldo Nunes]]></dc:creator><description></description><pubDate>Tue, 23 Jun 2015 18:27:28 +0000</pubDate><content:encoded><![CDATA[<p>Morgado de Mateus dá nome a uma rua no bairro da Vila Mariana, mas não é nome de gente e o dono desse título nobiliárquico governou São Paulo. O Arquivo Público do Governo do Estado de São Paulo promove a partir de 28 de abril a exposição "Em nome d' El Rey : 250 anos do governo do Morgado de Mateus em São Paulo - 1765 - 2015". A mostra exibe documentos durante a fase colonial na capitania de São Paulo e ficará em cartaz até o dia 31 de julho de 2015.</p><p>A figura central da mostra é Luís António de Sousa Botelho Mourão, que recebeu do rei de Portugal um titulo de nobreza diferenciado. Em vez de barão, visconde ou marquês; a denominação foi morgado, baseado na transmissão da posse de terras em regime de morgadio, ou seja, uma forma de organização familiar cuja linhagem de sucessores, possuía código, estatutos e comportamentos a serem seguidos. Em Lisboa há uma freguesia com o nome Mateus onde foi construído um palácio residencial destinados aos nobres sucessores do morgadio e por consequência Condes de Vila Real.</p><p>O nosso Morgado de Mateus foi o quarto na linhagem de sucessores e viveu entre 1722 e 1798. Ele chegou ao Brasil a pedido do Rei de Portugal em 1765 e governou São Paulo durante dez anos na busca de reverter o quadro de pobreza e abandono em que capitania se encontrava após o término da fase de entradas e bandeiras que desviou o interesses para Minas Gerais onde havia ouro, deixando São Paulo na penúria e quase abandonada. Toda a região sul do Brasil, do Paraná ao Prata, estava também ameaçada pelo risco de ocupação por parte das colônias de língua castelhana, dominadas pela Espanha. Para modificar essa situação, o Morgado de Mateus organizou o governo, reforçou as defesas, criou vilas onde hoje estão cidades como Jacareí e São José dos Campos, recenseou a população e fomentou a economia. "Todas essas atividades geraram documentos escritos, como requerimentos, alvarás, avisos, provisões, patentes e cartas de sesmarias, que estão preservados e fazem parte da mostra",informa Marcelo Quintanilha, curador da exposição e também diretor do centro de acervo permanente do Arquivo do Estado que vê na pesquisa a possibilidade do público interessado descobrir como funcionavam os governos e agiam os governantes do passado. "Esse levantamento esclarece como se davam as relações de poder entre o Estado e a economia, justiça, organização militar e agrária, proporcionando um espelho onde se pode observar o passado.</p><p>O evento de abertura terá início às 9h30, com o Seminário: "Em Nome d´El Rey: 250 anos do governo Morgado de Mateus em São Paulo -1765-2015", terá a participação de Heloísa Belloto, professora de História da Universidade de São Paulo - USP e consultora da exposição. Também estarão no encontro, Ana Canas; diretora do Arquivo Histórico Ultramarino do Instituto de Investigação Científica Tropical de Portugal, Norma Cassares; diretora técnica do Núcleo de Conservação do Apesp - Portugal.</p><p>Finalizam o encontro, Jobson Arruda, professor do Departamento de História e do Programa de Pós-graduação em História Econômica da USP e Vera Ferline; diretora do Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos e presidente da Comissão Gestora da Cátedra Jaime Cortesão do Instituto Camões; Pablo Oller, pesquisador da Cátedra Jaime Cortesão; e Ana Maria Camargo, professora do Departamento de História da USP e autora de trabalhos na área de arquivos.</p><p>Direcionada a todos os públicos, a exposição "Em Nome d'El Rey", conta com material de apoio especialmente dirigido aos visitantes que querem aprofundar o conhecimento na história de São Paulo, mergulhando no acervo do Arquivo Público. A exposição tem o apoio do Consulado Geral de Portugal, da Universidade de São Paulo - USP e da Casa de Mateus, instituição cultural localizada em Vila Real, Portugal.</p><p><strong>Confira os nomes de todos os Morgados de Mateus</strong></p><p>António Álvares Coelho, 1.º morgado de Mateus; Matias Álvares Mourão, Morgado da Prata (1669-d. 1730), 2.º morgado de Mateus; António José Botelho Mourão (1688-1746), 3.º morgado de Mateus; Luís António de Sousa Botelho Mourão* (1722-1798), 4.º morgado de Mateus; José Maria de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos (1758-1825), 5.º morgado de Mateus; José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos (1785-1855), 6.º morgado de Mateus, 1.° Conde de Vila Real; Fernando de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos (1815-1858), 7.º morgado de Mateus, 2.° Conde de Vila Real; José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos (1843-1923), 8.º e último morgado de Mateus, 3.° Conde de Vila Real; Fernando de Sousa Botelho e Melo (1870-1928), 4.° Conde de Vila Real, 3.º Conde de Melo; Maria Teresa de Sousa Botelho e Melo (1871-1947), 5.° Condessa de Vila Real, 4.ª Condessa de Melo, 2.ª Condessa de Mangualde; Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque (1909-1973), 6.° Conde de Vila Real, 5.ª Conde de Melo, 3.ª Conde de Mangualde; *governou São Paulo.</p><p><strong>Serviço:</strong></p><p>"Em Nome d´El Rey: 250 anos do governo Morgado de Mateus em São Paulo - 1765-2015" Período: de 28 de abril a 31 de julho de 2015 Local: Arquivo Público do Estado de São Paulo (Piso Térreo) Rua Voluntária da Pátria, 596 - Santana, São Paulo. Horário: Segunda à sexta, das 9hs às 17h. Entrada: Gratuita</p>]]></content:encoded></item></channel></rss>

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